Dilma e o mercado financeiro

Por Márcio Xavier

Nassif, olha no que deu a canelada do Serra: Só tenho dúvidas sobre quem tá certo na história.. Meirelles e sua “cabeça de planilha” que o diga..

Do Correio Braziliense

Mercado “compra” Dilma

Ao defender o Banco Central, prometer a continuidade da política econômica e lutar pelo aumento do consumo interno, a pré-candidata petista à Presidência se torna a “queridinha” do sistema financeiro Marcone Gonçalves Vera Batista Publicação: 12/05/2010 08:22 Atualização: 12/05/2010 10:22 A defesa que a pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, fez anteontem da autonomia do Banco Central (BC) contribuiu para torná-la a “queridinha” do mercado financeiro. Relatórios de bancos começaram a circular tratando a pretendente ao Palácio do Planalto como a preferida dos investidores por encarnar a continuidade da política econômica e a garantia de aumento do consumo doméstico. Em contraposição, as declarações do ex-governador de São Paulo José Serra advogando a intervenção do governo nas decisões da autoridade monetária, que foram o estopim para o contra-ataque da petista, aumentaram ainda mais a desconfiança dos operadores contra ele. A ex-ministra da Casa Civil se beneficiou da “canetada” do oposicionista José Serra, visto como intervencionista pelos investidores Muitos analistas já “compraram” a vitória de Dilma. O argumento que circula entre eles, reforçado por políticos e acadêmicos, é que a agenda da campanha será dominada por dois temas, especialmente para o contingente de 26,9 milhões de brasileiros que passaram a integrar a classe média: a continuidade do governo Lula e o mercado de consumo. Nesse cenário, somente uma crise econômica muito grave poderia ameaçar a vitória da candidata escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As críticas de José Serra ao BC foram recebidas como um discurso “fortemente oposicionista”, que provocou barulho desnecessário num tema em que os principais pretendentes à Presidência têm posições convergentes: os fundamentos da política macroeconômica (veja quadro). “O mercado comprou a vitória de Dilma Rousseff”, afirmou a economista-chefe do Banco ING, Zeina Latif. Ela lamentou que a agenda política esteja se concentrando no aumento do consumo, tanto das famílias como do governo. “Isso ocorre justamente no momento em que precisamos consumir menos e poupar mais, quando precisamos fazer a reforma da Previdência para investir mais.” Para Zeina, neste momento, a bandeira da austeridade fiscal, com a qual Serra é mais identificado, pode pegar mal eleitoralmente — Dilma é vista como defensora do aumento dos gastos públicos. O economista Kleber Hollinger, da XP Investimento, acredita que o oposicionista voltou a assustar com um discurso intervencionista e centralizador. “Serra deu uma canelada. Está de volta com o jeito contestador”, disse.

O economista-chefe do BES Investimento, Jankiel Santos, não viu no discurso de Serra nada que sugira alteração na política econômica. “Ele apenas deixou claro que vai fazer o que o atual presidente faz e o anterior fazia, que é opinar sobre os juros”, afirmou. Semelhanças sem meras coincidências Os três principais pretendentes à Presidência da República convergem nos conteúdos e divergem na forma quando se trata de temas econômicos BANCO CENTRAL Serra “O Banco Central deve ter autonomia para o seu trabalho, dentro de certos parâmetros que são os interesses da estabilidade de preços e o desenvolvimento da economia nacional. Pode não ter ficado claro, mas é isso” Dilma “O Banco Central, como está conformado, fez um ótimo trabalho. Não vejo porque mudar isso” Marina “A experiência brasileira mostra que foi acertada a autonomia do Banco Central. É uma autonomia não institucionalizada. E a não institucionalização é boa para evitar o que ocorreu recentemente na Argentina” POLÍTICA MACROECONÔMICA Serra “A questão do tripé econômico, câmbio flutuante, responsabilidade fiscal e metas de inflação está aí e veio para ficar” Dilma “Vamos manter o equilíbrio fiscal, a política de inflação e de câmbio e seguiremos dando transparência ao gasto público” Marina “Foram exatamente esses instrumentos de política econômica(superavit primário, câmbio flutuante, metas de controle de inflação e autonomia do BC) que fizeram a gente sobreviver durante a crise. A inflação não é boa para ninguém, principalmente para os mais pobres” SELIC Serra “O Brasil foi o último país do mundo a baixar, em um contexto que não tinha inflação, foi simplesmente um erro. Mesmo as pessoas que têm um conhecimento melhor, mesmo no mercado financeiro, sabem disso” Dilma “Achei prudente da parte do Banco Central fazer isso (elevar a taxa para 9,50%). Mais do que prudente. Demos outro sinal ao mercado. Mostramos para o mercado que a gente não faz manipulação da realidade para ganhar eleição” Marina “A elevação da taxa Selic é correta para fazer o esforço de controle da inflação. Agora, precisamos olhar atentamente para os juros, porque nós precisamos ter mais recursos para os investimentos no setor produtivo” NOVO MINISTÉRIO Serra “O Ministério da Segurança é uma coisa indispensável no Brasil, o consumo de drogas e o tráfico de armas é alimentado no exterior. O governo federal tem que jogar, não pode se esquivar mais” Dilma “O Brasil vai ter uma oportunidade única no empreendedorismo, na quantidade de brasileiros e brasileiras que vão ter suas empresas pequenas e médias. Se tem um único ministério que eu acredito que é importante, era um ministério para os pequenos e médios empresários industriais e de serviços” Marina “Se a gente não pensar em reforma do sistema, criar mais ministérios é ir empilhando cada vez mais estruturas sem o cuidado em relação à visão e à gestão

Luis Nassif

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