A retórica dos economistas

Na aba de ECONOMIA (clique aqui) a Coluna Econômica analisa um dos truques mais utilizados pela retórica dos economistas: as correlações com falsas relações de causalidade.

Luis Nassif

47 Comentários

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  1. A retórica dos economistas eu
    A retórica dos economistas eu não sei qual é e nem qual a duração, mas a dos caras que fazem cinema é simplesmente uma constante.

  2. Boa tarde Nassif.

    Tenho
    Boa tarde Nassif.

    Tenho acompanhado atentamente suas críticas, bem fudamentadas, sobre efeito do câmbio na produção interna.
    Gostaria que vc comentasse quais são os setores que estão sofrendo, porque quando saem os dados sobre o crescimento da industria, principalmemte agora com os dados oficiais do IBGE, parece que esta tudo indo no caminho certo, como por exemplo ( talvez o único que ouvi) do setor da construção civil ( crescimento de 6.5%).
    Abs, Fábio.

  3. Há uma frase, cujo autor
    Há uma frase, cujo autor desconheço, que resume bem o argumento do seu texto:

    “A estatística é a técnica de torturar os números até que eles confessem”

    De um modo geral, acredito que a imensa maioria destes profissionais sabe perfeitamente sobre o que está escrevendo, no entanto, seus interêsses orientam suas teses, e, contra interêsses, geralmente não há argumentos (!).

  4. O maior problema dessas
    O maior problema dessas correlações é que a maioria da população não tem conhecimento o suficiente para entender o mercado, a globalização e efeitos da mão invisível que regula o mercado, enquanto houver uma parcela de pessoas que tendem a misturar tudo e pensar que são economistas, que paga as contas é aquele empresário que paga seus impostos e é assaltado pelos altos juros do bancos e a falta de oportunidades reais de crescimento.

  5. Caro Nassif,

    Existem
    Caro Nassif,

    Existem tecnicas elementares em estatistica para estudar este tipo de questao. Elas fazem parte do que se chama de Analise Multifatorial, cujo o principal objetivo eh tentar elucidar os fatores principais relacionados com o comportamento de uma certa variavel.

    Estas tecnicas sao disponiveis em qualquer software elementar de calculo estatistico. Duas destas principais tecnicas sao a) Analise Multivariada b) Analise de Componentes Principais. Ambas bastante utilizadas em Medicina e Ecologia. Nao entro nos detalhes tecnicos das mesmas pois nao eh relevante aqui.

    Alerto apenas que me espanto em saber que economistas usem correlacoes lineares simples entre duas variaveis para chegar as suas conclusoes. Ninguem seria louco de fazer isto em Medicina.

    Existe todo um ramo da estatistica dedicado a questao de se analisar se um fator eh realmente causal ou nao.

    Nao quero parecer prepotente, mas isto eh bem elementar em estatistica.

  6. Caro Nassif:
    seus comentários
    Caro Nassif:
    seus comentários sobre a atuação pseudo-científica de economistas(?) está muito boa. Julgo interessante acrescentar que qualquer aluno principiante de Estatística ou de áreas que aplicam estatística (Epidemiologia, Saúde Pública etc) sabe que existência de correlação não significa automaticamente relação causa-efeito; pode-se acrescentar, ainda, o fenômeno de causalidade reversa. Então, resta a dúvida: os economistas de quem você fala são ignorantes, passaram em Estatística graças a cola de colegas, realmente confundem alhos com bugalhos, ou distorcem resultados intencionalmente?
    José Maria

  7. Nassif, na área de humanas é
    Nassif, na área de humanas é sempre assim, se voce comentasse na área do direito voce falaria de silogismos, na economia voce fala de modelos, onde voce manipula como quer para obter as conclusões que voce quer. Se fosse para valer teria que fazer o teste estatístico para obter o valor de cada correlação para dizer se a mesma se confirma ou não. Mas sabe como é, da uma trabalheira, e estatística hummm, deixa pra lá. Mas falando de correlação entre taxa de juros real (elevadíssima) e cambio apreciado, veremos agora o tal teste a que me referi, sabe qual o resultado, como estamos entupidos de capital especulativo de curto prazo, os movimentos especulativos são magnificados, veja que a Bovespa ontem quase empatou com a queda da bolsa chinesa. A tendencia por aqui é que a volatilidade das bolsas e do cambio sejam muito grande. Veremos os resultados. Eu diria que a politica atual do Bacen é a do rabo abanando o cachorro. Tá tudo errado.

