Quem segurou o câmbio

Coluna Econômica – 02/05/2007

Na entrevista que encerra meu livro “Os Cabeças de Planilha”, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sustenta que não se tentou corrigir o câmbio em 1995 em função da perspectiva de uma crise bancária – a mesma que obrigou à criação do PROER.

O demora em corrigir o câmbio foi fatal para o país. Provocou uma expansão incontrolável da dívida pública, dizimou diversos setores empregadores de mão de obra, quebrou estados e municípios.

Personagens da época, contudo, têm uma versão diferente para o episódio. Quando FHC assumiu, em 1995, foi criada uma espécie de Câmara Setorial para analisar a questão do câmbio. Compunham o grupo o Ministro do Planejamento José Serra, o da Fazenda Pedro Malan, o Secretário de Política Econômica da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, o Ministro-Chefe da Casa Civil Clóvis Carvalho, o presidente do Banco Central Pérsio Arida e o Diretor de Política Monetária Gustavo Franco, entre outros.

***

Quase todos eram a favor de um ajuste rápido no câmbio. Contra estavam Gustavo Franco – que, segundo membros da comissão, falava muito pouco, entrando mudo e saindo calado, mas anotando tudo –, e Malan, que assumia mais de frente a defesa da política cambial.

Em todas as reuniões, prevaleciam os argumentos do grupo a favor do conserto rápido do câmbio. Quando a reunião terminava, tudo continuava na mesma.

É evidente que Malan, sozinho, não conseguiria fazer valer sua opinião. Mesmo assim, em um Ministério dividido, em uma Câmara Setorial dividida, é evidente que ou prevaleceria a decisão do chefe maior, no caso, o presidente da República.

***

A decisão de manter o câmbio apreciado foi de FHC, mesmo sabendo que estava destruindo setores inteiros da economia. Na entrevista ele admite o estrago que provocou em diversos setores, admite o erro do real apreciado, e fala do esforço que se seguiu, ainda no seu governo, para tentar reconstruir esses setores. Fala, também, da falta de crítica à política cambial que, segundo ele, tirava do governo qualquer possibilidade de mexer nela.

A falta de crítica se devia, de um lado, à ilusão passageira provocada por uma moeda forte. Cria-se uma sensação de bem estar e prosperidade que não é sustentável com o tempo. O segundo fato é o papel do governante, desqualificando as críticas. Valendo-se do seu cargo, e do apoio incondicional da grande imprensa, FHC qualificava os críticos do “neobobos”.

***

Repete-se agora o mesmo drama. O canto de sereia do câmbio apreciado vai provocando estragos em todos os setores. Em um primeiro momento, provoca aumento da demanda, gerando algum emprego. Depois, o excesso de importações de manufaturados vai destruindo setores, matando empregos. E o impulso inicial se dissolve, trazendo de volta a crise.

Vou repetir aqui o que escrevi sobre o governo FHC em 1998. O governo Lula começa a engrenar. O PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) foi um avanço, assim como tem sido a Bolsa Família e os planos de educação anunciados pelo Ministério da Educação.

Todos esses avanços irão por água abaixo, quando os resultados dessa apreciação cambial se mostrarem mais visíveis.

Para incluir na lista Coluna Econômica

Luis Nassif

47 Comentários

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  1. Nassif, o que me admira é a
    Nassif, o que me admira é a passividade dos setores prejudicados, eles não se mobilizam e as manifestações são muito formais.
    Isto é insuficiente para furar o bloqueio da grande midia.
    Para dar um exemplo: quando os agricultores querem refinanciar as dividas (ou dar calote) eles bloqueiam estradas, colocam tratores em frente ao congresso, enviam grandes delegações a Brasilia, etc.
    Os empresários e sindicatos de setores prejudicados deviam se unir e fazer algo parecido.

  2. O Márcio sempre tem que pagar
    O Márcio sempre tem que pagar o óbulo ao pensamento PUC, o que acaba ficando nessa indefinição toda. Tem que reduzir juros. Não deu certo? Criem-se mecanismos para não internalizar todos os dólares das commodities. Não deu certo? Criem-se impostos sobre a movimentação financeira. Até dar certo.

