Os bônus soberanos

Por Roberto São Paulo/SP

Da Reuters Brasil

Brasil abre emissão de bônus de 10 anos em dólares

SÃO PAULO (Reuters) – O Tesouro Nacional anunciou nesta terça-feira a abertura de uma emissão de títulos globais de 10 anos nos mercados norte-americano e europeu.

Em nota, o Tesouro informou apenas ter concedido mandato para a emissão de títulos denominados em dólares e que pode estender a operação para a Ásia.

De acordo com uma fonte, os bancos contratados para a operação foram Goldman Sachs e Merrill Lynch.

(Por Daniela Machado e Elzio Barreto)

Comentário

Está na hora do Tesouro começar prestar contas dessas emissões, justificativas técnicas, ganhos para o país, oportunidades etc.

Por daniel valladao

Vamos ver as justificativas do Tesouro:

“• manter presença nos mercados mais líquidos da comunidade financeira internacional;”

Para que “manter presença nos mercados” seja uma justicativa em si, é preciso justificar gastos com juros, risco cambial e deságio nessas emissões.

Isoladamente, isso não é justificativa alguma, e mais parece ato falho, chegando-se ao desvio de finalidade ao simplesmente no contexto dessa justificativa trocar-se a pessoa jurídica pelas físicas que patrocinam esse processo.

“• criar curvas de referência com custos mais baixos para o financiamento do setor governamental e do setor privado”

Ah é. ?.. Onde está demonstrado que essas captações proporcionam esses custos mais baixos ?

“• efetuar operações que visem alongar os prazos e reduzir os custos do passivo externo.”

Absurdo. Temos reservas cambiais que podem ser usadas para resgatar os títulos já em circulação… Manter reservas que pagam 2, 3% ao ano e ao mesmo tempo manter um endividamento em 6, 7% não me parece nada lógico…

Se não tivesse criticado por várias vezes essa “mutreta” do Tesouro, eu perguntaria se não haveria algum dessa “boquinha” para mim também.

Por Ruben

Pelo amor de Deus, emitir 10 anos a 6%, não tem nem que pensar duas vezes… Ainda mais quando o país está numa dinâmico de expansionismo fiscal. Quem vai financiar as atividades do BNDES em 2009 senão o tesouro? Agora, com juros prefixados longos a 12% dá para voltar a emitir as NTNF. Mercado melhorou absurdamente nestas últimas semanas. Janela de oportunidade não se desperdiça. Cabe lembrar que os títulos brasileiros estão sendo negociados próximos aos preços de títulos AA corportativos. O setor financeiro não vai conseguir captar, o setor corporativo só o conseguiria a taxas muito mais elevadas: nada mais “justo” que o tesouro captar e repassar via BNDES dentro da ótica do expansionismo fiscal. Alguém vai ter que financiá-lo: os bancos não estão pre-dispostos a criar moeda e tampouco a poupança interna vai fechar a conta. Eu defendi abertamente a recompra dos títulos quando estavam sendo negociados a 10% de juros. A 6% é para emitir sem dó nem piedade.

Luis Nassif

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  1. Do Ministério da
    Do Ministério da Fazenda

    http://www.fazenda.gov.br/portugues/releases/2009/janeiro/r060109.pdf

    NOTA À IMPRENSA
    BRASIL ANUNCIA MANDATO PARA EMISSÃO DE BÔNUS EM DÓLARES
    Brasília. O Tesouro Nacional informa que concedeu mandato para emissão de bônus da República denominado em dólares com vencimento em janeiro de 2019.

    Os títulos serão emitidos nos mercados norte-americano e europeu, e o Tesouro Nacional conta com a prerrogativa de dar seguimento à emissão na Ásia, após a abertura daquele mercado. Haverá, portanto, uma divulgação de resultados ao final da emissão nos mercados norte-americano e europeu, e o resultado total atingido pela emissão será anunciado somente depois de concluída a eventual oferta no mercado asiático.
    06 de janeiro de 2009.

