Os sinais de melhora na economia no 4º trimestre

Sugerido por Assis Ribeiro

Do Brasil Econômico

Economia dá sinais de melhora no 4º trimestre

Fernanda Nunes 

Indicadores divulgados nesta semana apontam para um fim de ano mais aquecido do que era esperado.

Indicadores conjunturais divulgados nesta semana apontam para uma possível melhora da atividade econômica no quarto trimestre deste ano, contrariando as previsões mais pessimistas. Pela primeira vez desde maio, a Prévia do Índice de Confiança da Indústria, em novembro, voltou a mostrar sinal positivo, embora ainda com uma pequena variação, de 0,7%. A pesquisa demonstrou também que o nível de utilização da capacidade instalada das fábricas passou de 84,1%, emoutubro, para 84,3%.

Na mesma linha, o Indicador da Evolução da Produção Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) registrou avanço, alcançando 54,5 pontos, acima da linha divisória de 50 pontos, o que indica aumento da produção. O emprego atingiu o melhor patamar no ano e a intenção de consumo das famílias subiu 1,7% em novembro, após se manter estável no mês anterior.

“O indicador de confiança da indústria não chega a indicar que o setor se recuperou. Não há dado suficiente para dizer que houve uma reversão”, alerta o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), Aloisio Campelo.

Em sua opinião, é possível que uma parcela da indústria colha os benefícios da alta do dólar frente ao real nos próximos meses. Porém, outras variáveis ainda pesam sobre o resultado das empresas, como o encarecimento do crédito. “É mais correto afirmar que o cenário parou de piorar”, ressalta o economista.

Outras sondagens realizadas pelo Ibre/FGV, segundo Campelo, demonstram que a confiança do consumidor melhorou, diante da desaceleração da inflação dos alimentos, principalmente. Da mesma forma, aumentou o número de pessoas que informou ter intenção de adquirir mais bens de consumo duráveis.

“O comportamentomais favorável do nível de preços no período e a sustentação do crescimento da renda permitiram uma elevação da confiança em relação ao consumo em geral, permanecendo acima da zona de indiferença (100,0 pontos), indicando um nível favorável de consumo”, informa a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A melhora do comércio tende a ajudar a indústria a escoar o estoque, diz Campelo, do Ibre/FGV. Movimento que já pode ter iniciado. Segundo a CNI, os estoques da indústria estão em um nível próximo do planejado.

O bom desempenho do comércio, que pode contribuir como resultado da indústria, está refletido nos indicadores de trabalho no varejo, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população ocupada cresceu 3,9% em outubro, comparada a setembro. “O crescimento da ocupação no setor foi impulsionado pelo ritmo de contratações em Salvador (13,1%) e em Porto Alegre (5,3%)”, de acordo com a CNC.

A melhora do cenário evidente nos dados desta semana, no entanto, ainda não contaminou os investidores estrangeiros, como mostra pesquisa divulgada ontem pela agência Bloomberg (abaixo).

Pessimismo do mercado como Brasil é recorde

Os investidores nunca foram tão pessimistas em relação à política da presidenta Dilma Rousseff. Apenas 10% dos entrevistados pela Pesquisa Global Bloomberg afirmaram que o país será capaz de evitar um corte na nota de crédito no próximo ano.

Do total de entrevistados, 51% disseram estar pessimistas em relação à política de Dilma, em comparação com 22% quando ela tomou posse, em janeiro de 2011, segundo a pesquisa, feita com 750 analistas, investidores e operadores assinantes da Bloomberg. O segundo maior mercado emergente do mundo oferecerá uma das piores oportunidades ao longo do próximo ano em relação aos Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia, Japão, Índia, Rússia e China, opinaram os consultados.

“A confiança nas políticas de Dilma Rousseff diminuiu por uma série de razões. A principal delas é, talvez, a dramática desaceleração do crescimento do PIB real ao mesmo tempo que a inflação permanece elevada”, escreveu o pesquisado James Craske, analista global de ações da Victory Capital Management, de Nova York.

Em 8 de novembro, na semana seguinte àquela em que o Brasil registrou seu pior déficit orçamentário desde 2009, a diretora de gestão da S&P, Regina Nunes, disse que um corte de rating do país poderia ocorrer ainda antes se suas contas fiscais piorarem. A S&P e o Moody’s Investors Service dão à dívida soberana do Brasil o segundo menor grau de investimento, BBB e Baa2, respectivamente.

A maior economia da América Latina está se deteriorando na opinião de 43% dos entrevistados pela pesquisa feita em 19 de novembro, frente a apenas 10% que veem a economia melhorando e 27% que enxergam estabilidade.

O país provavelmente será rebaixado nos próximos 12 meses, segundo 39% dos pesquisados. Apenas 22% disseram que o Banco Central conseguirá levar a inflação para o centro da meta, de 4,5%, ou abaixo disso, nos próximos 12 ou 18 meses. A meta será alcançada nos próximos dois ou três anos, de acordo como 37% dos pesquisados.