  3. Prezado Nassif,

    Afinal de
    Prezado Nassif,

    Afinal de contas qual é a solução para o câmbio no país? Migrarmos para o sistema de bandas de variação? Que consequências isto traria(as positivas e negativas)? E isto já não foi praticado no passado pelo próprio FHC?

    Abraços

  4. Luis,
    1) De 1995 a 2002 o
    Luis,
    1) De 1995 a 2002 o dólar valorizou 317,87% (ptax). O IPCA variou positivamente em 101,659%. O ganho do dólar em relação ao IPCA foi de 107,216% no período.
    2) Aconteceram eleições presidenciais em 1998, 2002 e 2006. As eleições de governadores e prefeitos aconteceram em 1996, 2000 e 2004.
    3) Em dez. de 2002 o dólar chegou a R$3,53 (insegurança provocada pela eleição de Lula).

  5. Daniel, o Sardenberg
    Daniel, o Sardenberg conseguiu abolir o fator preço das relações comerciais. É incrível! É evidente que entre uma desvalorização e um aumento de exportações há uma defasagem, que é o período que os novos exportadores levam para se preparar para exportar. Quanto à culpa ser da China ou do câmbio, é um exercício fútil: ambos matam e exigem respostas prontas. E a única resposta pronta está no câmbio ou na criação de barreiras à importação.

  6. Nassif.
    Concordo com sua
    Nassif.
    Concordo com sua avaliação de que os resultados da apreciação cambial quando aparecerem serão desastrosos.
    O pior é que setores que já estavam tendo alguma experiencia no mercado externo e que se retrairam só voltarao com um cambio muito mais desvalorizado do que na normalidade.
    O que espanta é que para muitos isso é inevitavel. Não há como alterar.
    Os argumentos sao os mesmos da época do Plano Real que voce retrata em seu livro.
    Parece praga.

  7. Lula sabe muito bem que a
    Lula sabe muito bem que a bomba estourar no colo de sucessor, que nem deve do PT. O problema não é dele.

  8. Além de criticar o câmbio,
    Além de criticar o câmbio, não deveriam ser criticadas o fato do Brasil reconhecer a China como economia de mercado? Ou isso é chorar por causa do leite derramado e não tem como rever isso?
    Quem foi o idiota que assinou isso? Não foi feito um amplo debate antes de se tomar essa decisão?

  9. Hitler cometeu o mesmo erro
    Hitler cometeu o mesmo erro que Napoleão quase duzentos anos depois, talvez porque não gostasse de ler e acreditava que era Deus. Agora temos um presidente que acredita que é Deus e não gosta de ler, só que não tem senso de imediato e comete o mesmo erro que seu antecessor, menos que 8 anos depois. Nada sai do papel com urgencia, e até mesmo o bolsa familia, que esperavamos injetar dinheiro e consumo na economia, gerando assim empregos, não deu certo neste ponto, e não há cobranças. Dolar baixo ajuda no combate a inflação e redução da divida, mas tambem exporta empresas e empregos para a China, onde o salario é baixo, pois não há direitos do trabalhador, o cambio é controlado, e nós vamos morrendo aos poucos, agonizando. Perdemos nossos trabalhos, nossos filhos sem perspectivas, ou esperando que o governo gere vagas no setor publico, e pensamos o que teremos para nossos netos?…

  10. Não existe mais paredão,
    Não existe mais paredão, Rinaldo. Se a opinião pública conseguir abrir os olhos e combater esse modelo de financeirização absurda da economia, me dou por satisfeito.

  11. A diferença é que hoje o
    A diferença é que hoje o cambio flutua livremente. Como manter o cambio sob “controle” em uma política de cambio livre? Aumentar as compras de dolares pelo governo não é a melhor solução, pois fazendo isso, o governo se torna mais vulnerável a especulação do mercado de moedas. E na luta Forex x Brasil, eu não tenho dúvidas de quem ganha, pois esse mercado movimento mais de 3 vezes o PIB brasileiro em 1 dia… O que falta é enfrentar com seriedade os gargalos que o Brasil tem para aumento de eficiencia na produção.

