ANEEL terá R$400 milhões por ano para eficiência energética

Jornal GGN – Nos últimos anos, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) vem priorizando ações para evitar as perdas técnicas do setor. Com isso, a legislação evoluiu para determinar que as concessionárias de distribuição apliquem 0,5% da Receita Operacional Líquida (ROL) em programas de eficiência energética. O resultado é uma arrecadação, pela ANEEL, de cerca de R$ 400 milhões por ano que voltam para as concessionárias como ações de mitigação de perdas nas empresas e aumento da eficiência operacional.

Esses investimentos já vinham sendo feitos pelo menos desde 1998, quando eram tratados como obrigação contratual entre a Agência e as empresas prestadoras do serviço. No entanto, a partir do ano 2000 o acordo de cavalheiros virou lei e desde então a regra vem sendo aprimorada. A última alteração data de julho de 2013: a Resolução Normativa nº 556 definiu as condições para a aplicação do recurso.

Em entrevista ao Jornal GGN, o superintendente de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética da ANEEL, Máximo Luiz Pompermayer, falou sobre como as ações estão sendo feitas em conjunto com empresas consumidoras, distribuidoras de energia e fornecedoras de tecnologia para alavancar recursos e ampliar o escopo.

De acordo com Pompermayer, os investimentos muitas vezes têm que ser feitos na unidade consumidora. Ele dá o exemplo de uma indústria que tenha, mensalmente, uma fatura de R$ 10 mil com energia elétrica. Ao ser contemplada pelo programa da ANEEL, a fábrica recebe um investimento em tecnologia – melhora, por exemplo, a eficiência dos motores de determinadas máquinas – e consegue reduzir a fatura para R$ 7 mil. Como o investimento inicial vem da distribuidora, parte da diferença volta pra ela.

O executivo entende que, se tratando de 60 milhões de unidades consumidoras residenciais, R$ 400 milhões ainda é pouco. “A receita das distribuidoras é paga pelos consumidores, então, todos os consumidores compõem esse fundo. Mas nem todos os consumidores são beneficiados diretamente pelo programa, então, nós acreditamos que quem se beneficia tem que devolver o investimento, até para alavancar novas ações. Por isso nós estimulamos a contrapartida”, explica Pompermeyer.

De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a eficiência energética tem um papel importante no atendimento à demanda por energia. Segundo Amilcar Guerreiro, diretor de Estudos da Economia da Energia e do Meio Ambiente da EPE, até 2022, a eficiência energética deve garantir 9% de economia no consumo final de eletricidade. “Isso vai contribuir para reduzir o montante de energia consumido, postergar investimentos na expansão do parque energético, reduzir emissões de gases de efeito estufa e garantir segurança no fornecimento de energia”, afirma Guerreiro.

Redação

4 Comentários

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  1. Só tenho duas coisas para

    Só tenho duas coisas para falar sobre o assunto:

    1- Tem que ser mongol para acreditar que vai dar certo

    2- Tem que ser muito mais que mongol para acreditar que isto seja bom para a sociedade

     

    Quer dizer que uma distribuidora que ganha dinheiro vendendo energia vai ficar feliz se uma empresa reduzir sua conta de R$10mil para R$7 mil:

    Este tipo de lógica só funciona na mente de advogados.

     

    Depois de ver um gasoduto cortar o Brasil inteirinho e não atender uma só PESSOA do Brasil, apenas empresas, não fico surpreso por “empresas” serem as beneficiadas em 100% do dinheiro arrecadado.

    Quem bolou este “plano” foi advogado arrecadador. Abram seus olhos que este assunto será capa da Veja, da Epoca e etc..

    Quem escolhe as emrpesas INTERROGACAO  Eu mesmo respondo: o amigo do advogado arrecadador.

     

    Os recurdos DEVEM ser aplicados exclusivamente em eficiência de iluminação PÚBLICA.

    Depois que todas as lâmpadas de iluminação PÚBLICA forem TROCADAS por LEDs, pensem em outra coisa. E de prefer~encia que não tenha a palavra privado.

    1. Se fosse tiro ao alvo você

      Se fosse tiro ao alvo você estaria com nota 6!! Você quase acertou o alvo na totalidade. Realmente estes planos de revigoração industrial ou eficiencia energética visa quase que 100% às industrias pois é na indústria que se consome a maioria da energia produzida no país. Logo, se você faz um trabalho de CONCIENTIZAÇÃO do empresário que o investimento que ELE irá realizar irá retornar na sua tarifa de energia, que PODERÁ ser modificada, em 3 anos aí sim teremos um melhoramento na distribuição e principalmente um alívio na transmissão e geração.

      Empresas sérias do setor elencam as grandes empresas suscetíveis a serem atingidas por este programa e fazem contato com seus agentes de negócio para exporem tudo e proporem um acordo. Normalmente é vantajoso para ambas as partes. MAs repito: o investimento parte da iniciativa do empresário!

      No caso residencial, a coisa se complica um pouco. As modificações a serem introduzidas numa residencia para surtir uma diminuição de 30% no valor pago em energia, não retorna ao bolso do usuário em menos de 8 anos ou até mais dependendo da tecnologia utilizada. Temos uma legislação capenga no que se refere a utilização de coletrores solares para produção de energia e o preço destas placas, inversores de frequencia e relés de proteção espantam qualquer um. Uma casa de 150m2 poderia ter a tarifa zerada se houvesse redução de IPI e ICMS na aquisição destes componentes eletro-eletonicos pois para este tipo de produção, não temos ainda no Brasil empresas com fôlego para produção de placas e demias componentes em massa. A grande maioria destes materiais são importados da Europa e Japão.

      Estados como os do Norte-Nordeste onde o índice de insolação é muito grande teriam uma energia cativa para serem quase que auto-produtores. A Geração das Distribuidoras ficaria por conta de manter o sistema regulado durante o dia e abastecer as casas e indústria no seu horário de pico que dura cerca de 3 ou 4 horas dependendo do estilo de consumo.

      Quanto à escolha da iluminação pública, este sim seria o alvo correto. Colocar as indústria produtoras de lâmpadas de LED de alta eficiência de luminosidade traríamos os preços destes equipamentos que hoje são aviltantes para um patamar aceitável. E mais! Na base da canetada, o governo poderia baixar Norma determinando que Projetos futuros de suas instalações, túneis, rodoviárias, estações e rodovias SÓ poderiam utilizar este tipo de iluminação. Já seria uma bela alavancagem na produção interna destes equipamentos trazendo melhoria nas condições de tráfego e principalmente economia no consumo de energia como também no tempo de vida útil de cada equipamento utilizado.

      1. Okay, só acho estranho que a
        Okay, só acho estranho que a ANEEL não saiba que dia 31 de.dezembro deste ano os parques de iluminação pública das distribuidoras passarão a ser administrados por suas respectivas prefeituras.

        Estranho… Porque vem da própria ANEEL. Parece até que não sabe.

        Sei que quem for escolher as.empresas a quem os recursos serão dedicados vai se tonar um milionário.

        Futura capa da Veja!

        Parabéns…. Gente que faz…com o nosso, mas faz.

  2. Se São Paulo tivesse

    Se São Paulo tivesse programas para diminuir perdas na distribuição de água, provavelmente não estaria passando pelos problemas atuais. Quiçá a experiência paulista sirva de exemplo a outras concessionárias dos serviços de abastecimento dágua espalhadas por todo o Brasil e evitar futuros racionamentos.

     

     

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