A hidrelétrica do Madeira

Enviado por: JBA

Nassif, tenho muito respeito por suas posições no blog, não só pela seriedade e competência técnica, mas também pelo valor moral que lhes dão fundo especial.

Mas a questão do aproveitamento hidrelétrico de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia, não é tão simples como alguns setores do Governo – aliados ao projeto da OMC [hidrelétrica e hidrovia do Madeira-Beni] – exibiram nesse 41º Fórum de Debates, em mais um lance da ‘guerra de posições’ que a Globalização empreende no ‘avanço’ da chamada ‘fronteira oeste do capitalismo’, ganancioso e destrutivo.

Na decisão de escolher a construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau está também explícita a opção de colocar em risco de extinção a maioria das espécies de peixes que suprem as necessidades de mais de 80% da população ribeirinha não só do vale do Madeira, mas de todo a planície amazônica, com repercussão que se estende ao Estado do Pará.

A responsabilidade é grave. É necessário o máximo de cuidado, atenção e estudos visando prevenir os danos que por ora são inestimáveis, irreversíveis e incalculáveis: a hidrelétrica e a hidrovia promoverão bloqueio da rota de migração de grande parte das espécies de peixes amazônicos. No Madeira existem 19 acidentes geográficos que ambientalizam o santuário de reprodução de mais de 600 espécies da ictiofauna amazônica. A previsão de construção de um mecanismo de transposição dos peixes (escada), não resolverá o problema, porque o alargamento das margens do rio e a intersecção de seu leito impedirá a descida dos ovos e larvas para os trechos a jusante.

A conclusão do Fórum de que as hidrelétricas continuam sendo imprescindíveis, tanto para suprir o país de energia, como também para garantir um fornecimento a preços competitivos. Leva em conta apenas as necessidades econômicas do sul e sudeste. Essas usinas gerarão poucos empregos na Amazônia e os governos locais (AC/AM/RO) se contentam em ‘abocanhar’ 5% da receita das Usinjas. Um crime contra os interesses do povo amazônida.

No desafio de suprir demanda elétrica, é preciso levar em conta a proposta do greenpeace que aponta uma nova matriz energética para o País com ênfase em fontes de energias renováveis como eólica, biomassa e fotovoltaica. Somente em Rondônia existem hoje mais de 30 milhões de hectares de terras desflorestadas em estado ocioso. O aproveitamento dessas terras para a produção de fontes alternativas é uma alternativa econômica a ser apreciada.

Problema como esse – só pincelado superficialmente pelo EIA/RIMA – não encontra resposta no nível de conhecimento que a ciência acumulou sobre os rios e florestas da Amazônia. Nunca para um Governo e para toda a Sociedade sul-americana a pressa tem sido tão inimiga do planeta e das futuras gerações.

Comentário

A Ministra Marina Silva foi convidada para o Fórum. Não respondeu até a véspera, não mandou representantes, nem nada.

Luis Nassif

40 Comentários

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  1. Com bagre ou sem bagre o
    Com bagre ou sem bagre o tempo está escoando com uma velocidade assustadora rumo a uma crise energética no curto prazo e a uma situação de grande dependência externa e conseqüente vulnerabilidade no médio e longo prazos. O Governo tem de fazer de forma clara a todos nós brasileiros a seguinte pergunta: nós podemos, devemos e vamos abrir mão do potencial hidrelétrico remanescente? Uma resposta afirmativa a esta questão tem muitos desdobramentos entre eles a transformação do nosso país num maciço importador de energéticos tecnologias e equipamentos. O aproveitamento do potencial hidrelétrico remanescente daria tempo ao país para desenvolver ,com serenidade e autonomia as alternativas energéticas e econômicas(aumento da pauta de exportação p.ex) que viessem a colocar o nosso país o menos possível exposto às volatilidades geopolíticas e comerciais dos mercados mundiais de energéticos. Na marcha em que as coisas vão, vamos direto para a “câmara do gás natural”. Não dá para postegar a resposta à questão acima. Sem ela a discussão não tem fim, o que agradaria a muita gente.

  2. Caro Nassif, esta ficando
    Caro Nassif, esta ficando difícil a situação. Mesmo sendo um defensor do meio ambiente, acho que os ambientalistas estão nos deixando numa situação em que, brevemente, voltaremos a usar candeeiros, e lampatinas. Hidroelétricas não pode, por causa dos peixes, etanol também não pode, aumenta o desmatamento, termoeletricas, nem pensar, por causa do efeiro estufa, e usinas nucleares, jamais, é coisa do diabo. Afinal, qual a sugestão dessas pessoas que em nome da nobre causa do meio ambiente, demonstram muito mais que querem apenas usar politícamente o assunto e criarem espaço na mídia.?

  3. O que parecia um “prurido”
    O que parecia um “prurido” sem-fim ambientalista, o licenciamento de obras de geração de energia, agora, repete o caso do apagão aéreo: “afloraram” (como nos controladores) atitudes dos técnicos do Ibama, temerosos das responsabilidades e punições que a legislação lhes impõe na assinatura das liberações. Os bagres e outros são apenas pretextos. O que está emergindo, agora, provocará a solução ? Esta lei é daquelas inadequadas à realidade: coloca o técnico servidor no fio da navalha ?

