Polícia de Alckmin transforma reintegração em palco de guerra

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Sugestão de Leo V

da Ponte

Reintegração de posse leva caos e sofrimento ao centro de SP

Equipe da Ponte 

Reportagem: Fausto Salvadori Filho, Laura Capriglione,  Maria Carolina Trevisan, Paulo Eduardo Dias / Imagens : Caio Palazzo e Rafael Bonifácio

Trabalhadores sem-teto que ocupavam desde fevereiro um prédio, no centro de São Paulo, foram desalojados pela polícia nesta terça-feira, numa reintegração de posse que provocou revolta e confrontos nas ruas da cidade

Cerca de 800 trabalhadores sem-teto com suas crianças, algumas recém-nascidas; famílias inteiras, mulheres ainda de resguardo, que deram à luz recentemente, idosos. Foi essa gente que enfrentou na manhã de terça-feira, 16 de setembro, a tropa de choque, a Rota, a Força Tática, a Guarda Civil Metropolitana e os motociclistas da Rocam –um contingente estimado em pelo menos 250 homens, armados com cacetetes, bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo, balas de borracha.

Logo, todo o centro de São Paulo estaria transformado em praça de guerra, com um ônibus articulado incendiado bem na frente do Theatro Municipal, vários focos de incêndio espalhados por todo o centro financeiro, a polícia arremessando bombas de gás lacrimogêneo em tudo o que se movesse, os escritórios fechando as portas às 11h, em um feriado improvisado, e os trabalhadores saindo às carreiras e chorando como bebês -efeito do gás.

O exército dos miseráveis, entre os quais contavam-se imigrantes africanos, bolivianos e peruanos, equipou-se com as armas do improviso. De uma lanchonete vizinha, pegaram, no lixo, centenas de cocos verdes sem água, que levaram para o primeiro andar; de caçambas de entulho, tomaram sofás velhos, carcaças de televisores, restos de geladeiras e de aparelhos de ar-condicionado, para serem arremessados do alto do prédio contra a tropa de soldados. Também havia latas de tinta branca e rojões, para serem transformados em projéteis.

O cruzamento das avenidas Ipiranga com São João não teve espaço para a dura poesia concreta, ocupado que estava com contingente policial preparando-se para despejar à força os sem-tetos que se haviam trancado dentro do edificio de número 605 da avenida São João. Tratou-se de uma ação de reintegração de posse, ordenada por uma juíza Maria Fernanda Belli, da 25ª Vara Cível de São Paulo, a pedido do proprietário do imóvel, o empresário Ricardo Pimenta.

O portentoso prédio com 23 andares, construído para ser o hotel Aquarius, estava fechado há 10 anos e foi ocupado pelos sem-teto em luta pela moradia desde fevereiro.

 Foto: Caio Palazzo

Fachada do prédio antes da chegada da polícia | Foto: Caio Palazzo/Ponte Jornalismo

Para os sem-teto, a ocupação do imóvel foi uma folia. “No Carnaval deste ano, a gente se disfarçou de bloco de rua para fazer a ocupação”, lembrou Antonia Nascimento, 43 anos, uma das coordenadores do MSTRU (Movimento Sem Teto pela Reforma Urbana), que executou a ocupação ao lado da FLM (Frente de Luta por Moradia) e do MSTC (Movimento Sem-Teto do Centro).

Não restava, contudo, mais nada de clima festivo na manhã desta terça-feira, data escolhida pela PM para executar a reintegração de posse do imóvel. Os sem-teto haviam anunciado que pretendiam resistir à ação dos policiais. “Eu não vou sair”, gritaram os ocupantes, batendo em panelas e jogando papel picado das janelas, pouco antes das 6h, quando a Polícia Militar chegou. Militantes de outras ocupações foram ao prédio para participar da resistência. Mesmo prevendo o choque com a PM, os sem-teto decidiram manter mulheres, inclusive grávidas, e crianças dentro do prédio, reunidas no primeiro andar.

Bem em frente à entrada da ocupação, junto a aproximadamente 30 pessoas, estava a operadora de telemarketing Priscila, 28 anos, seu marido Hozanio, 29, e o filhos Fernando, 7, e Letícia, 1. “Viemos dar apoio. Somos de outra ocupação e isso pode acontecer com a gente. Quem não luta, está morto”, disse com um sorriso.

