A ciranda do dólar

Coluna Econômica – 17/04/2007

Aparentemente vai-se chegando à paz dos cemitérios na questão cambial. Há no ar o conformismo com a situação, a certeza de que nada será feito no curto prazo para reverter esse câmbio. E que a situação internacional é suficientemente favorável para dar que se mantenha por anos essa loucura, antes que venha a próxima crise nas contas externas.

Enquanto isto, o país curte as viagens internacionais mais baratas. E as empresas que estiverem sendo destroçadas pela competição externa, basta seguir a receita dada por uma revista semanal: tornem-se importadores de produtos chineses.

Fantástico! Queimam-se empregos, queima-se a vida de milhares de empresas, mata-se a oportunidade de empresas inovadoras se tornarem grandes companhias em troca da manutenção desse dólar, que beneficia grupos muito específicos.

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Um dos grupos beneficiados são aquelas empresas que querem vender ativos para investidores externos – que calculam seus ganhos em dólares.

Suponha uma empresa que tenha lucro de R$ 10 milhões por ano, em um setor em que a taxa de rentabilidade esperada seja e 15% ao ano.

Com o dólar a R$ 2,50, essa empresa valerá, em dólares, US$ 20 milhões. Se o dólar cair para R$ 2,00, passará a valer US$ 25 milhões. Portanto a apreciação do real equivale à apreciação de todos os ativos que possam estar na mira dos investidores externos.

Por aí, o interesse na apreciação cambial vem da parte das empresas que querem abrir capital (e aproveitar o momento), dos bancos de investimento (que lucram com a abertura de capital) e dos especuladores que esperam a valorização das suas ações para despejar para os investidores externos.

***

Outro exemplo?

Suponha um investidor que tomou um financiamento em dólares a 10% ao ano por quatro anos com o câmbio a R$ 2,40. No vencimento, se o câmbio estiver a R$ 1,90, o custo do financiamento (em reais) será equivalente a apenas 3,8% ao ano. Mesmo com o câmbio a R$ 2,20, o custo anual será de meros 7,6% ao ano. Ou seja, ele já tem acesso a juros favoráveis no financiamento externo. Com a apreciação cambial, o custo fica menor ainda porque, o a valorização do real, serão necessários menos reais para pagar o empréstimo em dólares.

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]
É pouco? Vamos a outra conta. O sujeito toma o financiamento de US$ 10 milhões, com o dólar a R$ 2,40 e a taxa a 10% ao ano, em dólares, por prazo de quatro anos. Suponha que aplique essa quantia a uma taxa Selic de respectivamente 20%, 17%, 15% e 12% ao ano. No vencimento, caso o dólar esteja a R$ 1,90, seu lucro será de US$ 8,2 milhões.

A rentabilidade foi infinita porque, no exemplo, apontado, ele não precisou usar seu capital: meramente pegou dinheiro emprestado, aplicou em títulos do governo e, com os juros internos e a apreciação cambial, quitou o financiamento e ainda ficou com US$ 8,2 milhões no bolso.

***

Quem perde é o conjunto das empresas e dos trabalhadores. Cada vez que a empresa ou investidor traz dólares de fora, esses dólares são convertidos em reais. O excesso de dólares provoca apreciação do câmbio, sufocando a produção interna. Para tirar o excesso de reais da economia, o Banco Central emite títulos, pressionando ainda mais a dívida pública.

Para incluir na lista Coluna Econômica

Luis Nassif

50 Comentários

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  1. Romanelli, se você acha que
    Romanelli, se você acha que um emprego em importador vale o mesmo que um emprego no setor de produção, fica difícil discutir. Se não consegue distinguir o poder mutliplicador de um emprego na produção (que se reflete na cadeia de fornecedores toda) e um na importação, só posso entender que é por prazer de discutir. Não pode ser por outra coisa, partindo de uma pessoa tão bem informada.

  2. O real está valorizado, todos
    O real está valorizado, todos concordam.
    Os fatores que levam a valorização são:
    1 – Enorme superávit comercial e;
    2 – Maciça entrada de capitais para ganhos de arbitragem da taxa de juros;
    os fatores que geram superávit e entrada de dólares para especulação são:
    1 – A maior taxa de juros real do planeta e;
    2 – No caso do superávit comercial a insana política de subsídios a exportação, que cria um setor de primeira linha (os exportadores) e de segunda linha (os que produzem para o mercado interno).
    O dólar só terá uma taxa equilibrada quando resolvermos estes dois entraves.
    Infelizmente muitos dos que reclamam da taxa de câmbio, também estão fazendo lobby para o setor exportador, e não querem ouvir falar em fim das isenções de impostos de exportação.

  3. Que maravilha.Aos poucos
    Que maravilha.Aos poucos ,vejo que você já começa a ter uma visão mais positiva do câmbio apreciado.Falta enfocarmos mais na modernização da industria brasileira aproveitando esta maré de dólar depreciado e TJLP baixa.

  4. Essa acomodação em torno da
    Essa acomodação em torno da realidade de juros e câmbio já estava prevista. Desde o fim do ano passado acompanho seus artigos sobre o tema, e nos poucos comentários que postei já alertava que essa situação não iria se reverter.

