Bancos centrais se veem em campos diferentes da política de juros
Brian Blackstone e Jon Hilsenrath/The Wall Street Journal-PORTUGUESE-APRIL 5, 2011, 7:55 P.M. ET
Os bancos centrais mais importantes do mundo começaram a sair de sincronia enquanto tentam lidar com a pressão inflacionária e os diferentes obstáculos mundiais ao crescimento econômico.
O Banco Central Europeu, que se prepara para a reunião de política monetária de amanhã, deve ser o primeiro BC das economias desenvolvidas a aumentar os juros desde que o mundo caiu numa recessão profunda em 2008….
…………Os bancos centrais mais importantes do mundo “estão numa clínica de estresse pós-trauma”, disse Willem Buiter, economista-chefe do Citigroup e ex-integrante do comitê de política monetária do Banco da Inglaterra. Os juros estão “ridiculamente baixos”, disse ele. “É evidente que o mundo atual não é o mundo em que os bancos centrais gostam de operar.” Mas saber o momento certo de retirar o estímulo, sempre um desafio, pode ser ainda mais difícil que o normal.
As políticas dos próximos meses terão consequências enormes para o crescimento, a inflação e o mercado financeiro. Bruce Kasman, economista-chefe global do J.P. Morgan, diz que os BCs de mercados emergentes, como o Banco Popular da China, estão atrasados e se arriscam a enfrentar mais inflação. Se os bancos centrais dos países desenvolvidos esperarem demais para apertar a polícia monetária, também se arriscam a perder o bonde. Mas se agirem cedo ou agressivamente demais, podem acabar com a recuperação de suas economias…..
…..A divergência entre os bancos centrais também é um teste de sua credibilidade. O BCEaposta que a alta dos juros agora vai provar que ele sabe como combater a inflação e também ajudar a evitar posteriormente elevações mais draconianas no custo do dinheiro.
O Fed, por outro lado, aposta que pode permitir que a nascente recuperação americana — ainda atrapalhada pelo declínio do mercado imobiliário, baixo consumo e alto desemprego — continue ainda um pouco antes de ele começar a fase de desaceleração.
Se o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, estiver errado, os juros mais altos podem punir desnecessariamente as economias europeias que ainda estão frágeis, como as da Grécia, da Irlanda, de Portugal e da Espanha, enquanto a alta do euro pode atrapalhar as exportações alemãs, encarecendo-as no mercado mundial.
Se o Fed estiver errado e esperar demais para aumentar os juros, sua credibilidade no combate à inflação pode ser prejudicada. Bernanke indicou segunda-feira que se os preços ao consumidor aumentarem mais do que espera, ele agirá para coibir a inflação.
Há muita coisa em jogo para Trichet, o último banqueiro central a aumentar os juros,em julho de 2008, poucas semanas antes de a quebra do Lehman Brothers gerar uma crise financeira mundial. O BCE tem sido criticado por essa medida desde então, embora Trichet afirme que ela mostra como ele sabe atacar a inflação.
O BCE, que só existe há 13 anos, se vê diante um desnível crescente entre o norte europeu próspero, formado pela Alemanha, a Áustria e a Holanda — onde a inflação começa a despontar —, e o frágil sul mais a nortista Irlanda, onde o desemprego está alto e o crescimento econômico é fraco…….
http://online.wsj.com/article/SB130204737371601341.html?mod=WSJP_inicio_…
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