O BC elevou a taxa Selic em 2,25 pontos porcentuais desde abril até 9,5%, o maior incremento entre as 49 principais economias do mundo A pesquisa foi realizada pela Selzer Co., empresa de pesquisa de opinião pública com sede em Des Moines, EUA, e tem uma margem de erro para mais ou menos 3,6 pontos porcentuais. Bloomberg

Redação

8 Comentários

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  1. UM CAPITALISTA DE RESPEITO

    JOSUÉ GOMES DA SILVA – FOLHA

    Qual foi a participação de Lula na sua filiação ao PMDB?
    Nunca poderia deixar de ouvi-lo. Ele sempre teve um carinho muito grande no período de convalescência do papai e sempre respeitou o papai, as opiniões do papai, dando absoluta liberdade para que o papai se manifestasse. Lula é um democrata, dá sugestões e opinião, mas não impõe nada. Ele é um grande conhecedor da política e fez sua recomendação.

    Empresários dizem que a política econômica do governo Dilma causou um desequilíbrio fiscal que atingiu o pior resultado para o mês em 17 anos. O senhor concorda?

    O mundo vê um aumento das despesas públicas desde 2008. Em todos os países há expansionismo fiscal. O Brasil, que tem uma dívida pública líquida sobre o PIB da ordem de 35%, não precisava mais gerar superavit primário da magnitude anterior. Ao diminuir o superavit primário, o governo reduz a carga tributária sobre o PIB. Pode-se questionar a forma. O governo não anunciou de forma clara e aí anuncia uma meta um pouco inviável. Depois tenta fechar as contas de maneira legal, mas parecem maneiras arbitrárias e uma certa contabilidade criativa.

    Um segundo governo Dilma seria diferente do primeiro?

    A marca desses onze anos é desenvolvimento com distribuição de renda e justiça social. Isso melhora a qualificação da população. Por isso o Brasil está crescendo e é nesse projeto que eu acredito.

    Como o senhor avalia a política econômica do governo?

    Tem mais acertos do que erros e, normalmente, só erra quem faz. Talvez na vontade de fazer muito, alguns erros tenham sido cometidos, mas o mais importante é se dar conta e corrigir a rota.

    O que achou do julgamento do mensalão? E as prisões?

    Não conheço os autos do processo, então, qualquer opinião acabaria tendo um filtro de ideias preconcebidas e prefiro evitar equívocos.

    1. Só erra quem faz.

      Pois é. Pior é ouvir que quem se desfez de tudo o que pode é que é bom. Esse, o Privata, não errava, pois nada fazia, só se desfazia. Menos assim conseguiu a proeza de quebrar o Brasil por 3 vezes mesmo tendo vendido empresas do setor de siderurgia, mineração e petroquímica.

      E estamos mal agora. Com inflação dentro da meta em todos os anos de Governo (no anterior a banda até variou e menos assim ficamos fora da meta por 3 anos – acima da banda, claro), desemprego rondando 5%, um dos poucos países do mundo que fazem superávit primário, com os juros (ainda elevados) mas na ordem de 10% ao ano  – ele já chegou a 45% quando estávamos nos “bons tempos”.

      Vai entender esse mau humor. O “mercado” (acho cada vez mais que esse tal de mercado na verdade pode ser chamado de “corruptor de instituições”) deve sentir falta do Privata. Naquele tempo os EEUU bombavam com Bill Pinton e do George Bushinho.

      Hoje o mundo está ainda se recuperando da bolha imobilíaria do Bill e do Bush, com o aval dessa instituições ilibadas chamadas de Agência de Risco (que não previram risco nenhum em 2008). E mesmo assim estamos fora da depressão. Vai entender.

    1. Na folha hoje já estão

      Na folha hoje já estão falando em juros de dois dígitos. Aliás, se está tudo bem, por que os juros aumentam?

  2. Todo ano é assim na busca de

    Todo ano é assim na busca de boas noticias o ministerio da propaganda exalta  na midia, “Economia dá sinais de melhora no 4º trimestre”.

    Todo ano é assim e os militontos comemoram.

  3. País mais mais

    Aliança Liberal, deve ter uma vida muito, mais muito amargurada mesmo.

    Inflação sob controle e bem menor que nos governos anteriores.

    Baixa taxa de desemprego.

    Nos últimos 11 anos o Brasil saiu do décimo terceiro par o Sexto país na economia.

    O Brasil ganhou projeção e respeito internacional.

    Saiu da condição de devedor pra credor do FMI.

    Aliança Liberal, suas lamúrias não vai mudar o rumo do país, se conforma.

    Não adianta você torcer contra, pois no ritmo que as coisas vão a oposição perderá os governos de SP e MG.

    Procura um médico bom, se trata, quem sabe você ainda terá mais alguns anos de vida para assistir esse país ainda melhor, mais justo, mais fraterno, mais bonito, mais unido, mais soberano, mais respeitado.

     

    Grande abraço

  4.  
    A aliança neoliberalista,

     

    A aliança neoliberalista, por mais que venha a corcovear arqueando o lombo, e de mãos levantadas a implorar aos ceus e aos deuses da desgraça, rogando que venham completar imediatamente a bancarrota do País. Medida que desde que fomos apeados do Planalto, a encomendamos, por tão necessária quanto urgente.

    Pois, como é do conhecimento geral da nação, as eleições, já se encontram beirando a soleira da porta, e, por mais que utilizemos nosso arsenal golpista, e, observando o andamento da carrugem, a coisa tá feia. O trem tá descambando, sem freio, na direção do brejo. Pelo visto. Iremos dá com os jumentos n’água outravés dinovo. Até no stf investimos despudoradamente, e a merda tá fazendo água. Assim não dá!

     

    Orlando

     

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