Livraria Cultura: a ética e o valor do negócio, por Sergio Saraiva

Qual o custo para a Livraria Cultura o não ter condenado de imediato as agressões à Haddad e Suplicy?

Por Sergio Saraiva

Sou cliente da Livraria Cultura há muitos anos. E ainda gosto de sê-lo. Seu sistema de vendas pela internet é um dos melhores dos que tenho utilizado, rápido e confiável. Seu catálogo é completo a ponto de encontrar nele alguns títulos bem difíceis. Mas ética é um valor maior. Assim, não foi sem sofrimento que tive de avaliar se continuaria cliente ou não dessa livraria.

O que motivou minha dúvida, mais que as agressões sofridas por Suplicy e Haddad, no evento promovido pela Cultura em conjunto com emissora de oposição Rádio CBN, foi a colocação que encontrei na internet do diretor de marketing da livraria, Fábio Herz, sobre o ocorrido:

 “A Livraria Cultura é um espaço democrático, suprapartidário e de acesso irrestrito a todo e qualquer tipo de público. Nas dezenas de eventos que acontecem em nossas lojas todos os dias, prezamos pela ética, a diversidade, a transparência e a civilidade”. 

Frases dúbias, democracia pressupõem tolerância e o que se viu foi um ato de agressão. O posicionamento de Fábio Herz não trazia uma condenação cabal ao ocorrido. Existem duas maneiras de se autorizar um mal feito: uma é autorizando-o, outra é não o desautorizando formalmente.

A CNBB, em momento algum, na campanha eleitoral de 2010, desautorizou os abusos que seus bispos cometeram contra a então candidata Dilma Rousseff. Autorizou-os, por conseguinte.

A Folha de São Paulo, que se quer um jornal isento, vem tornando-se uma especialista em incentivar tais agressões. Parecem textos jornalísticos, são propagandas das agressões.

Jornalistas não merecem ser estupradas

Um elogio à agressão

Não nos deixemos iludir, não são casos de protestos ou manifestações democráticas. São agressões. Protesta-se contra “o quê”, nunca contra “quem”. A pessoa do pior facínora é inviolável. Protesta-se nas ruas, não protegido por quatro paredes que nos são familiares.

Pelo histórico aqui relatado, a Livraria Cultura poderia até estar em companhia ilustre, mas não teria mais a minha companhia. Reclamei formalmente.

Abaixo, a resposta da Livraria Cultura, com a contextualização da frase de Fabio Herz:

Prezado Sérgio,

Há 68 anos, a Livraria Cultura se dedica a ser um espaço onde cultura e conhecimento estejam à disposição de todos. Da mesma forma, acredita na liberdade de expressão e no debate saudável como o melhor caminho para que diferentes formas de pensar sejam apresentadas e o universo intelectual de cada um possa se expandir, construindo uma sociedade melhor.

Em relação aos acontecimentos do último sábado, com a gravação da sabatina realizada pela Rádio CBN com o prefeito Fernando Haddad, acreditamos que estávamos, mais uma vez, oferecendo uma oportunidade de debate saudável, em um evento aberto ao público e sem nenhuma restrição de acesso.

Um grupo de opositores ao prefeito Fernando Haddad se formou depois que seus integrantes já estavam no interior da loja. Por uma decisão da equipe de segurança do próprio prefeito, sua saída do teatro foi realizada logo após o término do evento.

Infelizmente, fomos surpreendidos com o tratamento hostil recebido pelo secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy. Em contato com ele, expressamos nossa solidariedade. Eduardo Suplicy, além de um grande amigo, é assíduo frequentador da Livraria Cultura, seja como cliente, seja prestigiando e participando de nossos eventos.

A Livraria Cultura é um espaço democrático, suprapartidário e de acesso irrestrito a todo e qualquer tipo de público. Nas dezenas de eventos que acontecem em nossas lojas todos os dias, prezamos pela ética, a diversidade, a transparência e a civilidade.

