Os grandes desafios de 2009

No valor de hoje, Affonso Celso Pastore dá sua receita: em qualquer circunstância juros altos. Ou, como utilizar seletivamente argumentos em favor da tese única.

Os grandes desafios de 2009

Por Affonso Celso Pastore e Maria Cristina Pinotti

As convicções do governo Lula estão sendo testadas diante da atual crise internacional. Desde o início do primeiro mandato o governo manteve um elevado grau de disciplina macroeconômica (…) Mas seu governo nunca foi submetido a um teste que colocasse à prova aquele pragmatismo. Afinal, ao contar com a contribuição de uma conjuntura internacional favorável ao crescimento econômico, podia jogar livremente e com custo baixo o jogo da “ortodoxia” na política econômica, conseguindo ao mesmo tempo agradar os mercados e as agências de risco; elevar a sua popularidade; e acalmar os setores mais à esquerda de seu partido, porque a eles entregava um crescimento acelerado e um aumento da probabilidade de permanecer no poder por muitos anos.

(…)  O mundo impõe ao Brasil uma desaceleração no crescimento, mas o custo político da desaceleração parece ser insuportável para o presidente, que tenta contrariar as forças da natureza. Por que não seguir as mesmas políticas monetária e fiscal expansionistas dos Estados Unidos e da Europa? Ocorre que a reação destes países não serve de exemplo para o Brasil. No mundo industrializado há uma crise de insolvência bancária, e quedas assustadoras de produção industrial e do PIB. Nos próximos dois trimestres os Estados Unidos terão contrações do PIB a taxas anualizadas superiores a 4%, e as perspectivas são de taxas de desemprego superiores a 8%, enquanto que na Europa as quedas de produção industrial, em muitos países, superam 8% ao ano. Taxas de juros convergindo para zero e fortes expansões no déficit público são os remédios contra a deflação e a depressão. O caso brasileiro é totalmente diferente. Fazer “o que todo mundo está fazendo” não é uma boa diretriz a ser imprimida à política econômica no Brasil.

A cada semana vêm sendo anunciadas medidas contra-cíclicas, quer expandindo os gastos públicos e reduzindo impostos, quer expandindo o crédito através dos bancos oficiais. O governo nega que ocorrerá uma desaceleração no crescimento, mas esta é inevitável e reduzirá a receita tributária.

Na Europa e EUA valem políticas anti-cíclicas porque o baque é grande. No Brasil não vale porque o baque é grande (embora não tanto) e vai afetar as receitas tributárias.

Por isso, mesmo antes de novas medidas reduzindo impostos e elevando gastos já há uma importante redução do superávit primário. Crescem também as pressões para que o Banco Central reduza a taxa de juros olhando somente para a atividade econômica e não para a inflação.

Ou seja, reduzindo o déficit público. E, segundo Pastore no parágrafo acima, a atividade econômica irá cair junto com as receitas tributárias. Ou seja, a queda da atividade é tal que impede estímulos fiscais; mas não é tal, que obrigue a reduzir os juros.

Estímulos são necessários, mas não em excesso.

Para não haver excesso, juros altos.

O governo está cada vez mais preocupado com o custo político de uma recessão, que teria efeitos negativos na popularidade de Lula e na sua capacidade de eleger seu sucessor, pondo em risco a qualidade das políticas macroeconômicas e, conseqüentemente, a capacidade de o país crescer quando a crise tiver se dissipado.

Além da contração derivada da disfunção do crédito, que a curto prazo vem sendo habilmente minimizada, porém não integralmente evitada pelo Banco Central, há os efeitos da queda nos ingressos de capitais, que impõe um encolhimento no déficit nas contas correntes que, por sua vez, requer uma queda na demanda doméstica, levando a uma queda no crescimento do PIB.

O governo tem que manter a economia desaquecida por causa do déficit em transações correntes provocado pelo câmbio apreciado – problema que, segundo Pastore, era inexistente, mesmo com todos os sinais de crise externa no ar desde o ano passado.

Se esta desaceleração no crescimento do PIB continuar a ocorrer ao lado de uma queda na inflação, como vem ocorrendo até o presente momento, a vida do Banco Central será mais fácil. Mas isto não está garantido, e crescerão as pressões para políticas monetárias mais frouxas, ignorando os riscos da inflação.

Fantástico! Troféu Jurista (de Juros) de Ouro. Se a inflação cair o BC será obrigado a reduzir os juros e a inflação pode voltar.

Por outro lado, na medida em que preocupado com o custo político desta desaceleração, o governo exagerar em políticas contra-cíclicas, elevando os gastos públicos, estimulando o consumo das famílias através de reduções de impostos e aumento do crédito oferecido por bancos oficiais, jogará um maior peso do ajuste na absorção sobre a contração dos investimentos, o que piora as perspectivas de crescimento.

Pastore pretende que haja investimento sem demanda.

Na medida em que persista a escassez de fluxos de capitais, o déficit nas contas correntes terá que se reduzir através de maior depreciação cambial, o que eleva a inflação, acentuando conflitos, em vez de reduzi-los.

A mesma frase poderia ser elaborada assim: o déficit (…) terá que se reduzir através da contração aguda da demanda, com impactos nos investimentos e na arrecadação tributária, acentuando conflitos em vez de reduzi-los. A sua lógica é monofásica: sempre apresenta a contra-indicação da medida, sem apresentar as contra-indicações das medidas alternativas.

Para evitar o dissabor de ver depreciações cambiais e inflações maiores, acentuando o dilema do Banco Central, o governo deveria evitar o crescimento de duas componentes da demanda total doméstica: o seu próprio consumo e o consumo das famílias.

