No dia 13 de maio de 2021, A CUT Rio denuncia o Racismo Estatal

A Chacina do Jacarezinho reafirma a política colonial do intendente Claudio Castro que inaugurou o governo do estado do Rio de Janeiro através da política de extermínio da população negra e pobre com tiro na cabecinha.

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No dia 13 de maio de 2021, A CUT Rio denuncia o Racismo Estatal

por Aluizio Júnior

e Andrea Matos Secretaria de Combate ao Racismo da CUT Rio

A CUT Rio denuncia que 133 anos se passaram e a política de morte para o povo negro majoritariamente reescravizado no moderno processo de escravização, que nos traz a necessidade refletir quem somos pretos, pretas e pretes, segundo Achille Mbembe.

A Chacina do Jacarezinho reafirma a política colonial do intendente Claudio Castro que inaugurou o governo do estado do Rio de Janeiro através da política de extermínio da população negra e pobre com tiro na cabecinha.

Recém empossado no cargo de Governador, o senhor Cláudio Castro, um ilustre desconhecido, faz sua estreia, dessa vez como Governador de fato e direito, mostrando ser um fiel escudeiro da política assassina do ex-governador Sr. Wilson Witsel, em total sintonia com a política Genocida da família Bolsonaro, que por sinal se movimentou de maneira ativa para caçar o Sr. Wilson Witsel, privatizar a CEDAE e colocar um Governador fraco e, dependente das orientações políticas e econômicas do governo federal.

A Chacina ocorrida no Jacarezinho não foi uma ação de política de segurança pública, mas sim, uma ação de política da morte que claramente confronta com a decisão do Ministro da Suprema Corte, que suspendeu as operações nas favelas durante o momento pandêmico.

Repudiamos qualquer tipo de violência, repudiamos a violência de caráter político como a configurada com a presença do Presidente da República, que esteve no Palácio Guanabara/ Rio de Janeiro, dia 5 de maio, onde, estranhamente ou imediatamente, no dia 6 de maio, assistimos a um banho de sangue na comunidade do Jacarezinho.

Repudiamos o descumprimento da decisão da ADPF 635 proferida pelo Ministro do TST Edson Fachin, pelo governador Cláudio Castro, que é ILUSTREMENTE DESCONHECIDO, assim como seu antecessor, cassado por desvio de verbas públicas no combate da COVID-19.

É imperioso relatar novamente que o alinhamento do governador, ilustre desconhecido, com a família Bolsonaro, faz ele  cumprir a política de ataques permanentes ao Povo Pobre e Preto, que moram nas favelas e periferia não ocupadas pela milícia no Rio,  ataques que sempre têm como maior vítima os trabalhadores, as trabalhadoras e seus familiares.

Rumba Gabriel, lider comunitário do Jacarezinho, disse: *”Essa característica dos negros de fazerem suas casas no alto dos morros, era justamente pelo medo da polícia, que passou a desempenhar o papel dos Capitães do Mato, pretendo essas pessoas negras”.

O ex-comandante de UPPs Robson Rodrigues classificou a operação da Polícia Civil no Jacarezinho, como ‘um desastre’ e com ‘resultados traumáticos’ após 28 pessoas morrerem em ação contra o tráfico de drogas, onde pelo menos 13 destas não tinham passagem pela polícia.

Pelos resultados, não há outra palavra para classificar essa operação como um desastre, melhor dizendo uma CHACINA.

A segurança pública tem por objetivo a proteção da vida, não promover mortes. Então por esse sentido só por esses dados, e por esses resultados traumáticos essa operação foi um verdadeiro desastre.(Robson Rodrigues-Ex-Comandante UPPs)

É necessário que algumas perguntas sejam feitas:

O que representa a favela do Jacarezinho? Qual é a história daquele território? Quem levou as armas e drogas comercializadas no Jacarezinho? Quais são os valores que circulam naquela microeconomia? Qual é o impacto para a vida dos trabalhadores e das trabalhadoras que moram no Jacarezinho? Como estão as escolas no Jacarezinho? Como está a saúde no Jacarezinho? Como estão os espaços religiosos no Jacarezinho?

Como estão os espaços de cultura e arte no Jacarezinho?

Muitas perguntas serão feitas. Contudo, uma única exigência.

Basta de extermínio ao povo Pobre e Preto!

Este artigo não expressa necessariamente a opinião do Jornal GGN

Redação

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