Meirelles apresenta sinalizações sobre política monetária

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Em entrevista, ex-presidente do BC defendeu a adoção de "medidas duras"
 
O novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse hoje (13) que é necessário estabelecer uma meta fiscal realista e que possa ser utilizada como base para o corte das despesas. Ele fez o comentário ao se referir ao projeto – que está no Congresso Nacional – que muda a meta de R$ 24 bilhões para um déficit de R$ 96,6 bilhões para o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central).
 
“Neste momento, estamos examinando essas contas. De fato, esses R$ 96 bilhões são um numero elevadíssimo. Muito mais do que se previa, mas tudo indica que o número é maior do que isso. Portanto, é importante que se estabeleça uma meta que seja realista, cumprida e depois sirva de base para a melhora das contas públicas”, afirmou.
 
Segundo ele, é importante que as despesas passem de fato a serem cortadas, identificando onde podem ser cortadas e “racionalizando”, sendo que a partir daí a trajetória da dívida pública comece a ter um outro “nível de direção”.
 
“O importante é: vamos devagar que eu estou com pressa. Vamos olhar os números, averiguar, fazer uma estratégia, implementá-la e que seja, de fato, realista, seguida e eficaz. Mas o mais importante, inverter essa trajetória. A dívida pública não pode continuar crescendo. Vamos ter que cortar despesas”.

 
Ajuste de contas
 
O novo ministro da Fazenda defendeu medidas duras para ajustar as contas, mas destacou que elas serão necessárias para que a trajetória da dívida do Estado brasileiro seja sustentável para que todos confiem que o [Estado] será solvente no futuro. Em função disso, acrescentou, aumente a confiança, aumente o investimento, aumente o emprego e o bem estar. “Que é, em última análise, a finalidade básica de qualquer política econômica, que é o que interessa à população”, afirmou.
 
Meirelles disse, ainda, durante a entrevista ao programa Bom Dia, Brasil, da Rede Globo, que os bancos públicos federais terão que ser administrados daqui em diante por dirigentes com formação técnica, profissional.
 
“As nomeações têm que ser técnicas, profissionais. Não serão nomeados profissionais que não passem em um crivo profissional meu. Esta é uma área que conheço bem. Trabalhei em bancos e acredito que teremos condições de ter uma administração técnica e profissional. Isso [os bancos] não é instrumento de política. É instrumento de crédito e de poupança”, frisou.
 
Sobre o Banco Central (BC), ele reafirmou que o governo pretende enviar um projeto ao Congresso Nacional retirando o status de ministro do presidente do BC, mas mantendo o foro privilegiado para toda a diretoria do banco e a autonomia da instituição.
 
Reforma da Previdência Social
 
Sobre a reforma da Previdência Social, o ministro disse que são mudanças fundamentais {que se pretende], pois o mais importante é assegurar as aposentadorias dos brasileiros no futuro. “Não é estar prometendo valores e coisas que não podem ser cumpridas no futuro, porque não são financiáveis”. Segundo ele, é preciso entender que despesas públicas são sempre pagas pela população, incluindo o sistema previdenciário.
 
Meirelles confirmou que haverá uma idade mínima de aposentadoria e que a mudança não será feita sem uma regra de transição. Acrescentou que agora o que se precisa é uma “determinação de governo” para apresentar para a sociedade uma proposta que seja factível.
 
Ele destacou que existem grupos com estudos bastante avançados sobre o assunto, inclusive no governo. “A regra está clara: idade mínima, com regra de transição e que seja eficaz. Não seja tão longo que não faça efeito. De outro lado, que não seja tão curto que seja inexequível”.
 
Desemprego
 
Henrique Meirelles disse que a maneira para se combater o desemprego é com o crescimento econômico. O desemprego, lembrou, é consequência da queda da atividade econômica. Para ele, em um país que tem uma contração como a que o Brasil vem atravessando, é absolutamente inevitável que “as empresas e as famílias demitam as pessoas”.
“O que nós temos que fazer é com que a economia volte a crescer. E, em conseqüência, os empregos voltem a ser criados. E, para isso, é necessário que se aumente a confiança, com a confiabilidade de que o governo estará solvente no futuro. E partir daí volte o crescimento e o emprego.
 