Não tem como combater diretamente o encolhimento nos ingressos de capitais, que lhe é imposto exogenamente. Pode e deve utilizar as reservas para evitar quedas maiores no consumo e na formação bruta de capital fixo, porém essa utilização tem que ser prudente. Se utilizasse exageradamente as reservas para impedir uma depreciação cambial mais forte estaria se expondo ao crescimento dos prêmios de risco e ao encolhimento ainda mais forte dos ingressos de capitais. Somente resta ao governo a opção de reduzir o déficit nas contas correntes, tornando-a mais compatível com a nova realidade dos ingressos de capitais. Mas isto impõe que caia a absorção, e não é este o caminho que tem a preferência do governo, que prefere elevar os seus gastos e estimular o consumo das famílias, o que piora as condições para o equilíbrio macroeconômico, mas no curto prazo eleva o apoio popular ao governo.

No caminho escolhido, o ajuste se dá via câmbio, como se deu em 1999 e 2003 sem que a economia se desorganizasse, como preconizava Pastore.

Decisões tomadas por estadistas, com horizontes mais longos, diferem de decisões tomadas por governos que somente olham para a sua popularidade.

E diferem de decisões tomadas por economistas que só sabem raciocinar em termos imediatos sobre as metas de inflação. Se tivessem visão de longo prazo, teriam percebido já no ano passado que o aumento do déficit em transações correntes era uma ameaça.

No caso brasileiro o horizonte do governo é determinado pelo horizonte da eleição presidencial, que ocorrerá em 2010, e é muito curto em relação à provável duração da atual crise. Opções de política econômica que criem condições para uma recuperação mais sólida quando o mundo superar a presente crise e iniciar a sua recuperação não são as que maximizam a popularidade do governo no horizonte de uma campanha eleitoral.

A lógica do Pastore é: tudo o que é impopular para o contribuinte e popular para o mercado é virtuoso.

As preferências deverão concentrar-se em medidas de expansão de gastos públicos e de estímulo ao consumo, ou que forcem o Banco Central a uma redução mais intensa e mais veloz da taxa de juros, ampliando o risco da inflação. O crescimento econômico não será beneficiado, e talvez nem a própria popularidade do governo.

Luis Nassif

27 Comentários

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  1. É muito condescendência com
    É muito condescendência com quem obviamente é bem remunerado para defender a tese de quem vinha e quer continuar ganhando com a arbitragem de taxas. Querem esses senhores que o (verdadeiro) setor produtivo do País continue a sustentá-los.

    É óbvio que agora é que não querem a redução da SELIC, posto que o dólar está num patamar relativamente alto e as taxas internacionais estão praticamente a zero.

    A probabilidade de uma valorização do real no médio prazo é muito maior com essa taxa absurda, destarte também maior é a probabilidade de ganho com a agiotagem interna, financiada com dinheiro externo.

    Eu até engulo os acordos políticos, o “pluralismo” do governo Lula, mas deixaria o sr. Presidente da República um legado importantíssimo ao País se abrisse uma exceção na sua política “plural” e pusesse algum freio nisso que ainda, com bastante condescendência, ainda chamamos respeitosamente de Banco Central do Brasil.

  2. Por que essa intolerância com
    Por que essa intolerância com o prof. Pastore?

    Ele tem prestado enormes serviços à causa de uma minoria.

    Você elencou argumentos contra a tese do professor, mas isso não justifica sua intolerância.

    Você, deve muito mais que qualquer outro, saber o quão difícil é defender uma minoria. Não diga bobagens!

  3. Está aí um desafio para
    Está aí um desafio para 2009

    Comentário: reportagem dramática do Independent, da Inglaterra. Esta reportagem é de abril de 2008, portanto, antes do cume da crise. Naquele momento, 28 milhões de pessoas recorriam ao “food stamp” (auxílio alimentação). A reportagem mostra que em Michigan, por exemplo, um a cada 8 pessoas precisam desta bolsa. Com a acentuação da crise o drama tende a se agravar.

    O aumento do socorro vem com os milhões de empregos perdidos em cidades industriais e também pela mudança de sistema: antes os americanos pobres precisavam dos tickets de papel e de humilhantes filas para comprar comida ou receber sopões. Hoje, com a progressiva troca dos selos pelo cartão de débito, podem pelo menos comprar nos mercados como todo mundo, sem que seja tão evidente a pobreza na nação mais rica do mundo.

    Aqui (http://dwss.nv.gov/index.php?option=com_content&task=view&id=85&Itemid=235) uma interessante história do programa federal de assistência, implantado em 1964.

    USA 2008: The Great Depression

    Food stamps are the symbol of poverty in the US. In the era of the credit crunch, a record 28 million Americans are now relying on them to survive – a sure sign the world’s richest country faces economic crisis

    By David Usborne in New York
    Tuesday, 1 April 2008
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    GETTY

    Disadvantaged Americans queue for aid in New York

    We knew things were bad on Wall Street, but on Main Street it may be worse. Startling official statistics show that as a new economic recession stalks the United States, a record number of Americans will shortly be depending on food stamps just to feed themselves and their families.

    Dismal projections by the Congressional Budget Office in Washington suggest that in the fiscal year starting in October, 28 million people in the US will be using government food stamps to buy essential groceries, the highest level since the food assistance programme was introduced in the 1960s.

    The increase – from 26.5 million in 2007 – is due partly to recent efforts to increase public awareness of the programme and also a switch from paper coupons to electronic debit cards. But above all it is the pressures being exerted on ordinary Americans by an economy that is suddenly beset by troubles. Housing foreclosures, accelerating jobs losses and fast-rising prices all add to the squeeze.