Atenciosamente,
Livraria Cultura

A Livraria Cultura sente-se infeliz e surpreendida, expressa sua solidariedade aos ofendidos, mas, aparentemente, tem dificuldades em simplesmente dizer:

“A Livraria Cultura é um espaço democrático, suprapartidário e de acesso irrestrito a todo e qualquer tipo de público; apesar disso, e até por isso, condena o tratamento hostil recebido pelo secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy na sabatina promovida pela Cultura, realizada no último sábado. Nas dezenas de eventos que acontecem em nossas lojas todos os dias, prezamos pela ética, a diversidade, a transparência e a civilidade”.

Simples assim.

A Livraria Cultura, por óbvio, vive do trânsito de ideias. Ideias são contraditórias por natureza. A Livraria Cultura, em última instância, vive do contraditório que oferta a seu público. A intolerância é o estado de um pensamento único autorizado, e da perseguição ao pensamento discordante. No regime da intolerância não são necessárias livrarias. Livros mesmo, no regime da intolerância, são queimados em praça pública.

Ao não condenar cabalmente a intolerância, a Livraria Cultura atenta contra seu próprio negócio e direciona sua marca a um público que, com certeza, não é dado ao consumo de livros. Antagonizar sua marca com os leitores posicionados no espectro político da esquerda é uma tolice mercadológica. Rei da Coxinha é nome de rede de fast food.

Por fim, chega-me, pela internet, que Fábio Herz seria um militante pelo impeachment da presidente Dilma. Claro está que ele tem o direito de ter opinião formada sobre o que quiser, inclusive no que diz respeito à política. Estranha-me, no entanto, que, sendo um diretor de empresa, manifeste a publicamente. Todo executivo deveria conhecer o conceito de conflito de interesses.

Nessas situações, lembro sempre de uma norma para a gestão da competência de laboratórios, logo no seu início ela exige:

“ter políticas e procedimentos para evitar envolvimento em quaisquer atividades que poderiam diminuir a confiança na sua competência, imparcialidade, julgamento ou integridade operacional”.

Vale para laboratórios, para jornais e, creio eu, para livrarias. Pelo menos, para os que quiserem manter seus clientes.

 

PS1: a norma em questão é a ISO 17025:2005.

PS2: para entregas em domicílio, exceto coxinhas, consulte a Oficina de Concertos Gerais e Poesia.

Redação

59 Comentários

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  1. Puxão de Orelha
    Sergio,

    Afiadíssimo!

    Há posicionamentos em que a dubiedade não cabe realmente. Temos este problema agravado pela língua portuguesa – um manancial de significantes e significados que por vezes nos atrapalham – e por nossa proverbial “maciez” e “cordialidade”.
    Mas podemos ser peremptórios suavemente. Eu tento. É certo que agindo assim às vezes demora até que a mensagem seja compreendida e tenha que me repetir. Mas se você demonstra, além de dizer, sua posição, o entendimento acontece sem que haja necessidade de rupturas ou declarações mais enérgicas.
    Reiterando a posição, reiterando e reiterando acaba por ficar claro onde está nossa energia, nosso esforço, nossa escolha.

    Creio que foi o que faltou ao Sr. Fábio.

    Mais um oportuno post.

    Estive no teu Blog – recomendo aos leitores uma visita – e senti falta da tua poesia por aqui. A belíssima peça da Florbela não conta. Até eu deixei umas belezas por lá.

    Brinde-nos com tua criação.

  2. Debate saudável?

    Impressionante como alguém que lida com as palavras possa ter chamado a agressão de  debate saudável ! Não sendo burrice foi má fé. O sr. Fábio Herz , no mínimo, esqueceu de ser um bom anfitrião. É uma pena abrir mão da Livraria Cultura, mas diante da nota onde o diretor não só não se desculpa, mas ainda justifica o ato de histeria contra seus convidados, só me resta fazê-lo.

  3. O custo é que eu mesmo, que

    O custo é que eu mesmo, que nunca fiu com a cara dessa livraria, mas ainda comprava por lá não adquiro mais nada deles; e pode até ser exclusivo.

