Brasilianas: A Universidade na reconstrução do Brasil pós crise

Durante “Fórum Brasilianas 4ª Revolução Industrial”, Andifes e PUC-SP reforçam dever das instituições de ensino na formulação de propostas para políticas públicas 
 
O papel das Universidades públicas na produção e formulação de políticas públicas
Graffiti: Banksy / Imagem: Luis Nassif, Silvia Borelli e Gustavo Balduíno
 
Jornal GGN – Crises políticas e econômicas são, reconhecidamente, fatores de retração ao desenvolvimento, não seria diferente no Brasil. Nos últimos anos, especificamente desde a intensificação do embate político que culminou no impeachment da presidente Dilma Rousseff e aprofundamento da recessão econômica, o Brasil tem colecionado uma série de recordes na retração de investimentos em vários setores, com impactos na competitividade das empresas brasileiras, desindustrialização e no desemprego que atingiu o pior taxa entre os jovens em 27 anos, segundo a Organização Internacional do Trabalho. 
 
O desmonte generalizado vai de infraestrutura, onde o investimento público atingiu o menor nível em 50 anos, à ciência e tecnologia, que teve perdas de mais de 60% nos investimentos públicos nos últimos dois anos. Neste cenário, propostas para a construção e reconstrução do Brasil ficaram para segundo plano, como alerta o jornalista Luis Nassif, editor do Jornal GGN e idealizador do Projeto Brasilianas, na abertura do “Fórum Brasilianas Desenvolvimento Produtivo e a 4ª Revolução Industrial”, realizado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) em parceria com a Universidade e a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
 
Leia – Brasilianas: uma política para 4ª Revolução Industrial, por Luis Nassif
 
Nassif avalia que o último setor que restou com pensamento de políticas públicas são as instituições de ensino superior. “Os partidos políticos estão caindo pelas tabelas, você tem o desmanche da política, nós não temos centros de think tank, a não ser ligados aos interesses econômicos específicos. Nós temos uma dicotomia entre o liberalismo que acha que se tirar o Estado tudo se resolve. E, de outro lado, ainda uma visão de que o Estado resolve tudo também”, ponderou.
 
O evento realizado na PUC-SP compõe uma série de Fóruns Brasilianas realizados em outras Universidades sobre temas caros ao desenvolvimento do país. O material será disponibilizado após a realização de cada evento, na Plataforma Brasilianas, lotada no Jornal GGN. 
 
“A ideia do projeto é, justamente, discutir meios de promover as políticas virtuosas que independem de ideologias. É destravar a ideologia. Você tem ‘modus corretus’ de trabalhar mercado, você tem a necessidade de bancos públicos. Então qual é a mescla disso aí?”, reforçou.
 
A abertura do Fórum também contou com a participação da chefe da Coordenadoria de Estudos e Desenvolvimento de Projetos Especiais (CEDEPE), Profª Drª Silvia Helena Simões Borelli. “Para nós [da PUC de São Paulo o fórum] é uma reflexão sobre o momento histórico que estamos vivendo e que apresenta alguns eixos marcados no último seminário”, comentou, se referindo ao Fórum Brasilianas – Saídas para o Brasil crescer, também realizado em parceria com a PUC-SP em novembro passado, marcando o lançamento da Plataforma Brasilianas. 
 
A abertura do evento em questão contou, ainda, com a participação do Secretário-Executivo da Andifes, Gustavo Balduino, pontuando o papel da Universidade como um espaço resistente ao desmonte generalizado no país, em termos de elaboração de projetos e propostas para o crescimento econômico e social. 
 
“Todos nós sabemos que existe a profusão de políticas públicas sendo debatidas nas Universidades brasileiras. Muitos deles, neste momento, nesta hora, nesta segunda-feira (21/05/2018). Certamente, no Brasil inteiro tem pessoas qualificadas e interessadas debatendo todo o tipo de política pública, dentro das Universidades. Nós precisamos fazer isso ser compartilhado e a Plataforma [Brasilianas] ajuda isso”, pontuou.  
 
Leia também: Academia como antídoto à radicalização política das redes sociais
 
A seguir, acompanhe a íntegra das exposições no painel de abertura do “Fórum Brasilianas Desenvolvimento Produtivo e a 4ª Revolução Industrial”: 
 
https://www.youtube.com/watch?v=cq2BMDAmTXU?list=PLhevdk0TXGF4I3-oQVZaWGeduaPz1dyiw&t=18
 
 
Redação

1 Comentário

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  1. Deve ser piada.
    Qualquer um

    Deve ser piada.

    Qualquer um que está no mundo acadêmico nos últimos 10 anos pode atestar: universidades (públicas ou não) são um antro de coxinhas e fascistas da pior expécie. Só querem saber de seu status como professores acadêmicos e seus salários altos.

    A reconstrução do Brasil não vai começar na Torre de Marfim, mas nas ruas.

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