  4. Eu realmente achei muito
    Eu realmente achei muito interessante esse comentário, Nassif. Principalmente quando trata sobre a verdade de que estas hidrelétricas estão sendo construídas para suprir as necessidades do Sul e estão colocando os interesses da População da Região Norte em segundo plano. Uma coisa que eu aprendi estudando Geografia, é que sempre existem alternativas. A diferença são as prioridades levantadas ao resolver um problema. Acho que para o tratamento da questão energética, deveria ser feita uma abordagem em escala regional. Se o sudeste está com problemas de eletricidade, as usinas produzidas deveriam ser projetadas de acordo com a realidade destes estados.

  5. Voces se lembram da fabula do
    Voces se lembram da fabula do velho, do burro e do menino?
    É impossivel contentar a todos simultaneamente! A alternativa para as hidroeletricas do madeira são as térmicas a carvão ou óleo (o gas não estará disponivel em quantidade suficiente no prazo necessário) ou nucleares.
    Proponho que o pessoal “do sistematicamente contra ” abdique do uso da energia elétrica, dos produtos industrializados consumidores de energia, do computador e do carro, e se mudem para as margens do Madeira , morando em ocas e usando tangas- tudo muito natural e ecológico.

  6. A repotencialização estará no
    A repotencialização estará no Fórum de Debates que abriremos na próxima semana no Projeto Brasil. Mas foi abordado muito rapidamente no fórum.

  7. é a idiotia politicamente
    é a idiotia politicamente correta tomando conta do país.
    propor uma matriz energética de energia eólica, solar e biomassa é a vertente “eco-energética” da imbecilidade que nos domina e nos amarra. o Brasil precisa é de usina nucleares, e muitas. Para deixar em paz nossos rios e parar de queimar carvão.

  8. Vejamos…
    Acho que vou virar
    Vejamos…
    Acho que vou virar cabeça de planilha.
    30 milhoes de hectares desmatados gerando energia de biomassa a um rendimento solar de 1%, vai resultar em… 687.500 MW.
    O sistema do rio madeira tem previsao de gerar 6.400MW, quando completamente implantado, la para 2011, acho, ou seja, bem depois do apagao previsto.
    Com o detalhe: biomassa gera empregos, em vez de causar mortandade de especies.
    So espero que uma hidorvia pelo Rio madeira nao sirva caminho para a propagacao daquele caramujo africano que empesteia Itaipu. Alguem se lembra como ele apareceu la?
    Pois é…

  9. Prezado Nassif, abaixo segue
    Prezado Nassif, abaixo segue uma parte do PARECER TÉCNICO SOBRE A TRANSPOSIÇÃO DA ICTIOFAUNA. Por e-mail mando o relatório completo.

    Goodland et. al. (1992) apresentam vários critérios para melhorar a aceitação ambiental de projetos hidrelétricos pela sociedade e fornecem alternativas para a tomada de decisão na formação de reservatórios em rios tropicais. Os critérios propostos pelos autores são descritos abaixo:

    A implementação dos reservatórios se dá preferencialmente em locais que maximizam a eficiência da produção de energia elétrica por área inundada (kW/ha). Esses autores admitem que uma razão de 30 kW/ha seria o critério de decisão. Esse valor pode se elevar para 100 kW/ha em regiões de florestas tropicais intactas e cai a valores menores em áreas degradadas e de uso agropecuário. Assim a baixa razão de 1 kW/ha do projeto UHE – Babaquara no rio Xingu (PA) tornou-se o critério chave para a decisão de cancelar sua construção.
    O inventário biótico tem a finalidade de detectar espécies endêmicas e as características intrínsecas da área a ser inundada. Assim, Barrela (1993) observa que, os levantamentos das condições e a avaliação dos impactos ambientais, realizados antes e depois da perturbação, servem de subsídio para o desenvolvimento de monitoramento ambiental e/ou detectar e inferir sobre os futuros impactos do mesmo tipo em outras regiões. Este também seria a base para se propor unidades de conservação como ação mitigadora para compensar as perdas das áreas de várzea inundada.

    O reservatório projetado deve possuir um curto tempo de residência da água, pois a sua baixa rotatividade no reservatório propicia condições anaeróbias, com as formações de bolsões anóxicos nas regiões mais profunda. A água desprovida de oxigênio traz problemas tais como o aumento da mortalidade de peixes no reservatório e baixa potabilidade para os usuários a jusante do barramento.

    A mitigação dos impactos sócio-ambientais visa a sustentabilidade das populações humanas ribeirinhas. Pode-se adotar como critério a razão de deslocamento das populações ribeirinhas em Gwh/família deslocada. Do ponto de vista étnico o projeto não deve englobar povoados na área do barramento ou ter alto valor em Gwh/família desalojada. As famílias devem receber garantia de reassentamento em melhores condições de sobrevivência. A proposição de novas áreas para assentamento deve ser assessorada por sociólogos, antropólogos, entre outros profissionais. Experiências no processo de assentamento de minorias étnicas em geral não obtiveram sucesso em regiões tropicais, e os grupos sociais beneficiados pelo empreendimento não são as populações ribeirinhas. Assim a UHE Tucuruí, que vende energia subsidiada para as indústrias de alumínio e exportam a matéria prima para os países da Europa e o Japão foram os maiores beneficiados com a formação do reservatório. Na construção da UHE Sobradinho foram reassentados cerca 50.000 camponeses e na implantação da UHE Tucuruí foram reassentados 17.319 pessoas que habitavam 11 áreas urbanas e 18 rurais (Petrere, 1992).

