Oposição japonesa defende política monetária expansionista

“Se o PLD ganhar em dezembro poderemos assistir a uma mudança de política monetária com Shinzo Abe disposto, se for preciso, a mudar o estatuto de independência do BoJ e a impor uma política de “impressão de ienes para combater a deflação”. A deflação deve ser colocada como inimigo principal e o BoJ deverá rever o seu objetivo de inflação em torno de 1%, subindo-o para 3%, acima do objetivo definido pelo Banco Central Europeu que ronda os 2%”

Do Expresso.pt

Japão com eleições: líder da oposição quer política monetária expansionista

O líder do Partido Liberal Democrático, na oposição, afirmou que se ganhar as eleições legislativas antecipadas a 16 de dezembro, exigirá que o Banco do Japão coloque a deflação como inimigo principal.

Jorge Nascimento Rodrigues

Shinzo Abe, líder do Partido Liberal Democrático (PLD) do Japão, afirmou que, se ganhar as próximas eleições legislativas antecipadas para a Câmara Baixa da Dieta (Parlamento), pressionará para a mudança da política monetária seguida ultimamente pelo Banco do Japão (BoJ). Abe defende uma política monetária expansionista.

Ontem o primeiro ministro japonês Yoshihiko Noda, do Partido Democrático (PD), que ganhou as eleições legislativas de 2009, dissolveu a Câmara Baixa e convocou eleições antecipadas para 16 de dezembro, na sequência de um acordo realizado no verão com o maior partido da Oposição, O PLD, para a realização da chamada dos eleitores às urnas. O PDL foi o partido derrotado nas eleições de 2009 para a Câmara Baixa e é a força política dominante do Japão das últimas décadas.

Noda é o terceiro primeiro-ministro do PD desde 2009. A situação tornou-se insustentável para o governo depois de uma quebra do PIB de 0,8% em 2011 e de haver o risco do crescimento este ano ficar muito longe da previsão de 2,2% (por parte do Fundo Monetário Internacional). A economia nipónica caiu 0,9% no terceiro trimestre de 2012 em relação ao trimestre anterior. Além do mais, com o PLD a dominar a Câmara Alta da Dieta, o governo teve de fazer um acordo no verão em que, em troca da concessão de eleições (que podem ditar a sua queda), obteve a aprovação do PLD para uma emissão de dívida para cobrir 40% do atual défice público.

Se o PLD ganhar em dezembro poderemos assistir a uma mudança de política monetária com Shinzo Abe disposto, se for preciso, a mudar o estatuto de independência do BoJ e a impor uma política de “impressão de ienes para combater a deflação”. A deflação deve ser colocada como inimigo principal e o BoJ deverá rever o seu objetivo de inflação em torno de 1%, subindo-o para 3%, acima do objetivo definido pelo Banco Central Europeu que ronda os 2%.
Segundo o FMI o Japão é o terceiro elemento de incerteza global a marcar 2013, depois da crise das dívidas soberanas na zona euro e do “penhasco orçamental” nos Estados Unidos.

Segundo o FMI o Japão é o terceiro elemento de incerteza global a marcar 2013, depois da crise das dívidas soberanas na zona euro e do “penhasco orçamental” nos Estados Unidos.

Luis Nassif

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