    Essa comunicação não constitui oferta para vender ou solicitação de oferta para comprar, nem haverá qualquer venda de títulos referenciada nessa comunicação em qualquer Estado ou jurisdição na qual tal oferta, solicitação ou venda seria considerada ilegal se emitida antes do devido registro ou qualificação sob as leis que regulamentam a emissão de títulos de quaisquer dos referidos Estado ou jurisdição. Qualquer oferta pública de bônus globais a ser feita nos Estados Unidos será executada por meio de um suplemento ao prospecto do Brasil contido em sua declaração de registro firmada junto a SEC e que contém informação detalhada sobre o Brasil e os bônus globais.

  2. Do Tesouro Nacional

    As
    Do Tesouro Nacional

    As operações no mercado internacional, cujos recursos destinam-se à amortização da dívida pública mobiliária interna, inserem-se no contexto global de administração da dívida pública e apresentam como principais objetivos:

    • manter presença nos mercados mais líquidos da comunidade financeira internacional;
    • criar curvas de referência com custos mais baixos para o financiamento do setor governamental e do setor privado e
    • efetuar operações que visem alongar os prazos e reduzir os custos do passivo externo.

    http://www.tesouro.fazenda.gov.br/divida_publica/downloads/emissoes_sob.pdf

    EMISSÕES SOBERANAS
    I. Histórico

    ……………O amparo legal para as emissões do Tesouro Nacional no exterior é dado pelo Senado Federal, mediante aprovação de Resolução específica. Inicialmente, de acordo com as Resoluções nº 57/1995 e nº 69/1996, os recursos oriundos das captações externas deveriam ser utilizados exclusivamente na amortização da Dívida Pública Mobiliária Federal Interna – DPMFi. Atualmente as operações do Tesouro Nacional são conduzidas sob o amparo da Resolução nº 20, de 16.11.2004, que confere mais flexibilidade na administração da dívida pelo Tesouro Nacional, uma vez que prevê que os recursos oriundos das emissões poderão ser utilizados no resgate da Dívida Pública Federal em geral……..

    ….II. Processo de emissão
    A sistemática de emissões de títulos públicos soberanos no mercado internacional caracteriza-se por ofertas públicas não regulares, cujos montantes totais acumulados de emissão foram definidos pela Resolução do Senado Federal nº 20/04 em US$ 75 bilhões.

    O limite disponível pode ser visualizado na parte inferior da planilha “Dívida Mobiliária Externa – Captações Soberanas”.

  3. “Está na hora do Tesouro
    “Está na hora do Tesouro começar prestar contas dessas emissões, justificativas técnicas, ganhos para o país, oportunidades etc”:

    Facinho: exportacao de dolares legalizada.

  4. Não existe justificativa
    Não existe justificativa técnica alguma.
    Trata-se simplesmente de obtenção de uma carteira de futuros clientes e/ou potenciais empregadores junto às instituições que intermediarem a colocação, remuneradas que são por gordas comissões, tanto as contratuais como as informais, via ágio no mercado secundário.
    De qualquer forma, eu gostaria de ver o Tesouro ao menos tentar justificar essa malandragem…

  5. Em que ponto de vista o
    Em que ponto de vista o Tesouro faz isso?

    – Projetar objetivamente a divida sem identidade
    – Conceito supremo do Banco Central em si mesmo
    – Idealismo no qual o Brasil não requer nenhuma opção

  6. Todo jornalista da Reuters é
    Todo jornalista da Reuters é um gênio.

    Ele perde tempo com o jornalismo.

    E explico:

    Faz algum tempo,um deles foi entrevistado pelo programa Manhattam. E não se fez de rogado.

    Dissse,com todas as letras,que tinha que digitar não sei quantas palavras em poucos minutos( o triplo de um jornalista ”comum”)

    Perguntaram tbm:”Como pensar”’?

    Resposta:

    ”Não tenho tempo”.

    E aí se gabou de quantas palavras digitava por minuto.

    Um jornalista da Reuters deveria participar de um concurso de datilografia( rapidez)

  7. Dez anos ,em reais,quanto
    Dez anos ,em reais,quanto custaria à taxas de hoje?O custo de captação lá fora caiu,enormemente;o dólar,tende a uma trajetória cadente; os investimentos necessários ,aos progrmas ,como ,PAC e outros,têm assegurado suas fontes de recursos. Dinheiro existe,e ,em abundância,contudo, aguarda tomadores confiáveis.