    A área represada pode possibilitar a criação de habitats com condições de proliferação de zoonoses e epidemias, como esquistossomoses, hepatite, malária, etc., se tornando um problema de saúde pública. A infestação da muriçoca Mansonia tilittans no reservatório de Tucuruí (PA) se constituiu no principal impacto para as populações ribeirinhas, com média de 500 picadas/homem*hora, tornando temporariamente inviável a permanência humana na região. O aparecimento de manchas de macrófitas na zona de litoral do reservatório formou condições ideais de crescimento da muriçoca com dispersão num raio de até 30 km (Petrere, 1992).

    Idealmente o reservatório deve ser localizado abaixo de tributários não represados, com a finalidade de minimizar as mudanças no regime de hidrológico da bacia e prover uma alternativa para as espécies de peixes migradores realizarem seus ciclos biológicos de reprodução e alimentação. Sob o ponto de vista ambiental é melhor concentrar mais os reservatórios num rio e deixar a maioria dos outros com poucos barramentos. Sempre que possível e indicado os projetos têm que minimizar a extinção local de espécies ao incluir ações mitigadoras para desobstruir as migrações reprodutivas e tróficas das espécies de peixes.

  10. Continuando com a
    Continuando com a planilha:
    Rondonia é um estado magico, por possuir 30 milhoes de hectares de area desflorestadas, o que corresponde a 300 mil km2.
    Parece que a era total do estado é de 324 mil km2.
    Acho que nao tem arvores la. Talvez nao tenha mais nada a ser preservado…

  11. Hidrelétricas dos Bagres

    1.-
    Hidrelétricas dos Bagres

    1.- Se tecnicamente o projeto é inviável;
    2.- Se ecologicamente o projeto também é inviável, então:

    Por que dar continuidade a isso? Por que perder tempo?

    O Brasil está defasado em 15 GigaWatts há pelo menos 15 anos.

    Seria Burrice? Seria incompetência?
    Não acredito nessa resposta simplista. Seria o quê?!!!!

    Nassif, faça essa pergunta no próximo Forum de Debates.

  12. Visitei Porto Velho nos anos
    Visitei Porto Velho nos anos 70 e tive oportunidade de testemunhar o espetáculo da subida dos peixes na Cachoeira de Teotônio. Centenas e centenas de milhares de peixes de todos os tamanhos, apoiando-se uns aos outros para vencer o obstáculo dos saltos, em voos impreesionantes. Dói saber que aquele movimento espantoso da natureza vai cessar, sem estudos aprofundados, sem debates equilibrados.

  13. ONGs,nasceram de idealistas
    ONGs,nasceram de idealistas com o propósito executar ações públicas que caberiam aos governos.Entidades auxiliares,reduzindo o tempo e a distância entre intenção e gesto.
    Contudo,enxergaram,nessas instituições,uma util interface,para provocar ações politicas,ocultando resultados economicos.Desenvolveram-se, à sombra de ausente legislação,multiplicaram-se,infiltram-se
    em todos os níveis da administração pública,estão presentes direta e indiretamente nos três poderes.Identificar fontes confiáveis,que se pronunciem sobre assuntos estrategicamentes graves,
    quando não oficiais,é intelectualmente penoso. Especialistas de todos os níveis,e origens,conhecidos,reconhecidos, e principalmente os obscuros,pululam
    em entrevistas,matérias jornalísticas,programas de tv,palestras ,conferências,e o que mais proporcionar audiência. Rio de Janeiro,é exemplar,pelo menos ,em um caso:saneamento da Barra da Tijuca.Trinta anos para decidir , se o despejo do esgoto seria tratado ou “in natura”.Que até ontem, era despejado “in natura”,na Lagoa e não em alto mar, como o projeto mais econômico previa.Essa bizantina e onerosa discussão foi travada entre os “ambientalista” e os técnicos.Solução tardia, que não recupera o que degradou, apenas contém,sabe-se lá ,por quanto tempo, o “status” atual.Agora , entendo de onde se origina a expressão:”cabeça -de-bagre”…

  14. Nassif,

    Acho muito esquisito
    Nassif,

    Acho muito esquisito essa corrida para as hidrelétricas do Norte – Madeira e Xingu.
    Pois, os centros de consumo se situam no Centro-Sul.
    A perda de energia com o transporte da mesma é de aproximadamente 15%.
    Isso é um baita desperdício!
    Pense esse dersperdício ao longo da vida útil da usina e de seus equipamentos.
    Quinze por cento ao ano da produção jogados fora!
    Vale a pena?!
    Por isso fica a pergunta: Porquê esse interesse em projetos que causarão um baita prejuízo?!
    A resposta é uma só: Alguém está levando “algum” nessa história.
    Fala Nassif!

