Caso OGX coincide com instabilidade de emergentes

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O recente pedido de recuperação judicial da OGX, empresa de petróleo do empresário Eike Batista, acabou sendo coincidente com um período de emissões recordes de títulos corporativos nos países emergentes, o que pode sinalizar que o caso da empresa brasileira não seja isolado, segundo texto publicado no site BBC Brasil.
 
Estudos elaborados pelas agências de classificação de risco Moody’s e S&P (Standard & Poors) mostram que, nos últimos anos, a expansão das economias emergentes foi acompanhada de uma captação recorde por companhias destes países. De acordo com a S&P, as novas emissões corporativas registradas nos mercados emergentes somaram US$ 650 bilhões em 2013, 16% acima dos US$ 559 bilhões registrados no ano anterior. O valor acumulado até o fim de julho deste ano chegava a US$ 471 bilhões, 29% acima do apurado no mesmo período de 2012. No caso específico da América Latina, a Moody’s declarou que havia avaliado o risco de 336 empresas da região até o mês de julho, em especial no Brasil e no Peru – um salto de 10% ao longo do ano.
 
A abreviação do ciclo de expansão da região não só se refletiu em menores projeções de crescimento, como em mais dificuldade para as empresas destes países em atender suas obrigações financeiras. Na visão da S&P, as economias latino-americanas foram afetadas pela redução no ritmo de crescimento global, queda do preço das commodites e pela redução das compras de ativos pelo Federal Reserve (o Banco Central dos Estados Unidos). 
 
Diante de um momento econômico mais complexo, muitas empresas acabaram desistindo de suas operações. A S&P afirma que foram registrados 25 calores nos países emergentes apenas no ano passado, muito acima dos quatro processos registrados em 2011 e dos nove de 2010. Esse total representa 30% dos 84 defaults apurados no mundo, o que foi considerado a maior proporção em 16 anos. Onze deles foram em países latino-americanos.
 
Apenas em 2013, já eram contabilizados 65 calotes até o mês de outubro, sendo que 14 deles (ou 21%) foram registrados em países emergentes, e cinco em países latino-americanos. Os números de 2013 já incluem a OGX por não pagar a parcela de U$ 45 milhões em juros sobre seus títulos anunciado pela OGX em 1º de outubro.
Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

1 Comentário

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  1. Uma teoria

    Como estava líquido e certo que o FED ia parar de injetar recursos, a culpa pela crise seria dele.

    Deu o drible da vaca e os que estavam pendurados nesta desculpa ficaram com a brocha na mão.

    Não existe santos neste mercado.

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