  8. Creio que Brasil tem um
    Creio que Brasil tem um histórico de probelmas com déficit na balança de pagamentos e enquanto não ficar claro a recuperação do equilibrio da contas correntes é necessário preservas as reservas cambiais.

    O fundamental é garantir as condições para estabilizar o câmbio no atual patamar, que tudo indica irá permitir recuperar o equilíbrio nas contas correntes.

    Com a queda da liquidez interna as captaçãos externas podem ser utilizadas para resgatar parte dos 20% dos títulos da dívida pública interna em reais que irão vencer nos próximos 12 meses, reduzindo os custos da dívida píblica, alongando o perfil da dívida pública e contribuindo para a estabilização cambial.

    As captações anteriores em dólares realizadas pelo Tesouro Nacional demosntraramm significativa queda nos juros pagos pelo Brasil, o COPOM é quem não aproveitou as oportunidades para acentuar a queda dos juros da Selic.

    Na medida em que o quadro das contas externas ficarem mais definidos, vender parte das reservas cambias, reduzir os juros da selic, resgatar os títulos públicos da dívida interna e aumentar o compulsório novamente para manter o equilíbio na kliquidez interna.

    Mas no momento toda captação em dólares ajuda a estabilizar o câmbio, mas é evidente que depende do COPOM aproveitar mais esta oportunidade e derrubar os juros da Selic, caso contrário presenciaremos uma nova queda acenttuada do dólar no Brasil.

  9. Será que é ai que entra a
    Será que é ai que entra a comissão do Nahas?

    A semelhança entre fundo soberano e bônus soberano é apenas no soberano.

  10. Vamos ver as justificativas
    Vamos ver as justificativas do Tesouro:

    “• manter presença nos mercados mais líquidos da comunidade financeira internacional;”

    Para que “manter presença nos mercados” seja uma justicativa em si, é preciso justificar gastos com juros, risco cambial e deságio nessas emissões.
    Isoladamente, isso não é justificativa alguma, e mais parece ato falho, chegando-se ao desvio de finalidade ao simplesmente no contexto dessa justificativa trocar-se a pessoa jurídica pelas físicas que patrocinam esse processo.

    “• criar curvas de referência com custos mais baixos para o financiamento do setor governamental e do setor privado”

    Ah é. ?.. Onde está demonstrado que essas captações proporcionam esses custos mais baixos ?

    “• efetuar operações que visem alongar os prazos e reduzir os custos do passivo externo.”

    Absurdo. Temos reservas cambiais que podem ser usadas para resgatar os títulos já em circulação… Manter reservas que pagam 2, 3% ao ano e ao mesmo tempo manter um endividamento em 6, 7% não me parece nada lógico…

    Se não tivesse criticado por várias vezes essa “mutreta” do Tesouro, eu perguntaria se não haveria algum dessa “boquinha” para mim também.

  11. Creio que as captações
    Creio que as captações externas de longo prazo realizadas pelo Tesouro Nacional é opção bem melhor que do atrair capital de curto prazo com os juros da da selic.

    O erro está no COPOM em não aproveitar a oportunidade para reduzir os juros da selic.

    São títulos com cláusulas de resgate. Na medida emque se confirmarem os aumentos da produção de petróleo no Brasil, poderemos usar as reservas cambias para quitar a totalidade da dívida externa pública.

    Roberto, a questão é: para que capital de curto prazo ou captação de longo prazo com o montante de reservas de que o país dispõe

    ?

  12. Uma possibilidade é que eles
    Uma possibilidade é que eles estejam emitindo estes títulos com o objetivo de resgatar outros títulos com taxas maiores e/ou prazos mais curtos, isto é, fazendo a rolagem da dívida. Eles devem estar aproveitando esse breve momento de calmaria para fazer isso. Vejam:
    (http://oglobo.globo.com/economia/mat/2008/12/08/bis_aponta_risco_na_rolagem_da_divida-586890697.asp)

    Sem mais detalhes sobre as taxas e prazos não é possível afirmar se é boa ou ruim a operação. Não podemos ficar vendo conspiração ou fraude em qualquer coisa que se relacione com o mercado financeiro.