    Lula se reelegeu basicamente porque, para as classes menos favorecidas, existia (e ainda existe) a percepção de melhoria da situação econômica (seja pelo bolsa-família, seja pela recuperação da renda média, seja pelo crédito consignado etc…).

    Olhe para a última pesquisa: Mais de 63% aprova o governo Lula.

    Não é preciso ser um gênio para concluir que seu interesse é manter tudo como está.

    E se o Brasil crescer proximo de 4%, com inflação controlada, desemprego em queda, renda melhorando, investimentos em expanção, risco país lá em baixo, crédito mais fácil e juros em queda….. quem vai contestar esses números???

    Que analista não vai aderir???

  5. Dólar alto, claro. É o que
    Dólar alto, claro. É o que gera aumento da produção interna, emprego, lucros na produção e aumento virtuoso da arrecadação.

  6. Caro Romanelli, boas.

    Vim
    Caro Romanelli, boas.

    Vim apenas pedir um favor: revise seus escritos se não não conseguiremos entender, fica ruim.

    E quem for homem, que cuspa na minha mão.

    Até

  7. Desculpe Nassif, mas acho que
    Desculpe Nassif, mas acho que não é vontade de discutir por discutir não e sim o de tentar ESGOTAR e esmiuçar o assunto e não ficar só em generalidades. OLHA o que eu disse, no COMPLETO:

    “Quais empregos perdidos em exportadoras que não são compensados por importadoras e pelo comércio de produtos chineses, pela baixa inflação e maior concorrencia, MAIOR poder de compra? ”

    e olha o que me respondeu:

    “se você acha que um emprego em importador vale o mesmo que um emprego no setor de produção, fica difícil discutir”

    eu acho?

    Eu falo de um CONJUNTO de fatores e voce escolhe 1 deles. Assim como acho que a tal “industria” perdedora, enquanto não tirada a limpo, não passará de 2 ou 3 setores face a outros 2 ou 3 que ganham neste cenário complexo de AVIÕES, soja e petroleo

    Vou te dizer novamente, acho que temos que analisar setor por setor, caso por caso, Há setores que demandam US$100, US$ 200 milhões de investimentos e não geram um NADICA de emprego ou tecnologia, ao contrario, fazem-nos comprar e contratar tudo de lá, nos escravizam por por ex, recursos naturais, então, volto a dizer, não dá pra falar de cambio no atacado, no genérico

    NÃO com o país tendo US$ 110bi de reservas, gerando US$ 40bi de superavit comercial ano, livre de crises de CP, sem o FMI no cangote, recordista de EXPORTAçÂO e aumentando sua integração com demais nações, COMO NUNCA antes

    EVIDENTE que uma crise uma hora ou outra virá, evidente tb que falarmos do CUSTO destas reservas, do juros alto etc tb é util mas, mas temos que descer mais, senão vai parecer cliches político

  8. Luis,
    1) Você conta a
    Luis,
    1) Você conta a história do Matrix em seu livro?
    2) Era cliente e amigo de um diretor de um banco que teve que ser vendido (os donos eram experts do mercado, apostaram contra e perderam). Estas apostas que colocam em risco os ativos dos clientes é que devem ser combatidas. Perdem os clientes ou os contribuintes (quando os bancos alegam risco sistêmico).
    3) A previsibilidade de desvalorização do dólar fez o Bacen recomprar todos os títulos do TN corrigidos por VC, absorvendo o prejuizo e por tabela jogando para os contribuintes (vendeu com o dólar na baixa, comprou na alta, antes da desvalorização).

  9. Um conjunto de medidas, da
    Um conjunto de medidas, da redução dos juros, da introdução de mecanismos que dificultem a arbitragem entre taxas até eventuais taxas para a constituição de fundos sobre exportações de primários, que revertam para o setor mas que esterelizem temporariamente os dólares.

  10. É TRISTE, MAS É VERDADE. POR
    É TRISTE, MAS É VERDADE. POR MAIS QUE EU ME ESFORÇE NÃO CONSIGO ENTENDER QUE O ESTADO BRASILEIRO, DO ALTO DE SUA EXCELÊNCIA, COM A MAIOR E MAIS BEM PAGA BURRROCRACIA DO MUNDO, NÃO PERCEBA QUE O MODÊLO ESGOTOU, E ESGOTOU JA NO FINAL DO GOVERNO FHC.
    EU SÓ CONSIGO PENSAR(E NÃO PRECISA COMENTAR) QUE ISTO, MANTIDO DO JEITO QUE ESTA, É UM GRANDE NEGÓCIO PARA UNS POUCOS(BANCOS, GOVERNO, E O POVÃO).
    ESQUECEM, “OU NÃO”, QUE É PRECISO QUE A VAQUINHA FIQUE FORTE PARA PODER CONTINUAR A DAR O LEITE.
    EM FUNÇÃO DE GANHOS, MARGINAIS, IMEDIATOS, E COM CERTEZA NÃO PERMANENTES, SACRIFICA-SE TODA UMA VIDA, ASPIRAÇÕES, E EMPREENDEDORISMO, DE UMA CLASSE DE “HERÓIS” CHAMADOS DE EMPRESÁRIOS.
    NÃO VALE A PENA INVESTIR EM QUALQUER NEGÓCIO QUE NÃO SEJA ESPECULAÇÃO FINANCEIRA.
    SERÁ QUE TEM ALGUM NEGÓCIO AÍ?(VEJA A TROCA DA DÍVIDA EXTERNA POR DÍVIDA INTERNA, FOI O MELHOR NEGÓCIO DOS ÚLTIMOS 20 ANOS E PARA UNS POUCOS DE SEMPRE).
    ESTOU QUASE JOGANDO A TOALHA, ESTOU DESANIMADO.

