Nascido em 18 de agosto. Lourenço Camelo de Mesquita, presente!

Seu assassinato foi mais um que a ditadura tentou disfarçar como suicídio. O pretenso suicídio de Lourenço foi o 41º alegado pelos órgãos da repressão, o 20º enforcamento, o 11º sem vão livre.

Era neste cenário que Lourenço trabalhava e militava. Ele vivia com sua companheira Dalva e dois filhos em Duque de Caxias/ RJ.

do Movimento Vozes do Silêncio

Nascido em 18 de agosto. Lourenço Camelo de Mesquita, presente!

Um cearense com apelido de China, motorista de táxi e comunista veterano, ou seja, uma pessoa bem incomum. Segundo seus amigos, era muito trabalhador, excelente pai de família e apaixonado pelo Brasil. Vivia tentando conscientizar politicamente seus companheiros motoristas.

Ao participar de uma greve de condutores em 1977, em Duque de Caxias-RJ, acabou sendo preso e morto em dependências policiais.

Seu assassinato foi mais um que a ditadura tentou disfarçar como suicídio. O pretenso suicídio de Lourenço foi o 41º alegado pelos órgãos da repressão, o 20º enforcamento, o 11º sem vão livre. Lourenço foi mais um pai de família brutalmente assassinado apenas porque pensava diferente daqueles que estávam no poder.

Vigília pelas Vítimas de Violência do Estado

Conhece alguma vítima de violência do Estado (morta, desaparecida, presa ilegalmente, torturada) que faz aniversário hoje?  A página do evento Ato Vigília pelas Vítimas de Violência do Estado recebe relatos de quem quiser se fazer ouvir. Estas histórias precisam ser contadas, não podem ser silenciadas, e a ajuda de todos fará com que se amplifiquem.

30 de agosto é o dia escolhido pela ONU (Organização das Nações Unidas) para representar as vítimas de desaparecimento forçado, ou seja, aquelas que desapareceram após serem presas ou retidas ilegalmente por forças de segurança.

No Brasil, agosto é também o mês que simboliza a luta pela anistia política. A Lei de Anistia é de 29 de agosto de 1979, vai completar 40 anos. Temos aí 40 anos de luta por uma anistia política dada de maneira restrita, parcial, inconclusa e ainda aplicada às avessas.

Leia também:  – Pai, a gente é de direita ou de esquerda?, por Eugenia Gonzaga

O ato será uma grande vigília para lembrar daqueles que foram brutalmente tirados do convívio de suas famílias, por meio de fotos e de suas histórias, e dar voz a quem teve que se manter em silêncio por tantos anos para sobreviver à perda e à injustiça.

Vá ao Ato! Conte essas histórias! E leve flores. Carregue-as como símbolo de uma cultura de amor e de muitas lutas memoráveis pela democracia.

Flores também são vozes do silêncio.

Para que não se esqueça, para que nunca mais se repita!

Conte sua história aqui.

Redação

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