  13. alguém sabe dizer quanto é
    alguém sabe dizer quanto é que a divida (valor de face) aumentou após setembro ?Eu digo face, pois temos certeza de quanto devemos mas não de quanto teremos em dólares, se olharmos a falta de clareza sobre quanto das reservas está comprometido, ou leia-se, quanto é que nossas “instituições” devem realmente; logo aparece alguém pra dizer que vale a pena guardar dolares. Prá mim, o fato é que o governo está aumentando a divida prá manter o caixa OK enquanto os bancos mantem nossa fonte aberta. Agora que o governo não tem a assombrosa inflação a incomodar, e precisam baixar os juros pois ainda não encontraram justificativa prá mante-los em tais niveis, eles estão blefando aos bancos nacionais, como que avisando : – vamos dar uma abaixadinha nos juros !.!.!. se vcs bancos brasileiros não quiserem nossos papéis com a nova taxa , tudo certo !! pegamos $$ em US$ no exterior, tudo bem…

  14. Será que não tem um pessoal
    Será que não tem um pessoal traumatizado dxemais com crise no balanço de pagamentos. Em outras palavras: será que não há algumas outras pessoas que traumatizaram demais estes “dirigentes” – entre aspas porque alguns os chamam de “dirigidos” – do BC com o estigma do claote da divida? Quero dizer: quanto mais se exagera na possibilidade do calote mais não é possivel de se extrair uma “raçãozinha” no final do dia? Em qual medida esta fórmula está gasta ou não? em qual meddida esta “dirigidoria” do BC está inadequada à função ou não?

  15. Mas JL, se tu pegas essa
    Mas JL, se tu pegas essa grana em dólares que tu fazes? Engrossas as reservas? Gira a maquininha de real? Não aceita os juros e guarda os títulos no cofre do Banco Central? Parece uma sinuca. Bueno, digo eu, engenheiro… algum econo por ai pode esclarecer.

    e

    O dono do blog já ta escrevendo ” Cabeça de Planilha II ” ?

    e

    Certo: lá longe já se escuta “triiiinnnn …triiimmm … caixinha obrigado”.

  16. Aqui no Alto Xingu, os índios
    Aqui no Alto Xingu, os índios suspeitam muito de emissão externa quando o País tem mais de US$ 200 bilhões em reservas, os mercados financeiros internacionais estão paralizados, com custos de captação proibitivos, e em que só desesperados estão tentando captar. Muito estranho, para dizer o mínimo.

  17. Pelo amor de Deus, emitir 10
    Pelo amor de Deus, emitir 10 anos a 6%, não tem nem que pensar duas vezes… Ainda mais quando o país está numa dinâmico de expansionismo fiscal. Quem vai financiar as atividades do BNDES em 2009 senão o tesouro? Agora, com juros prefixados longos a 12% dá para voltar a emitir as NTNF. Mercado melhorou absurdamente nestas últimas semanas. Janela de oportunidade não se desperdiça. Cabe lembrar que os títulos brasileiros estão sendo negociados próximos aos preços de títulos AA corportativos. O setor financeiro não vai conseguir captar, o setor corporativo só o conseguiria a taxas muito mais elevadas: nada mais “justo” que o tesouro captar e repassar via BNDES dentro da ótica do expansionismo fiscal. Alguém vai ter que financiá-lo: os bancos não estão pre-dispostos a criar moeda e tampouco a poupança interna vai fechar a conta. Eu defendi abertamente a recompra dos títulos quando estavam sendo negociados a 10% de juros. A 6% é para emitir sem dó nem piedade.
    Ruben

  18. Do Valor Online divulgado
    Do Valor Online divulgado pelo Último Segundo do IG

    http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2009/01/06/tesouro+capta+us+1+bi+no+exterior+e+paga+taxa+de+6127+3238684.html

    Tesouro capta US$ 1 bi no exterior e paga taxa de 6,127%
    06/01 – 20:58 – Valor Online

    BRASÍLIA – O Tesouro Nacional conseguiu hoje captar US$ 1 bilhão por meio de emissão de títulos denominados em dólares com vencimento em 2019. A operação foi anunciada na manhã desta terça-feira e contou com a coordenação do Goldman Sachs e do Merrill Lynch.