  8. Outro truque dos economistas
    Outro truque dos economistas brasileiros com mestrado nos EUA e usar a teoria economica como um instrumento de operação na realidade quando a teoria é apenas uma ferramenta para ajudar a entender os fenomenos e os ciclos.
    Nem os que formulam as teorias as levam a sério como valor absoluto. Douglass North, que deu excelentes contribuições interpretativas sobre a importância das instituições na economia, sempre relativizou as suas conclusões. Os grandes formuladores sabem que as teorias são meros instrumentos auxiliares que ajudam a organizar o pensamento. O problema é que os discipulos mediocres levam a teoria ao pé da letra, tratam como mandamentos e principios imutáveis e quando estão em posições de influência e poder, querem usar essas ferramentas como pés de cabra da realidade e ai desta se não se ajusta ao modelo teórico.
    A diferença entre o sábio e o copista é imensa, infelizmente nós aqui temos pouquissimos sábios e uma multidão de copistas.

  9. A alta de 18% nas importações
    A alta de 18% nas importações de 2005 para 2006, quase o dobro da elevação das exportações (9,5%) evidencia o “erro do câmbio” que está aniquilando a indústria nacional.

  10. A correlação a que me referi
    A correlação a que me referi é do seu colega Affonso Celso Pastore. Fala sério: você já leu algum livro de história econômica?

  11. A relação de causa-efeito
    A relação de causa-efeito obtida na “correlação do Pastore”, traduzida para o dia-a-dia da empresa seria o seguinte: o aumento na produção e venda de peças resulta em menor crescimento da empresa. Por isso, a partir de hoje, vou recomendar que todos parem de trabalhar para que possamos crescer. Radical !

  12. De novo o câmbio? Por que não
    De novo o câmbio? Por que não estabelecemos uma correlação com os salários? Será que os empresários aceitam corrigir o câmbio e corrigir os salários para os níveis internacionais?A resposta é sempre a mesma: Não.Este jogo para o empresariado é de mão única.Só eles querem ganhar.Que se virem.

  13. O leitor atento percebe que
    O leitor atento percebe que você já criou uma causa-e-efeito sem mesmo usar “duas linhas em um gráfico.”

    Repare, você escreve:

    “Quando o Banco Central joga a taxa de juros nas alturas (como agora) e provoca uma retração no crescimento…”

    Você pode achar que a taxa de juros alta provoca uma retração no crescimento. Mas muitos outros acreditam que a causa do crescimento econômico anêmico do Brasil é bem outra coisa.

    Água mole em pedra dura é outro tipo de manipulação. Trocando em miúdos: a força de repetir um postulado discutível pretende-se que ele se transforme em verdade absoluta.

  14. Caro Nassif

    Em modelos
    Caro Nassif

    Em modelos estatísticos de economia e ciências sociais aplicadas, achar correlações ajuda, mas o Graal é a causalidade. Uma correlação pode não ter nenhum significado. É necessário cuidado e honestidade intelectual para que uma relação causal seja estabelecida. Vou dar alguns exemplos:

    (1) Cuidado: uma variável não incluída no modelo pode explicar mais que as variáveis escolhidas. Ou pior, a variável deixada de lado pode explicar as variáveis escolhidas (outra correlação).

    (2) Haver correlação não significa causalidade. Um exemplo bobo é o trânsito na cidade de São Paulo nos dias úteis e o movimento das marés em Santos: quando a maré muda (início da manhã e final da tarde) o trânsito em Sampa aumenta. Causalidade?

    (3) Mas o grande truque é: a correlação existe, mas a causalidade só pode ser explicada com modelos comparativos mais complexos. Podemos imaginar causalidades num modelo com dados de um país, mas o seu verdadeiro teste é fazendo o que os pesquisadores chamam de controlar as variáveis, ou seja, comparar com outros casos. Por exemplo, se compararmos variáveis explicativas (taxa de juro, câmbio, poupança interna, financiamentos disponíveis, …) e dados de evolução de exportações entre vários países, poderemos ver num modelo estatístico qual é a grande variável explicativa. Com isso, até descobrir que determinadas variáveis, mesmo sem apresentar correlações em um caso específico, podem explicar muito melhor a realidade.