  15. Essa decisão de transformar o
    Essa decisão de transformar o espaço da piracema dos peixes da Amazônia em barragens e hidrovias é muito séria. As empreeiteiras de obras públicas querem promover o “Apagão dos Peixes Brasileiros”, forçando o mercado brasileiro a ficar dependente de importação no futuro. Esse assunto é tão importante que deve ser discutido pelo Congresso Nacional, principalmente agora que o presidente Lula quer criar um novo órgão de governo só para facilitar a expedição de licenças irresponsáveis. Onde está a oposição que não vê isso? Cadê aquele combativo senador do Amazonas, que silencia diante da ameaça? O mundo vai cobrar esse ‘ictiocínio’ dos grandes bagres brasileiros!

  16. Em Rondônia os políticos
    Em Rondônia os políticos estão quase todos aninhados em abrigo de Furnas/Odebrecht de costas para o Madeirão. Veja Nassif o que se publica por aquelas bandas. “A confusão generalizada em que se transformou o governo Lula na questão ambiental – que atinge diretamente os projetos das usinas do Madeira – deve mobilizar nesta semana o governo do Estado e a bancada federal. O instituto não aceita autorizar as obras, mesmo depois que foi dividido em duas partes e da irritação do Presidente da República com a negativa do órgão de dar parecer favorável às hidrelétricas. A ministra Marina da Silva, que comanda o Ibama, continua emperrando o andamento do projeto e desafiando a determinação presidencial. Um importante político rondoniense disse, esta semana, que o principal motivo é um só: ‘se as usinas saírem, a ministra sabe que seu estado, o Acre, será pouco mais que um distrito de Rondônia todo poderoso’.”

  17. Infelizmente, Nassif, os
    Infelizmente, Nassif, os paulista sempre viram a Amazônia como uma reserva extrativa de riquezas à disposição de bandeirantes de todas as épocas. Foi assim com os índios (até que Rondon pôs fim na brincadeira genocida). Foi assim com o ouro (até encheram o Madeira de iodo e outras porcarias de venenos). Foi assim com a Floresta (até que a imagem de satélite de Rondônia ficou assemelhada a um esqueleto de peixe). Agora querem acabar com os peixes da Amazônia que ali se reproduzem. A mesma eurovisão do Brasil, a mesma exploração colonialista. Marquês de Pombal foi mais sutil! Só tem um jeito para a sanha assasisina. “CPI dos Bagres” e já.

  18. Nassif, publica aí parte do
    Nassif, publica aí parte do laudo de uma autoridade no assunto que está dando causa à guerra entre Cabeças de Planilha X Cabeças de Bagre.
    PARECER TÉCNICO DO PROF. DR. PHILIP MARTIN FEARNSIDE
    Ph.D. em Ciências Biológicas, pela University of Michigan, EUA. Pesquisador no INPA, Manaus (AM), Brasil.
    1. INTRODUÇÃO
    Este Relatório refere-se aos Estudos Ambientais (EIA-RIMA e complementações) elaborados pela consultora de FURNAS, referentes à disciplina ecossistemas, particularmente sobre possíveis efeitos da elevação do lençol freático na zona lindeira aos futuros reservatórios, e à possibilidade de impactos em ecossistemas localizados a jusante dos barramentos, em especial no Lago do Cuniã. (…)
    7. IMPACTOS SOBRE PEIXES E PESCA
    Várias espécies únicas ocorrem acontecem nas cachoeiras, especialmente o maior destas (Cachoeira Teotonio), que será inundada pela barragem de Santo Antônio. Estas espécies, que provavelmente incluem um número ainda não conhecido à ciência, seria sacrificadas quando as cachoeiras são inundadas. Este impacto sobre a biodiversidade está separado do impacto sobre a pesca comercial para os grandes bagres migratórios, na família Pimeloididae: dourada (Brachyplatatystoma rouxeauxii), pirarara (Phractocephalus hemioliopterus), filhote (B. filamentosum), caparari (Pseudoplatystoma tigrinum) e surubim (P. fasciatum) (FURNAS et al.,
    2005b, Tomo B, Vol. 1, pág. III-147).

    Barthem e Goulding (1997) fizeram um estudo detalhado da migração anual de dourada e piramutaba (Brachyplatystoma vaillantii). Estas duas espécies comercialmente importantes de bagre grande ascendem o Madeira cada para se reproduzir nas cabeceiras dos afluentes superiores, como os Rios Beni e Madre de Dios. As larvas descem os rios à deriva e os peixes crescem até a maturidade se alimentando no Baixo Amazonas. Escadas de peixe são bem conhecidas para espécies migratórias como salmão, mas as exigências dos bagres amazônicos são, sem dúvida, diferentes, e o funcionamento de um dispositivo de transposição de peixes para eles ainda não tem sido testado. A resposta de FURNAS para as preocupações de IBAMA relativo ao EIA adverte (FURNAS et al., 2006, Vol. 2, p. 205):
    “a.) A subida dos bagres migradores não é garantida dada as seletividades dos STDs [Sistemas de Transposição].
    b.) Transpor as populações adultas para garantir eventos reprodutivos a montante dos empreendimentos não garante o sucesso na descida dos ovos, larvas, jovens e adultos para repovoar (e eventualmente garantir a variabilidade genética) de áreas a jusante, do eixo Solimões/Amazonas.
    c.) O fato de serem dois reservatórios consecutivos, ou seja, dois obstáculos a serem transpostos, aumentam as incertezas da eficiência destes mecanismos de transposição.”