  4. Texto padrão na resposta?

    Li um texto no Facebook de uma escritora que fez um protesto na mesma loja. Selecionou vários livros e na hora de pagar perguntou se foi lá que ocorreram os ataques a Haddad e Suplicy. A vendedora tentou contornar a situação, a gerente apareceu e tentou “explicar”. A resposta foi por e-mail, mas é exatamente a que você recebeu, sem tirar uma letra ou uma vírgula.
    Só mudaram o nome do destinatário.

  5. Caro Sérgio
    Também me

    Caro Sérgio

    Também me indignei e enviei um email de protesto, cuja resposta é padronizada, argüi, colocando que eles viram os grupos se articulando e nada fizeram contra, e que a resposta, não procede como justa, não me veio o retorno desse email.

    Considero isso uma cafagestagem deles, que pelo menos, assumam, e não disfarcem.

    Saudações

  6. Questionei a Livraria Cultura

    Questionei a Livraria Cultura sobre o episodio e recebi o mesmo texto enviado ao Sergio Saraiva. Tambem fiquei decepcionado com o ultimo paragrafo do texto. Concordo com o texto alternativo elaborado pelo Sergio. Acesso irrestrito a todo e qualquer tipo de publico explica o que ocorreu. Acesso de agressores e arruaceiros, com cornetas e soco ingles. Nao frequentarei mais as lojas da Livraria Cultura. Posso ser agredido verbalmente ou ate fisicamente pela cor da camisa, pelo titulo de um livro que estiver avaliando …

  7. Agressão na Livraria Cultura

    Prezados,

    Quando do episódio contra o prefeito e o secretário, tive a mesma sensação de que deveria fazer alguma coisa.

    A livraria fez parte dos passeios que fazia com minhas filhas e, 30 anos depois, fez parte dos passeios com meu pequeno Henrique, agora com 7 anos.

    Por morar fora de São Paulo, comprava com frequencia na Cultura, via internet. Com o ocorrido, pensei em trocar pela Livraria da Folha, onde também já comprei algumas vezes, mas seria outra da mesmo.

    Vou procurar opções menos comprometidas com os bolinhos recheados com troços de frango,

    Forte abraço,

    Venâncio

  8. Belo exemplo

    Eis um belo exemplo de como se deve combater a hipocrisia, a desfaçatez e os sofismas reinantes hoje na mídia e em muitos outros setores de nossa sociedade. Mas é difícil, pois me parece que o volume de informações distorcidas, falsas, manipuladas e mentirosas hoje em dia é tão grande, tão opressor, que se tornou regra, lugar comum, onde um contraponto com a qualidade do que lemos nesse post, além de raro, é esmagado e diluído por não possuir um milésimo da visibilidade dessa avalanche de esgoto a que somos submetidos atualmente…   

  9. Esses pelegos são mesmo

    Esses pelegos são mesmo absolutamente incoerentes.

    Fosse esse assédio sofrido pela bloqueira Cubana , a ausencia de condenaçao da livraria seria louvada, alias ninguem jamais estaria aqui  enchendo os pacova com essa histeria absurda.

    Iriam achar que o “povo ” ( na verdade miiltantes travestido de povo ) tem o direito de se manifestar.

    Mas para variar ficam com essa choradeira que não acaba nunca, lugar de choro é no cantareira heim?

    1. Incoerência

      Incoerência maior é tentar justificar um erro com outro erro.

      As pessoas que agrediram verbalmente Eduardo Suplicy, e até mesmo fisicamente um jovem, na Livraria, também são militantes, de direita, bem organizados e remunerados.

      O que se condena não é o direito à manifestação, mas a falta de civilidade, a agressão, a ofensa, o desrespeito, a interdição do debate, o fascismo de qualquer parte ou matiz ideológica. 

    2. Reparou, caro Leonidas, como

      Reparou, caro Leonidas, como tem sido frequento por parte de voces a frase: “Fosse…..”.

      Por exemplo, “fosse um ex-ministro do FHC, e não o Mantega, a ser agredido num restaurante, voce aplaudiriam”. “Fosse o fulano e não o Padilha…”. “Fosse uma sociólga tucana e não a petista do Bolsa-família”. “Fosse cicrano invés do Stédile”. E por aí vai.

      Acho que isso significa alguma coisa, não? Me lembra a frase – Fosse a “ditadura comunista” pretendida pela esquerda inves da dos militares voce não reclamariam de tortura-. 