    Emblematic of the downturn until now has been the parades of houses seized in foreclosure all across the country, and myriad families separated from their homes. But now the crisis is starting to hit the country in its gut. Getting food on the table is a challenge many Americans are finding harder to meet. As a barometer of the country’s economic health, food stamp usage may not be perfect, but can certainly tell a story.

    Michigan has been in its own mini-recession for years as its collapsing industrial base, particularly in the car industry, has cast more and more out of work. Now, one in eight residents of the state is on food stamps, double the level in 2000. “We have seen a dramatic increase in recent years, but we have also seen it climbing more in recent months,” Maureen Sorbet, a spokeswoman for Michigan’s programme, said. “It’s been increasing steadily. Without the programme, some families and kids would be going without.”

    But the trend is not restricted to the rust-belt regions. Forty states are reporting increases in applications for the stamps, actually electronic cards that are filled automatically once a month by the government and are swiped by shoppers at the till, in the 12 months from December 2006. At least six states, including Florida, Arizona and Maryland, have had a 10 per cent increase in the past year.

    In Rhode Island, the segment of the population on food stamps has risen by 18 per cent in two years. The food programme started 40 years ago when hunger was still a daily fact of life for many Americans. The recent switch from paper coupons to the plastic card system has helped remove some of the stigma associated with the food stamp programme. The card can be swiped as easily as a bank debit card. To qualify for the cards, Americans do not have to be exactly on the breadline. The programme is available to people whose earnings are just above the official poverty line. For Hubert Liepnieks, the card is a lifeline he could never afford to lose. Just out of prison, he sleeps in overnight shelters in Manhattan and uses the card at a Morgan Williams supermarket on East 23rd Street. Yesterday, he and his fiancée, Christine Schultz, who is in a wheelchair, shared one banana and a cup of coffee bought with the 82 cents left on it.

    “They should be refilling it in the next three or four days,” Liepnieks says. At times, he admits, he and friends bargain with owners of the smaller grocery shops to trade the value of their cards for cash, although it is illegal. “It can be done. I get $7 back on $10.”

    Richard Enright, the manager at this Morgan Williams, says the numbers of customers on food stamps has been steady but he expects that to rise soon. “In this location, it’s still mostly old people and people who have retired from city jobs on stamps,” he says. Food stamp money was designed to supplement what people could buy rather than covering all the costs of a family’s groceries. But the problem now, Mr Enright says, is that soaring prices are squeezing the value of the benefits.

    “Last St Patrick’s Day, we were selling Irish soda bread for $1.99. This year it was $2.99. Prices are just spiralling up, because of the cost of gas trucking the food into the city and because of commodity prices. People complain, but I tell them it’s not my fault everything is more expensive.”

    The US Department of Agriculture says the cost of feeding a low-income family of four has risen 6 per cent in 12 months. “The amount of food stamps per household hasn’t gone up with the food costs,” says Dayna Ballantyne, who runs a food bank in Des Moines, Iowa. “Our clients are finding they aren’t able to purchase food like they used to.”

    And the next monthly job numbers, to be released this Friday, are likely to show 50,000 more jobs were lost nationwide in March, and the unemployment rate is up to perhaps 5 per cent.

  4. Creio que vai ficando cada
    Creio que vai ficando cada vez mais claro as conseqüências da forte queda da liquidez internacional, e que a fórmula da identidade contábil não resiste a nenhuma crise de liquidez internacional principalmente para país subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, pode até funcionar em caso de países já desenvolvidos e com muita credibilidade internacional, como os países que formam o G7.

    No mais também vai ficando cada vez mais claro a importância dos ajustes realizados pelo Governo do Presidente Lula, principalmente a desdolarização da divida interna, a redução da dívida externa, e o aumento expressivo das Reservas Cambiais.

    Também vai ficando cada vez ais claro, o grave erro na condução da Política Monetária ao permitir a volta do déficit em conta corrente e que grandes déficits em conta corrente não são financiáveis em situação de crise de liquidez internacional.

    Creio que pressão do investimento estrangeiro de curto prazo já foi resolvida com a manutenção das reservas cambiais e com a correção cambial já realizada.

    Ainda resta a questão da dívida externa do setor privado, que pode ser resolvida pela diminuição gradual do déficit em conta corrente e/ou por um emissão de títulos do tesouro em dólares no mercado internacional.

    É preciso lembrar que boa parte da dívida externa privada é garantida pelo Governo Brasileiro, os dólares de uma eventual captação de dólares no mercado internacional poderia viabilizar uma renovação e um alongamento da dívida externa privada.

    Creio que o atual patamar dos juros americanos poderia viabilizar uma captação no mercado internacional o que aliviaria a pressão da dívida externa privada de curto prazo.

  5. Creio que boa parte do
    Creio que boa parte do aumento das importações se deu função da queda do dólar, da substituição de produção nacional por importados e claro ao aumento do preço do petróleo e derivados.

    Além da queda dos preços do petróleo está previsto um aumento de pelo menos 20% na produção de petróleo no Brasil em 2009.
    A correção cambial, e a falta de liquidez internacional para financiar as importações deve provocar uma forte queda da demanda por importações no Brasil.

    Fora isso está ocorrendo uma forte queda da demanda internacional o que aumenta a oferta interna, e a desaceleração ou recessão da economia no Brasil, a correção cambial vão provocar uma queda substancial da remessa de lucros em 2009 e 2010

    O que precisamos fazer é utilizar as Reservas Cambiais para financiar a Balança de Pagamentos ao longo de 2009 e 2010, e realizar captações em dólares pelo Tesouro Nacional para viabilizar o alongamento da dívida externa privada.

    Melhor do que realizar swap cambial com o FED, seria tentar negociar uma troca de dólares por títulos do Tesouro Nacional em dólares com o FED, e destinar estes dólares para alongar a dívida externa privada.