A tensão toda começou às 5h30, quando os primeiros carros de bombeiros adentraram na avenida. “Entra, entra! Ou sai, sai! Quem quiser entra, quem não quiser, até breve, se Deus quiser”, gritou Antônio, 23, um negro forte e musculoso, espécie de faz-tudo para os comerciantes do centro. “Hoje, deixarei meus clientes na mão”, disse ele, atualmente exercendo as funções de pintor em um boteco no vizinho Anhangabaú. Antônio não teve coragem de ir trabalhar largando a mãe -faxineira- para trás.

A Ponte entrou. Foi o único órgão de imprensa a acompanhar de dentro da ocupacão os embates entre a polícia e os sem-teto, até a rendição desses últimos. Nossos jornalistas estavam também do lado de fora, acompanhando a ação dos policiais e todo o movimento no centro de São Paulo.

Portaria principal do prédio lacrada, camas desmontadas, sofás, fogões e geladeiras foram transformados em barricadas, bloqueando a passagem. Ninguém mais podia sair.

Fotos: Rafael Bonifácio/Ponte Jornalismo

Crianças com olhos arregalados esperavam a entrada da tropa no prédio. Outras, pequenininhas, dormiam, inocentes. Ninguém tomou café da manhã. Foi de jejum mesmo que a turma esperou a chegada dos soldados.

A ordem da principal líder dos sem-teto, a Nete (Ivaneti Araújo), era que a turma se espalhasse por todos os andares, a fim de dificultar a ação da PM. Mas o pessoal preferiu reunir-se nos 2 primeiros andares. Logo ficou claro que a resistência ficaria a cargo do pessoal pendurado nas janelas. Do alto de seus postos de observação, a soldadesca pobre calçava sandálias havaianas, e usava camisetas e shorts. E tinha ao seu lado os cocos que seriam arremessados, além das demais “armas”…

Às 7h27, o tenente Weisshaupt, da Força Tática do 7º Batalhão, e um grupo de aproximadamente 10 PMs, usando capacetes e armados com escopetas e escudos, avançaram em direção ao prédio. Foram recebidos por uma chuva de objetos atirados pelos sem-teto, que fez os policiais recuarem. Os sem-teto começaram jogando cocos, paus, pedras e tijolos, depois passaram para vasos, camas, televisores e sofás.

A PM reagiu com o arremesso maciço de bombas de gás lacrimogêneo pelas janelas do prédio, além de invólucros de efeito moral e balas de borracha.

Logo chegaram equipes de batalhões próximos, como o 13° e o 11°. O helicóptero Águia 15 foi enviado, mas os focos de confrontos e as barricadas de fogo atingiram o Largo Paissandu, a Praça da República e a avenida São João com a rua Timbiras, o que fez com que o 3º Batalhão do Choque, chamado apenas em casos de distúrbios, fosse acionado.

Dentro do prédio, a atmosfera ficou irrespirável. Cauã, de 9 anos, chorava e tremia todo de medo. Chorava pelo gás lacrimogêneo e pelo terror. A avó dele não conseguia consolá-lo. Estava desesperada por ter perdido a filha na correria insana escada acima, que se seguiu ao ataque.

A boliviana Juanita, com um bebê de dois meses no colo (“nasceu na ocupação”), ainda ilegal no país e sem documentos, de repente esqueceu o pouco português que falava ainda há pouco. O aymara (mesmo idioma nativo do presidente Evo Morales) afirmou-se como a sua língua do medo. Só dava para entender o “Dios, Dios, Dios y Madre mia”, que vinha ritmado como um mantra.

Quando ficou claro que o navio estava mesmo afundando, um dos organizadores da ocupação gritou: “Tem saída pelo prédio ao lado. Primeiro as mulheres, as crianças e os idosos. Os homens ficam.” Uma fila indiana de desespero, choro e solidariedade se formou, para ajudar os mais frágeis a subir no telhado vizinho, transpor um abismo de andaimes e subir as escadas que os levariam ao prédio vizinho, que está em obras de restauro. Os jovens ajudavam a içar as pessoas com dificuldades de movimentos.