    O governo propôs um cupom de juros de 5,875%. Mas como os papéis foram vendidos a 98,135% do valor de face, o retorno final para o investidor ficou em 6,127% ao ano, um spread de 370 pontos base sobre a remuneração dos títulos do Tesouro norte-americano com vencimento em 2018.

  19. Creio que mesmo com as
    Creio que mesmo com as reservas de US$ 200 bilhões de dólares ainda há dúvidas sobre a capacidade do Brasil em sustentar a Balança de Pagamentos.

    Na medida em que ocorreu uma ruptura em setembro de 2008, ainda precisaremos de alguns meses para poder realizar projeções para a Balança de pagamentos e as contas correntes, creio que precisamos preservar ao máximos as reservas cambias enquanto não ficar claro qual será a necessidade de financiamentos da Balança de Pagamentos de 2009 e 2010.

    A captação realizada pelo Tesouro é melhor que realizar swap cambial, e viabiliza uma redução mais agressiva dos juros da Selic, é preciso considerar que ainda temos o equivalente a quase US$ 40 bilhões de dólares em investinmento estrangeiro em renda fixa no Brasil.

    Caso o Tesouro Nacional faça captação agora de US$ 10 bilhões, praticamente retiraria as pressões atuais sobre o câmbio, e garantia estabilidade cambial.

    Cabe ao COPOM aproveitar a oportunidade e jogar no chão os juros da Selic. Uma redução de 5% nominais nos juros da selic ao longo de 2009 garantiria uma redução de R$ 60 bilhões em juros só em 2009 e 2010, dos quais R$ 12 bilhões de reais seriam com a redução do custo de carregamento do total das reservas cambiais.

    Com certeza se nós tivéssemos um COPOM com capacidade de avaliar a atual situação econômica, não precisaríamos fazer estas captaçãoes.

    Mas o COPOM trabalha com modelos de precisam pelos dois anos para elaborar cenários prováveis, e com a ruptura de setembro os membros estão totalmente perdidos por não poder montar os seus modelos e por não terem capacidade de avaliar a atual situação econômica com o mínimo de dados que já temos.

  20. Meu caro Ruben, para
    Meu caro Ruben, para expansionismo fiscal temos uma avenida de seguidas reduções da SELIC e as emissões em reais do próprio Tesouro.

    Ademais, ao que parece essas emissões não são vinculadas à atividade do BNDES ou qualquer outra atividade fim. Se fossem, aí poderíamos até conversar, mesmo assim o endividamento em moeda estrangeira só teria sentido com uma contrapartida da mesma natureza, e com margem bastante razoável.

    Não se iluda, o interesse é só fazer o “meio-de-campo’ com esse pessoal de BI (ou bancos comerciais agora, não ?). Talvez haja um pouco de auto-engano – isso acontece quando a pessoa precisa de uma justificativa – mas o moto é o benefício pessoal, sim.

    No mínimo, estamos pagando caro pelo cursinho de finanças que esse pessoal do Tesouro está freqëntando.

  21. É preciso lembrar que dias
    É preciso lembrar que dias antes da quebra de uma importante instituição americana em setembro de 2008, o BACEN divulgou um relatório de inflação em que afirmava que nada mudou nem mudará, e os juros da Selic iriam subir para 15% nominais ao ano.

    Agora passado mais de três meses depois da quebra de uma importante instituição financeira americana, o BACEN divulga atas e relatórios em que afirma que tudo mudou, e não sabe como vai ficar.

    Esse é nosso COPOM, espero que com a captação em dólares realizada pelo Tesouro Nacional os membro do COPOM passem a exergar alguma coisa.

    Aparentemente a única coisa que o COPOM percebeu, é que o modelo que se utilizava não comporta a ruptura ocorrida em setembro de 2008.

