Itaú projeta superávit primário de R$ 17 bi em novembro

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – Os últimos dados divulgados pelo Banco Central apontam um superávit primário abaixo das expectativas de mercado: enquanto o total apurado em outubro chegou a R$ 6,2 bilhões, o consenso apontava um resultado de R$ 9,1 bilhões.

Apesar da piora, análise elaborada pelos economistas Mauricio Oreng e Luiz Felipe Priolli, do Itaú Unibanco, apontam um total consolidado equivalente a 1,7% do PIB (Produto Interno Bruto) para o superávit primário neste ano. A projeção para o resultado de novembro indica um saldo primário de R$ 17 bilhões, com o total acumulado em 12 meses chegando a 1,9% do PIB. “Estimamos ainda um resultado positivo para o último mês do ano: R$ 11 bilhões, trazendo o superávit anual acumulado em doze meses para baixo em cerca de dois décimos”.

Neste caso, o cenário traçado inclui receitas com o programa de recuperação fiscal Refis (expectativa de R$ 10 bilhões), receitas de concessão do campo de petróleo Libra (R$ 15 bilhões) e dividendos de empresas estatais (R$ 8 bilhões). Tal projeção também é considerada “consistente” com um aumento médio da arrecadação tributária na casa de 2,7% (frente ao mesmo período de 2012) em novembro e dezembro.

Com relação aos gastos, o banco mantém a visão de que as despesas públicas devem desacelerar no final deste ano. “Assumimos que o governo provavelmente repetirá um padrão de execução orçamentário mais cauteloso nos últimos meses do ano fiscal (calendário). Desde 2008, as despesas federais registram, em média, crescimento interanual real um pouco acima de 2% para o último bimestre do ano. Isso se compara a uma velocidade média de crescimento do gasto de cerca de 7% no período de janeiro a outubro”, dizem os economistas.

Para a instituição financeira, a necessidade (e intenção) do governo federal em apresentar um desempenho orçamentário melhor ao fim deste ano, em meio ao aumento das preocupações fiscais do mercado financeiro e das agências de classificação de risco, é mais uma razão para que os padrões recentemente vistos sejam repetidos.

Os dados divulgados pelo Banco Central referentes ao mês de outubro apontam um superávit primário abaixo das expectativas de mercado: enquanto o total apurado em outubro chegou a R$ 6,2 bilhões, o consenso apontava um resultado de R$ 9,1 bilhões. Parte importante dos dados negativos se deve aos gastos federais acima das expectativas – e que superou as projeções da instituição em aproximadamente R$ 5 bilhões.

Segundo a autoridade monetária, o saldo do governo central (Governo Federal, Banco Central e Previdência Social) somou R$ 5,3 bilhões de reais (próximo ao resultado anunciado pelo Tesouro Nacional, sob a metodologia “acima da linha”). Os governos regionais registraram um superávit fiscal primário de R$ 694 milhões, e as empresas estatais contribuíram com um saldo favorável de R$ 238 milhões. O resultado de outubro representou 1,5% do PIB do mês, o mais baixo da série iniciada em 2002.

De acordo com os economistas do banco, os dados divulgados anteriormente pelo Tesouro Nacional indicam que o baixo desempenho fiscal do governo central em outubro resulta de um aumento acentuado nas despesas federais. O gasto do governo central subiu 11% em termos reais em relação a um ano atrás, o que segue uma alta de 12% em setembro. “Os principais motores foram: as outras despesas de custeio (que inclui saúde, educação e gastos administrativos), os subsídios (tais como os aportes à CDE, Conta de Desenvolvimento Energético) e os investimentos (PAC, Minha Casa Minha Vida)”, diz a instituição.

O ímpeto renovado das despesas federais ofusca a recuperação incipiente da arrecadação tributária, que subiu 3,7% em outubro (frente a outubro de 2012) e 2,9% nos últimos seis meses – a melhor tendência desde o ano passado. 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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