    O fato é que tese da identidade contábil só é válida para períodos de alta liquidez internacional, e portanto deveria se restringir as discussões econômicas, já que a realidade é bem mais dura e incerta.

    É claro que a situação do Brasil estimulava a idéia de ser possível financiar o déficit em conta corrente, mas o fato é que ninguém sabe o tamanho da próxima crise de liquidez internacional.

    Agora a redução dos juros da Selic se fará necessária para que a queda demanda por importações não seja tão grande a ponto de significar um forte recessão, em função da falta de liquidez e da queda da demanda externa, mesmo com uma forte queda dos juros da selim não será possível evitar uma desaceleração da economia no Brasil em 2009 e 2010.

    Sem a redução dos juros da Selic a recessão é líquida e certa, isto é o que está colocando em pânico boa parte do mercado, pois não haverá nem demanda, muito menos capacidade do governo promover incentivos fiscais.
    O que torna necessário o estímulo fiscal temporário, em tese apenas para o primeiro semestre de 2009, claro se o COPOM reduzir os juros da selic em janeiro de 2009.

  6. Estava no “Fora de Pauta”.
    Estava no “Fora de Pauta”. Por pertinência, trouxe pra cá…

    O prof. Bresser-Pereira não ganhou prêmio Nobel. Porém, no Estadão de hoje, ele faz o mesmo diagnóstico e prognóstico de Joseph Stiglitz .
    Veja o que diz o Prêmio Nobel de Economia de 2001 no Estadão de hoje:

    “ É notável a maneira pela qual eles [ financistas de Wall Street ] continuam a ser reverenciados em alguns quadrantes, depois de terem provado sua incompetência.
    O que importa (…) é financiar investimentos de alta produtividade na educação, na tecnologia ou na infra-estrutura (…).
    Mas os financistas sairão em defesa da cautela: vamos ver como a economia se sai e (…).
    Caso Obama siga seus instintos ( prestar mais atenção ao país do que a Wall Street e agir com ousadia ) existe a perspectiva de que a economia comece a emergir de sua crise pelo final de 2009. “

  7. caro nassif,

    declaro para os
    caro nassif,

    declaro para os devido fins que não acredito em economistas que serviram à elite nacional e não resolveram um mínimo dos problemas de então.
    só resta afirmar de pronto: xô urubu! passar bem.

    abçs

  8. Da Radiobras/Café com
    Da Radiobras/Café com Presidente

    http://cafe.radiobras.gov.br/Aberto/Cafe/Presidente

    29/12/2008
    Presidente Lula faz balanço do ano de 2008

    Apresentador: Presidente, mais um ano chega ao fim. Qual a avaliação o senhor faz de 2008. Dá para dizer que foi um ano bom para o brasileiro?

    Presidente: Eu acredito que foi um ano bom para o Brasil, um ano bom para o brasileiro, porque p Brasil cresceu economicamente, fortemente……….
    ……….. Eu estou convencido de que o Brasil deve olhar a crise como uma oportunidade para a gente fazer as coisas que ainda não fizemos, para que a gente possa mostrar que o dinamismo do mercado interno brasileiro é que vai permitir que a nossa economia continue crescendo. Enquanto alguns países do mundo estão em recessão, o Brasil pode crescer um pouco menos do que estava previsto, mas vai continuar crescendo e vai continuar gerando empregos……………….

  9. Esses colunistas ligados ao
    Esses colunistas ligados ao PSDB, DEM, etc. por mais que se esforcem, sempre, deixam à mostra seus preconceitos. São iguais a certos gays que não pretendem sair do armario mas, de vez em quando, desmunhecam.
    Quando afirma: “…um aumento da probabilidade de permanecer no poder por muitos anos” é o caso de perguntar. Quem? Quando Lula, ele, ele pessoalmente, externou o desejo ou manobrou para que isso se concretizasse?
    Eles querem brigar com a realidade ou tentam pregar nos adversarios defeitos que lhes são proprios. Mas a realidade real é que quem inventou, recentemente, os meios de permanecer no poder foi o seu/dele guru. Um tal de FHC. E mais um tal de Serjão – teórico deles – vixe!!! – já havia manifestado que esse grupo permaneceria pelo menos uns 20 anos no poder. Mas como eles são incomopetentes (em 08 anos quebraram duas vezes o Brasil) logo foram derrotados como, embora tenhamos memoria curta, mais uma vez serão derrotados. Seja o candidato um brucutu ou o mineiro com verniz de civilização politica adquirida de seu avô.

  10. Traduzindo para o bom e velho
    Traduzindo para o bom e velho português o texto de Pastore e Pinotti:
    O ciclo de expansão internacional permitiu a Lula agradar gregos e troianos. Daqui por diante só dá para agradar ao… mercado!

  11. (nada a ver com o tema do
    (nada a ver com o tema do post, mas, se me permite…)

    Nassif,

    lestava há pouco atualizando-me com os posts dos últimos dias de seu blog, e deparei-me com a observação feita por alguém de que o El País – que considero, há anos, o melhor jornal diário do mundo – incluíra Dilma Roussef entre os líderes políticos e empresariais mais destacados de 2008, além de ter introduzido tal seção com u artigo do presidente Lula.

    Fui, então, conferir as outras seções de destaques do ano, e achei outra inclusão de brasileiro que me parece digna de nota: Oscar Niemeyer. Claro que, apesar de volta e meia criticado entre nós (por suas obras ou por suas idéias), ele dispensa comentários aqui. Mas não custa ressaltar a autoria da homenagem feita a ele nas páginas do periódio: Sir Norman Foster, considerado simplesmente o mais importante arquiteto do mundo atual.

    Abs.