  11. Lí hoje,um comentário
    Lí hoje,um comentário seu,sobre uma provável e desejada mudança nos rumos da condução da política cambial,com a substituição de alguns membros considerados “arcáicos” pelo comentarista,por ” novas cabeças”, que já estariam alterando a forma de intervenção no mercado de cambio,não mais sinalizando antecipadamente os passos que dariam,e dando aos críticos da atual política,uma leve esperança de salvação,é isto,Nassif? Tambem compartilho das suas críticas,embora não seja tão radical,nas mesmas,pois não acredito que com o maciço ingresso de dólares no país, estejam sendo usados apenas na especulação financeira.A mudança do nosso grau de confiabilidade de país com certo risco,para país com quase nenhum risco,crédito dado pelas agencias de análise de riscos,e seguida pelos investidores internacionais,trazem com certeza,seu capital,para investimentos a longo prazo,agora em especial,que vislumbram esta nova empreitada do Brasil,na produção do biodíesel.

  12. É como vc disse sigam os
    É como vc disse sigam os conselhos da Veja.
    O revistinha, parece que tá cada vez pior.
    É o semanario instituciona da Febraban.

    Abs,

  13. Luis, acho muito saudável
    Luis, acho muito saudável falar sobre dólar alto ser melhor que o dólar baixo, porém, enquanto houver jogo de cartas marcadas, tanto um quanto outro pode nos levar à crises.
    Já vimos o filme do dólar apreciado vivendo em hiperinflação.
    Já vimos o filme do confisco (collor) com cartas marcadas, onde só o povo perdeu.
    Cabeças de Planilhas deveriam é ir para a cadeia.
    Esse é o ponto, ficam ricos e nada vai acontecer.
    Tenha certeza, quando esse jogo mudar, alguém vai ficar mais rico ainda. E nós, é claro, vamos pagar…

  14. Nesta história do dolar,
    Nesta história do dolar, tenho visto só a opinião dos defensores de ativos em dolar e dos fazedores de head. Gostaria de saber como ficam as produtividades, a importação de bens de capital para ganhos em tecnologias e eficiência, os baixos salários brasileiros, bens primários abundantes, afinal a competividade.
    Depois de todo o progresso continuaremos sempre a ganhar só quando o dolar for favorável, ou algum dia competiremos ? O brasileiro se acostumou a fazer contas com a ponta grossa do lápis: lucro fácil ?

  15. já comentei aqui mesmo outro
    já comentei aqui mesmo outro dia desta invasão chinesa,a pelo menos 10 anos ouço falar nisto como dise outro dia minha cidade era conheçida como polo indunstrial,hoje as empresas e comerçios estão a mingua disso eu endendo pq trabalhei 15 anos no comerçio e vi como a entrada destes produtos em escesso prejudicam os empregos aqui.quando se importa uma calça tira-se o emprego de varios setores a começar por quem fabrica o tecido até a embalagem que é usada,estamos ajudando no crescimento chines a varios anos,enquanto nós nos comformamos com este (Pibinho).

  16. WIlson, é por isso que o
    WIlson, é por isso que o fator imprevisibilidade é fundamental. No exemplo, estou falando de alguns anos de câmbio completamente previsível.

  17. Os problemas foram apontados.
    Os problemas foram apontados. Mas o difícil é encontrar uma solução. O BC compra dólares, as reservas aumentam, o risco-país cai e os investimentos aumentam. Como sair da ciranda?

  18. Pois é. Passamos 50 anos
    Pois é. Passamos 50 anos reivindicando uma moeda livre. Sonhavamos com esse dia, tanta era a insistência dos ecomistas e políticos. Ganhavam os especuladores, agiotas, doleiros, e a elite e latifundiários incompetentes. Ganhavam mais com especulação de que com produção. Não se modernizava, não tinham competitividade, produziam pouco. Os ricos ganhavam o único perdedor era o povão. Hoje, apesar do dólar barato as exportações so sobem, o superavit idem. Isso derruba quase por completo a teoria dos defensores de uma moeda fraca. A setores falindo, é verdade. E daí? Daí que sempre quem perdia era o pobre e agora como a crise atinge os ricos, querem mudanças. Que se danem os ricos. O pobre pode até não ter emprego em alguns setores, mais em outros sobram empregos. O pobre tem muito mais conforto hoje de que a 5 anos. Come barto, compra barato. Muitos viajam como nuca. Outros , sem emprego aqui, com o dólar barato foram para europa e ficam num vai e vem, investem o que ganham aqui. O mundo ficou pequeno. Tanto faz trabalhar na China, na Espanha, em Portugal, em Londres etc. Antes, quando a moeda só se preocupava com os ricos o pobre não conseguia nem se mandar daqui. Além do mais, o dólar cai em todo o mundo, e essa política de moeda forte durou desde 1950, e não deu em nada. Veja o país que legamos. Por isso , deixem o homem trabalhar, o pobre nunca esteve tão bem, que se dane os ricos. Se não tiver emprego aqui vamos para o mundo, a passagem tá barata. Mas não é isso que está acontecendo, todos os indíces mostram o contrário. Conformem-se, esse governo é dos pobres. É bom pegar seus dólares do tempo de ganho fácil, vida fácil, e passar para a frente. Chega de vc ganhar sem trabalhar. Fui

