As minas de potássio da Vale

Por Alexandre

Boa tarde, Nassif,

Eu lembro que há algum tempo atrás, salvo engano, você havia comentado sobre a necessidade do Brasil adquirir controle sobre fontes de fósforo, potássio e nitratos, pois são fundamentais para reduzir a dependência externa de nossa agroindústria dos humores de fornecedores internacionais de adubos.

Essa notícia (clique aqui) anuncia que a Vale comprou minas de potássio da Rio Tinto, minas localizadas na Argentina e no Canadá.

Acho essa notícia muito importante, você já havia comentado antes que se nossas multinacionais tivessem se privado de desfrutar da farra dos derivativos, hoje poderíamos comprar empresas e ativos internacionais estratégicos à preço de banana (acho que o exemplo que você citou foi os nossos cafeicultores junto com seus pares colombianos comprarem a Starbucks).

Junto com a fusão VCP e Aracruz (criando a maior produtora de celulose do mundo), essa aquisição não seria a primeira de uma longa série que marcaria uma nova fase de internacionalização e crescimento das multinacionais brasileiras? Tenho esperanças que sim, que o Brasil sairá maior desta crise do que entrou.

Luis Nassif

14 Comentários

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  1. “essa aquisição não seria a
    “essa aquisição não seria a primeira de uma longa série que marcaria uma nova fase de internacionalização e crescimento das multinacionais brasileiras?”: se chegou aas maos do Brasil eh porque foi bolha que ja virou Starbucks.

    (destesto o Starbucks!)

  2. Caro Alexandre,
    Como o
    Caro Alexandre,
    Como o proposito do blog é a discussão, seuge meu comentário:

    O problema que vejo é que as minas citadas não estão no Brasil, e sim em um grande concorrente nosso na agoraindustria. Lembrando que temos Minas de Postassio e fósforo, potássio concessionada desde 1966 e ainda não exploradas. Lembre-se que a Vale pode investir Milhoes e quando tiver tudo pronto a Argentina pode simplimente criar um imposto de exportação de 1000%, pois ela é soberana para isto.
    Para um dia ser a primeira potencia em agircultura, vamos explorar nossas minas e a convencer a Petrobras a criar mais fábricas de Ureia,etc..

    Mas é sempre bom ver noticias como a sua.

  3. Não só as minas de potássio
    Não só as minas de potássio mas também uma importante mina de ferro no Mato Grosso. Apesar de ser um grande negócio para Vale é uma pena ver uma empresa do porte da Rio Tinto, hoje a terceira do mundo, fechando as portas no Brasil. Mais uma major que nos deixa o que não é nada bom para economia e para o mundo da mineração.
    Segue o link da notícia
    http://www.geologo.com.br/MAINLINK.ASP?VAIPARA=Comentario%20endividada%20Rio%20Tinto%20vende%20sua%20mina%20de%20ferro%20de%20Corumba%20e%20se%20prepara%20para%20sair%20do%20Brasil

  4. Nassif,

    Qdo vc se refere aos
    Nassif,

    Qdo vc se refere aos cafeeicultores brasileiros vc esta pensando em quem? Na cooxupe, na cooparaiso e outras cooperativas? Eles tem “cacife” assim pra comprar uma Starbucks?

    Quando as ações da Starbucks despencaram, os colombianos convidaram produtores brasileiros a montar um fundo para tentar adquirir o controle do grupo.

  5. As minas são da Vale, não são
    As minas são da Vale, não são do Brasil. A Vale é uma empresa privada, e como toda empresa privada, primeiro o lucro, mesmo que o país de origem quebre.

  6. Nada mais sugestivo:
    Nada mais sugestivo:

    potássio por potássio,prefiram o bananeiro.

    Esse eu garanto potássio.

    quanto aos outros ”potássios”…..

    Sei lá eu se é pra subir as ações da Vale…

    GATO ESCALDADO TEM MEDO DE ÁGUA FRIA.

    PS: Até na banana ”nanica” eu garanto potássio.

  7. O Brasil tem 2 fontes de
    O Brasil tem 2 fontes de potássio: a 1ª fonte, que é pequena, fica em Sergipe, explorada pela Petrobrás e um consórcio de empresas, representa menos de 2%, talvez 3%, das nossas necessidades. A 2ª fonte é importação do Canadá, Rússia, Israel, e representa 98%.
    As novas fontes da Vale, pela compra da Rio Tinto, no Canadá e Argentina, em nada mudam o panorama das importações futuras, vamos continuar dependentes do mercado externo.

