Dados oficiais imprecisos da Argentina estão na mira do FMI

Do G1

FMI emite declaração de censura à Argentina por dados incorretos

Fundo considerou que medidas corretivas não têm sido suficientes. FMI quer inflação e PIB oficiais melhorados até setembro de 2013.

G1, com informações da France Presse 

O Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) emitiu uma declaração de censura contra a Argentina por considerar insuficiente a melhoria de qualidade dos dados oficiais do país, pedida pelo fundo desde setembro de ano passado.

A medida foi tomada na reunião do FMI desta sexta-feira (1º), que analisou as medidas corretivas tomadas pelo país para resolver os problemas com dados oficiais reportados sobre o Índice de Preços ao Consumidor para a Grande Buenos Aires (IPC-GBA) e o produto Interno Bruto (PIB).

O conselho diz que a Argentina tem de adotar medidas para corrigir a imprecisão do IPC-GBA e os dados do PIB, “sem mais demora, e em qualquer caso, no máximo até 29 de setembro de 2013”. “As medidas aplicáveis ao IPC-GBA e objetivo PIB a alinhar esses indicadores com os entendimentos e diretrizes das estatísticas internacionais, que garantam uma medição precisa”, diz o fundo em nota.

O diretor-geral deve apresentar um novo relatório ao conselho executivo em 13 novembro deste ano sobre as medidas tomadas pela Argentina para corrigir os dados. O conselho executivo vai novamente analisar a questão e ver se a resposta da Argentina está em linha com os pedidos do FMI.

O fundo diz que “está pronto para prosseguir o seu diálogo com as autoridades argentinas para melhorar a qualidade do IPC-GBA e os dados do PIB, e fortalecer a relação entre a Argentina e o fundo”.

Histórico
O Fundo exige a Argentina que reformule suas estatísticas de inflação ou do Produto Interior Bruto para adequá-las a padrões internacionais, enquanto Buenos Aires afirma que não há nenhum problema com esses dados oficiais, que são questionadas no país por analistas privados.

A Argentina rejeita desde 2006, quando saldou suas contas com o Fundo, a se submeter a qualquer avaliação da entidade, apesar de ter aceitado uma missão técnica para ajudar a confeccionar um índice nacional de inflação.

Essas recomendações não foram aplicadas e o Fundo deu três meses de prazo, em setembro, ao país para responder a suas demandas. Em dezembro a diretoria do Fundo deu mais dois meses, que venceram nesta sexta.

Fontes dentro e fora do Fundo destacam a particularidade do caso: nunca um país membro da entidade foi sancionado por não ter suas estatísticas em ordem.

Luis Nassif

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