OGX tem prejuízo de mais de R$ 4 bilhões no segundo trimestre

Mesmo com o sucesso das negociações com a Petronas, a OGX ainda amarga um prejuízo perto do irrecuperável

Jornal GGN – A OGX Petróleo registrou prejuízo de R$ 4,722 bilhões no segundo trimestre, ampliando as perdas de R$ 398,6 milhões do mesmo período do ano passado. O balanço financeiro da companhia foi divulgado nesta quinta-feira (15). De acordo com as informações divulgadas pela companhia, o resultado trimestral apurado pela empresa de petróleo de Eike Batista foi influenciado pela variação cambial do trimestre, além da exposição em notas com vencimento em 2018 e 2022. O prejuízo bilionário também foi influenciado pelas baixas contábeis relacionadas aos campos improdutivos e poços secos, que chegaram a atingir R$ 4,1 bilhões.

Segundo os analistas do BB Investimentos, os resultados da companhia foram impactados pelos R$ 3,6 bilhões de provisão para perda dos investimentos nos campos de Tubarão Azul, Tubarão Areia, Tubarão Gato e Tubarão Tigre; R$ 491 milhões referentes a poços secos e áreas subcomerciais devolvidas à ANP (Agência Nacional de Petróleo), R$ 491 milhões de despesas com variação cambial e ainda R$ 779 milhões por compensações devidas à empresa de construção naval OSX. No decorrer do trimestre, a OGX vendeu 40% de participação nos blocos BM-C-39 e BM-C-40, que contém o Campo de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos, para a Petronas Brasil E&P Ltda, por US$ 850 milhões.

Embora o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) tenha sido superavitário em R$ 45,580 milhões no segundo trimestre, revertendo um déficit de R$ 110,017 milhões no mesmo período em 2012, as receitas do período registraram R$ 234,2 milhões. O caixa da empresa fechou o trimestre com R$ 721,7 milhões, 80% abaixo do registrado ao fim do ano passado, quando o total era de R$ 3,4 bilhões.

A OGX também declarou uma despesa extraordinária de R$ 957 milhões por conta das compensações devidas à OSX pela rescisão de contratos para a utilização de plataformas nos campos considerados improdutivos. Desse valor, R$ 779 milhões já saiu do caixa no segundo trimestre.

No fim do trimestre, o saldo dos empréstimos e financiamentos da empresa chegou a R$ 8,7 bilhões – sendo R$ 8 bilhões de longo prazo. Do total, US$ 2,6 bilhões decorrem da emissão de títulos de dívidas no exterior, com taxa de 8,5% ao ano, pagamentos semestrais de juros e liquidação do principal estimada para 2018. A companhia optou por não contratar instrumento financeiro de proteção, pois pretende liquidar a dívida em dólar com os recursos obtidos com a venda em moeda estrangeira do óleo produzido.

O mercado aguarda para os próximos trimestres as aprovações da ANP e do Cade referentes à negociação com a Petronas. Com a parceria autorizada, a OGX deve receber US$ 250 milhões e mais 40% dos gastos incorridos com o desenvolvimento do Campo de Tubarão Martelo desde 1º de maio. O preço-alvo para os papéis da companhia está em revisão.

 

Redação

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