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“Tive que pular 3 prédios, com minha filha no colo, para vir até aqui. Ela tem bronquite e desmaiou com a fumaça”, contou Carla Batista Araújo, 22 anos, segurando a filha de 1 ano e meio na avenida Ipiranga. “Tem criança lá dentro, pelo amor de Deus”, gritou várias vezes para os policiais. “Eu tenho mais 3 filhos que estão lá dentro e meu marido não conseguiu trazer”, chorou. A Tropa de Choque chegou em seguida.

Por volta das 8h da manhã, 2 caminhões blindados da Tropa de Choque, conhecidos como Centurion, se aproximaram do prédio. À medida em que o choque ameaçava invadir a ocupação, a tensão crescia e os moradores reagiam. Objetos eram arremessados do prédio em direção aos policiais, que revidavam com disparos de bomba em direção à ocupação. Até que um dos veículos blindados forçou a entrada do prédio e derrubou a porta. Outro arrancou uma palmeira imperial da avenida São João. Às 9h17, cerca de 20 homens da Tropa de Choque da PM invadiram a ocupação São João. Bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo explodiam dentro e fora do edifício.

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Lá dentro, cerca de 50 remanescentes insistiam na resistência, inclusive algumas mulheres e crianças, e uma jovem de 16 anos, grávida. O grupo subiu a pé até o último andar do prédio, e ali aguardou a chegada do choque.

Todos começaram a procurar pela reportagem da Ponte, a única presente no interior, pedindo que intercedesse junto ao comando da tropa policial. Queriam passar a mensagem de sua rendição, que não mais resistiriam e nem atacariam os PMs. Só queriam sair, mas não conseguiam. Era impossível descer com os policiais jogando bombas através das janelas.

Outra repórter da Ponte, do lado de fora, em contato com o comando da tropa, transmitiu a notícia de que o choque garantia que não haveria violência.

Policiais gritavam de um lado para que os manifestantes se afastassem, dando ordens ora de encostar na parede, ora de deitar no chão (alagado) e outra de ir para a parede oposta. Os ocupantes do outro lado gritavam que não iam resistir e pediam para tirar as pessoas que estavam passando mal.

Começaram então a descer – primeiro os que estavam passando mal, principalmente gestantes, depois as demais mulheres e crianças. Por fim, os homens.

Acabava a ocupação São João.

De repente, contudo, o conflito se alastrou para muito além do antigo hotel Aquarius. A Tropa de Choque avançou pelas ruas próximas, disparando bombas e balas de borracha. Além da República, o conflito chegou ao largo do Paissandu e à Praça Ramos de Azevedo, onde um ônibus foi incendiado.

Os policiais miravam em qualquer pessoa que estivesse passando pela rua, mesmo quem não estivesse praticando violência. O único critério parecia ser o de esvaziar as vias, usando tiro, porrada e bomba. Logo apareceram adeptos da tática black bloc, apedrejando os policiais com as camisetas enroladas no rosto. “Nunca vi a polícia adotar uma ação tão violenta nas ruas, nem nas jornadas de junho”, disse o redator Josias Rodrigues Vianna Filho, 41 anos, observador legal dos Advogados Ativistas.

No largo do Paissandu, um grupo de pessoas invadiu três ônibus e fugiu levando as chaves dos veículos. “Eles disseram: não temos nada contra vocês, só queremos as chaves”, contou um motorista. Protegidos atrás dos veículos parados, o grupo aproveitou para incendiar a cabine de uma empresa de ônibus e jogar mais pedras contra os policiais. A Igreja Senhora do Rosário, em frente, trancou as portas com cadeado.

Três homens em roupas rasgadas comemoraram o conflito no centro de São Paulo. “Vamos lá tentar pegar uns tênis naquela loja. Ela ficou aberta”, comentou um deles. As bombas da polícia fizeram o grupo recuar antes de chegar à loja. Acabaram se contentando em remexer nos restos carbonizados da cabine da empresa de ônibus. Encontraram um relógio e algum dinheiro chamuscados e saíram sorrindo.

Outro que sorriu com a guerra no centro de São Paulo foi o vendedor ambulante Genésio dos Santos – os amigos o chamam de Kassab, por ter atirado um saco de gelo no então prefeito Gilberto Kassab, em 2010, numa vingança contra os fiscais da prefeitura que haviam apreendido sua mercadorias. Diante do ônibus pegando fogo na Praça Ramos de Azevedo, em frente ao Theatro Municipal, o senhor de 51 anos, com um guarda-sol vermelho e branco acoplado na careca, corria de um lado para outro vendendo suas garrafas de água a dois reais, ignorando o trovão das bombas e o cheiro do gás lacrimogêneo como se não existissem. “Eu vendo a minha água gostosa para acalmar o povo. O povo anda muito nervoso.”