  12. Creio que 1% nominais em
    Creio que 1% nominais em janeiro de 2009, para que o governo não seja obrigado a renovar a redução do IPI para automóveis. e é preciso sinalizar uma forte disposição de alterar a política monetária, precisamos fechar 2009 com juros da selic abaixo dos 10% nominais.

    Sem uma queda forte dos juros da Selic, não conseguiremos evitar a desaceleração da economia no Brasil e vamos enfrentar o inferno da recessão e do desemprego.

    A desdolarização da dívida interna, as reservas cambias permitem uma forte redução dos juros da Selic para vaibilizar as ações anti-cíclicas do Governo e a redução dos custos dos financiamentos tantos para pessoas física como para as empresas instaladas no Brasil.

  13. Da Agência Estado divulagdo
    Da Agência Estado divulagdo pelo Último Segundo do IG.

    http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/12/29/fgv+inflacao+sera+parte+boa+do+noticiario+em+2009+3229047.html

    FGV: inflação será parte boa do noticiário em 2009
    29/12 – 16:08 – Agência Estado

    A inflação deverá ser a parte boa do noticiário econômico em 2009, segundo define o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Ele fez esta previsão durante entrevista coletiva que concedeu hoje à imprensa para explicar as razões que levaram o Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) a mostrar deflação de 0,13% em dezembro e inflação de 9,81% no acumulado do ano – ante 7,75% em 2007.

    Quadros começou a sua explanação afirmando que a inflação viveu dois momentos distintos ao longo deste ano. O economista lembrou que até julho o IGP-M no acumulado de 12 meses superou a marca dos 15,00%,

    fixando-se acima da taxa de 10,00% com que o mercado esperava que o indicador fosse fechar o ano. Isso, de acordo com o coordenador da FGV, se deu em um ambiente de elevada temperatura econômica e forte aquecimento da demanda por todo o mundo. “Naquele período a China ainda estava consumindo quase todas as commodities (matérias-primas) produzidas no mundo”, destacou Quadros.

    No segundo momento, mais especificamente em meados de setembro, quando se registrou o recrudescimento da crise econômica mundial, houve redução das operações para concessão de crédito, queda livre dos preços das commodities, perda de vigor das exportações e conseqüente enfraquecimento da demanda. Tudo isso levou a uma descompressão dos preços industriais que se somou à queda dos preços agrícolas.

    Deu-se na esteira destes acontecimentos, de acordo com Quadros, uma desaceleração acentuada do IGP-M, que saiu de uma alta de 1,76% em julho para fechar dezembro em queda de 0,13%, estabelecendo no acumulado dos últimos cinco meses uma taxa de inflação de 2,45%, numa média mensal de cerca de 0,20%.

    Este segundo estágio da inflação é o que deverá, segundo o coordenador, prevalecer ao longo do próximo ano. Contudo, ele já adianta que não se deve esperar para o ano que vem uma inflação de 2,45%. “Igual ou abaixo dessa taxa certamente não ficará”, alerta o economista da FGV. Mas ele prefere não fazer nenhuma previsão, se limitando apenas a dizer que em anos de inflação normal o IGP-M pode, como já ocorreu, fechar em torno de 4%.

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  14. Nassif, pela primeira vez no
    Nassif, pela primeira vez no novo formato, permita-me dirigir uma pergunta para vc e ao Srs. Roberto São Paulo e André Araujo, a 2ª é para vc :
    1 – Qual seria a taxa selic considerada “ideal” em janeiro? Considerando, claro, os dias que virão. Para mim não serão nada bons. Ainda acho que tem muita coisa debaixo dos tapetes e que o Brasil vai sentir sim, muito mas muito mais do que parece ou desejamos, a ponto de comprometer o projeto político do pres. Lula.
    2 – A caixa de rolagem só oferece artigos (ou posts) até dez 2008, aí vai direto para 2007, é fase de ajuste?
    À parte nossa natural resistência à mudanças, ainda não senti benefícios propiciadas por esta, realizada em seu blog. Foi necessidade de atualização ou opção? O formato antigo era muito mais prático. Considere como críticas construtivas, que é o que de fato são.

  15. “O mundo impõe ao Brasil uma
    “O mundo impõe ao Brasil uma desaceleração no crescimento, mas o custo político da desaceleração parece ser insuportável para o presidente, que tenta contrariar as forças da natureza (…)
    A cada semana vêm sendo anunciadas medidas contra-cíclicas, quer expandindo os gastos públicos e reduzindo impostos, quer expandindo o crédito através dos bancos oficiais. (…)”
    O Professor Pastore responde à crise americana propondo uma política interna que controle transações correntes. Raciocina pelo efeito dominó. O argumento de contrariar as forças da natureza, demonstra o quanto o Professor Pastore sacraliza o padrão de administração da economia por um modelo já adotado, ao ponto de naturalizá-lo, como se não houvesse modelos de pensamento diferentes. As medidas que têm sido anunciadas pelo governo têm sido bem planejadas. O ministro Guido Mantega, em entrevista, esclareceu que está se acompanhando o efeito da crise internacional sobre cada setor da produção. O aumento dos gastos públicos levam em conta os gastos públicos em investimentos e em programas sociais. O Setor Bancário está estável. Os bancos oficiais têm mantido a oferta de crédito. As pequenas e médio empresas praticamente não têm demitido. A onda de demissões é localizada em alguns setores.
    O quadro, até onde alcanço, é positivo para o Brasil. Porém, continuo estimulando a formação de um gabinete temporário composto principalmente por economistas do PT que não se encontram no governo para monitorar os efeitos da crise no dia-a-dia. Não há como fazer prognósticos ou projeções sem ter informações fidedignas sobre o efeito da crise tanto no nível nacional, regional como internacional, levando em conta modelos econômicos diferentes.

