Os desafios econômicos e tecnológicos para retomada do transporte ferroviário de carga

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Em artigo, professor explica o fenômeno em torno do senso comum sobre a falta de competitividade ferroviária

Foto de MESSALA CIULLA via pexels.com

O fenômeno por trás da queda do transporte ferroviário de carga engloba uma série de fatores econômicos e até mesmo tecnológicos, ao contrário do que o senso comum prega.

“Nas comunidades acadêmicas, empresariais e governamentais, a causa mais aceita para o declínio é a falta de apoio financeiro estatal às ferrovias. Alguns chegam a argumentar sobre a existência de conluio entre governos e a indústria rodoviária”, diz Sérgio Pinheiro Torggler, professor do Centro Universitário Moura Lacerda, na cidade paulista de Ribeirão Preto.

Em artigo publicado no site ResearchGate, Torggler que essa ideia não encontra amparo em evidências empíricas e teóricas, e que as principais causas estão intrínsecas à tecnologia, pois tanto o modelo operacional como a tecnologia tradicional “impõem severas restrições à qualidade do serviço”.

“No entanto, a restauração da competitividade ferroviária no transporte de cargas gerais é uma tarefa difícil porque é um problema multifatorial e o sucesso depende da superação de todas as restrições simultaneamente”, explica o acadêmico.

Na visão de Torggler, o sucesso das ferrovias com cargas depende principalmente de “pesquisa e desenvolvimento de uma tecnologia que ofereça um serviço de alto valor para o usuário, de alta produtividade e rentabilidade para o operador ferroviário”, o que pode ser facilitado diante dos diversos recursos de automação surgidos ao longo do século.

Leia abaixo a íntegra do artigo do professor Sérgio Pinheiro Torggler.

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Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

7 Comentários

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  1. Porquê só de carga, teve regiões pobres que economicamente foram devassadas pelas privatizações do setor por FHC, qualquer pensamento em ativar o setor, o atendimento às pessoas tem que ser levado em conta, o lobee das empresas rodoviárias, não podem prejudicar a população, cadê o liberalismo?

    1. Agora, a situação ficou aínda mais difícil. As concessões ferroviárias, para o Setor Privado, dificultaram consideravelmente, o Desenvolvimento do transporte de turismo ferroviário INTEGRADO, em todo País. O Setor Privado, tem preferência as cargas, que dão maior lucratividade, para eles. Todavia, a melhor solução, para o Desenvolvimento do trem de passageiros, em todo País, com menor prazo, seria como Antigamente, ele se tornar público. O que, também, demandaria uma vontade Política governamental, com Governos de longo prazo, nesse sentido.

  2. É tristemente vergonhoso que em 2024 ainda estejamos “vislumbrando” a discussão de obviedades ainda da década de 1950 (e antes), quando ao menos os interesses do Brasil eram discutidos, planejados e implementados seriamente, resultando em desenvolvimentos essenciais como energia elétrica, telecomunicações, estradas de rodagem, ferrovias, indústria de controle de capital nacional, pesquisa agropecuária, educação pública, sem falar da efervescência cultural que passava a ser celebrada pelo mundo (bossa nova, cinema, pintura, arquitetura, etc. Hoje, inacreditavelmente, estamos muito pior e ainda querem piorar mais ainda, com uma verdadeira destruição, predação e entrega daquilo que ainda nos resta nesta terra tão cheia de riquezas naturais e inaceitável miséria humana.

  3. Esse serviços de ferrovia no Brasil, para ser eficiente tem que ser Publico federal, hoje é uma questão de soberania, Lembre se o uma greve de camioneiros pode fazer. Ferrovia é um mundo de negócios.( Preço dos alimentos, exportação, passageiros, turismo, restaurantes, desenvolvimento das pequenas cidades etc

  4. Um artigo baseado em números !

    O que um seguidor de Lord Kelvin gosta.

    Na mídia só vejo coisas assim neste site, reconheço.

    Será que assessores do ministros do governo leram ?

  5. A questão do desenvolvimento ferroviário no Brasil antes de ser encarada como um fardo econômico, deve ser pensada como uma dívida civilizacional do país. O artigo aborda questões técnico-econômicas importantes, que devem consideradas em qualquer planejamento no setor. No entanto subestimar o sucateamento sistemático da malha, bem como o poder destrutivo do lobby rodoviário, aliado à corrupção (real, não a inventada) nas esferas de poder, nos jogou na contramão do caminho virtuoso das estratégias de transporte adotado pelas potências asiáticas recentemente, bem como históricamente pela Europa. Adotar cega e unicamente princípios mercadológicos de efeciência e rentabilidade numa matéria tão complexa, foi o que nos levou, justo nós essa nação continental, a esse atraso ciclópico de uma nação dependente da precariedade ambiental e rodoviária.

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