      Os argumentos da direita brasileira sempre precisam do “se”

      1. O que tem sido frequente é a

        O que tem sido frequente é a absoluta cara de pau dos ditos progressistas que falam e criticam nos outros aquilo que são.

        e que ainda apoiam quando ocorre com gente dos quais eles tenham ressalvas.

        e isso que tem sido mais do que frequente…rs 

  10. Nunca mais compro nada na

    Nunca mais compro nada na Cultura.

    Era cliente da livraria , agora , diante do absurdo,

    das ações rtrucylentas acobertadas pela Livraria em SP, nunca mais compro 

    um lápis  na loja.

     

    A Livraria se tornou um espaço para reacionários bestializados.

  11. Tristes tempos…
    Até há

    Tristes tempos…

    Até há pouco, um cidadão como este fábio teria a elegância de se posicionar com um mínimo de protocolo, condenando atos deste naipe mesmo que fosse por mera formalidade e obrigação de bons modos de um comerciante.

    Mas não, prefere agir com flagrante acinte e teimosia, jogando no lixo o pouco de respeito que merecia enquanto empresário ligado à cultura.

    Perderam completamente a noção de compostura e de ridículo…

  12. Posto que os coxinhas leem no
    Posto que os coxinhas leem no máximo os livros do tio Rei, quero ver a Cultura sobreviver vendendo saladas às dondocas.

  13. Deste tipo de cultura estou fora!

    Costumava passar pela livraria, comprar meus livros e levar os filhos para estimular a leitura.

    Mais uma para o capítulo “como perder o cliente fidelizado por anos”.

  14. Ingenuidade

    Com o risco de culpar a estuprada pelo estupro vou arriscar: não é muita ingenuidade petistas da alta roda darem mole em templos de coxinhas em pleno Tukanistão? 

    1. Permita-me …

      O prefeito de São Paulo tem se mostrado disposto a debater com todos, independente de posição politica e partidaria. Já enfrentou entrevistas em radios e TVs, com os adversarios mais aguerridos. Ele não foge do debete. Vai onde o eleitor esta, defender seu trabalho, com coragem e transparencia. Por que iria recusar esse convite? E por que Suplicy, cliente da livraria, se negaria a ir até lá acompanhando o prefeito? Quem pensaria que iria encontrar uma arapuca armada pra humilha-los?  Mesmo que  os patrocinadores do evento  não sejam os responsaveis pela agressão. O minimo que poderiam fazer era lançar um nota publica de repudio. Não fizeram. Então aprovaram a baixaria. 

  15. Nunca mais pisarei nessa

    Nunca mais pisarei nessa livraria. Pode ser que para a livraria não faça diferença, mas de qualquer modo é um cliente que perderam.

  16. Livraria: Cultura?

    O silêncio teria sido menos estúpido. Foi de conivências disfarçadas como esta que o nazismo se fêz e se alimentou. Recomendo ao Sr. Fábio a leitura de Hannah Arendt – Origens do Totalitarismo, parece que consta até do catalógo de sua própria livraria. Catalógo este que certamente nunca mais utilizarei.

  17. Meus convidados

    Convido para minha casa o prefeito Haddad e o seu secretário Suplicy para uma visita e “jogar” conversa fora.

    São figuras ilustres, e portanto toda a vizinhança fica sabendo.

    No dia e na hora começam a chegar em casa um monte de pessoas, muitas conhecidas, outras não.

    Fico muito contente com o sucesso, pois a minha casa sempre esteve aberta para todos, principalmente para os amigos.

    Seria indelicado eu barrar a entrada de pessoas que não conheço, uma vez que as minhas visitas principais são autoridades do meu município.

    Começo a conversar com os meus amigos ao som de músicas suaves e volume baixo para não atrapalhar a nossa conversa. 

    Degustamos uns petiscos regados com deliciosas brejas.

    De repente começo a ouvir e ver a turba que não conheço ostilizar os meus convidados.

    Sacam das suas mochilas, faixas, cornetas, megafones, todos uníssonos com dizeres e frases proferindo vitupérios, algazarra com os sons estridentes das cornetas que mal consigo conversar com os meus ilustres convidados.