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

23 Comentários

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  1. Nenhuma novidade. Alckmin é

    Nenhuma novidade. Alckmin é capaz de fazer qualquer coisa para assustar a população e para desviar a atenção dos eleitores da falta d’água e das graves acusações que foram feitas contra ele neste semana. E a PM está cheia de oficiais sádicos que adoram cumprir as ordens daquele terrorista sorridente que faz cara de bom moço. 

      1. Exatamente. E se tivesse

        Exatamente. E se tivesse entrando atirando e matando todo mundo, ao invés de 54 % dos votos, ele teria uns 80 %. Viva o o povo de São Paulo !!!!

  2. bela matéria,
    que não verei,

    bela matéria,

    que não verei, claro, na grande mídia, que deve estar delirante de prazer com a ação da pm.

    óbvio, é preciso cumprir a lei,

    mas tb discuti-la, pois está consorciada

    com os grandes interesses, menos os interesses de povão explorado.

    eo estado, ao invés de arranjar uma saída digamos mais social,

    apela para a violencia, que só ele detém institucionalmente. .

     

  3. Esta tudo errado!
    A policia despreparada, os invasores usando mulheres e crianças como escudos humanos, a divida histórica com a habitação entre outras coisas. Reintegração de posse é uma decisão judicial, e como todos dizem por ai, decisão judicial não se discute, se cumpre. Todos temos propriedades, e tenho certeza que ninguém se sente bem quando algo seu e roubado ou invadido. O despreparo da policia para a situação e evidente, mas não venham co ml ocar tudo na conta do Alckimin, pois não tem o menor cabimento. Todas as esferas tem responsabilidade sobre o que aconteceu ontem.

  4. A polícia é muito
    A polícia é muito despreparada mas a culpa ontem.foram dos manifestantes.

    O dia marcado para desocupação não é dia de conversa.
    A conversa com eles foi antes.

  5. A situação é complicada por

    A situação é complicada por si só, a PM é o ultimo elo de um problema nascido muito antes. São Paulo tem 460 anos, sempre teve problema de moradia, porque o Movimento dos Sem Teto só apareceu agora, nos ultimos dois anos?

    Como os trabalhadores de São Paulo faziam antes para morar?

    Os “”movimentos sociais””, massas de manobra classicas passaram a ocupar imoveis por toda a cidade, nos ultimos dois anos especialmente no centro, o outrora tradicional hotel Othon Palace está invadido, estimulados por operadores politicos, entre os invasores há de tudo, até gente com casa e carro. Os tais movimentos tem muitas intenções, são

     cercados de advogados que propõe acordos aos proprietarios. Se voces ajudarem essas familias com 3 mil cada uma eles saem na boa, se não voce vai conseguir a reintegração na Justiça mas demora e na saida o predio fica sem pia, privada, portas e janelas, melhor negocio é pagar o “auxilio” a ser entregue aos advogados.

    A invasão de predios NÃO é solução para o problema de moradia popular, aceitando-se o conceito discutivel que moradia é um direito e não um bem que se compra. O Estado tem a CDHU, a Prefeitura tem a COHAB, ambas tem programas de moradia popular mas é preciso se cadastrar, entrar numa fila e a moradia não é de graça.

    Os “movimentos de invasão” de predios, especialmente do centro, são uma agressão não só aos proprietarios dos predios mas tambem à cidade. Transformar um predio de escritorios em cortiço não melhora e não recupera o centro.

    Aas areas em torno dos predios invadidos entram em rápida degradação, estive na semana passada na Av.São João, no treco entre o Largo do Paisandu e a Av.Ipiranga parece um suburbio de Bangladesh, o outrora chique Cine Art Palacio, onde se faziam os lançamentos dos melhores filmes, está com tapumes e nas escadarias carrocinhas de catadores, cachorros, cobertores, fezes e urina, no Cine Marrocos, que já foi o mais chique de São Paulo, onde só se entrava de terno e gravta, está todo invadido, o outro charmoso Hotel Cambridge, na Nove de Julho, que tinha um historico e lindo bar, está invadido, as invasões contam com a tolerancia para não dizer estimulo da prefeitura, ESSE NÃO É CAMINHO PARA UM PROJETO URBANISTICO DE RECUPERAÇÃO DO CENTRO, a despeito de todas as boas intenções., favelizar o centro de São Paulo não levanta os valores e o capital urbanistico lá investido.