    Se os peixes transferem que dispositivo não funciona para os grandes bagres, quais serão as conseqüências? O que acontecerá com as populações de peixes na Bolívia, Peru, e no Solimões/Amazonas? Isto não é mencionado no EIA/RIMA..

    Um canal de peixe foi proposto que não seria uma escada, mas um canal com obstáculos ecachoeiras (e velocidades de água) semelhantes às condições no rio natural. Isto pode funcionar para o peixe de adulto para migrar rio acima, mas não vai para a descida dos ovos e larvas que descem a deriva. Estas larvas seriam mortas ao passar pelas turbinas. Normalmente, as larvas são carregadas a jusante pela correnteza, e depois de dois anos de crescimento o peixe adulto vem migrar até as áreas de reprodução. Os peixes adultos permanecem, então, nos trechos superiores do rio, somente descendo o rio até a metade do seu percurso.

  19. O prurido ambientalista
    O prurido ambientalista continua…Não é possivel ficar a se discutir a situação de bagres e que tais após mais de 40 anos de aproveitamento hidro-elétrico do país. A necessidade do desenvolvimento é óbvia, por consequência energia é fundamental. Que biólogos e ambientalistas ofereçam soluções às migrações e não se oporem às energias termo-elétricas, nucleares e hidro-elétricas. Aliás no que são a favor ? Eólicas (poluição visual e sonora)

  20. Vera, daqui a dez dias no
    Vera, daqui a dez dias no máximo estaremos colocando todos esses dados no Projeto Brasil (www.projetobr.com.br), inclusive com o custo de produção de cada energia, o que empana um pouco a fantasia em torno das energias alternativas, como eólica e solar.

  21. Fábio, aguarde mais uns dez
    Fábio, aguarde mais uns dez dias que vamos colocar o novo site do Projeto Brasil no ar com um amplo material sobre a Matriz Energética, custo de produção dos insumos etc. Cadastre-se, consulte o material existente e mande trabalhos e artigos sobre o tema. Vai ser um bom local para esclarecer essas dúvidas, de lado a lado.

  22. Nassif, admiro o seu trabalho
    Nassif, admiro o seu trabalho em prol de um país melhor, inclusive com o projeto brasil. Lendo estes posts todos sobre o tema fica muito claro a velha questão ecologia x desenvolvimento, parece filme politicamente correto, só que o final pode não ser feliz. Imagino que além de todos os problemas que não precisaríamos ter, ou seja, nossa cultura corrupta, nossos políticos e empresários, nossos problemas estruturais(fome, pobreza, educação,violencia) nossa falta de metas e objetivos, tudo a curto prazo, agora temos um problema real. Precisamos crescer e para isso necessitamos energia, mas um bando de peixes lá na amazônia não quer deixar. Há sempre uma forma correta de fazer o que se é preciso fazer, pois alguém irá perder de qualquer forma. Pena que não temos homens de verdade para tomarem estas decisões. E quem sofre são os aqueles de boa vontade que realmente estão preocupados em achar uma solução. Pois os (des)governos não estão nem aí. Vão sempre atrás do bloco. Imagino a cara de preocupação do Lula(o atual, não aquele da nobreza, que fala “francês”)). Deve estar agora na sua churrascada….quem sabe assando um bagre…

  23. Neste caso, está se falando
    Neste caso, está se falando somente da questão de sobrevivência de algumas espécies. Mas segundo o que está no caderno de ciencias da FSP de hoje, pode haver mais emissão de carbono numa hidrelétrica do que numa termoelétrica, conforme copiado abaixo. Neste caso, não se pode falar em energia “limpa”.

    Nas estimativas de Fearnside, hidrelétricas como Balbina, no Amazonas, e Tucuruí, no Pará, emitem mais carbono do que termelétricas de mesma potência. Segundo ele, a emissão de gases-estufa aprisionados na água de uma represa sobe exponencialmente quando o líquido passa pelas turbinas.

  24. Olá Nassif,

    Fico
    Olá Nassif,

    Fico extremamente feliz por vc ter abordado este assunto tão espinhoso.
    Sou uma paulista q mora há uns 3 anos em Manaus e sei bem o qto esta região precisa de pensadores sérios, como vc, pra falar de assuntos tão importantes.
    Em Rondônia, onde há extensão da floresta Amazônica, faz-se necessária a implementção de uma usina geradora de energia, mas o q se deve discutir, com rigor e isenção, é o preço q pagaremos por esta construção.
    Por mais q traga benefícios, acredito q essa usina destroçará a vida de muitas pessoas na região. Como se já não bastassem as mazelas em q vivem, com desnutrição, falta de higiene básica e saúde, sem emprego, alimentação adequada, etc.
    E q não venham com a falsa desculpa de q, construindo a usina, a vida desse povo melhorará. Isso é conversa fiada.
    Espero q este projeto não se torne um novo Projeto Jari, do finado milionário americano Daniel Ludwig, q destruiu irreparavelmente milhares de espécies nativas pra cultivar plantas q produzissem o látex pra fazer borracha.
    Hoje eu auxilio moradores do lado esquecido do Jari e é de doer a desgraça em q vivem… Nenhuma mazela paulistana se compara à do Jari. O q foi permitido ao sr. Ludwig fazer naquela região já deveria ter servido de exemplo!! Foram milhões de dólares de isenção tributária e fiscal q o Brasil concedeu e lá não se tem quase nada pelo tanto q se gastou. Teve dinheiro do milionário, mas no prejuízo ele não ficou: ele vivia de explorar o 3º mundo, foram 23 países. É revoltante!!

