Missão empresarial da Fiesp leva investidores para Cuba

Enviado por Nonato Amorim

Do Opera Mundi

Fiesp leva investidores brasileiros para missão empresarial em Cuba

Patrícia Dichtchekenian

De 2004 a 2013, as exportações brasileiras à ilha aumentaram 300%; mais de 30 empresas — entre setores de alimentos e construção — participam de evento 

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) convidou investidores brasileiros para participarem de uma missão empresarial em Cuba que começa neste sábado (31/10) e vai até o dia 7 de novembro.

A viagem acontece na ocasião da 33ª edição da Feira Internacional de Havana, principal evento na ilha presidida por Raúl castro para promover oportunidades de negócios e contatos comerciais para empresas estrangeiras de mais de 60 países.
Entre 2010 e 2012, a Fiesp já havia liderado missões semelhantes em Cuba para a feira. Contudo, esta é a primeira edição desde que os governos cubano e o norte-americano anunciaram oprocesso de restabelecimento de relações diplomáticas, no fim do ano passado.

Procurada por Opera Mundi, a assessoria de imprensa da Fiesp afirmou que, para além dessa reaproximação, o interesse do empresariado brasileiro reside em intensificar o fluxo de comércio com a nação caribenha.

De 2004 a 2013, as exportações brasileiras à ilha aumentaram 300%. A corrente de comércio entre os países alcançou a cifra de US$ 568,8 milhões em 2014, com superávit de US$ 446,7 milhões para o Brasil.

Há 32 empresas brasileiras inscritas na missão, provenientes dos estados de São Paulo, Paraná, Espírito Santo e Distrito Federal. Juntas, elas representam setores como máquinas e equipamentos, alimentos e bebidas, cosmético, moda e calçados, plásticos e materiais de construção.

EFE

Relações diplomáticas entre Havana e Washington foram interrompidas em 1961: retomada estimulou investidor

Para a Fiesp, a crescente abertura cubana ao comércio exterior e o impulso do governo por reformas de mercado são alguns dos principais atrativos aos olhos das companhias brasileiras.

Durante a viagem, empresários participarão de uma série de seminários, conduzidos pelo ministro de Comércio Exterior e Investimentos Estrangeiros de Cuba, Rodrigo Malmierca.

Em maio deste ano, Malmierca esteve em São Paulo para um seminário intitulado “Novas Oportunidades e investimentos em Cuba”, na sede da Fiesp. À época, o ministro cubano apresentou os benefícios financeiros da ilha cubana para um auditório lotado de investidores e ainda dissera que o governo “não vê o investimento estrangeiro como um mal necessário, mas como uma oportunidade importante”.

EFE/Arquivo

Malmierca, ao lado de Paulo Skaf, presidente da Fiesp, tirou dúvidas dos empresários sobre mitos de investimentos na ilha, em meio de 2015

Porto de Mariel

A missão será encerrada com uma visita técnica dos empresários brasileiros ao Porto de Mariel, inaugurado em 27 de janeiro de 2014. Na ocasião, a abertura da zona franca teve a presença da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, já que o BNDES destinou uma verba de mais de US$ 800 milhões para seu financiamento e a Odebrecht foi responsável pela construção.

No Brasil, a inauguração de Mariel foi celebrada por uns, mas vista por outros como uma decisão adotada por questões ideológicas pelo governo brasileiro. Meses se passaram e a aposta estratégica passou a ser encarada com outros olhos após a reaproximação entre Washington e Havana.

Durante os dois mandatos do presidente Lula (2003-2010), o governo brasileiro desenvolveu uma série de estratégias na América Central para se aproveitar do momento em que a ilha caribenha abrisse sua economia, explicou a Opera Mundi Welber Barral, secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento entre 2007 e 2011, em 17 de dezembro de 2014, dia em que foi anunciada a reaproximação entre os governos dos EUA e Cuba.

“O Brasil queria estar na frente e ter importante posição de vanguarda na hora que começasse uma abertura maior da economia cubana. A reaproximação dos EUA é mais um passo nesse sentido, mas deve se dar de forma paulatina”, declarou à época Barral, que também é conselheiro da Fiesp.