  19. Otomar, quem aumentou dem 40%
    Otomar, quem aumentou dem 40% a produtividade nos últimos anos, seria um recorde para qualquer país do mundo, seria suficiente para tornar essa empresa uma campeã. Aqui, serviu apenas para compensar a apreciação do real.

  20. Ruben, trocar emprego
    Ruben, trocar emprego industrial por renda é processo auto-sustentável, ainda mais quando o aumento de consumo é suprido por importações? Vide Argentina de Cavallo, Brasil de Gustavo, Argentina de Martinz de Hoz, Brasil do Cruzado.

  21. No mapa do Poder caberia ao
    No mapa do Poder caberia ao ministro da produção que é o Ministro do Desenvolvimento Economico defender a economia não financeira, aquela que gera riqueza e empregos. Deslumbrado com a elevação ao cargo para qual desconhecem-se afinidades, uma vez que foi nos ultimos 25 anos um competente profissional de relações públicas, o novo titular apressou-se em defender a visão financista do Banco Central, deixando orfã a produção nacional que teòricamente lhe caberia defender. Harmonia da equipe governamental? Não tem precedente. Nas grandes economias o normal é a tensão
    eficiente entre polos diferentes de ação do Governo. É normal e aceitável que o Ministro de uma pasta lute pelos interesses administrados por essa pasta no contraponto com seus colegas que veem o mesmo problema de outro ângulo. Nos EUA, para sempre citar o exemplo-mor da equipe economica, a tensão entre o Fed e a Secretaria do Tesouro é permanente, bem como do Tesouro com as pastas gastadoras, do Pentagono com o Departamento de Estado, deste com o Conselho Nacional de Segurança, de todos com a Casa Branca. Se todos pensarem exatamente igual, numa grande empresa ou em um Governo, mega erros serão cometidos pela falta do imprescindível contraponto no diagnóstico e formulação.
    Esse novo Ministro começou mal e atabalhoadamente, defendendo a supervalorização do Real sem ver os danos que essa situação causa à economia produtiva que lhe cabe defender. Para completar, indica ao BNDES um cabeça-de-planilha, homem de tesouraria de banco estrangeiro, uma aberração contra a qual já reagem os quadros técnicos da Instituição. Como diz um velho ditado, dê poder a um simpático boa praça e ai verá realmente a exata dimensão do homem, É muita mediocridade em pouco tempo, o Brasil está realmente sem sorte.

  22. Gosto muito dos artigos de
    Gosto muito dos artigos de LN. , sempre acima da mediocridade que infesta nossos ´economistas´. Mas falta, p.ex. mostrar a relação do crescimento das títulos da dívida pública emitidos para cobrir a compra dos dólares pelo BC, ou do crescimento das emissões de papel moeda, no qual ninguém fala. Quanto emitiu o Tesouro e a Casa da Moeda no Governo Lula? Quanto cresceu a dívida real? Qual foi a expansão dos meios de pagamento, com tickets refeição, vale transporte. passes de metrô, cartões das bolsas e outras ´moedas nacionais´ paralelas ?
    Quanto desvalorizou o Real frente ao Euro ? O dolar já era. Com a guerra no Iraque o dolar já caiu mais de 30% e vai continuar caindo. Os Investidores, há muito, já fazem suas contas em euros.
    Como o Governo aplica o ´saldo´ de mais de 100 milhões de dólares (menos de 70 milhões de euros) ?
    Será mais um ´câmbio português´?
    Nossos ecônomos não explicam.
    Dá uma ótima série de artigos, estimado Nacif.

  23. Bem vindo a Sodoma e
    Bem vindo a Sodoma e Gomorra
    Aqui jazz sua bela cidade
    Você é prisioneiro na masmorra
    Dos avatares da mediocridade

    “Há uma grande pressão dos empresários exportadores por uma desvalorização. Isso certamente coincide com o interesse nacional, pois o câmbio valorizado induz à perda de empregos domésticos e expõe a vulnerabilidade externa. Contudo, quando se trata de apontar as causas do câmbio ultra-valorizado, a pressão empresarial por uma mudança começa a se arrefecer. Todos que têm um razoável nível de informação sabem, hoje, que a causa do câmbio valorizado são os juros altos. Contudo, juros altos significam maiores ganhos financeiros no over. As receitas dos empresários, mesmo fora do sistema financeiro, são valorizadas diariamente por aplicações no over, enquanto sua despesa salarial é fixa, ou com aumento lento. Isso lhes garante uma margem de lucro adicional e crescente sobre suas receitas operacionais. Assim, não é só o empresário financeiro, como regra geral, que não está disposto a brigar pela queda dos juros; uma boa parte do empresariado industrial e comercial também não está.”

