CNI revisa projeção de queda da economia para 3,1%,

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Entidade projeta menor volume de investimentos, embora existam sinais de melhora

Jornal GGN – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu seus prognósticos para o desempenho da economia brasileira este ano. A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) nacional caiu de 2,6%, na projeção divulgada no fim de 2015 para 3,1%, segundo o Informe Conjuntural do primeiro trimestre de 2016.

Sem perspectivas de alteração desse quadro, o ciclo recessivo continua. De acordo com a CNI, o PIB da indústria deverá mostrar queda de 5%. Com o terceiro ano consecutivo de retração, o setor irá mostrar queda acumulada de 12% em três anos. “A forte deterioração das condições financeiras das empresas, se não revertida, pode agravar o quadro e levar a novas quedas”, explica a CNI, indicando que os investimentos encolherão 13,5%, o consumo das famílias diminuirá 4,4% e o desemprego atingirá 11,5% da população.

“A dominância de um ambiente de incerteza política – geradora de instabilidade econômica e baixa confiança dos agentes – mantém a economia brasileira em forte recessão nos primeiros meses de 2016. O foco na questão política inviabiliza a superação dos problemas estruturais que limitam a retomada da economia e adia as ações indispensáveis à correção de rota”, diz a confederação, em seu relatório. “A queda da atividade econômica segue intensa e atinge com força o mercado de trabalho, com o agravamento do quadro de desemprego devendo caracterizar a primeira metade do ano. A perda de emprego e renda reduz o poder de compra das famílias – já deteriorado pela alta inflação e pelas dificuldades com o financiamento –, o que contrai ainda mais o consumo. As incertezas e a grande ociosidade do parque produtivo, de outro lado, retrai o investimento”.

Contudo, a CNI diz que existem alguns sinais de ajustes que não podem ser descartados. O setor externo mostra recuperação, na esteira da mudança cambial e da contração da demanda doméstica, com aumento do superávit comercial e redução do déficit em conta corrente. Além disso, a inflação começa a dar sinais de arrefecimento, que podem ser percebidos nos segmentos de preços administrados – incluindo energia – e serviços, em resposta à forte queda da demanda. Os estoques se ajustam ao nível planejado na média das empresas, ainda que se mantenham elevados em alguns segmentos, o que significa que a produção pode reagir positivamente em caso de recuperação da demanda dos consumidores.

A previsão de déficit primário alcançará R$ 100 milhões, segundo a CNI. “A magnitude dos déficits dos últimos dois anos, aliada a um pesado serviço da dívida e à recessão, determinam uma trajetória da relação dívida/PIB crescente e preocupante”, alerta o Informe Conjuntural. As estimativas indicam que a dívida líquida do setor público alcançará 72,9% do PIB.

“Há dificuldades que permanecem sem solução, impedindo que os efeitos positivos do ajuste econômico se materialize. O desajuste fiscal é grave e se constitui no principal nó a ser desatado. Há fortes indicações que teremos novamente em 2016 um novo “mega déficit primário”, da ordem de R$ 100 bilhões”, diz a confederação. “A magnitude dos déficits dos dois últimos anos, aliada ao pesado serviço da dívida e à recessão, determina uma trajetória da relação dívida/PIB crescente e preocupante. Esse é o principal fator econômico de instabilidade a impedir o retorno da economia à normalidade, inclusive restringindo a necessária flexibilização da política monetária”.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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