MPF-RJ inaugura Memorial com exposição de Justiça de Transição e crimes da Ditadura

A partir do dia 19, a exposição “Justiça de Transição Não é Transação: a brutalidade e o jardim” será aberta ao público

Arte: Comunicação / MPF

O Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro inaugura, no dia 18 de outubro, às 14h30, o “Memorial MPF/RJ – Nossa História em Movimento”, com a exposição “Justiça de Transição Não é Transação: a brutalidade e o jardim”, com curadoria de Fabiana Schneider, Mirtes Martins de Oliveira, Luísa Paraguai e Helena Barbour.

O público poderá ver a exposição a partir do dia 19 de outubro, das 12h às 17h, na sede do MPF-RJ, com obras de arte produzidas durante o período do regime militar e outras recentes, que refletem a temática, além de vídeos com depoimentos de artistas e membros do MPF.

A proposta é expor o contexto de repressão e crimes praticados pelo regime militar, numa época em que direitos e liberdades foram duramente cerceados. O visitante terá a oportunidade de conhecer importantes obras de arte que buscam reflexões sobre graves violações a direitos humanos, além de conhecer o trabalho do MPF na busca pela reparação e pela punição dos agentes do regime responsáveis por tais violações. Esse trabalho do MPF, conhecido como Justiça de Transição, é um conjunto de medidas – judiciais ou não – adotadas para enfrentar um passado de ditadura.

“Brutalidade jardim” é uma expressão usada por Oswald de Andrade, no livro “Memórias Sentimentais de João Miramar”. Ela foi retomada pelo poeta Torquato Neto, na Tropicália, com o poema ‘Geleia Geral’, musicado por Gilberto Gil. Os últimos quatro versos são: ‘Alguém que chora por mim / Um carnaval de verdade / Hospitaleira verdade / Brutalidade jardim’. O País viveu a escravidão durante 350 anos e a ditadura militar, de 1964 a 1985, mas a brutalidade contra minorias, a crescente desigualdade social e as frequentes violações de direitos humanos por agentes públicos continuam fazendo parte da realidade atual.

A procuradora da República Fabiana Schneider, curadora do Memorial e uma das curadoras da mostra, explica que a exposição traz um tema bastante oportuno e ressalta sua importância nos dias atuais. “As presentes gerações não viveram uma ditadura militar e a distância temporal pode apagar memórias pouco consolidadas. É por isso que esse triste período da história do Brasil precisa ser lembrado, discutido e escancarado para que nunca mais fatos como esses voltem a acontecer”, resume.

Artistas – A ideia do Memorial da Procuradoria da República no Rio de Janeiro (PR/RJ) é usar a estética das artes para abordar temas de atuação destacada do Ministério Público Federal. E para falar da atuação do MPF nessa temática, a curadoria tem a honra de contar com obras de grandes artistas, como Cildo Meireles, Claudia Andujar, Denilson Baniwa, Panmela Castro, Ciro Fernandes, Letícia Parente, Giselle Beiguelman, Marisa Silva e os fotógrafos Otávio Magalhães e Evandro Teixeira. Além disso, serão apresentados relatos inéditos dados por integrantes do MPF, do Judiciário e da Comissão Nacional da Verdade sobre Justiça de Transição e artistas como Cildo Meireles e Antônio Manuel. Na mostra, o público encontrará muita informação sobre o que realmente aconteceu durante a ditadura militar.

Serviço:

Exposição: Justiça de Transição Não é Transação: a brutalidade e o jardim
Memorial do MPF – Rio de Janeiro – Nossa História em Movimento.

Curadoria: Fabiana Schneider, Mirtes Marins de Oliveira e Luísa Paraguai
Curadora adjunta: Helena Barbour

Expografia: Stefânia Paiva e Gaya Lamin

Inauguração para convidados e imprensa
Dia 18/10/23, das 14h30 às 17h

Aberto ao público: 19/10 a 31/03/24
Horário: 12h às 17h

Endereço: Avenida Nilo Peçanha, 31/ 6º andar Centro – Rio de Janeiro
Para grupo de dez pessoas ou mais, o agendamento com visita guiada pode ser feito pelo e-mail [email protected].

Redação

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