    O jogo duplo dos empresários
    J. Carlos de Assis

  24. Nassif fugindo um pouco do
    Nassif fugindo um pouco do foco do tema, tenho mantido contato com alguns empresários e verificado que em alguns setores da industria há uma pressão de demanda bem violenta, principalmente em insumos, matérias primas e bens de capital.Voce já constatou isso? Qual será o comportamento do Bacen? Vai deixar rolar ou vai abortar alegando risco de repique inflacionário? Façam suas apostas.

  25. É uma cachaça. Vinho francês
    É uma cachaça. Vinho francês por 17 reais. Bugigangas chinesas a preço de banana. Todos se esbaldam. Resta saber quem vai limpar o vômito.

  26. Nassif,
    não há segredo: a
    Nassif,
    não há segredo: a economia brasileira ( e da américa latina em geral) sempre andou de acordo com o ciclos das commodities. Olhando o índice CRB (em valores de USD corrente): de 1977 a 1980 ele vai de 186 pontos para 330, depois cai para 227 em 82, sobe para 273 em 84, cai para 201 em 86, sobe para 264 em 88, cai para 201 até 92, sobe para 259 em 1996, cai para 191 em 99, sobe um pouco para 230 em 2000, volta a cair com a recessão americana e 9/11 para 188 em 2002. Hoje está 406(!!!) e subindo. Temos algo fenomenal acotecendo no mundo (os emergentes de fato emergindo) e não se pode ignorar isto na condução de política econômica. Prudência é o nome do jogo: acumule o máximo de reservas que conseguir e surfe na onda. O Brasil nunca teve um problema estrutural de balança comercial: sempre realizou, na média, grandes superávits e sempre teve, na média, déficits em conta corrente: sempre viveu de pagar juros e dividendo. É a nossa chance de superar isso. Qto tempo ainda dura a festa? Só Deus sabe, mas ficar pensando que o desastre está próximo, além de contra-producente, não nos leva a lugar algum. O câmbio brasileiro, e em última instância a estrutura produtiva brasileira, vai ser determinada pelo preço relativo das commodities com o resto dos bens. É inevitável! Valorização COM LASTRO nunca é um jogo de perda: muito pelo contrário. Nossa divergência está justamente sobra a natureza cíclica ou não deste movimento das commodities. Eu, vendo o boom de investimento em infra-estrutura na ásia emergente e na américa latina, não consigo ver as commodities parando nestes patamares: vao continuar se apreciando junto com a apreciação das moedas emergentes. Estou preocupado com os empregos da indústria intensiva em mão-de-obra? De forma alguma’, desde que BCB dê-me um juro nominal de um dígito!
    Ruben

  27. Otomar: Dito por você: “para
    Otomar: Dito por você: “para as empresas não quebrarem, basta aumentarem a produtividade.
    ninguem pode querer se sustentar no mercado mundial, com 100% de vantagens sobre outrem, isto é, para ser justo o dólar deveria ser 1,50 para 1,0. no máximo!.”
    Você descobriu a américa! Basta as empresas aumentarem a produtividade. Ótimo! Puxa, temos a solução. Mas não se esqueça de passar como, por exemplo, para aqueles incompetentes empresários do setor calçadista e textil. E por falar em justiça, não se esqueça também de avisar a China para fazer o mesmo em relação a moeda deles x dólar, a Ue e os Estados Unidos para acabarem com os subsídios,e o que mais…ahh..o nosso governo, para colocar os impostos no mesmo nível dos concorrentes também, entre outras coisas, só para ficar um pouquinho mais fácil. Em que mundo você vive..? Comércio é guerra, não te avisaram..? Você prefere pobres aqui ou lá na china..?

  28. Nassif…resolvi ajudar o
    Nassif…resolvi ajudar o país na questão do valorização do real. Vou operar vendido em dólar na BMF. Você vai ver, não tem erro. Ele sobe rapidinho, rapidinho.

  29. Nassif,

    Parabens pelo blog.
    Nassif,

    Parabens pelo blog. Excelente.
    Li num dos comentarios abaixo alguem falar sobre a exportacoes de avioes pelo brasil. Lembrei que um amigo uma vez me disse que os componentes importados (sistemas eletronicos, etc) utilizados na fabricacao dos avioes da Embraer custam quase que o preco total de producao. Ao exportarmos os avioes estariamos praticamente readquirindo os dolares utilizados na aquisicao dos tais componentes acrescidos dos devidos custos de “montagem”, projeto, etc, estes cotados em reais.

    Voce conhece um pouco mais a respeito da realidade da Embraer?
    O quanto dos avioes e tecnologia brasileira? Ha pouco espaco na midia que divulgue as qualidades e a realidade de nossas grandes empresas e suas realizacoes.

    Abracos.

  30. Desindustrialização é a
    Desindustrialização é a última coisa que um país subdesenvolvido como o Brasil pode desejar.
    Permitir o real valorizado desta maneira é implementar uma política de terra arrasada.
    Assistir o Brasil colocar a corda no próprio pescoço é uma lástima.