    Por exemplo: imaginem um país onde o câmbio é desfavorável e as exportações aumentam. Um modelo simples diria que há uma correlação negativa entre essas variáveis. Um modelo complexo, comparando com outros países, pode apontar que as exportações poderiam ter aumentado muito se o câmbio fosse favorável.

    Sempre bom lembrar que precisamos qualificar os dados. Por exemplo, de que tipo de exportações estamos falando: tudo agregado, commodities ou manufaturados.

    Abraços

  15. Nassif,

    Estabelecer relações
    Nassif,

    Estabelecer relações de causa e efeito é mais complexo ainda. Ainda mais quando comparamos variáveis que por definição são crescentes ao longo do tempo, como o PIB.

    Mesmo assim, podemos incorrer no problema da correlação espuria. O mais apropriado é ver a correlação de duas variáveis em períodos distintos de forma que podemos assim demostrar que as variáveis têm uma relação e se existe uma relação de precedencia temporal, que é o mais próximo que podemos dizer (empiricamente) sobre uma suposta relação de “causa-efeito”.

  16. Nassif, qual é a do min.
    Nassif, qual é a do min. Mantega ?
    O min do trabalho falou em taxar as exportações e o min Mantega disse que não dá (na FSP e Estadão) …
    Duvido que o próprio não saiba que a solução é + ou – por ai …
    Será que o min planilhou (ficar muito com o mágico de Oz, Meireles faz isso ???) ????
    abc
    WM

  17. Quando o tema é bom a
    Quando o tema é bom a discussão fica “animada”. Correlações à parte, a questão é que nosso PIB em 2006 ficou em 2,9%(será tudo isso mesmo?) superior apenas ao do Haiti. Isso é fato, é fato também que a polítca economica não muda a 12 anos, os petistas vão ficar furiosos. Como resultado os primeiros governos de FHC e Lula tem a mesma média de crescimento anual 2,6%. As coincidencias são muitas, juros real elevado, superávit primário, aumento da carga tributária e principalmente a elevação continua dos gastos correntes. Essa é a variável chave e que ninguém enfrenta como se deve. O resultado básico disso tudo é que a capacidade de formação bruta de capital do país não chega a míseros 20% do PIB e assim não vamos crescer nunca, com PAC ou não. Só uma coisa, o pessoal da área de biológicas não manja tudo isso de estatística não, mas eles contratam estatisticos para auxiliarem em suas pesquisas, sei disso pois minha esposa é da área e contratou uma estatística para auxiliá-la em sua dissertação.

  18. Tenho certeza que a
    Tenho certeza que a estatística é uma ferramenta importante, porém como qualquer ferramenta, pode ser usada correta ou incorretamente. Eu tinha um professor que dizia “Seu experimento ficou bom? Publique. Não ficou bom? Chame um estatístico e você publicará….

  19. Os
    Os homo-econômicus-planilheirus parecem engenheiros querendo prever o futuro, usando ferramentas poderosas de matemática e estatística, tentando convencer que são bons administradores, quando estão apenas advogando em causa própria.

  20. Mesmo com um cambio
    Mesmo com um cambio totalmente desfavorável o Brasil cresceu quase 3% em 2006, talvez mais como novo metodo a ser divulgado pelo IBGE, e ja esta num ritmo próximo do 5% anuais de crescimento do PIB.

    2007 deve ter juros bem menores que em 2006 e provavelmente sem crise política e uma construção civil com forte crescimento e a implantação do Biodiesel com a formação dos estoques para serem adcionados ao diesel a partir de 2008, com esses dados o Brasil pode até crescer mais de 5% anuais se as contas externas ajudarem e o risco Brasil se aproximar dos 100 pontos ainda em 2007.