    Só posso parabelizá-lo pela grandeza da iniciativa deste novo site Projeto Brasil. Estou certa de q poderá contar com inúmeros leitores pra apoiá-lo nesta nova empreitada.
    Eu me incluo desde já, claro.

    Um abraço

    Silvana

  25. A discussão sobre as usinas
    A discussão sobre as usinas do rio Madeira têm ignorado, ou pouco discutido, um ponto fundamental referente à carga de sedimentos carregados pelo rio. Notei a discussão pela primeira vez na edição de 30/4 do Estadão, mas me preocupo com o tema desde que ouvi esta idéia maluca pela primeira vez.
    A observação de um mapa da bacia do Madeira mostra que seus formadores compõem um leque de grandes rios, quase todos com nascentes nos Andes Centrais, que se encontram perto da divisa com o Brasil, formando um padrão radial. O próprio Madeira não consegue absorver todo esse volume de água e é por isso que partes da Amazônia boliviana, pricipalmente junto ao rio Beni, passam meses alagadas todos os anos. O próprio Madeira serve como uma barragem natural para toda essa carga sedimentar (milhares de toneladas por segundo).
    A Cordilheira dos Andes é uma formação geológica recente e anualmente o degelo que ocorre no verão se transforma em água saturada de sedimentos fértreis que são transportados por rios como o Amazonas e os formadores do Madeira. Esse transporte ocorre em alta velocidade já que trata-se de um gradiente de altitude da ordem de 6.000 metros entre as nacentes e a planície Amazônica (ao contrário dos rios da bacia do Paraná, onde estão várias usinas como Itaipu. Nesse caso, o gradiente está em torno de 2.000 metros no máximo). Quem já nadou no Amazonas ou no Madeira sabe da velocidade da correnteza. Todos anos esses rios destroem e reconstroem suas margens, formando ilhas e provocando o desbarrancamento de áreas mais altas (o fenômeno das terras caídas). Por conta desses fatores, considero tais usinas tecnicamente inviáveis pois terão sua vida útil comprometida pelo rápido acúmulo de sedimentos. O Madeira, quando encontra o Amazonas, perto de Itacoatiara, tem uma carga sedimentar superior à do próprio Amazonas (que, nesse ponto já recebeu as águas do Negro, Purus, Japurá, Javari, Napo e Marañon, dentre outros. Cada um desses rios seria um gigante em qualquer outro país do mundo). Me parece óbvio que os engenheiros envolvidos no planejamento da obra têm consciência disso e prevêem uma vida útil curta às usinas. Diante de tantas evidências tecnicamente contrárias, por que tanta pressão? Promessas feitas em campanha? Interesse em escoar a soja boliviana para o porto de Blairo Maggi em Itacoatiara, na foz do Madeira? Para quem não sabe, as usinas planejadas para o Madeira correm paralelas a um outro fiasco de engenharia na região: a estrada de Ferro Madeira Mamoré. Repetiremos o mesmo erro?

  26. Nassif,

    Existe um estudo de
    Nassif,

    Existe um estudo de um professor da Universidade Federal de Rondônia, o parasitologista Luiz Hildebrando Pereira da Silva que diz q “construções como essas podem representar uma explosão da malária no estado”.
    Assim, tomo a liberdade de encaminhar a entrevista para análise dos leitores.
    “Sabemos que a região tem um potencial grande para desenvolver epidemias da doença por causa das grandes obras”, disse, lembrando que Rondônia chegou a ter 50% dos casos da doença no país na década de 1990 – o Brasil registrava então mais de 600 mil casos na região amazônica, uma das maiores zonas malarígenas do mundo.
    A situação foi controlada, mas em 2005 o numero de infectados ultrapassou novamente a marca dos 600 mil casos. “Só em Rondônia foram 120 mil naquele ano. A periferia de Porto Velho apresentava uma densidade anofélica de 30 picadas do mosquito transmissor por hora, ou mais de 200 por noite”, contou o pesquisador durante palestra na quinta-feira (12/4), no Seminário Henrique Aragão e a pesquisa sobre a malária: 100 anos da descoberta do ciclo exoeritrocítico da malária, realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC) e pela Casa de Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro.

    Formado em medicina pela Universidade de São Paulo, na qual chegaria a professor titular, Pereira da Silva foi cassado e exilado durante o regime militar instaurado no Brasil na década de 1960. No exílio, foi participante do Comitê Brasileiro de Anistia de Paris. Depois de trabalhar por 32 anos no Instituto Pasteur, na França, retornou ao Brasil.

    Membro da Academia Brasileira de Ciência, o cientista atualmente também é diretor do Instituto de Pesquisas em Patologias Tropicais de Rondônia (Ipepatro).

    Em entrevista à Agência FAPESP, o parasitologista falou dos desafios da malária na região amazônica e propôs idéias para o controle da doença. “Para estudar a malária humana é necessário ir para um lugar endêmico”, afirma.