  31. Caro jornalista, na opção
    Caro jornalista, na opção “empresas que querem vender seus ativos para investidores externos” encaixa-se, perfeitamente, o Grupo Abril, que edita a revista Veja, não é mesmo? Aliás, sobre este assunto, a TV Bandeirantes noticiou o seguinte: como existe limitação constitucional para participação de grupos estrangeiros em empresas de comunicação, além da empresa sul-africana que está comprando ações do Grupo Abril, figuraria também como compradora uma empresa brasileira. Ocorre que esta só existiria no papel e no seu suposto endereço funcionaria um escritório de advocacia. Estaria comprando participação equivalente a, aproximadamente, 170 milhões de dólares, valor centenas de vezes superior ao seu capital social.É vinculada a tal empresa sul-africana e sua função no negócio seria apenas permitir driblar a limitação constitucional.

  32. Todos falam da implosão da
    Todos falam da implosão da indústria de vestuário como se fosse novidade… o setor esta em recessão faz 15 anos. É bom relembrar um pouco da história dele. A primeira crise surge na combinação do câmbio valorizado dos 1995-1996 e da crise asiática, que destruiu a renda brasileira (os salários reais hoje são mera fração do que eram em 1997). O setor encolhe 10%. Com o desastre em 2002-2003, que encolheu a renda do trabalho brasileiro em 20%, o setor encolhe 12%, mesmo com o câmbio desvalorizado. Com a nova onda de apreciação do câmbio, o sestor encolhe mais 10%. Qual a grande diferença: no passado cobriu-se a perda nas vendas com aumento de preços. Os velhos hábitos não morrem: ontem, vendo a TV, uma empresário do setor diz com toda a naturalidade: para contrapor a queda brutal no volume de vendas, ela tinha decidido aumentar os preços em 25%. A diferença é que desta vez, esta empresa vai falir, e ponto final! É inviável com o câmbio a 2, é inviável com o câmbio a 2,20, é inviável com o câmbio a 2,40, é, ouso sugerir, é inviável com o câmbio a 2,60! Muito diferente de outro setores, que são perfeitamente rentáveis com o câmbio a 2,30! Solidarizo com estes, não com a indústria de vestuário! Para mim é absolutamente escandaloso comprar roupa mais barata em Londres (tendo que pagar salários de londres, transporte de londres, aluguel de londres e taxas de londres) do que em São Paulo.
    Ruben

  33. Vamos fechar nossas fábricas
    Vamos fechar nossas fábricas e deixar os chineses trabalharem prá nós.

    O nível da discussão econômica no Brasil é péssimo. Para conversar com pessoas que acham que o câmbio não faz diferença, e que também não faz diferença se exportamos minérios e compramos máquinas, esta é a única coisa a propor.

  34. complementando o psot
    complementando o psot abaixo.
    A crise do vestuário é mto mais antiga.
    Em São bernardo e Taubaté, antes dos automóveis, vingava a indústria têxtil e moveleira.
    Aliás foi a disponibilidade de industriários nestas cidades q trouxe as montadoras.
    Depois a indústri fugiu para região de Americana, hj sobraram os shoppings da fábrica na beira da
    Anchieta (época do Collor). Esta indústria vai se interiorizando fugindo dos custos, foi pra China, não tem como fazer o caminho de volta, a não ser agregando valor no design…

  35. Eu sempre gostei de cambio de
    Eu sempre gostei de cambio de mercado. Ela dá uma justa avaliação do preço de nosso dinheiro. Mostra qual o valor que o mercado mundiak dá a nossa moeda. Os países desenvolvidos tem moeda forte e todos querem te-la como lastro para o comércio. Não acredito em manipulação da moeda e o BC não deve mexer em seu valor artificialmente. O Comércio e a Indústria do país devem se ajustar ao valor de nossa moeda melhorando seus produtos e encontrando meios internos para eventuais compensações com prazo de validade. Senão vamos imitar europeus e amerianos que subsidiam seus agricultores ineficientes, prejudicando países pobres de moedas fracas. Essa é uma visão de um profissional que entende da economia real e não dos interesses de setores atrazados que querem manter seu capital a salvo do progresso do país.