  21. Aprender matemática na
    Aprender matemática na faculdade (um curso de cálculo 1) ajudaria aos que possuem curso superior a não serem facilmente enganados com manipulações de gráficos, tabelas e estatísticas feitas por economistas ou qualquer outro senhor explicador de coisas que venha à mídia expor suas teorias. Resta saber se estes estão tentando nos enganar ou não aprenderam matemática corretamente e por isto fazem mau uso dela.

  22. Nassif,
    Trabalhei alguns anos
    Nassif,
    Trabalhei alguns anos com indicadores de qualidade de vida, onde as relações de causa e efeito são muito importantes em toda a análise, portanto não se deve abrir mão desse poderoso intrumento científico.
    Um exemplo claro disso é a relação saúde x educação, onde os inicadores de saúde são piores onde há menos escolaridade. Sabe-se a priori que a pouca instrução piora os niveis de saúde.
    Entretanto olhando apenas os números sem verificar as condições externas ao modelo, pode-se dizer que as pessoas estudam menos porque ficam muito tempo doentes.
    Roberto.

  23. Tem outro detalhe: uma
    Tem outro detalhe: uma análise escorada somente em busca de correlações implicitamente assume desconhecer os mecanismos que regem o comportamento intrínseco dos objetos de estudo. Funciona como uma área da Ciência que está tateando às cegas: primeiro fazer uma filtragem dos dados, identificar parâmetros, buscar correlações entre eles, fazer classificações, e aí tentar interpretar e generalizar. Se há uma teoria madura, bem testada, que descreva esses comportamentos, respeitado um certo escopo conhecido, esse trabalhão todo torna-se desnecessário. Claro que essa suposta teoria não pode conflitar com a realidade que pretende descrever, a não ser que se aplique uma das leis da perversidade universal da matéria: “se a realidade não bate com suas previsões, abandone a realidade”.

  24. Caro Nassif,
    saiu o PIB
    Caro Nassif,
    saiu o PIB (abreviação de Para Infernizar o Brasil), bateu a insuperável marca dos 2,9%, comparado aos 2,3% de 2005.
    Opa!!! Vamos brindar!!! enquanto os Bancos têm lucros bilionários, o país leva uma sapatada destas!
    Lula, se isto é espetáculo, imagino qual vai ser o ato final……

  25. Nassif,

    Olha como
    Nassif,

    Olha como funciona a cabeça de sofistas com Affonso Celso Pastore e Alexandre Schwartzman.

    Eles dizem que não podemos usar as contas nacionais para extrair a conclusão de que as importações vêm surtindo impacto negativo no PIB, no que eles estão corretos. De fato, o problema é muito mais complexo, impossível de ser captado pelos grandes agregados macroeconômicos. Mas esses mesmos senhores, veja só, usam as mesmas contas nacionais para afirmar que o Brasil não pode crescer de forma sustentada a mais de 3% ao ano porque a demanda está crescendo mais do que a oferta, o que, diga-se de passagem, é uma conclusão correlata àquela anterior que eles tanto condenam, pois a diferença entre o crescimento da oferta e o da demanda doméstica é justamente o crescimento do saldo comercial, que nos últimos trimestres tem sido negativo.

  26. O truque do amigo acima está
    O truque do amigo acima está no altamente subjetivo conceito de ‘economic freedom’. A depender do conceito usado, uma renda per capita alta passa a ser condição necessária à liberdade econômica, e a correlação apenas demonstra o reverso da causalidade sugerida.

  27. Acho que o Nassif não foi
    Acho que o Nassif não foi preconceituoso com a estatística, que é uma ferramenta excelente quando bem utilizada.
    O que seria da ciência sem a matemática?
    O problema é que a fronteira entre ciência e fraude é muito frágil. Isso vale para todas as áreas do conhecimento. A economia, porém, parece ter exemplos dos mais infelizes de fraudes. E as “Mirians Leitões” as divulgam para a sociedade em veículos de mídia de massa como verdade absoluta, causando um prejuízo sem tamanho para esta sociedade.

  28. Leo, os comentários são sobre
    Leo, os comentários são sobre correlações criadas por meus colegas jornalistas Alexandre Schwartsman e Affonso Celso Pastore. A propósito, quais você leu?