    Poxa vida, é minha casa, sou amigo de todos, inclusive daquela turba que não conheço poderia ser daquele momento em diante.

    Fico passivo, não falo nada para não ofender todos os visitantes.

    A minha casa vira uma zona, com empurrões de ambos os lados e insultos e não consigo mais conversar com os meus ilustres amigos e acabo de encerrar a visita.

    Não fico sabendo que são os agressores que vieram promover aquela bagunça, e fica por isso mesmo.

    Eu devo ser um idiota mesmo, apelando para um argumento que a turba desconhecida tinha o direito democrático de entrar na minha casa e promover aquela zona.

    Resultado da história: meus conhecidos vizinhos nunca mais vieram me visitar, mesmo eu oferecendo os petiscos com saborosa brejas para lermos e comentar os pensamentos de Gramsci que acabei de comprar na Livraria Cultura.

    1. Continuando a estória,

      Continuando a estória, provavelmente você mesmo teria convidado esse grupo a agir daquela forma por não pertencerem à mesma religião e ao mesmo pensamento político. Juntou a “fome com a vontade de comer”. Aproveitou!

  18. O erro da Livraria Cultura

    Eh, Sergio, quando até um lugar dedicado ao pensamento, antes de tudo, esta se comportando no mesmo nivel que os tais manifestantes, da o que pensar sobre o rumo equivocado que emprestamos para nos fazermos uma nação. 

  19. Mais uma que nao compra mais lá

    E, embora eu nao fosse muito assídua, quando comprava fazia grandes compras de livros importados. Agora vou ter que apelar para a Saraiva e para a Amazon.

    1. Se eu fosse da

      Se eu fosse da Siciliano-Saraiva, Nobel, etc. buscaria já um jeito de ampliar meu catálogo, para preencher o nicho que a Cultura deixou… Não consta que ninguém tenha monopólio das editoras.

      Fica a dica 😉

      1. Seria ótimo. Tenho boa experiência com a Saraiva

        Uma vez comprei um DVD lá, nao era como eu pensei que era pelo anúncio, nao só aceitaram a devoluçao sem problemas como pagaram o frete dela. Foi há muito tempo, nao sei se ainda está assim, mas deixou boa lembrança. O problema é que ela nao tem tantos livros como a Cultura, mas a Amazon tem, até mais… E chega mais rápido do que os comprados na Cultura, por incrível que pareça.

    2. Travessa

      O que você acha da Livraria da Travessa? É boa para o tipo de compra que você faz?

      Gosto muito frequentar a livraria e de comprar lá.  Compro muito on-line também. Não cobram frete. 

      1. Ótima p/ certo tipo de livros

        Livros literários, romances, livros de arte. Mas nada que eu procurei lá sobre Linguística ou Biologia eles tinham. É uma livraria para um público culto mas “diletante”, se posso chamar assim (sem desfazer; é só uma caracterizaçao); nao é para público profissional, que quer livros específicos sobre assuntos específicos.

          1. Linguística é “hard science”, só agrada a quem faz

            Literatura, e mesmo Ciências Sociais e História, Filosofia, podem interessar a um público culto mas que nao seja da área. Linguística propriamente dita é difícil, muito técnico e árido. Agora, Análise do Discurso… (rs, isso é uma piada minha, nao com vc)

    3. A importância das nossas atitudes

      Concordo. Mal comparando, os primeiros vandalismos e agressões dos nazistas provavelmente foram quase pueris em relação à Noite dos Cristais. Existe um avanço nítido do fascismo e da violência. Isso precisa ser contido, antes que se torne banal.

      Para a sua área de especialização, imagino que existam boas opções pela Internet. Algumas livrarias aceitam encomendas.

  20. Já se disse muitas vezes que

    Já se disse muitas vezes que o antipetismo acabaria causando prejuízo para quem é antipetista, muito mais do que ao próprio PT. Se o antipetista é pessoa física, corrói-lhe o fígado; se jurídica, restringe muito sua clientela; em ambos os casos, empobrece. Claro que o problema não é com o PT especificamente. Qualquer partido que tivesse chegado ao poder e que buscasse exercê-lo não autocrática mas democraticamente, sem querer concentrá-lo em si, sofreria os mesmos atentados que agora sofre o PT. Republicanismo é para progressistas, coisa que conservadorees antipetistas não suportam.