    Temos uma outra fonte, dizem as pesquisas que é gigantesca, mas ainda inexplorada, em plena Amazônia, fica uns 4 a 5 km de profundidade, debaixo do leito do rio Madeira… dá pra imaginar o tamanho da encrenca com os ambientalistas? Para instalar uma estrutura de captação, mais a logística de transporte (porto, estradas fluviais, navios), quase uma cidade nova para os 1.000 a 1.500 empregadores morarem, e, antes disso, para fazer chegar até lá equipamentos de mineração pesados, vai ser uma discussão de uns 5 a 10 anos… A única certeza: quando o potássio começar a mostrar sua finitude no mundo vamos iniciar os debates. Até lá vai ficar tudo como está, faz mais de 10 anos que está tudo quieto…
    Por que tudo isso? Sem fertilizantes é fim de jogo, não vai ter alimentos, como disse Norman Borlaug, agrônomo, prêmio Nobel da Paz em 1970. Tudo porque o planeta tem 6,7 bilhões de habitantes, e vamos para 9,5 bilhões daqui 30 anos. Tal e qual um formigueiro humano estamos consumindo o planeta! Não vai sobrar nada, devido ao excesso de gente. Mas os poetas verdes não falam de controle de natalidade, desejam apenas preservar as árvores, as águas, e rezam pela sustentabilidade… É poesia, acreditem. Não haverá chances para sobrar nada quando a fome bater.
    Olha o exemplo: na próxima semana, devido à seca na Argentina, agora já em estado de calamidade, a soja, milho, arroz e trigo vão explodir seus preços em Chicago. Bom para os agricultores brasileiros, alguns rezaram pra não chover na casa dos hermanos…
    Mas a China tem 1 trilhão de dólares em reservas, alguém aí acredita que vão deixar de importar soja e milho, ou seja, deixar o povo passar fome? Vão nada… os preços vão subir, e muito!

  8. Caríssimos,

    O grande
    Caríssimos,

    O grande problema das multinacionais gigantes, mesmo sendo brasileiras, é o oligopólio.

    Não concordo no gov. Lula ter ajudado o BV, resultando na Votorantin comprando a Aracruz, dominando mais um oligopólio.

    Já temos um histórico ruim da Votorantin com o oligopólio do cimento. Ouvi dizer que ela massacrou as concreteiras de SP. Eram as únicas empresas que tinhas cacife para importar cimento a preços mais baixos dos que o praticado aqui, mas foram forçadas a se venderem para a Votorantin. Isso é muito mal, pois o oligopólio do cimento encarece nossas casas e infra-estrutura, ou seja, é ruim para nós.

    Entre um oligopólio nacional e um estrangeiro, menos mau o nacional. Mas entre oligopólio e mercado competitivo, muito melhor a competição.

    A Votorantin é um mau exemplo, pelo que ouço falar. Será que agora dominando o papel, eles irão aumentar o preço dos livros e dos cadernos, ou seja, dificultarão o ensino dos brasileiros?

    Muito RUIM!

  9. O Brasil é grande produtor de
    O Brasil é grande produtor de produtos agropecuários, comprar a Sarbuks
    é importante, mais importante ainda seria criar uma grande empresa compradora de café aqui no Brasil, cujas ações fossem controlados por
    empresários brasileiros e o BNDES.
    Hoje o café comercializado no mundo esta nas mãos de um oligopólio de duas
    ou treis trading que manda no comércio de café no mundo ganham o que querem nas costas dos cafeicultores brasileiros.
    Os insumos são controlados também por multinacionais, enfim a nossa agricultura empresarial é a agricultura mais globalizada do mundo.
    Os brasileiros entram com a mão de obra e os gringos ficam com o lucro,
    quando as coisas não andam bem ex: sêca ou excesso de chuva, o prejuízo é repassado para o povo através da rolagem da divida agrícola!

  10. Se a vale fez o mesmo tipo de
    Se a vale fez o mesmo tipo de aquisição na fusão da VCP e Aracruz coitado dos minoritários da Rio Tinto. A fusão da VCP e Aracruz foi um negócio de esgoto onde os donos levaram 15reais por ação e os minoritários PN 1, 96. É isso que vc chama de fusão que engrandece o Brasil?

  11. Alexandre, é importantíssimo
    Alexandre, é importantíssimo lembrar que uma das funções dos 14bi do Fundo Soberano que os opositores travaram seria exatamente para financiar a internacionalização das empresas brasileiras. Em miúdos, nada de pensar em recursos do fundo soberano para comprar empresas estrangeiras, ao menos este ano.

  12. As reservas amazônicas
    As reservas amazônicas citadas em comentário anterior realmente são gigantescas. Em agosto de 2008, o Portal do Geólogo comentava o abortamento das negociações da jazida de sais de potássio, no Baixo Rio Madeira, região de Nova Olinda. Confidenciaram-me que por ingerência direta da Casa Civil sobre a Petrobras, por razões estratégicas.

    Eis o comentário: “Na licitação da área de silvinita, realizada há um mês, porém, surgiram três concorrentes, e a Falcon sagrou-se vencedora com uma oferta de R$ 151 milhões, 60% acima do valor mínimo fixado em edital. Desses, 10% já foram pagos à estatal. Por esse montante, a empresa arrematou a totalidade – e não 10%, como haviam informado técnicos do governo – dos direitos de mineração na região, que possui uma reserva de potássio de 1,2 bilhão de toneladas, suficiente para produzir durante 50 anos. Para começar a exploração, a empresa precisa investir mais R$ 3 bilhões.”

    Vê-se que é briga de cachorro grande.

  13. Alguem bem que os
    Alguem bem que os cafeicultores colombianos e brasileiros tem mais visao de negocio que os comentaristas do blog, e nao se meteram comprar a starbucks.

    A starbucks esta fechando lojas as pencas, vitima da concorrencia com outras cafeterias, desvinculadas de redes.

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