  16. Caro Nassif, Já que o tópico
    Caro Nassif, Já que o tópico é sobre as previsões para 2009 do Sr. Pastore, considerado um especialista em economia, vamos lembrar um pouquinho quais eram as previsões para 2008 dos “especialistas” e “analistas de Mercado” a um ano atrás, ou seja em dezembro de 2007???

    Eles, previam um crescimento do PIB de 4,3 a 4,4% para 2008, ridicularizando – do alto de seus títulos e douta fleugma – as metas do governo, que apontavam para pouco mais de 5%…

    http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u355536.shtml

    Quanto foi o crescimento do PIB este ano? Quem estava certo? Temos mais motivos para confiar na meta de 4% do Governo para 2009, ou nas previsões dos mesmos “especialistas” de crescimento abaixo de 2,5%?

    Não daria um tópico interessante a comparação entre as previsões de crescimento do governo, as dos bicudos especialistas tão citados na grande imprensa e os dados factuais apurados?

  17. É incrível como neste país
    É incrível como neste país estão o tempo todo procurando justificativas para manter ou aumentar a Selic. As fortes e evidentes razões para baixar a taxa e colocá-la dentro dos padrões aceitáveis que têm em quase todo o mundo são sempre embalsamadas… A queda dos juros é uma batalha de deveria se transformar em cruzada nacional pois da solução deste falso dilema – que atende a interesses diretos – depende uma verdadeira redistribuição de renda. Essa é uma verdade que depende mais de vocação política do que de técnica econômica. E é por isso que o Dr. Pastore, com todo o respeito que guardo por ele, nesse momento apenas atende à encomenda daqueles que defendem a permanencia de uma politica que trava o país e nada tem de progressista ou ortodoxa. É um coronelismo financeiro mesmo, que atua inclusive na imprensa. Afinal não são os bancos grandes e importantes anunciantes?

  18. O Pastore eh o representante
    O Pastore eh o representante da elite que nao quer o desenvolvimento, que antes com a inflacao, e depois com juros astronomicos tem sempre arrumado politicas para inibir o desenvolvimento.
    O desenvolvimento comporta mudancas sociais, surgimento de interresses mais amplos, vida mais digna dos milhoes favelados, q nao seriam mais soh cachorros para ser explorados e abusados. Eh a velha luta de classe pra nao permitir redistribuicao de renda e manter o poder concentrado.
    Favelas e pobreza sao objetivos politicos primarios, como impedir que milhoes que tem cerebros e que moram nas favelas e na pobreza participem do crescimento, da vida publica do progresso social e economico e do Brasil. A pequena e racista elite quer ficar no poder sem competidores.

    A vitoria de Lula ja foi vivida como um grande problema, o sufragio universal tem inconvenientes e a ocupacao das institucoes por parte do PT nao agradou muito.

    A situacao economica mundial eh horrivel, as politicas neoliberais dos ultimos trinta anos foram finalizadas a enriquecer os poucos, e o povao americano via promocao do endividamento tem funcionado como consumidor de ultima instancia. Uma idiotice mas funcional a elite, ao 1% da populacao q detem o poder real.

    Agora com a crise financeira e a caida do consumidor de ultima instancia as contradicoes ficam evidentes.
    A politica dos Eua eh imprimir papel e fazer mais divida para sustentar os zombies financeiros e a demanda. Provavelmente, considerados os rombos internos e externos deveria ser mais coordenada a nivel internacional, pra nao aparecer uma dolarizacao forcada. De qualquer forma como escreve o cara de pau e patetico Thomas Friedman a producao interna deveria aumentar, soh alimentar consumo importado significaria apontar para os Estados Unidos do Mundo.

    Outros paises estao em caida livre, incluida a Russia q a frente da descida do preco do petroleo desvaloriza pra conseguir pagar a oligarquia interna e os militares.
    O problema desses paises eh o forte endividamento em moeda estrangeira, e vao dar dor de cabeca.

    O Brasil nao sofre esse problema, tem reservas, e como todos os outros paises do mundo vai sofrer a caida da demanda mundial e efeitos da crise financeira. Mas como outros paises asiaticos eh posicionado melhor.
    O que tem q fazer eh o mesmo q Thomas Friedman prega para os Eua, mobilizar os imensos recursos disponiveis (enorme capital humano e jovens, alem de outros recursos sao disperdicados), investimentos, olhar para o promissor mercado interno. E controlar as importacoes em funcho das esportacoes.
    Essa eh a responsabilidade politica e moral de um grande partido popular como o PT. Que deve ter e comunicar fortes ideias e projetos, esclarecendo a situacao atual. Os pregadores da catastrofe e da pobreza alem de rezar pq isso aconteca assustam sem parar.
    A atitude do presidente Lula eh a mais certa e o otimismo para um extraordinario pais como o Brasil nao eh fora de lugar. Os pessimistas mais q olhar a realidade olham para interesses particulares e elitarios. Querem a catastrofe do Brasil se serve pra tirar Lula e o PT do governo.

  19. Pastore disse tudo quando se
    Pastore disse tudo quando se referiu ao DILEMA.
    E é este – há long, long time – o grande problema da política econômica: SE CORRER O BICHO PEGA, SE FICAR O BICHO COME.

  20. A matéria do Pastore parte de
    A matéria do Pastore parte de várias premissas erradas.

    1)No mundo industrializado há uma crise de insolvência bancária,

    A crise é muito maior que de insolvência bancária. A insolvência é dos governos nacionais (USA, UK, Italia, por exemplo), estaduais e municipais (Califórnia, LA), corporativa (GM, Chrysler, Ford), bancária (Lehman), e também individual, com o estoque de poupança americana reduzido a zero. A dívida do governo americano é gigantesca, o Fed aumentou sua folha de balanço em 6 meses mais do que nos últimos 94 anos.