    O centro velho e novo de São Paulo, ruas Libero Badaro, Marconi, Sete de Abril (esta com predios invadidos), Dom Jose de Barros, 24 de Maio, Barão de Itapetininga, Ipiranga, estão em acelerado processo de deterioração, o que ganha com isso a cidade? Um predio perdido significa menos arrecadação de IPTU e de ISS porque nenhum negocio se estabelece nele, o projeto da Prefeitura de ocupação de predios de escritorios e hoteis vazios com sem teto é

    um monumental equivoco, não são trabalhadores regulares que ocupam, são o lumpesinato, que tambem merecem consideração mas esse modelo é um fracasso anunciado, os predios invadidos não são residenciais, tem problemas de fiação eletrica e encanamentos, são desastres obvios para o futuro, com incendios e desabamentos, estão sendo ocupados sem qualquer adaptação, conservação ou reforma, que raio de solução é essa que cria um novo problema para resolver um antigo? A cidade é um conjunto de habitantes , cabe a Prefeitura zelar pelo todo e não por uma minoria, desprezando os interesses do conjunto para atender à minoria, em nenhum lugar casa é de graça.

    Esse é o pano de fundo da reintegração de posse, a Policia não é a instancia para resolver o problema de moradia, como em qualquer Paisdo  cumprem ordens e não se queira jogar na PM uma culpa que não é dela..

    1. Para dizer que os movimentos

      Para dizer que os movimentos de sem-teto em São Paulo só apareceram nos dois últimso anos vc devia estar preso numa caverna nos 30 anos anteriores.

    2. Cara…em que São Paulo você

      Cara…em que São Paulo você esteve todos esses anos que se passaram desde os tempos de glória do Centro? No Itaim Bibi? Nos Jardins? Quem passa por lá todo dia há algum tempo sabe muito bem qual é a dinâmica daquela região. Já não é de hoje que existem ocupações no Centro e também já não é de hoje que lá é uma região que está totalmente degradada. Eu, do alto dos meus 22 anos de idade, sei, desde pequeno, que o Centro, e em especial o entorno do Lg. do Paissandu é uma região degrada.

      Não sei se você já ouviu falar sobre FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE, mas o fato é que, pelo Estatuto das Cidades, o imóvel urbano tem que ter algum uso, aqui não se incluindo ficar vazio para fins de especulação. Afinal, quem tem o mínimo de vivência com o Centro além daquela relação de “área degrada em que tenho que passar para chegar ao meu destino”, sabe que é uma região de grande interesse do mercado imobiliário, o que vem se refletindo no preços dos imóveis e alugueres da região. O projeto da Prefeitura de restauração de imóveis, do ponto de vista urbanístico, é uma coisa óbvia – se você tem uma grande concentração de imóveis vazios numa região dotada de grande oferta de emprego, serviços e transportes, por que você mandaria alguém para morar nos confins da cidade, dando vazão a um problema que o novo plano diretor da cidade quer evitar? Ainda, cumpre dizer que muitos prédios da região estão passando por um processo extenso de reforma, o que está dando, aos poucos, um aspecto melhor à região. No mais, reduzir tudo isso a uma ação de “beneficiar determinada minoria” é de um simplismo sem tamanho, pois ignora todos os confrontos que ocorreram por propriedade na cidade e todo o problema da especulação imobiliária que assola o Centro. Talvez reduzir tudo a concepções simplistas como essa seja um mal daquelas pessoas que tem uma opinião pronta para tudo. 

      Quanto à PM, concordo com você que ela não resolve nada mesmo nesse assunto. Mas não deixa de ser surreal eu, mero transeunte, ontem, ter saído correndo para chutar uma bomba de gás lacrimogênio que a PM jogou perto de um perigoso velhinho que estava perto da porta da Estação República. Ele, apesar de ter respirado um pouco do gás comigo, aparentemente sobreviveu. 