  36. Nem um governo amplamente
    Nem um governo amplamente popular, mas com um Presidente bastante limitado e eleito por a caso, muda a estrutura do poder e da um rumo a economia impulsionando as forcas produtivas nacionais.
    A turminha no poder, antibrasileira e voltada a um modelo de exploracao e escravidao das massas populares, consideradas nada mais que cachorros, (com pretensao de educalas com o moralismo das peruas e moralistas da televisao) com o regime colonial e de altos juros e da ciranda especulativa inibe qualquer desenvolvimento e mudanca social. E se perpetua no poder. (Aos favelados é oferta uma moeda um pouco mais forte pra comprar importados mais baratos- otimo se os reais chegam caindo do ceu).
    O Ministerio da Fazenda e o Banco Central adotam as falsas certezas da ideologia ortodoxa: juros elevados e demora para comprar dolares pra nao aumentar a oferta monetaria.(Mas de qualquer forma os dolares ja comprados ja aumentaram a base monetaria, ademais sendo nem sempre evidente a esterilizacao). (Acreditam na fantasia que ficar passivos e esperar inflacao muito baixa ou zero vai automaticamente resolver tudo e criar o equilibrio, na dinamica do capitalismo atual). Resultado: criacao de uma maquina especulativa unica pra fabricar dolares e destruicao da industria e das forcas produtivas nacionais. (A CNI nao passa que de uma filhal do pensamento especulador).
    A falta de um sistema financeiro internacional e a pressao inflacionaria dos dolares (em boa medida responsavel do alto precos das commodities), nao iria a desaparecer, ainda mais em paises com surplus comercial. Mas a China (que no Financial Times propaganda o novo parco industrial de Binhai) continua a comprar dolares pra controlar o cambio, e se por um lado nao sabe absolutamente o que fazer com eles e entre outros alimenta a especulacao na bolsa-bingo de Xangai que subiu do 27% num mes, potencia costantemente as forcas produtivas nacionais e mantem uma boa competitividade.
    O Brasil faz o oposto: simplesmente importa um modelo de pura especulacao financeira, detona as forcas produtivas nacionais e um possivel projeto nacional, obviamente com a turminha no poder confiante no modelo colonial e de concentracao da renda. O 80% da populacao no minimo fica escluido.
    Essa maioria da populacao nao consigue elaborar intelelctualmente um projeto politico, nem criar partidos autenticamentes representativos e populares. Na novela da Record o Tortu tive que ser livrado pelos moradores pobres, assim parece que deveria acontecer para o Brasil.

  37. Nassif, eu queria justamente
    Nassif, eu queria justamente comentar a reportagem da Veja: nunca vi nada mais raso, tendencioso e vazio do que esta reportagem, aborda apenas um lado da questão e acha maravilhoso as fábricas fecharem sua fábricas aqui e abrirem fábricas na China. É lógica, a destruição criativa criará empregos de qualidade aqui, ao transformar metalúrgicos treinados e capacitados em vendedores de hámburguer ou “dogueiros”. Queria ver se o cara que escreveu a reportagem mostrasse a mesma alegria se desembarcasse aqui um grupo editorial de peso e desse “um pau” na empresa dele, o que ele iria falar. Cancelei a assinatura da revista porque já encheu o saco esta insistencia em fazer valer como verdade universal a profissão de fé nos pontos de vista defendidos pela revista (Na mesma edição, dizem que a França não cresce porque não faz as reformas; o sacana não disse que não cresce porque é um país pronto).

    Um abraço

    Luis

  38. Esses planilheiros são
    Esses planilheiros são geniais…Então vamos lá…

    O bom é real supervalorizado, juros na estratosfera, exportações apenas de commodities agrícolas e minerais, importações escancaradas a toda a sorte de quinquilharias e indústria nacional arrasada…

    Ah! Mas estaremos todos com celulares de última geração, lap-tops avançadíssimos, televisores de plasma e uma parafernália interminável de lixo chinês descartável…

    Resta saber quantos terão renda para adquirir toda essa maravilha global.

    Vamos evoluir para México ou regredir para Índia…Fantástico.

  39. A única coisa que não ficou
    A única coisa que não ficou clara nesta reportagem foi o por que as exportações brasileiras continuam crescendo, não só com produtos básicos, mas, como tb, com produtos manufaturados, vide reportagem acima da EMBRAER. É uma equação difícil esta da paridade do dolar, se intervir é taxado de não deixar o mercado fluir e se não intervir é criticado pela omissão. A transferência de fábricas para China se deve que o idéia / projeto continua com eles e assim sobrevivem com a defesa da propriedade intelectual (por isto tanto caso fazem contra a pirataria), se seguirmos este modelo de transferência de domicílio, com o projeto de educação que temos, iremos naufragar muito mais cedo. Não sou fã deste e do outro governo e a crítica que faço a eles é que todos os paises tem uma taxa de juros bem menor que a nossa e crescem a taxas maiores, fica a pergunta: será que só as autoridades monetárias do Brasil estão certas? O crescimento do PIB diz que não.

  40. Caro Luís,
    Eu sinceramente
    Caro Luís,
    Eu sinceramente não consigo entender essa conexão de dólar com exportação, dólar preço alto, dólar preço baixo, etc…
    Eu sempre pensei que se U$1,00 valesse R$1,00 seria ótimo, pois teriamos uma moeda forte como os Estados Unidos, mas parece que a história não é bem assim.
    Pelo que voces economistas comentam parece que é e será sempre melhor se continuarmos pagando um exagero de Reais por um único dólar. É isso mesmo?
    Além do mais, se o dólar está caindo (todos os jornais anunciam como a maior baixa em 5 ou 6 anos), então porque a passagem do ônibus, metro, telefone, combustiveis, comida, escolas, também não abaixam?
    Ainda, se hoje o dólar aumenta, o motivo segundo os economistas, é porque falta dólar no mercado, e essa falta é devido a retirada do capital estrangeiro do nosso país tais como: fechamento de empresas, investimentos em outros países que não o nosso, enfim a retirada do dinheiro do nosso País.
    Pois bem, isso significa que, se no dia seguinte o dólar baixar o preço , eu devo concluir que todas as empresas voltaram pro nosso País, que os empresários da noite pro dia resolveram investir aqui e não lá fora e por fim todo mundo trouxe o dinheiro de volta em apenas 24 horas?
    Pelo que voce notou sou um completo ignorante no assunto, tendo em vista que talvez voce leve um bom tempo pra me explicar, eu pediria que você me indicasse um livro que me informasse sobre esses assuntos.