  29. Um tsunami está sendo criado,
    Um tsunami está sendo criado, e provavelmente vamos ver uma nova onda de valorização cambial em alguns meses (quiçá semanas). Três notícias dos últimos dias: i) o Citigroup agora publica na bloomberg taxas de empréstimo e captação, de dólares, mas denominadas em reais (qualquer um com conta no citi em qualquer lugar do mundo pode agora fazer um depósito a prazo denominado em reais); ii) o Société Genéralé comprou o Banco Cacique, ou seja, uma plataforma para vender ativos brasileiros para seus clientes (é só mais uma aquisição de uma longa lista neste ciclo, que talvez comece com o UBS comprando o Pactual… certamente não será a última!); iii) A Merrill Lynch vai emitir divida própria denominada em Reais… ou seja, vai captar lá fora a 10.5%, internar o dinheiro e aplicar aqui dentro a 12%. Estamos com 100bi de reservas: onde vai parar a brincadeira?

    Curioso que ninguém parece se lembrar mais da lição elementar de economia internacional: não é possível ter política monetária autônoma com câmbio fixo e livre fluxo de capitais. Estamos vendo ao vivo e a cores o que isto significa. Apertem os cintos!

    Ruben

    PS: Na época pouca gente entendeu o que era este negócio do UBS comprando o Pactual. Pareciam estar pagando uma fortuna. Qdo o UBS acabou vendendo algumas dezenas de bilhões de ativos brasileiros para seus clientes, cobrando “fees” de 1% ou mesmo 2%, caiu a ficha: em meses já tinham pago todo o investimento… os outros bancos começaram a correr atrás. Literalmente Brasil está à venda… de graça!

  30. Leo, você leu todos os livros
    Leo, você leu todos os livros de economia, mas não leu os artigos que estão em discussão. O artigo do Pastore na aba de ECONOMIA é o ponto central da discussão. Agora que mostrou sua bibliografia completa a revista, saque dos argumentos e seja bem vindo à discussão.

  31. Desculpe chegar tarde…
    Desculpe chegar tarde… olha, Não gosto de generalizações, esse negócio de economistas, engenheiros, trabalhadores ou mesmo expressões do tipo “cidadãos produtivos” só enraiza mais preconceitos na cabeça de ignorantes, tipo “cabeça de planilha”, há economistas e economistas, de UM, só sei do PAPA. O pior, pela minha experiencia, vc não falou, que é a alteração de escala GRAFICA, esta sim um perigo, ao invés de demonstrar a curva, muitos tentam pegar trechos dela ou de sua crista. Qto a relacionar baixo crescimento somente com juros, TAMBÉM acho de uma simplificação perigosa …mas? fazer o que né?

  32. Uma retórica simplificadora
    Uma retórica simplificadora da realidade que os economistas usam e abusam é formada por clichês, bordões, trocadilhos e alegorias, geralmente bobagens irrelevantes que eles acham geniais e inserem em debates e entrevistas. A mais célebre é a história do “não há almoço gratis” do monetarista-rei Milton Friedman, que significa em síntese que o Estado não deve dar dinheiro aos pobres. Um outro chavão horroroso é aquele que diz que “uma meia inflação é como uma meia gravidez”, uma imbecilidade total pois os dois fenomenos na sua essência nada tem a ver, a inflação sendo um fato derivado da ação humana, não tendo ciclo definido, pode durar três meses ou cinquenta anos e a gravidez sendo um fato da natureza, com ciclo definido para cada espécie. O economista mediocre acha esses chavões a quintessência da sabedoria economica e alguns comentaristas repetem essas baboseiras como papagaios, sem se aprofundarem na sua pobre ilogicidade. Ao contrário de facilitarem o entendimento da economia, esses chavões obscurecem e confundem, vão sendo passados para frente por quem ouviu e finge que entendeu, multiplicando a ignorancia.
    Um famoso comentarista da mídia eletrônica usa e abusa desses bordões furados, mistura futebol com economia e faz uma salada vulgar tipo “a inflação bateu na trave” e por ai vai, um estilo repetitivo e monotono que já dura várias décadas.
    Uma certa autoridade economica que nada entende de economia, um copista de copistas de quem é porta-voz, tambem gosta de repetir chavões gastos como se fossem éditos reais
    Na verdade a economia não precisa nem de teorias complicadas e nem de chavões vulgares e sim de clareza na exposição das idéias e de sua relação com o mundo real.