    Mas pelo visto, se depender da chamada “grande imprensa”, antipetistas nem pensem em ter sossego, nem durante nem depois das festas de fim-de-ano: publicando meias-verdade ou mentiras completas, sempre no “pique” alarmista de repórteres policiais, essa imprensa seguirá transformando toda dignidade de quem gostava de se considerar “fino” na mais profunda baixaria. Gozado que que essa turma, envenenada por essa imprensa, dizia que pobre é que era baixaria…

     

  21. Se alguém se assossia à CBN

    Se alguém se assossia à CBN para alguma coisa, convém ficar com uma pulga atrás da orelha. E se for com a Jovem Pan então, simplesmte caia fora.

    Se bem que no fundo não sei se existe grandes difrerenças entre as duas emissoras. Talvez só o público alvo. Uma é para o coxinha infanto-juvenil, o outro para o coxinha senior.

  22. Prejuízo ampliado.

    Concordo totalmente com o Sérgio e digo mais, não somente não comprarei mais nada deles, como exortarei meus alunos a fazerem o mesmo. Já não moro em SP há muitos anos e aqui na minha cidade (Maringá-PR) faltam livrarias de qualidade. Sempre tive a Livraria Cultura como minha fonte para livros, não somente para meus interesses particulares, como para a Universidade e os editais federais para aquisição de obras. Mas agora deu, chega!!!!! Não comprarei mais e vou fazer campanha para que minha universidade, meu departamento, meus colegas da filosofia, letras, histórias, etc, não comprem livros dela. Não vamos levá-los à falência (o governo Alckmin os ajudará de alguma forma), mas vamos ensinar para o futuros professores desse pais que existe atitude facistas e autoritárias das livrarias sim! Por que não tratam assim os cretinos do programa “Fim de expediente” da CBN, particularmente o canalha e facista do “Teco”???? 

    Livraria Cultura NUNCA MAIS!!!!!

  23. A livraria foi conivente com a incultura e a intolerância

    Essa livraria foi conivente com a incultura e a intolerância. Tchau livraria. Boa sorte nas vendas de best sellers para os “coxinha”.

  24. Quantos segundos seriam necessários

    Quantos segundos seriam necessários para a Livraria Cultura mandar seguranças me enxotar da loja se eu levar faixas, e começar a gritar palavras de ordem dentro da loja? O fato de o prefeito de SP estar lá só agrava a conivência da livraria com os “coxinha”.

  25. O prezado Sérgio Saraiva está

    O prezado Sérgio Saraiva está sendo exigente demais, querendo determinar como a Livraria deveria ter escrito. Ora, é cristalino o comunicado:

    …fomos surpreendidos com o tratamento hostil recebido pelo secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy. Em contato com ele, expressamos nossa solidariedade….

    Se foram surpreendidos, é porque não esperavam nem queriam tal tratamento, considerando-o hostil, o que equivale a uma condenação, sem usar o verbo condenar. Em resumo, é descabida a queixa do articulista.

    1. Agressão na Livraria Cultura

      Prezado Caetano,

      Na cidade onde moro, Paranaguá, usamos uma frase muito apropriada para pessoas que querem agradar a todos ou não desagradar ninguém: Fulano é um bagre ensaboado. Quem conhece peixe sabe que o bagre é um limpa fundo e liso como sabão. Vc tenta e tenta e não consegue segurá-lo. O ilustre diretor da Cultura é tal e qual, um perfeito exemplar da espécie.

    2. Surpresos? Faça um teste.

      O teste é simples. Escolha qualquer loja da Livraria Cultura, entre, comece a gritar e marque no relógio quanto tempo vai levar até que você seja expulso da loja. A surpresa deles leva pouco tempo e a reação também. No caso de receber uma autoridade, esses cuidados deveriam ser maiores ainda. A não ser que houvesse interesse da livraria em manter o clima de animosidade contra o prefeito. Isso é no mínimo do mínimo uma tremenda falta de respeito com uma autoridade que é convidada pela livraria. Se eu convidar alguém para a minha casa não vou permitir que terceiros achincalhem o visitante.

