Os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira mostram que apenas o consumo dos supermercados e hipermercados tem ajudado o setor a ficar no positivo.
Os dados elaborados pelo jornal GGN revelam que, quando comparamos os dados de setembro dos últimos três anos, o destaque fica com o acumulado em 12 meses entre 2022 e 2023, onde se vê um salto de 0,2% para 1,8% – muito por conta da retomada mais consistente das atividades após a pandemia de covid-19.
Na avaliação por segmentos, os cálculos mostram que quatro setores perderam força, enquanto três avançaram – perda de fôlego ante os dados de 2022 e 2021, e pouco melhor ante os cinco setores que perderam força em setembro de 2019.
Supermercados puxam desempenho
Os segmentos que ganharam força no mês em relação a agosto foram móveis e eletrodomésticos (2,1%), hipermercados e supermercados (1,8%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,6%).
Segundo o IBGE, foi justamente o setor de hiper e supermercados que ajudou o varejo a sair do patamar de estabilidade visto anteriormente – tendo em vista que as famílias destinam parte expressiva de seu orçamento para a compra de alimentação, e acaba não sobrando para gastar em outros setores da economia.
Quanto ao avanço em móveis e eletrodomésticos, vale lembrar que muitos estão recuperando o acesso ao crédito por meio da renegociação de dívidas, e o avanço do Bolsa Família também pode ser um fator de influência por viabilizar o acesso a bens de consumo mais durável.
Entretanto, quando fazemos um comparativo dos dados de setembro de 2023 com anos anteriores, a perda de vigor do varejo fica mais evidente.
Em setembro de 2022, por exemplo, é possível verificar que nem mesmo os supermercados, hipermercados e itens alimentícios ficaram livres da perda de dinamismo do varejo.
Na ocasião, o crescimento de hipermercados e supermercados chegou a 6,4% (1,8% em 2023), ao passo que o segmento agregado a produtos alimentícios, bebidas e fumo avançou (1,6% neste ano).
O setor de tecidos, vestuário e calçados (-3,2% em 2022, -1,1% em 2023) reduziu o volume de perdas, assim como o segmento de livros, jornais, revistas e papelaria (-15,9% em 2022, -1,1% em 2023).
A perda de fôlego do varejo fica ainda mais clara quando a análise chega aos dados de 2013 – na ocasião, o segmento de hipermercados e supermercados chegou a avançar 12,2%, e o setor de hipermercados ligado a alimentos, bebidas e fumo cresceu 8,9%.
O setor de tecidos, vestuário e calçados perdeu 30,9% em 2013. Neste caso, podemos dizer que um dos pontos de impacto envolve a troca da produção doméstica pela importação de itens, em especial aqueles produzidos pela China, com menor custo.
Ao longo dos últimos 10 anos, podemos ver que o varejo tem oscilado desde 2015, com especial destaque para a retração vista em 2017 – no cenário pós-impeachment de Dilma e posse de Michel Temer.
A queda brusca apurada em março de 2020 está ligada à restrição da circulação de pessoas e o fechamento das empresas por conta da pandemia de covid-19 – vale lembrar que os supermercados foram considerados estabelecimentos de primeira necessidade.
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.