Efervescência política gera euforia no mercado

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Quadro para o mês de abril deve seguir com forte movimentação atrelada ao cenário político nacional

Jornal GGN – A instabilidade do cenário político brasileiro, aliada à melhora de humor no mercado internacional; gerou um cenário que levou a bolsa brasileira a registrar ganhos expressivos no mês de março. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) fechou o mês aos 50.055 pontos, avançando 16,97% – na maior alta desde outubro de 2002 (+17,92%), passando a acumular um ganho de 15,47% ao longo do ano, mas uma perda de – 2,14% em 12 meses.

O índice iniciou ascendente em março, suplantando logo os 45 mil pontos, e em quatro pregões, até o dia 4, atingiu os 49 mil pontos, patinando em seguida não distante desta pontuação. Já a partir de meados do mês, tornou a ascender e passou a oscilar ao redor dos 50 mil pontos.

Segundo os analistas da Ativa Corretora, “houve uma série de mudanças substanciais no quadro político brasileiro, diante das chances de impeachment saindo de praticamente 0% para 75%, segundo consultorias políticas, o que gerou uma forte valorização dos ativos brasileiros, tornando o mercado eufórico com a possibilidade da entrada de um governo mais amigável ao mercado, capitaneado pelo vice Michel Temer e seu projeto “Ponte para o Futuro”, que certamente será de difícil implementação”.

Enquanto isso, os fundamentos da economia brasileira voltaram a piorar. “O governo Central apresentou um déficit primário de R$ 25 bilhões, recorde da série, os investimentos seguem paralisados e as famílias não consomem, levando a novas revisões para baixo na expectativa do PIB. O único alento é a inflação, com sinais de enfraquecimento”.

Assim, o foco em abril deve ficar na contagem de votos para o impeachment na Câmara, e o governo negociando os cargos deixados pelo PMDB com os partidos menores, que somam 142 deputados.

Os analistas do BB Investimentos também acreditam que o quadro para o mês será bastante movimentado. “Na conjuntura internacional, os agentes descartaram uma elevação de juros pelo Fed nos EUA em sua subsequente reunião marcada para 27 de abril próximo e avaliam que quaisquer movimentações ficarão para mais tarde este ano. Esta percepção dos investidores deverá manter em trajetória positiva o cenário externo para as bolsas e contribuir favoravelmente para o Ibovespa. Internamente, o mercado aguarda uma definição sobre o panorama político interno, que tenderá a influenciar a trajetória do índice doméstico, principalmente, de meados deste mês em diante“.

Posicionamento segue cauteloso

Diante da movimentação política, a abordagem das corretoras continua com um viés conservador, focando em empresas com fundamentos vistos como sólidos.

“Em vista deste cenário interno (…) optamos por elevar ligeiramente o beta de nossa carteira, trocando empresas defensivas e ligadas ao câmbio, por ações de companhias cíclicas, porém, com bons fundamentos”, diz a Ativa Corretora.

“Ainda seguimos com uma abordagem conservadora, em vista dos profundos desequilíbrios da economia brasileira, cuja correção nós consideramos ainda difíceis de serem adotadas. Além disso, o cenário externo segue complexo, com os bancos centrais buscando estimular as economias, porém, sem êxito no resultado na economia real, apenas nos preços dos ativos”, ressalta a corretora. Confira as recomendações de algumas corretoras para o período. Contudo, antes de decidir por sua estratégia, entre em contato com seu banco ou corretor de valores.

BB Investimentos: Bradesco PN (BBDC4), CCR ON (CCRO3), Cosan ON (CSAN3), EZTEC ON (EZTC3), Gerdau Met PN (GOAU4), Itauunibanco PN (ITUB4), Mills ON (MILS3), Porto Seguro ON (PSSA3), Vale PNA (VALE5)

Ativa: Equatorial ON (EQTL3), ItauUnibanco PN (ITUB4), RaiaDrogasil (RADL3), Ambev ON (ABEV3), Petrobras PN (PETR4), Metal Leve ON (LEVE3), Lojas Americanas PN (LAME4), BR Malls Participações ON (BRML3), Suzano Papel PNA (SUZB5) e São Martinho ON (SMTO5)

Coinvalores: Bradesco PN (BBDC4), BRF ON (BRFS3), Cetip ON (CTIP3), Gerdau PN (GGBR4), Copel PNB (CPLE6), CCR ON (CCRO3), Itauunibanco PN (ITUB4), Suzano (SUZB5), RaiaDrogasil ON (RADL3), Smiles ON (SMLE3), Vale PNA (VALE5), Valid ON (VLID3) e WEG ON (WEGE3)

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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