  22. Nem o mais simples o COPOM
    Nem o mais simples o COPOM está percebendo.

    Acabou o mercado, agora e por algum haverá é o estado ditando os rumos, mas nem isso parece que o COPOM percebeu.

  23. Daniel,

    referente ao BNDES,
    Daniel,

    referente ao BNDES, quem vai financiar os 110bn que o BNDES pretende desembolsar em 2009? O Espírito Santo? Já brigeui muito aqui no blog sobre o assunto de poupança x investimento… Sempre defendi a idéia de que, havendo subemprego, alavacagem bancária sempre pode facilmente fechar o rombo de excesso de investimento sobre poupança. Só que agora não há mais alavancagem bancária. O buraco tem que ser fechado por investimento estrangeiro. Vendo de hoje, não é crível esperar um substancial fluxo de investimento direot, não é crível esperar que o setor financeiro consiga captar, não é crível esperar que o setor corporativo consiga captar em volume adequado. Vendo de hoje, a melhor alternativa é de longe o tesouro captar, e repassar quer via investimento, quer via BNDES, quer via fundo soberano. Esta captação a 6% é mais barata que a do BNDES feita pouco antes da falencia da Lehman brothers. Mercado continua volátil. Talvez daqui a dois meses, a confiança tenha voltado, e a captação de hoje seja desnecessária. Talvez daqui a dois meses estejamos imersos em mais pânico, e captar não seja mais possível. Continuo firme na minha crença: em crise, janelas de oportunidade não devem ser perdidas. Pouco mais de um mês atrás era impensável qualquer país emergente acessar o mercado de capitais globais. Hoje, com os títulos americanos pagando nada, todo mundo quer emprestar dinheiro. Aproveitemos.
    Ruben

  24. Da Agência
    Da Agência Brasil

    http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/01/06/materia.2009-01-06.9079810315/view

    Tesouro Nacional volta ao mercado externo e capta US$ 1 bilhão
    Wellton Máximo Repórter da Agência Brasil

    ………..Desde o final de 2006, o governo brasileiro havia feito outras duas emissões de títulos de dez anos. Em abril de 2007, o Tesouro lançou papéis com juros de 5,88% ao ano. Em maio do ano passado, semanas após o Brasil conquistar o grau de investimento (garantia de que o país é seguro para os investidores estrangeiros), a taxa havia sido de 5,29%, a menor da história…………….

    ……………De acordo com o Tesouro, os juros mais altos não representaram um revés para o governo brasileiro porque as taxas foram mais baixas que a da Colômbia, que também emitiu títulos hoje com juros de 7,5% ao ano.

    Os juros foram maiores que os 5,98% ao ano pagos pelo México em dezembro, mas o Tesouro alegou que os papéis mexicanos ficaram 3,9 pontos percentuais acima dos juros dos títulos norte-americanos. No caso do Brasil, a diferença ficou em 3,7 pontos percentuais.

    As taxas dos papéis dos Estados Unidos servem de parâmetro mundial para as emissões. Para os investidores, quanto maior a diferença em relação aos juros norte-americanos, maior o risco de calote dos países que emitiram os títulos……………………

  25. Nassif, tenho uma
    Nassif, tenho uma justificativa: seria criminoso ou estupido se o Tesouro nao emitisse titulos no exterior no cenario atual.

    Mexico fez isso, Colombia tambem… Filipinas, Peru, Chile sao os proximos.

  26. Do Instituto de Estudos de
    Do Instituto de Estudos de Política Econômica / Casa das Garças

    http://iepecdg.com/DISK%201/Arquivos/livro/LIVRO_CdGv1.7.pdf

    Como Reagir à Crise?
    Políticas Econômicas para o Brasil

    1 ª versão 22 de dezembro de 2008
    Edmar L. Bacha | Ilan Goldfajn [Org.]