      Deu pra ti, Livraria Cultura. Tenho outras opções.

  26. Fez muito bem Sergio Saraiva …

    Surpreendidos ou não, era dever dos empresarios lançar uma nota condenando os ataques, para que isso nunca mais se repita. Para que as pessoas aprendam a respeitar os espaços de debate. No debate, qualquer um tem a liberdade de manifestar sua opinião, mas nunca de agredir, vaiar e xingar. Se os empresarios foram omissos, alegando que foram “surpreendidos”, foram também covardes e coniventes, quando não se posicionaram  PUBLICAMENTE contra esse tipo de agressão. As autoridades presentes foram convidadas, não pediram pra ir lá. Como é que você convida uma pessoa para sua casa, e permite que ela seja agredida pela malta descontrolada? Em tempo. Conheço alguns empresarios que não votam e não gostam da esquerda. São conservadores e muito religiosos. Mas nunca, nunca mesmo, em seus respectivos negocios e na vida publica, nunca deixaram transparecer qualquer preferencia partidaria. Não fazem campanha, não colam adesivos  nos carros, não se manifestam pelo facebook nem what sap. Só se manifestam privadamente, em familia ou entre amigos proximos, de maneira sobria e discreta. Como manda o figurino.

  27. Também deixo de comprar na livraria cultura.

    Quando vi a noticia e  o vídeo das agressões ao Suplicy e Haddad na livraria cultura, fiquei aguardando uma justificativa dos Herz. Mas como no vídeo, percebe-se que os manifestantes tiveram tempo de sobra para prepararem tudo sem serem incomodados pelos seguranças, seria esperar demais algum pedido de desculpas ou satisfação aos clientes  pelo ocorrido.

    Sendo assim, depois de anos frequentando e comprando cds e livros na livraria cultura, também resolvi deixar de ser cliente.

  28. Sindicatos unidos contra livraria cultura

    Sugiro aos sindicatos dos segmentos envolvidos com educação, cultura, e demais áreas da intelectualidade fazer ampla divulgação nas suas bases com recomendação de excluir a compra na Livraria Culturra para não alimentar serpente do mal.

  29. A Cultura sem Compostura.

    Queria registrar um depoimento. A Livraria Cultura era um dos meus lugares favoritos na cidade. A loja da Avenida Paulista deve ser a maior livraria do país, pelo menos entre as que eu conheço. Passei a olhar diferente para a livraria quando do lançamento do livro “Privataria Tucana”, em 2011. Eu ia todo dia à livraria, em busca do livro, estavam sempre “esperando uma entrega”. Depois de uma semana, acabaram concordando com uma reserva. Fi-la, uns quatro dias depois recebi a confirmação por e-mail. Fui ao setor de livros encomendados, muito bem atendido, recebi minha preciosa obra, dentro de uma sacola de plástico. Enquanto isso, livros de gente infame ganhavam destaque nas pilhas de livros e mostruários na entrada da livraria. Um mês depois, quando quase todo mundo já tinha lido o livro, inclusive o Serra, deparei-me com uma pilha de livros da Privataria Tucana escondida num canto de um andar superior. Nenhum exemplar nos mostruários do andar térreo. É assim, com essa seleção ideológica que trabalha essa livraria. Uma pena, de livraria democrática, vai acabar editando obras inéditas de Adolf Hitler.

  30. Sinais trocados

    Hostilizar polítcos e personalidades ligadas à  direita e coxinhas foi muito comum até um ano atrás.Hoje a muvuca está meio equilibrada.Sinal dos tempos?

  31. Tamb’em enviei mensagem

    Tamb’em enviei mensagem comunicando meu boicote e da campanha que farei entre amigos e familiares e recebi a mesmissima resposta.

    Enviei outra, deixando claro que esperava que eles se retratassem publicamente e que so o pedido de desculpas ao Suplicy nao era suficiente.

    At’e o momento, silencio total…

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