O novo ministro da Fazenda, durante a entrevista, deixou claro várias vezes que a medida mais importante a ser tomada será conter o aumento das despesas públicas. Indicou que o governo tem que controlar as despesas para evitar o crescimento real dos gastos públicos.
Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

10 Comentários

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  1. cuma????

    Para ele, em um país que tem uma contração como a que o Brasil vem atravessando, é absolutamente inevitável que “as empresas e as famílias demitam as pessoas”.

     

    Agora as famílias vão poder demitir, também?

    Vou poder me livrar dos chatos da minha família?

    LEGALLLL!!!!!

     

  2. Se famílias contrata,  também

    Se famílias contrata,  também demitem… empregados domésticos, cuidadores, jardineiros, motoristas… taca no lombo da classe média a alta e nos pobres coitados que lhes prestam tais serviços.

  3. Mr. Meirelles, você ocultou

    Mr. Meirelles, você ocultou um detalhe importante. Porque o senhor nunca menciona o volume considerável de dinheiro, que é tão grande quanto os gastos da previdência, que está sendo gasto em pagamento de juros de dívida pública? E que está crescendo feito uma bola de neve por causa da insistência burra do seu país em manter os maiores juros do planeta? Eu não preciso ter PhD em economia para saber que é impossível fechar as contas nesse cenário, você pode aumentar o quanto quiser os impostos e só irá conseguir adiar o problema (insolvência) se não cortar os juros para níveis civilizados e passar a pagar a dívida em si ao invés de apenas juros. E note que eu nem vou entrar no assunto de determinar qual é o verdadeiro montante que o seu país está devendo.

     

  4. Se em 2003 chamaram a

    Se em 2003 chamaram a situação economica do país de herança Maldita, com crescimento do PIB no ano anterior de 3,2%, orçamento equilibrado e superávit fiscal, qual será a definição para a situação deixada pelo PT?

  5. CPI da dívida pública. 
    CPI

    CPI da dívida pública. 

    CPI que seja montada fora da Camara e sem politicos . Deputados podem ajudar no pedido de informações a esta comissão.

    Transparencia Já!

  6. Sobre  um “gasto” ele deu um

    Sobre  um “gasto” ele deu um breve  sobrevoo, a Leitoa , digo Leitão , perguntou sobre o aumento ( reajuste  na verdade) do funcionalismo público. Ele respondeu que o que já está dado, está dado. Mas daqui pra frente… Ou seja os de nível médio é que vão pagar o pato, pois não é algo esotérico que com a inflação quem sofre mais são os de salários médios e baixos.E a maioria do funcionalismo é de nível médio. Somente uns poucos é que recebem altos salários. A classe média baixa que é o grosso  do funcionalismo é que vai sofrer. Mas quando dói se grita  né..E também está bem claro porque  os nobres deputados estavam tão empenhados em dar um lauto aumento para o judiciário.

  7. [….] É importante que as

    [….] É importante que as despesas passem de fato a serem cortadas, identificando onde podem ser cortadas e “racionalizando….

    Que nada! As despesas devem ser cortadas só por brincadeira e aleatoriamente. Coloca as rubricas num saco e tira cinco ou dez e aí taca o facão. E de modo irracional tal qual raiz de 2.

    […..] O novo ministro da Fazenda defendeu medidas duras para ajustar as contas, mas destacou que elas serão necessárias para que a trajetória da dívida do Estado brasileiro seja sustentável para que todos confiem que o [Estado] será solvente no futuro.

    Para que essa dureza? Pode usar como medida uma trena, por exemplo. 

    […..]aumente a confiança, aumente o investimento, aumente o emprego e o bem estar. “Que é, em última análise, a finalidade básica de qualquer política econômica, que é o que interessa à população”, afirmou.

    Descoberta da Pólvora, II. 

    [….] Segundo ele, é preciso entender que despesas públicas são sempre pagas pela população, incluindo o sistema previdenciário

    Nem sempre. Muitas delas são pagas por alienígenas. 

    […….] bancos públicos federais terão que ser administrados daqui em diante por dirigentes com formação técnica, profissional……….

    Como? O certo é os bancos públicos serem administrados por qualquer um(não precisa ser dirigente) sem formação técnica(talvez, no máximo,  um curso de datilografia ou mecanografia)

    […..] Isso [os bancos] não é instrumento de política. É instrumento de crédito e de poupança”, frisou.