    2) Taxas de juros convergindo para zero e fortes expansões no déficit público são os remédios contra a deflação e a depressão.

    Taxas de juros convergindo para zero e fortes expansões no déficit público foram as CAUSAS da atual deflação e depressão, jamais podem ser o remédio!

    3) o déficit nas contas correntes terá que se reduzir através de maior depreciação cambial, o que eleva a inflação

    Não é isso o que se observou após a maxidevaluação de 2008. Os índices inflacionários foram negativos em Novembro. A desaceleração da demanda, junto com a queda dos preços das commodities, fizeram a contraparte a alta do dólar. O erro do Governo/BCdoB (sim, separar as duas entidades é um equívoco) foi deixar o real se apreciar demais. A desvalorização corrige esse erro, porém, a forma intempestiva do movimento cambial trouxe muitos problemas às empresas que entraram na farra dos derivativos.

  21. Do estadão
    Terça-Feira, 30
    Do estadão
    Terça-Feira, 30 de Dezembro de 2008

    Crise, forecasting e adivinhação Antônio Márcio Buainain

    http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081230/not_imp300444,0.php

    Final de ano. Vou resistir à tentação de especular sobre o futuro – atividade a que economistas, empresas especializadas e instituições internacionais se dedicam com grande seriedade e que designam pelo nome técnico de forecasting (em inglês dá mais credibilidade) ou análise de cenários (que tem a vantagem de oferecer várias opções de futuro). Usam modelos e instrumentos analíticos sofisticadíssimos para antecipar o futuro, mas a natureza da atividade é a mesma da praticada, com mais simplicidade, mística e menor custo, por mães e pais-de-santo, cartomantes e afins, com o nome de previsão, ou pelas ciganas que ainda hoje circulam em cidades do interior, como adivinhação.

    Revi, nesses últimos dias, dezenas de artigos e edições de revistas especializadas em economia e finanças, publicadas no final de 2007 e primeiras semanas de 2008, que em geral dedicam edições inteiras e/ou cadernos especiais à síntese do ano velho e o que esperar do futuro; também busquei as revistas de moda, fofocas de TV e celebridades – que em geral publicam as visões dos gurus de plantão sobre o ano-novo -, para relembrar o que os modelos e os astros nos diziam sobre o então ano-novo de 2008.
    Erraram todos! Deve haver uma maneira de entrar com queixa no Procon ou com questão na Justiça.
    No mínimo, por enganação, mas um bom advogado não teria dificuldade em encontrar outras motivações.
    Diante dessa constatação, o artigo de final do ano perde seu tema natural e fica sem rumo.

    Olhando para trás fica claro que a crise não chegou de repente, não caiu do céu sem aviso nem foi obra do acaso. Agora é fácil perceber os inúmeros sinais de fumaça.
    Faltou-nos competência para enxergá-los e decifrá-los. As vozes isoladas que insinuavam, timidamente, que algo não estava bem, caíam em ouvidos de mercador.
    A psicologia explica este comportamento geral: ninguém gosta do papel de estraga-prazeres e menos ainda de deixar uma festa de arromba quando ela está no auge.
    Festas boas só terminam quando acaba a bebida, o cansaço se impõe
    ou com a chegada da viatura policial, chamada por um vizinho ranzinza.
    Às vezes é preciso um batalhão de choque, cuja intervenção pode provocar um estrago maior do que deixar a festa acabar naturalmente, torcendo para que um desastre maior não ocorra.

    O momento é próprio para atirar pedras e apontar culpados, do mercado ao presidente Bush, mas a verdade é que até poucos meses atrás, durante a festa, o mundo todo desfrutava dos benefícios da “exuberância irracional”, das facilidades propiciadas pelos mercados financeiros “irresponsáveis” e pela riqueza sem dúvida fictícia produzida pelos especuladores movidos pela cobiça……..

    ……..Parte do impacto da crise depende de ações e omissões do passado: quanto e como foi feita a lição de casa, qual o nível de competitividade das empresas e produtores em geral, qual a solidez do sistema financeiro e a capacidade sistêmica para absorver choques adversos. É possível listar déficits em todas as áreas que poderiam ter sido evitados. Essas condições estão dadas e não podem ser mudadas de imediato. Melhor olhar o futuro.

    Mas é preciso reconhecer que o Brasil tem, hoje, condições de pelo menos tentar combater a crise com chances de sucesso – cujo impacto dependerá também da competência do governo para fazer as jogadas certas.
    É bom alimentar o consumo no período das festas, mas o futuro depende da manutenção dos investimentos, públicos e privados, responsáveis pelos empregos e renda que alimentam o consumo e permitem o pagamento das contas.
    Num momento de incerteza, quem pode investir e estimular investimentos é o governo, cuja margem de manobra é limitada.
    Como prometi não especular sobre o futuro e não acredito no determinismo do acaso, melhor pôr um ponto final desejando que as previsões que estão sendo feitas estejam erradas e que o ano-novo, que inicia sob o signo da crise, seja um ano de paz e prosperidade.