    Grato Cosme

  41. Eu não entendo se as pessoas
    Eu não entendo se as pessoas aqui estão defendendo o capital ou o trabalho. Se é o segundo, que se proponha de uma vez destruir as máquinas… o sub-emprego não é fruto de poucas indústrias, é fruto de uma estapafúrdia incapacidade de aproveitar os recursos disponíveis numa economia. O sub-emprego no Brasil é fruto de uma perversa dinâmica de juros altos, salários baixíssimos, e até 2003 decadentes, com níveis de lucratividade apropriados (preços caros). Vimos durante anos o capital manter suas margens estagnando, ou mesmo encolhendo, sua produção e aumentando os preços. Não era a empregada doméstica, o garçon, o motorista de ônibus ou o cabelereiro que faziam inflação. Eu cortei o cabelo pelo mesmo preço, o mesmíssimo preço, de 1997 até 2002! Valha-me Deus! A inflação era criada pela relação altamente assimétrica do capital-trabalho: o que sempre gerou a desigualdade, também gerava a inflação. Agora parece que vemos muitas pessoas em defesa desta velha estrutura. Pensando defender o trabalho estão defendendo o capital. Eu quero insistir: há inflação de vestuário neste país. É o único país no mundo que tem isso. Defender o empresário do setor de vestuário (pelo menos o empresário média, uma vez que há empresas sérias altamente produtivas e dinâmicas no setor), é defender esta estrutura de exploração no Brasil. O fabricante de roupas que está subindo seus preços para manter a lucratividade com produção menor tem que ser eliminado: para o bem da nação. O problema do câmbio, existo e não nego, está em destruir a lucratividade, e portanto qualquer incentivo ao investimento, dos setores realmente produtivos e competitivos do Brasil. Especialmente do setor exportador. Fala-se muito da explosão das importações e muito pouca da estagnação das exportações. O setor exportador é tão produtivo que sabe-se lá como o Brasil mantém superavit comercial com a argentina, mesmo com um câmbio de 1,5 pesos por real.

    O ponto do Nassif é relevante: pois bem, destruímos uma parte relevante do nosso estrutura produtiva com a valorização do câmbio, e quando (eu colocaria se, mas o Nassif coloca quando) o câmbio voltar: o processo é irreversível. O país vai voltar a ter problemas no balanço de pagamentos. Crítica relevante. O assunto está posto na mesa. No meu email original quis ressaltar que a discussão não é trivial. A valorização do câmbio implica sim em aumento de salários, em aumento de renda, em distribuição de renda. Se por um lado, vc não pode deixar o câmbio simplesmente destruir o setor produtivo ao Deus dará, pelo outro, impedir uma certa valorização é impedir que as condições para um desenvolvimento sustentado do Brasil seja possível, quais sejam: juros muito baixos, salários reais ascendentes, distribuição de renda. Acho que não pode ter muito divergência entre um patamar sensato de câmbio: claramente 2,20 é muito baixo, 2,70 é muito alto. Á medida que se acumulem reservas, permitindo sustentar uma situação cíclica de balanço de pagamentos desfavorável, e á medida que se avaliar a sustentabilidade de preços relativos exportação/importação, deixa-se o câmbio valorizar. Para mim é simples assim.

  42. O COPOM deu indicação que
    O COPOM deu indicação que pode aumentar os cortes de juros da Selic para 0,5%, indicando juros medio da Selic para os próximos 12 meses de 11,5% nominais e juros nominais de 8,5% em junho de 2008.

    Caso o dolar não para de cair , serrão necessários cortes ainda mais acentuado.

  43. Fiquei estupefato com a
    Fiquei estupefato com a matéria de capa da Veja.
    Esta revista perdeu a seriedade faz muito tempo, mesmo assim fiquei chocado.
    Estamos destruindo a economia nacional tal qual a Argentina.
    Independente do cambio ser fixo ou variavel, a tragédia será a mesma e a ressaca será tremenda.

  44. Pergunta rápida: para que
    Pergunta rápida: para que diabos queremos tanta reserva, mais de U$100bi? Para fazer hedge quando essa droga de cambio explodir?

  45. O Brasil parece aquele
    O Brasil parece aquele funcionário que pode fazer um empréstimo de crédito consignado pagando juros de 2% a.m, mas prefere ficar usando o cheque especial que cobra juros de 7% a.m.. Está na hora do Banco Central baixar a Taxa Selic para o que o “Mercado” acha justo o Brasil pagar, ou seja, só 160 pontos – mais ou menos 1,6% – acima dos juros americanos. Só assim, o dólar achará seu verdadeiro equilíbrio. Acredito que bem acima dos R$ 2,00 se o Banco Central usasse a lógica e criarem coragem. Já que com o DÓLAR NO PATAMAR DE R$ 2,00 DIFICILMENTE HAVERÁ PRESSÕES INFLACIONÁRIAS e os JUROS PODEM BAIXAREM LIGEIRAMENTE. Vamos começar baixando em 1% a Taxa Selic na próxima Reunião do COPOM…

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