    Taí: pensava que bancos fossem instrumentos para sentar o traseiro, e não instrumento de crédito e poupança. Vivendo e aprendendo.

    [….] Sobre a reforma da Previdência Social, o ministro disse que são mudanças fundamentais {que se pretende], pois o mais importante é assegurar as aposentadorias dos brasileiros no futuro

    Não: as mudança são sem fundamentos e o mais importante é assegurar aposentadorias do brasileiro no PASSADO. Isso porque como no passado está todo mundo enterrado, então………

    [….] Meirelles confirmou que haverá uma idade mínima de aposentadoria

    É isso, Pedro Bó: não for assim, teremos que aposentar menino e meninas; quem sabe até o segurado já nascer aposentado. Melhor prevenir.

    […..]A regra está clara: idade mínima, com regra de transição e que seja eficaz. Não seja tão longo que não faça efeito. De outro lado, que não seja tão curto que seja inexequível”.

    Tá bom. Vou fazer de conta que entendi a “clareza”. 

    [….]Henrique Meirelles disse que a maneira para se combater o desemprego é com o crescimento econômico. O desemprego, lembrou, é consequência da queda da atividade econômica

    Hã? Eu, estudioso da Economia Doméstica, achava que se combatia o desemprego era com recessão. Também sempre achei que o desemprego era apenas….sei lá…preguiça do pessoal ou coisa parecida.  [….] 

    O novo ministro da Fazenda, durante a entrevista, deixou claro várias vezes que a medida mais importante a ser tomada será conter o aumento das despesas públicas. Indicou que o governo tem que controlar as despesas para evitar o crescimento real dos gastos públicos.

    Serão as despesas, por acaso….dos programas sociais? Da cultura e políticas para minorias?Ufa, parece que essa eu acertei.

     Conclusão: o amigo da onça, digo, sua excelência o presidente TEMER deveria criar o Ministério dos Lugares-Comuns, dos Truísmos e do Enchimento de Linguiça e lá colocar o douto economista do mercado financeiro Henrique Meirelles. Daria um show.   

     

     

     

     

  8. O botox nas rugas da previdência.

    Olá debatedores,

    não vou aqui fomentar a discórdia, tampouco desejar a desgraça para o novo ministro. Já que o golpe saiu “vencedor”  nas fases iniciais, então,  que o novo ministro possa fazer  ao menos um bom trabalho para o país. É o que espero.

    Dito isso, vamos ao debate.

    Não vou tratar de todos os temas levantados no texto. Vou me ater apenas à reforma da previdência.

    Vejamos  o que disse o novo ministro em algumas passagens do texto:

     “o ministro disse que são mudanças fundamentais {que se pretende], pois o mais importante é assegurar as aposentadorias dos brasileiros no futuro.”

     

    “Segundo ele, é preciso entender que despesas públicas são sempre pagas pela população, incluindo o sistema previdenciário.”

     

    Meu comentário:

    Vamos combinar né pessoal… francamente.

    De duas uma: Ou quem fez a pergunta  não a formulou adequadamente, levando o ministro a proferir  esse comentário raso, banal, que passa longe do tema, ou a conversa não foi lá grande coisa, ou mesmo, enviesada.

    Todavia, vou apostar numa terceira opção:  penso que o ministro foi  esperto o suficiente para falar e nada dizer, sabendo que ao fundo não enfrentou claramente a questão.

    Por que?

    Ora, ora,  a previdência social faz parte de um sistema muito maior que é a SEGURIDADE SOCIAL.

    E a previdência é apenas um dos pilares da seguridade. Há também , como se sabe, a saúde e a assistência social.

    Além disso, a tal de “previdência” tratada na entrevista,  ao que tudo indica, limita-se ao regime geral da previdência social,( ou RGPS, regime geral da pobreza social) isto é, à previdência dos diversos trabalhadores,  inclusive rurais, entre outros, que trabalham na iniciativa privada. 

    É bom lembrar, no entanto, que há também as previdências dos SERVIDORES PÚBLICOS, dos militares e a complementar.

    Portanto, primeiro deveria dizer bem alto e em bom som qual “previdência” necessita de “reformas” e o porquê.