    Agência FAPESP – Por que a malária continua sendo um grave problema na região amazônica? Quais são os maiores problemas atuais?
    Luiz Hildebrando Pereira da Silva – Historicamente, os grandes surtos de malária ocorreram durante a construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré, devido aos grandes deslocamentos de pessoas de outras regiões do país para o garimpo, e como conseqüência da construção de hidrelétricas. Isso sugere que a região tem um forte potencial para desenvolver epidemias concomitantemente a essas grandes obras. A despeito desse fato, o governo federal quer construir mais duas hidrelétricas ao longo do rio Madeira e gastar bilhões com isso. Com muito menos dinheiro poderíamos controlar a ocorrência da doença na região. Nosso objetivo é estudar o porquê desse potencial malarígeno. Já temos algumas pistas que podem nos ajudar a controlar a doença.

    Agência FAPESP – Que pistas são essas?
    Pereira da Silva – Em primeiro lugar, há uma alta incidência de pessoas assintomáticas. Quase 50% dos adultos são assintomáticos. Eles infectam o mosquito vetor e esses transmitem a doença a outras pessoas. Pudemos observar que, apesar de haver uma alta incidência do mosquito anofelino fora de casa, a transmissão se dá de forma intradomiciliar. Além disso, estudos mostram haver uma relação entre parasitos das espécies Plasmodium falciparum e Plasmodium vivax. Aliado a isso tudo há o fato de o anofelino se alimentar sucessivamente de vários indivíduos.

    Agência FAPESP – E como essas informações podem ajudar?
    Pereira da Silva – A partir dessas pistas, estamos propondo um plano específico de controle à malária, introduzindo inovações nos métodos para evitar epidemias que possam se desenvolver no processo de construção das barragens dessas hidrelétricas que serão construídas. As obras atrairão trabalhadores que vêm de áreas não malarígenas. Só jogar fumaça no mosquito não vai resolver. Esse método representa uma visão viciosa da política do governo, baseada na idéia de que o transmissor da malária está somente fora de casa. E sabemos que isso não é verdade. Há essencialmente um transmissor domiciliar e deveria haver um controle vetorial focalizado na transmissão direta.

    retirado do site http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=240523

    Como vê a Amazônia é difícil de ser controlada. Fácil mesmo só no papel…

  27. É como dizia o poeta
    É como dizia o poeta rondoniense, Zemagror:

    Madeira!
    Colosso desconhecido
    desta hiléia, êxtase imbuído
    de infinitos seringais
    És, ainda, grande e secular rio
    O penhor da existência
    Onde o caboclo na inocência
    Lendários monstros viu.

  28. qUE BELEZA Bem, é certo que
    qUE BELEZA Bem, é certo que não dá pra fazer essa omelete sem quebrar ovos.

    Os ambientalistas vão ter realmente que apontar alternativas que sejam econômica e ambientalmente menos danosas, já que custo zero não existe.

    Lamentavelmente, acho que, devido à falta de realismo político dos verdes, acabará sendo tarde para salvar o Rio Madeira, diante de um presidente que passou quatro anos chocando os dividendos da estabilidade monetária e agora quer deixar sua “Brasília” construída a qualquer custo.

    Quem, como eu, viveu nos Estados de Goiás e do Tocantins sabe bem a diferença entre um rio de leito definido, como Rio Tocantins, já com vários aproveitamentos hidrelétricos, e outro que muda seu leito a cada estação, como o Rio Araguaia, considerado impróprio até para uso hidroviário.

    E olhem que o Araguaia não tem as peculiaridades apontadas pelo Eduardo no Madeira, cuja bacia, como pode ser visto até no Google Earth, tem o formato de um delta invertido a partir da Cordilheira dos Andes – a exemplo dos demais grandes rios amazônicos.

    E se amanhã os eletrocratas que agora chacotam dos defensores de espécies exóticas como os bagres e os caboclos amazônicos tiverem que se render diante de algumas manifestações da natureza que costumam não aceitar argumentos, como a lei da gravidade e as epidemias?

    Quando morei em Palmas, de 2003 a 2006, as pessoas se assustavam com o Calazar, uma leishmaniose visceral que só costuma apresentar sintomas quando o caso já se tornou incurável.

    Se boa parte da necessidade de novas fontes de energia elétrica do Brasil é para cobrir um gap sazonal, no período de secas nos reservatórios do Sul, será que não compensa mais investir em térmicas de carvão e óleo, sem falar em energia nuclear, como já foi argumentado por alguns leitores neste post?

    Os ambientalistas terão que lidar com esses trade-offs, se não quiserem ser engolidos no debate político.

    E a questão da conservação de energia e da repotencialização, também colocada aqui? Quanto de energia é possível ganhar com essas alterrnativas?

    Claro que o Lula não quer entrar pra história como o presidente que “reformou” usinas e sistemas de transmissão e transformação como nunca antes na história deste País…

    P.S.: outro dia

  29. Hoje em dia estamos sujeitos
    Hoje em dia estamos sujeitos a uma nova síndrome psicótica denominada “ecopatia fulminantis”, esta síndrome tem algumas características muito peculiares, ou seja:
    1 – Ataca o cérebro na região que provém o bom senso.
    2 – Elimina a capacidade de cálculos e de teste de hipóteses pelo portador.
    3 – Escurece a mente contra qualquer raciocínio lógico.
    4 – Aumenta o comportamento esquizofrênico fazendo com que qualquer ação que seja feita por outros possa atingir o mundo inteiro.

