Ofensas e insultos de Rafinha

Comentários do post “Em defesa de Rafinha Bastos, por Miguel do Rosário”

Por fernanda1251

O crime do Rafinha Bastos é ser muito sem-graça. Quer causar constrangimento através do humor, como faz o personagem David Brent do Ricky Gervais, ou o próprio Gervais, ou o Larry David, mas não tem a menor capacidade de fazer um humor inteligente como o deles. Ou subestima a capacidade do público de entender qualquer coisa mais sofisticada do que aquilo que ele escreve, que é incrivelmente raso.

Imagino que as mulheres vitimadas pela violência e a Wanessa Camargo se sintam atingidas, e entendo elas perfeitamente, mas o Rafinha Bastos me ofende, pessoalmente, porque eu tenho senso de humor.

Rotular as piadas dele de “humor” (e ele de humorista) é aviltante, não pelo filtro dos politicamente corretos, que também é uma tendência importada pelo Brasil, mas pelo filtro de quem já viu Monty Python, Rowan Atkinson, Richard Pryor, George Carlin (sempre polêmico), Stephen Fry, Dave Chapelle, Eddie Izzard e até mesmo a TV Pirata e o Chico Anysio da “grande mídia”.  

Insultar é uma arte, de fato, mas pra fazer tudo nessa vida tem que ter elegância. 

Por Fábio Prudente

Não se trata de crucificar o Rafinha Bastos. Ele é, de fato, apenas um cara que falou algumas grandes asneiras. Não é pior que o Ratinho, Datena, e tantos outros apresentadores ou “jornalistas” inexpressivos, dos quais não lembrarei os nomes.

A questão é dar um basta no mau uso da “liberdade de expressão”, que vem sendo deturpada por todos os veículos de mídia, nesse vale-tudo pela audiência. E nesse ponto, discordo frontalmente do seu argumento.

Ofender pessoas não é “liberdade de expressão”.

Todos temos o direito a expressar opiniões, defender argumentos, abrir discussões sobre os temas mais inquietantes – sejam quais forem – mas ninguém tem o direito de ofender ninguém. Muito menos, de forma gratuita, sem qualquer objetivo ou propósito, apenas para “fazer graça”.

Pode ter suas convicções religiosas, mas não pode chutar uma imagem idolatrada por outra religião. Pode ser contra o “kit gay” nas escolas, mas não pode bradar palavras agressivas aos homossexuais…

A liberdade de expressão é garantida para permitir a evolução da sociedade, através do livre debate de ideias, e não a sua degradação, através do uso apelativo de baixarias “engraçadinhas”, ainda que sejam de fácil aceitação popular. 

O desconforto causado por uma opinião pode até ser socialmente tolerado, se tiver um objetivo maior. Debater o aborto, por exemplo, pode ser deconfortante para muitos. Usar o humor como elemento para esse debate, portanto, pode ser altamente questionável, mas seria aceitável como defesa de opinião – ou liberdade de expressão. 

Qual seria, entretanto, o objetivo maior que justificaria a “Casa dos Autistas”, na MTV? ou as declarações imbecis do Rafinha Bastos, no CQC? – o que a nação ganha com essa liberdade de expressão? são elementos para construir algum debate? para mudar algo? ou são apenas palavras impensadas?

Nesse sentido, o CQC presta um grande serviço, confrontando figuras públicas, de forma contundente, até constrangedora – mas sempre dentro de um debate maior, de conceitos, posturas, convicções, ações, opiniões. O Rafinha Bastos, com suas piadas totalmente sem noção, vinha destoando dessa linha.

Compreendo e até concordo com sua tese do “linchamento moral” contra o Rafinha Bastos. É verdade! – ele esta sendo o bode expiatório… e isso é uma grande injustiça: muitas outras personalidades da TV brasileira deveriam estar ao seu lado, nesse paredão de fuzilamento, mas… isso não significa que o Rafinha não mereça o que está colhendo.

Luis Nassif

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