    AUTORES Alkimar R. Moura, André Lara Resende, Antônio de Pádua Bittencourt Neto, Armando Castelar Pinheiro, Arminio Fraga Neto, Beny Parnes, Daniel L. Gleizer, Dionísio Dias Carneiro, Edmar L. Bacha, Flavio Fucs, Francisco L. Lopes, Gustavo H. B. Franco, Ilan Goldfajn, João Cesar Tourinho, Mônica Baumgarten De Bolle, Pedro Malan, Sylvio Heck, Tamara Wajnberg, Theodoro Messa, Thomas Wu.

    O propósito desta publicação é abrir para um público mais amplo os debates que vimos realizando no Instituto de Estudos de Política Econômica da Casa das Garças (IEPE/CdG) sobre a crise financeira internacional e suas repercussões no Brasil. Estamos particularmente interessados em discutir como o país deveria reagir à crise, nas diversas dimensões da política econômica – monetária, creditícia, cambial, regulatória e fiscal.

    São dezessete os textos desta coletânea, organizados em cinco seções.

  27. “Aqui no Alto Xingu, os
    “Aqui no Alto Xingu, os índios suspeitam muito de emissão externa quando o País tem mais de US$ 200 bilhões em reservas, os mercados financeiros internacionais estão paralizados, com custos de captação proibitivos, e em que só desesperados estão tentando captar. Muito estranho, para dizer o mínimo.”

    Ai no Alto Xingu a informacao estah meio atrapalhada… Desesperados nao tentam captar. Eles dao calote. O fato que o Brasil captou – e captou a custos historicamente baixos (!!) – mostra o oposto de desespero. Foi uma demonstracao de forca.

  28. Emitir títulos públicos e
    Emitir títulos públicos e repassar ao BNDES que, por sua vez repassa às empresas do setor privado? Interessante. Deve ser como a operação que transferiu 500 milhões do FAT para o setor de papel e celulose. Com 7 anos de carência e juros entre 1 e 2% ao ano. Que, logo a seguir, essas mesmas “pasteiras” perderam 2 bilhões em “derivativos tóxicos”!
    Putz. Como sou maldoso. Certamente os 500 milhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador não foram usados nessa especulação.
    Mas essa emissão internacional me deu um novo alento. Vou correndo alugar um paletó e uma gravata para ir ao BNDES. Tenho um armazém de secos e molhados – nesse momento, em razão da crise, meu estoque é de apenas uma garrafa de cachaça e uma cabeça de repolho – e estou precisando reforçar o estoque. Agora tenho certeza que o BNDES vai me ajudar. Via FAT. Com um empréstimo de R$ 5 mil. Sete anos de carência e 2% a.a.. Te cuida, Wall Mart.
    Viva o povo brasileiro.
    Feliz Brasil.
    Feliz 2009

  29. A importância da
    A importância da dialética

    Como um assunto matemático pode receber opiniões tão divergentes?
    Aproveitando a discussão da semana, sobre os comentários no blog e observando o debate sobre esta emissão, conseguimos ver o quanto é importante ter espaço para termos divergências.

    – o assunto é basicamente financeiro;
    – as contas são matemáticas

    E assim mesmo, cabem divergências.

  30. Basicamente financeiro? Não,
    Basicamente financeiro? Não, basicamente político.
    E, ainda que apenas matemática, esta tem sua precisão “ligeiramente” alterada – contaminada, na linguagem poético-gilmariana – quando se incluem nas equações expectativas, sentimentos, desideratos. Esperanças, enfim.

  31. “quem vai financiar os 110bn
    “quem vai financiar os 110bn que o BNDES pretende desembolsar em 2009”

    Ruben, o média de emissões anuais do Tesouro em moeda estrangeira não chega a US$ 10bi… Risco à solvência do País não é, embora haja custo, que em valores absolutos é expressivo.

    Agora, difícil convencer alguém de que esses “poucos” bilhões – uso aspas porque me atenho à importância relativa da quantia – façam diferença no financiamento das atividades do BNDES.

    Se você mesmo diz que são cerca de R$ 110bi (ou +- US$ 50 bi) apenas para o BNDES só em 2009, devia ser inconteste nessa discussão a irrelevância dessas operações para financiar qualquer atividade fim.

    Para administração de dívida pública, são desnecessárias e até mesmo prejudiciais, dado terem custo maior que a remuneração das reservas.