    Esses sintomas não são nada graves se comparados como utros completamente anti-sociais, quais sejam:
    1 – Começam a pensar que populações no meio do mato sem saúde, iluminação, educação e outros confortos da chamada vida moderna são excelentes para os ribeirinhos.
    2 – Acham que para eles os confortos da vida moderna são necessários e imprescindíveis e que os governos devem tirar dinheiro do nada para gerar esses confortos através de métodos caros e inviáveis economicamente.
    3 – Gostam de observar a natureza bem longe das suas casas, principalmente nas suas férias, vendo quão típicos e naturais são aquelas criancinhas que brincam na margem dos rios sem ter futuro nenhum.

    Temos que pensar em como curar essas pessoas dessa síndrome, com dados e números é difícil pois a sua capacidade para o raciocínio lógico está embotada, que tal mandar alguns deles com a família inteira para um local desses (turístico e original) para que os mesmos façam os seus filhos se criarem na miséria.

  30. Eu sou de Rondônia, não
    Eu sou de Rondônia, não conheço esse tal de JBA. Mas quando ele fala em população ribeirinha, se refere a no máximo a 300 pessoas. Não podemos prejudicar vários setores da economia de Rondônia e do Brasil, por causa de pouco mais de trezentos pescadores. O interesse público é maior que o popular, caso contrário não haveria desapropriação. A maior parte dos laudos e pesquisas são do IBAMA. E se tem um órgão que nós sabemos que é corrupto, arcaico e doutrinado é o IBAMA. Marina Silva, admirada mundo afora, não esconde a velha rivalidade pelo estado de Rondônia, que é maior, mais rico, mais diversificados, tem um plano de zoneamento ambiental, a população vive melhor, tem melhores cidades. O caro e ilustre JBA também ignora que energia eólica é inviável. Biomassa também gera danos. Fotovotaica não consegue suprir a demanda energética. Para nós rondonienses essa usina é questão de necessidade, temos uma vocação para o crescimento. Se tiver impacto ambiental que sejam minimizados, não que se pare a construção por causa de um punhado de ambientalistas xiitas.

  31. Alex

    Não moro em Rondônia,
    Alex

    Não moro em Rondônia, mas conheço bem o Estado e também o Amazonas. Você não acha que, com o asfaltamento da BR 319, o gás transportado diretamente de Urucu ou indiretamente de Manaus, com o gasoduto Coari-Manaus já em fase de construção, pode supir a demanada energética de Rondônia? A própria rodovia seriviria de eixo para o gasoduto, evitando impactos maiores na região de Lábrea e Canutama, que já sofrem pressão. O gás de Urucu é nacional e abundante. O acesso a ele não depende de negociações com outros países. Termoelétricas a gás são uma alternativa melhor que as a diesel ou carvão, com a possibilidade de renovação. Quem conhece o lago da barragem de Samuel e viaja bela BR 394 vê a catástrofe. Diques de contenção tiveram que ser construídos nas laterais do lago, para evitar a inundação da rodovia. Eu acredito que a discussão sobre as barragens no Madeira está sendo falsamente construída a partir de supostos empecilhos ambientais, como o tal do bagre. Isso cria uma cortina de fumaça para esconder o principal: as usinas são tecnicamente inviáveis mas representam uma mina de ouro para as grandes empresas de engenharia. É muito mais fácil ridicularizar o bagre que reconhecer que o Madeira é umm rio sem aptidão para geração de energia elétrica a longo prazo.

  32. Caro Eduardo,

    Se premitir,
    Caro Eduardo,

    Se premitir, faço minas tuas palavras!

    Eu, q moro aqui em Manaus, não soube tão bem traduzir meu protesto qto vc!

    Parabéns!

    Um abraço

  33. Impressionante como ainda
    Impressionante como ainda vivemos, o dilema Progredir sem Agredir… parece que o governo está sendo encantado pela sereia do Progeosso a todo custo… uma pena.

  34. acho que deverian colocar
    acho que deverian colocar algumas fotos ai para que o mundo tivese pelo menos uma base do que o propio homen con sua ganansia cnsegue faser sera que o juri que deu causa ganha na construsao da barrage consegue colocar a cabesa no traveseiro e au menos cuxilar? pois eeeeee viu o que deu coitado desse povo tomara que chegur ate eles os donativo

  35. Partindo da premissa que a
    Partindo da premissa que a longo prazo todos nós estaremos mortos.O que são na verdade esses projetos hidrelétricos-minerais, senão a necessidade de continuarmos com nosso conforto, e agredindo cada vez mais a natureza.Nossa extinção se fará pelas nossas mãos, não podemos retroceder.É inevitável que iremos juntos com todo nosso progresso, e nossas hidrelétricas.Já atingimos um grau de absoluta imbecilidade.Fiquem vocês brigando por essas coisas sem sentido, por essas tecnologias desgraçadas que aviltam o homem e nossa sociedade.Aproveitem essas horas ainda.

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