Em Davos, Mantega reafirma compromisso do governo com controle da inflação

 

por Assis Moreira

 

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reafirmou ontem em Davos o compromisso do governo brasileiro com a solidez fiscal e com o controle da inflação. Durante participação no Fórum Econômico Mundial, o ministro reiterou que o governo não fará novas desonerações e que o valor do Orçamento a ser contingenciado em 2014 será anunciado em fevereiro. “Diremos com mais precisão qual será o superávit primário que será feito em 2014”, disse.

 

Questionado sobre a necessidade de elevar a meta fiscal para este ano, o ministro declarou que o governo “manterá a política fiscal sólida”. E continuou: “Fizemos esforço nos últimos anos com políticas anticíclicas e o superávit primário foi menor”, afirmou. “Continuaremos fazendo o superávit primário necessário para continuar reduzindo a dívida pública líquida”.

 

O ministro destacou que, com a recuperação da economia mundial, o Brasil reduzirá gradualmente sua política fiscal anticíclica. “Não haverá mais desonerações e a arrecadação vai aumentar”, afirmou. Essas duas frentes, na visão do ministro, ajudarão o governo a realizar o primário necessário.

 

Mantega ponderou, contudo, que algumas desonerações serão permanentes, como a da folha de salários de dezenas de setores da indústria. “Ela veio para ficar, é importante para o setor produtivo, é estrutural para as empresas brasileiras serem mais competitivas”. Outras, como o IPI de automóveis e outros bens duráveis serão recompostas.

 

A inflação, enfatizou, está sob controle e continuará a ser prioridade constante da equipe econômica. O ministro citou o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), divulgado ontem e que subiu abaixo do esperado. A prévia do índice oficial de inflação marcou alta de 0,67% em janeiro; analistas do mercado esperavam avanço de 0,79%. “O Brasil tem controlado a inflação nos últimos dez anos. O país tem ficado abaixo do limite de inflação e vamos continuar. O controle da inflação será prioridade do governo sempre”, afirmou aos jornalistas.