      1. Nada a ver. Recuperação do

        Nada a ver. Recuperação do centro é um otimo projeto mas invadir pura e simplesmente não significa recuperação alguma.

        A Prefeitura poderia DESAPROPRIAR ou COMPRAR esse predios bem baratinho, REFORMAR e ai dar um uso racional, inclusive revendendo para uso comercial e com o produto constuir casas populares.

        Voce inventar moradias improvisadas no centro de qualquer cidade só vai trazer DEGRADAÇÃO, nas grandes cidades do mundo a moradia popular não é no centro, não combina, a não ser como cortiços e favelas.

        A função social da propriedade não significa que a propriedade evapora na mão do proprietario, para fazer esse uso social a Prefeitura precisa PAGAR, não pode tomar de graça, o regime do Pais é da propriedade privada, se ela está tendo um uso contra sua função social, mesmo assim o dono continua dono e o mau uso AUTORIZA o poder publico a desapropria-la, mas nunca o não uso pode justificar sua invasão.

        Porque a Prefeitura não faz um CADASTRAMENTO de invasores? Porque não faz? Raros serão os trabalhadores efetibos, muitos tem casa e carro, há muita malandragem nesses “movimentos”, muitos advogados circulam em torno deles para ver se descolam algum, tenho uma historia com familia amiga, meia hora depois da invasão foram procurados por advgados para “ajudar” da desocupação propondo um “acordo” com os invasores.

  6. Burrice elevada á decíma

    Burrice elevada á decíma potência,um monte de cidades abandonadas mundo afora sem ninguem para ocupa-las e aqui,trabalhadores dispostos a pagar por verdadeiros curtiços e o XUXU os espancam,os humilham e os expulsão.Geraldo tú vais pagar infeliz!

    1. Quais são  o “monte de

      Quais são  o “monte de cidades abandonadas no mundo” sem ninguem para ocupa-las?

      A região central  de Londres conhecida como DOCKLANDS, asntigas docas do tempo que Londres tinha porto, ficou abandonada por 100 anos, um audacioso projeto de reurbanização foi executado com um modelo publico privado, hoje essa região tem o mais alto preço de aluguel de escritorios de Londres e há fila de interessados para alugar.

  7. “Polícia atirando em tudo que

    “Polícia atirando em tudo que se movesse”. Fato. Presenciei isso com alguns colegas no prédio onde trabalho, que fica nas proximidades. Atiravam à esmo, com bombas atingindo alguns prédios. A polícia está bem despreparada, inegável. Não é para menos que os índices de violência em São Paulo são altos.

  8. Claro, a policia sempre é culpada…em SP
    Claro, a policia de alckmin…curiosamente quando a policia de brasilia recuperou terreno também por ordem judicial, aonde desceram o porrete e teve gente que ficou cega com bala de borracha, não vi postagens falando da policia de Agnelo Queiroz…mas va lá…

    A policia, me parece recebeu ordem judicial para reintegração de posse e ordenando que o dono do imóvel fornecesse transporte para os bens daquelas pessoas. Ordem judicial se cumpre, cabendo discuti-las na esfera apropriada, e os comentaristas criticos não aceitariam que a policia não cumprisse a ordem judicial se o imovel invadido fosse seu.

    O teor do texto, a mim deixa claro, que os invasores se prepararam para o confronto juntando material para atirar nos policiais e como a própria policia já disse, teve aproveitadores (não os invasores) que puseram fogo em onibus e depredaram lojas.

    Obviamente, a polciia deveria ir completamente desarmada, talvez com sua banda de musica e cadetes distribuindo flores, quem sabe os invasores ficariam comovidos e cumpririam a ordem de sair do imóvel e os marginais que se aproveitaram cairiam em prantos emocionados com a musica e não depredariam nada. Talvez fosse o caso da policia ir até sem uniforme, talvez com roupa esportiva e ajudar na mudança.

    Um idiota atirou uma pedra no palacio presidencial e recebeu um tiro na perna. Decisao acertada, porque ali envolvia o risco de vida da presidente. Aqui a policia é recebida a pedradas mas ai dela se revidar…ai a malvada e assassina policia tucana…

    E não se trata de defender truculência, mas salvo se a pessoa sofre das faculdades mentais, se ela atira uma pedra em um policial ela está consciente de que está comentendo um crime, qual deveria ser a tática da policia?