Divulgação

Mariel é o porto caribenho mais próximo da Flórida, a menos de 200 km de solo norte-americano

Redação

13 Comentários

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  1. Eu acho hilário esse acordo

    Eu acho hilário esse acordo de Cuba com os EUA nas costas da zaga bolivariana.

    rsrsrs

    Os “irmanos” já ganharam logo ( desde muito tempo) que a Venezuela ia quebrar até porque eles sabiam disso pois tem sua economia como experiencia empirica rs

    Mas como na Venezuela há petroleo eles achavam que havia algum controle, quando notaram que não logo trataram de iniciar conversas com o tia San e anunciaram o acordo para o mundo quando o clubinho bolivariano se achava mais unidos do que nunca na cruzada contra o imperio yankee.

    kkkkkkkkkk

    Hoje o capital ( como a prostituição ) já e uma realidade em Cuba, como a China ela teve que estuprar o marxismo afinal sao socialistas mas não são de ferro certo?

     rs

    1. Leonidas…

      …a questão não é o capital… é o controle da sociedade.

      Ditaduras são todas iguais, não importa a cor do gato.

      Rir porque o capitalismo retorna a Cuba, mantendo a conjuntura atual, é coisa de hiena. 

      Para existir a democracia, não apenas a fachada, é necessária a liberdade individual, tanto para expressar as opiniões como para sobreviver praticando atividades econômicas autônomas. Para o capitalismo corporativo, como o que domina hoje o mundo, a liberdade individual é desnecessária. Tanto que os países ainda considerados democráticos fragilizam a cada dia os Direitos e as Garantias Individuais. Um grande exemplo são os EUA, toda o arcabouço jurídico de exceção está em vigor, basta uma desculpa para o colocar em prática. Até mesmo a execução sumária de cidadãos locais considerados ameaças pode ser legalmente ordenada pelo ditador em chefe de Washington.

  2. Stand americano

       Mais de 40 empresas, tipo “pequenas”, como Caterpillar, Cargill, Sprint ( que fechou acordo com a estatal de telecomunicações cubana – ETESCA ), Pepsico, até uma produtora de maquinas agricolas, do Alabama, já adquiriu um terreno na ZED Mariel *, para montar tratores. 

        Porto de Mariel *, construido por brasileiros, até fica em Cuba, mas de “cubano” só tem os funcionários de média – baixa especialização, pois o porto foi negociado para a PSA International ( de Cingapura, a maior operadora portuaria do Mundo, de capital, dizem, chinês ) e seus sócios da DB World Ports ( Dubai ).

        * caso algum liberal, tipo PSDB, propuse-se a legislação especial cubana, trabalhista e tributária, feita exclusivamente para a ZED Mariel, em algum porto brasileiro, o PT proibiria, a CUT faria greve, a esquerda brasileira a classificaria de entreguista.

  3. Off topic, mas interessante: as casas foram pintadas!

    Estive em Cuba no final dos anos 80, acho que me 1986 ou 1987. As fachadas das casas tinham dezenas de cores, aos pedaços, como se fossem vitrais, formados por camadas antigas de tinta aparecendo por meio dos vários níveis de descascados. Nao havia tinta de parede para vender naquela época. Ficaria até bonito, se nao desse uma impressao de sujeira e abandono. Agora estao todas pintadas, amei ver.

    Uma outra coisa que nao havia era Durex (fita scotch, ou semelhantes, fitas adesivas em geral). Nao havia nada para fechar pacotes sem ser barbante. Foi a segunda coisa de que mais senti falta em Cuba (a primeira nao confesso, teria vergonha, rs).

     

    1. ” La Vieja “

         Habana Vieja, era uma “La Boca”, sem tango, mas com merengue, santeiros, e melhor ainda : sem “buenarinos”.

         Quanto a sua primeira necessidade, em Camaguey ou Varadero, com certeza vc.teria encontrado.

          1. Já havia velcro naquela época? Nao me lembro nem aqui…

            Talvez tênis de velcro houvesse, mas o material em si nao me lembro de ser vendido. Fita durex sim, desde minha infância (e lá vai tempo, rs) já havia.

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