    *Antônio Márcio Buainain é professor do Instituto de
    Economia da Unicamp. E-mail: [email protected]

  22. Existe uma personagem do
    Existe uma personagem do humorístico “Zorra Total” que tem o bordão:”Isto não te pertence mais!”. Dá vontade de gritar isso ao Senhor Pastore! Será que ele ainda não percebeu que os seus cânones neo-liberais foram para a lata de lixo da História, como diria Friedrich Éngels, no dia em que os EUA estatizaram a AIG? Não! Acorda, rapaz!A crise é estrutural, e a sua origem está nos anos 70, nos quais os esquemas do Keynes não conseguiam mais fazer as economias centrais crescerem. Sobreveio a estagflação. O capitalismo tem necessidade de expansão de mercados. Acontece que esses mercados são reduzidos com a queda no salário-real. Os capitalistas jogaram a crise “para a frente” endividando os trabalhadores. Expandiram o crédito de forma irresponsável, mas não tinham escolha. Ou melhor, tinham escolha: a melhoria do salário-real. Mas isto não estava em suas agendas; muito ao contrário. A pataquada neo-liberal na qual o Senhor Pastore acredita chegou ao total esgotamento. A imprensa brasileira censurou a notícia da estatização da Previdência Social na Argentina. Os fundos de pensão estadunidenses e europeus estão na lona. Os brasileiros também perderam uma dinheirama na especulação. Enfim, tudo o que estava ligado ao “mercado que se auto-regula” preconizado pelo Senhor Hayek quebrou! E ainda vem um tal de Afonso Celso Pastore dar “conselhos” ao Presidente para que adote “remédios” neo-liberais para a crise neo-liberal?Não é certo que as medidas keynesianas que o mundo vem adotando darão certo (no caso do EUA, acho que estão jogando gasolina no fogo, devido à perda de espaço do dólar no mundo), mas certamente não é mais Friedman, Hayek, Mises e outros hilários, gurus de gente como Greenspan, Malan e este Senhor Pastore que vão nos salvar!

  23. Do estadão
    Terça-Feira, 30 de
    Do estadão
    Terça-Feira, 30 de Dezembro de 2008

    Exportação vai cair 16%, prevê Funcex
    Porém, especialistas avaliam que cenário econômico dificulta projeção
    Jacqueline Farid, RIO

    O cenário nebuloso para a economia em 2009 está dificultando as projeções para o comércio exterior brasileiro, segundo especialistas da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) e da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex). “Fazer previsões para a balança comercial em 2009 é hoje um exercício que envolve elevada incerteza”, afirma o economista-chefe da Funcex, Fernando Ribeiro.

    Mesmo com as dificuldades, Ribeiro avalia que “um cenário plausível para 2009” indica que as exportações “poderiam sofrer uma queda” de 16%, ficando em US$ 167 bilhões, enquanto as importações teriam redução menor, de 10%, com US$ 157 bilhões. O saldo comercial, segundo a Funcex, se reduziria para US$ 10 bilhões.

    Para o vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro, a única certeza para o próximo ano é que as importações vão recuar em relação a 2008. As projeções da AEB para 2009 serão apresentadas em 6 de janeiro. Tradicionalmente, a instituição divulga as estimativas anuais em dezembro mas, segundo Augusto de Castro, dessa vez haverá um pequeno atraso, já que será preciso aguardar os resultados fechados do ano do Ministério do Desenvolvimento, a serem apresentados na próxima sexta-feira. “Sempre pode haver erro nas projeções, mas antes havia um parâmetro, agora não há.”

    As principais incertezas para o comércio exterior brasileiro em 2009 são, segundo Augusto de Castro, o desempenho da demanda interna e externa, o preço das commodities
    e a disponibilidade de crédito para exportações e importações.
    Para ele, haverá superávit na balança no ano que vem, mas por causa da queda nas importações e não do crescimento no total exportado……………….

    ……………..Para Augusto de Castro, porém, as perspectivas para os manufaturados não são boas. “A taxa de câmbio favorece as exportações de manufaturados, o problema é que não há demanda”, avalia o vice-presidente da AEB.

    Em relação às importações, Ribeiro e Augusto de Castro concordam que a perspectiva é de forte desaceleração no volume importado em comparação com 2008. Segundo Ribeiro, a perda de ritmo ocorrerá “acompanhando o menor crescimento da produção industrial, que afeta diretamente as compras de matérias-primas e bens intermediários, e da demanda interna, que impacta frontalmente as compras de bens de consumo e de capital”.

    Para a Funcex, o aumento do volume importado em 2009 será de 6% ante 2008. Para este ano, a estimativa é de crescimento de 19,5%.

    Augusto de Castro concorda que haverá queda no total importado, em valor e em volume. “Não consigo ver em nenhuma hipótese as importações crescerem.” Ele argumenta que vão interferir nessa queda a elevada taxa de câmbio conjugada com a redução de demanda interna por causa do aumento do desemprego.

  24. Em Julho – Nassif anote aí –
    Em Julho – Nassif anote aí – teremos passado a fase mais “marolinha” da nossa economia. A partir daí virá o banzeiro, instigado pelos resultados dos ventos que soprarão de cima pra baixo, desfazendo quaisquer sinais de que a gente possa surfar ao sabor do vento que gostaríamos.
    Sem apagão, sem mensalão, sem Dr. Protógenes, sem febre amarela, primeiros seis meses dos novos administradores das capitais, seus vereadores, cabos eleitorais mais contudentes. Dos banzeiros sempre sobra a calmaria aparente, parece que dá pra atravessar o rio, mas não se meta, é só aparente a calmaria. A onda é lisa, maneira, e por isso é traiçoeira. Quando chegarmos em Setembro, um ano antes das eleições que indicarão o presidente, novos governadores, deputados federais e congêneres, o bicho vai pegar. Ou o Lula abre o jogo ou seus adversários. Quem vai querer estar ao lado do Lula? Vai ter inflação e não é pouca não. Vou pagar minhas contas o quanto antes. Nesse caso acho que Lula será uma “marolinha” empedernida, e seus adversários – a maioria dos seus correligionários de hoje- formarão um tsunami à revelia dos ditames que o mais humilde dos cidadãos sabe de cor e salteado, mas não usufrui. -“Eu também tenho direito!”. A resposta vem impositiva: -Continue pagando!”

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