    Quanto a haver crianças e idosos, obviamente que haviam, pois se tratam de familias e não de um nucleo terrorista e justamente por isso, assim entendo, caberia às familias reconhecer que precisavam obedecer a ordem de saida do imovel invadido.

    Por fim, fica a pergunta: se o local está vazio e abandonado a 10 anos, qual a situação fiscal do imóvel? Pergunto, porque a prefeitura dado o local estar abandonado já poderia ter desapropriado para fins de moradia popular. Qual foi a ação da prefeitura neste caso? – Porque se é certo que o dono tem seus direitos, também é certo que toda e qualquer propriedade precisa ter algum fim social e não pode ficar ali desocupado ou sem atividade produtiva, apenas esperando valorização de terreno.

  9. ..inocentes uteis para alguem……não para o povo

     

    Frente de Luta por Moradia tem apoio do PT e quer subsídio de contas

    Rafael Italiani – O Estado de S. Paulo

    17 Setembro 2014 | 03h 00

    Movimento defende ocupação de prédios subutilizados no centro e alega infraestrutura que não existe na periferia

    SÃO PAULO – Sem líderes internos e com apoio de petistas ligados aos direitos humanos, o coletivo Frente de Luta por Moradia (FLM) é uma das principais organizações de ocupação da região central de São Paulo. Formado em meados de 2003, o grupo ocupa pelo menos 13 locais na cidade, entre prédios e terrenos nas periferias das capital.

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    No PT, a entidade tem ligações com o deputado estadual Adriano Diogo, com quem mantém o diálogo por meio da Central de Movimentos Populares (CMP) e do deputado federal Renato Simões, ex-secretário nacional de Movimentos Populares da legenda e atualmente membro da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

     

    “Esses imóveis (ocupados) não cumprem função social. Parte deles é objeto de grande disputas judiciais, tem dívidas com o poder público ou foi fechado porque não traz vantagens econômicas para o proprietário”, explicou Simões. “Quando se condena os pobres a morar a 30 quilômetros do centro, estimula-se o caos urbano”, disse o deputado.

    Nelson Almeira/AFPRepresentantes da FLM estiveram presentes nos protestos desta terça

    Para os integrantes do coletivo, aderir à FLM é uma opção por falta de moradia e ao mesmo tempo acesso à infraestrutura. “É um coletivo que causa impacto muito grande na vida das famílias sem moradia”, explicou Silmara Congo, uma das representantes da FLM.

     

    O grupo defende que o poder público destine “o máximo” de recursos possíveis para programas habitacionais para famílias com rendas de até 3 salários mínimos. A FLM também luta para que os impostos, as taxas e as contas de luz, água e telefone sejam subsidiados para “assegurar o acesso das famílias a esses bens”. 

    O grupo promove ocupações em prédios públicos e privados subutilizados pelos proprietários em regiões movimentadas e com infraestrutura como o centro de São Paulo. “As famílias moram no centro, trabalham, estudam e têm vida nesta região que tem equipamentos que áreas isoladas não têm.”

  10. Era decisão judicial a ser

    Era decisão judicial a ser cumprida e todos sabiam disso. Não haveria mais negociação. Logo, quem forçou a barra foram os invasores, por mais argumentos que tivessem.

  11. Tocando em Frente

    Lembrei daquele artigo hariovaldiano de Antonio Prata para o Haddad. Eh exatamente o perfil do Alckmin, sua equipe, seus eleitores. Claro que vai ser reeleito, quanto mais uma sociedade emburrece e se embrutece mais ela pede a exclusão dos que ela considera estorvo, problema, diferente.

    Parece ser tão facil para alguns ai jogar na rua uma familia, não é ? Acham sempre algo para justificar um ato tão violento. Mas se meu filho passasse fome eu não hesitaria em entrar em qualquer supermercado e roubar o leite, assim como defenderia com todas as minhas forças nosso lar, qualquer que fosse ele. 

  12. Em 1978, quando cheguei em

    Em 1978, quando cheguei em São Paulo, vindo Rio, este prédio já estava pronto e fechado.   Tivessemos executivo, legislativo e judiciário sérios  o desfecho seria outro. Como esse existem dezenas de prédios fechados no Centro da Capital. A espera de quê?

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