  33. Sugiro ler sobre o Tratado de
    Sugiro ler sobre o Tratado de Methuen (em 1703) com Portugal, a posição frente aos texteis da Índia, as críticas de Adam Smith ao tratado e a defesa de Fridrick List mostrando a engenhosidade da Inglaterra.

  34. Leo, estou lhe dizendo que
    Leo, estou lhe dizendo que não dei informação errada. Você é quem pegou o período errado. Se quer mais detalhes, leia o “Sistema Nacional de Economia Política”, de Friedrick List, Abril Cultural, 1983. (Coleção Os Pensadores). É nele que se analisa o protecionismo inglês do começo do século 18, as críticas de Adam Smith e os contra-argumentos de List.

  35. Andre Araujo,

    Não existe
    Andre Araujo,

    Não existe almoço grátis sintetiza apenas que tudo tem um custo. Friedman defendeu que o melhor é exatamente dar dinheiro para as pessoas, lembrando que IR “negativo” é idéia dele.

    Quanto ao discurso dos economistas. Analista de Banco é fadado aos diagnósticos imediatos e ao senso comum dos Analistas de Banco. As Mirian Leitão da vida correm atrás ou destes ou dos especialistas do governo que, por seu turno, falam o discurso oficial.

    Se tem um sério problema na análisa econômica brasileira é a falta de centros de analise e pesquisa independentes. O Instituto de Economia da UFRJ, com seu Grupo de Conjuntura, está engatinhando nessa direção (http://www.ie.ufrj.br/pesquisa/pesquisa.html), mas é preciso mais, muito mais.

    Pesa muito o preconceito em vários centros de economia à pesquisa empírica e questões outras que não seja as “Grandes Questões”.

  36. Prezado colega de blog Daniel
    Prezado colega de blog Daniel Coelho : Friedman estava longe de ser carinhoso com os pobres. O que ele disse, naquele apogeu do welfare state, era que seria melhor dar dinheiro vivo aos pobres do que prover serviços sociais, na presunção de que isso custaria menos aos contribuintes americanos. Não era o que ele gostaria, era o mal maenor frente a beneficios como os coupons de alimentação, medicare. bolsas de estudo, etc O ideal mesmo para ele era não dar nada aos pobres, que cada um se virasse na economia de mercado mas que se não tivesse jeito era melhor dar grana viva. Quem curte egoismo e individualismo acha essas ideías o máximo. Quem acredita em outros valores abomina essa visão. Tem gosto para tudo.

  37. Paulo, vamos introduzir os
    Paulo, vamos introduzir os métodos estatísticos na música, correlacionando consumo de cerveja e sincopado? Só faltam os músicos, porque a medicina e a economia já arrebentaram com a boca do balao.

  38. Todo cuidado com estatísticas
    Todo cuidado com estatísticas é pouco. Alguém já disse que o estatístico é o sujeito que vê uma casa com dois carros na garagem, ao lado de outra casa que nem garagem tem, e prova que em média nenhum dos dois vizinhos está a pé.
    Nós que desconfiamos da estatística temos boa companhia. Quando Einstein confrontou-se com o uso de função estatística para a resolução de problemas da mecânica quântica comentou: Deus não joga dados com o universo.
    O emprego de função estatística era para contornar os problemas advindos do princípio da incerteza, enunciado por Heisenberg, que mostrava a impossibilidade de se medir simultaneamente com precisão a velocidade e a posição de uma partícula sub-atômica.
    Este princípio confirma que observador interfere no objeto observado, portanto o observador não é um elemento neutro ao fenômeno observado. Se é assim para a realidade de uma ciência da natureza, imaginem para uma ciência humana como a economia, onde os inter$$e$ são vultosos.
    Devagar com andor que a estatística também é de barro.

  39. Simplesmente não consigo
    Simplesmente não consigo acessar o texto “A Retórica dos Economistas”. Ao clicar “clique aqui” sou redirecionado ao blog antigo, sem a matéria.

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