    Então só resta uma alternativa para estarem sendo realizadas – alguém, que não o Estado, ganha direta ou indiretamente com elas.

    ( Um parêntese: se formos captar US$ 50 bi em moeda estrangeira. para financiar o BNDES, sinceramente, estaremos nos metendo numa gigantesca encrenca. Estaremos criando um passivo cambial que vai servir de desculpa para mais juros, mais atração de capítal volátil, etc, etc)

    um grande abraço…

  32. Eduardo PG, voce também está
    Eduardo PG, voce também está ouvindo a caixinha, não?

    Ah… não te esqueçe da livreta de fiado das pingas, assim tens um ativo financeiro para renegociar no BNDS.

    abs

  33. Do
    Do BNDES

    http://www.bndes.gov.br/noticias/2009/not002_09.asp

    Banco japonês vai repassar US$ 250 milhões ao BNDES 07.01.09

    O BNDES anunciou nesta quarta-feira, 7, a assinatura de contrato de financiamento no valor de US$ 250 milhões com o Japan Bank for International Cooperation (JBIC) – atualmente sucedido pelo Japan Finance Corporation (JFC). A operação foi firmada no final de dezembro do ano passado……………..

    ………Desde a década de 1950, o BNDES opera em parceria com organismos multilaterais e agências governamentais para diversificar e ampliar seu funding. O relacionamento entre o BNDES e o JBIC teve início em 1962, quando foi assinado o primeiro contrato de empréstimo com The Export-Import Bank of Japan – JEXIM, antecessor do JBIC…………..

    ………..Até 2005, foram assinados doze contratos entre o BNDES e o JBIC, sendo o último no montante de US$ 500 milhões, destinado a apoiar projetos de infraestrutura e exportação………..

    ………..Em 2008, o BNDES recebeu efetivamente cerca de R$ 2,5 bilhões em recursos provenientes de captações externas, sendo R$ 934 milhões de empréstimo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – relativo à segunda parcela da Linha de Crédito Condicional (CCLIP) aprovada em 2005 – e R$ 1,6 bilhão de operações de mercado.

  34. Do Estadão de Domingo, 11 de
    Do Estadão de Domingo, 11 de Janeiro de 2009
    http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090111/not_imp305380,0.php
    ”O mundo vai financiar nossa infraestrutura”
    Ricardo Grinbaum e Leandro Modé

    O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, tem um plano para financiar as obras de infraestrutura e exploração de petróleo no Brasil,……………

    ………Muitos críticos do governo dizem que é um risco acelerar o crescimento porque poderia haver um aumento explosivo das importações e uma dificuldade de financiar o déficit externo. O que o sr. acha disso?
    ………………..Há uma redução tão generalizada de taxas de juro no mundo inteiro que o yield (taxa de retorno) da renda fixa tende a ser muito deprimido, especialmente nos papéis públicos. Isso cria uma necessidade que fundos de pensão, fundos de investimentos, seguradoras e outros investidores institucionais busquem segurança e rentabilidade. E poucas economias podem oferecer isso mais que o Brasil…

    O que os srs. vão oferecer aos investidores?
    A taxa de retorno desses projetos supera tranquilamente 13% ao ano. Temos de bater na porta dos grandes bolsões de poupança. Fundos soberanos (países com grandes reservas), países da Ásia, países petroleiros, ou seja, onde existir um imenso manancial de poupança. Isso é uma avenida aberta que precisa ser explorada. Vejo com absoluta tranquilidade a capacidade de financiarmos um déficit de conta corrente de US$ 30 bilhões em 2009……………………..

    O quanto os srs. esperam captar nesses novos fundos voltados para investidores estrangeiros?
    Os ingressos de capitais em geral devem ser diversificados. Os investimentos diretos (em produção) oscilavam entre US$ 30 bilhões a US$ 35 bilhões ao ano. No ano passado pode ter chegado a US$ 40 bilhões. Suponha que, por causa da crise, caia para US$ 20 bilhões em 2009. Os outros US$ 10 bilhões a gente financia. Podemos obter até mais do que imaginamos……………..

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