    E mais ainda.

    É óbvio que a tal  “previdência” não foi feita para garantir apenas a aposentadoria. E nem podemos dizer que ela, a aposentadoria, seria o benefício “mais importante”, vez que  a aposentadoria é o “fim da linha”. Você trabalha a vida toda para chegar até ela. Antes disso, há vários outros benefícios , por óbvio, mais importantes do que ela pois são utilizados antes da aposentadoria. Até a a aposentadoria por invalidez seria “mais importante” que a tal de aposentadoria  do “fim da linha”, pois, pode ocorrer antes desta.

    Enfim. Vamos combinar… Sem essa de papo furado de “reforma da previdência”…

    Nesse sentido, é incrível como as pessoas ao tratarem de previdência se limitam a abordar o tema pelo final, desconsiderando-se TODOS OS demais benefícios sociais que ela proporciona.

    Só para citar alguns temos:

    Pensão por morte

    Auxílio reclusão

    Auxílio acidente

    Auxílio doença

    Aposentadoria por invalidez

    Etc.

    Notem que a aponsetadoria( fim de carreira)  está lá no final da vida das pessoas onde as tais “reformas” sempre procuram empurrar “para o futuro”. Seria mais uma “ponte para o futuro do passado”?

    É incrível também observar o seguinte:

    A previdência é o único direito social que é PAGO DIRETAMENTE PELO CONTRIBUINTE. Logo, não é ” de graça”.

    Alguns vão dizer: nada é de graça. Tudo bem, posso concordar. Mas o que estou dizendo é que a previdência é muito bem PAGA pelo trabalhador única e exclusivamente para esse fim.

    Nesse sentido, estamos falando de financiamento  vinculado que vai direito para esse fim.

    E ainda não é só isso.

    Notem bem:

    A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais(…)

    Perceberam?

    Ora, ora, ora, a seguridade social é FINANCIADA POR TODA A SOCIEDADE. Noutras palavras, além do financiamento específico da previdência, é preciso compreender que a SEGURIDADE ( o sistemão) é FINANCIADO POR TODOS.

    Logo, não faz sentido falar em “falta de recursos” para a previdência social.  E se não há falta de recursos para a seguridade e também para a previdência, não há falar em reformas que “cortam” direitos.

    Notem bem, você, trabalhador, paga o INSS a vida toda, ( 35 anos em méda para homem) diretamente na fonte, como desconto em seu contra cheque, e lá na frente, quando pretende aposentar, você ganha um “prêmio” de ter que trabalhar ainda mais. 

    Haja exploração da mais valia não? A extração da mais valia aqui é para ninguém botar defeito, francamente.

     

    O ministro trata do tema como “despesas públicas”. Convenhamos, é um tratamento raso e que não informa nada, ou quase nada.

    Além disso, como eu disse, há também a PREVIDÊNCIA DOS MILITARES e dos SERVIDORES PÚBLICOS.

    Então, vale indagar:

    Quais seriam  as “reformas” nessas previdências? Vão aumentar a idade para aposentação dos militares, por exemplo? E dos servidores?

    Em suma, antes de falar em REFORMAS é preciso ABRIR A CASA MAL ASSOMBRADA da “previdência” brasileira.

    Há fortes “indícios” de que haja algum “tesouro” escondido nessa casa. Suspeita-se que há “pensões” vitalícias invejáveis, de avô pra pai, de pai pra filho, de filho pra neto, de neto para bisneto, ad infinitum nessa “casa mal assombrada da previdência brasileira” que supostamente necessita de novas reformas.

    O problema da “reforma” é que ela não passa de um botox. Muda a cara mas a idade avançada continua. Tudo continuo, porém,  com aquele “ar de novo”.

    Ora, novo um ova!

    E na previdência esse botox quer ser realizado lá na frente, quando a pessoa já estiver cheia de rugas, bem velhinha. Aí não dá. Não há botox que resolva o “pobrema”.

    Enfim, tudo me leva crer que esse botox na previdência servirá para camuflar rugas poderosas dos fantasmas ( ou almas penadas) que ocupam essa casa mal assombrada.

    ______________

    Vamos falar de auditoria da dívida?…

    Saudações 

     

     

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