  12. Nassifão, bom dia. Como é que
    Nassifão, bom dia. Como é que foi de feriado do Dia do Trabalho? rsrs Nassif, lhe escrevo só pra dizer que acabo de gravar esse seu artigo, porque, como digo sempre, economistas e comentaristas econômicos aqui no Brasil quase nunca assumem uma posição. Se acertam fazem estardalhaço dizendo que falaram antes. Se erram, dizem que erraram porque algo mudou no meio do caminho. Então, mais uma vez, gravei seu texto e vou trazê-lo de volta daqui a um ano ou dois, só pra dar uma comparadinha… re re re.
    Meu querido amigo, volto a te dizer, fica pobre o comentário sobre a quebra de alguns setores “apenas por causa da valorização cambial”. A China, essa sim, muito mais que o câmbio, vem provocando estragos em setores produtivos do Brasil e também de muitos outros países. Um gigante sem leis trabalhistas, sem leis ambientais, sem férias remuneradas, carteira assinada, fgts, cuja população se sujeita a 14 horas de jornada de trabalho. Um abraço. Boa semana.

  13. Caro Nassif: Propagar
    Caro Nassif: Propagar eventuais descalabros do câmbio gera apenas maior inquietação por parte dos eventuais incrédulos com a atual política econômica. Espero que emita opinião de como se proceder e sair desse imbróglio.Seria através da queda brusca da Selic? E se ocorrer um “efeito manada” com investidores comprando até “capim seco prá tacar fogo”, com queda acentuada no volume de recursos para o crédito, não poderia ocorrer um explosão na taxa de juros? Deveriam-se criar subsídios para empresas que estão com dificuldades perante o câmbio? Criar tarifas cada vez maiores para contrabalançar a invasão dos importados? E a OMC, não haveria gritaria? E o que fazer com a queda recorde do dólar perante as mais diversas moedas do mundo, o Brasil deve ser exceção? Trabalho numa área que foi extremamente prejudicada com a valorização do real. Mas se pensando num melhor futuro para o País, só vejo o exercício da paciência como melhor solução. Dou como sugestão linhas de créditos extremamente generosa aliados á benefícios fiscais para que os remanescentes possam adequar suas atividades econômicas á uma nova realidade. O que será que o Conselho Econômico pensa á respeito desta difícil situação? Salvando sua opinião, vou conferir no futuro próximo ……!

  14. Mas, se me lembro bem, na
    Mas, se me lembro bem, na época do FHC, havia venda de dólares pelo BC para conseguir baixar a cotação. Esse movimento é ao contrário hj: o BC acaba comprando moeda para poder manter o dólar mais alto. Parece que existem outras forças que estão um pouco além de medidas unicamente tomadas pelo governo.

  15. No governo FHC o BC montou em
    No governo FHC o BC montou em cima de reservas cambiais de US$ 50 bi, que viraram pó em um mês, na crise de 1998.

  16. Já li o livro e recomendo aos
    Já li o livro e recomendo aos meus amigos ainda saudosos de FH, que o leiam por conta desta entrevista.

    É, para quem ainda carrega o ar de admiração ( mais por conta de seu andar europeu e modos serenos), um abrir de olhos, um divisor de águas.

    A revelação é semelhante àquela de como se escolheu o valor a ser liberado do confisco das aplicações no início do governo Collor.

    FH vai ficando cada vez mais isolado, quando percebem que seu legado foi todo jogado na aposta mal sustentada da sobrevalorização cambial.

    Alguns criticavam esta postura, entre eles, para dar o devido reconhecimento, o atual governador do S. Paulo, o colunista deste Blog, Delfin Neto e Aloysio Biondi.

    Os demais preferiam explicar o sucesso – passageiro, diga-se – da estabilização, dizendo que tudo estava correto.

    Hoje na Foha de S. Paulo, há mais uma coluna com um monte de baboseiras tentando fazer contas de padaria para explicar a valorização do real frente ao dólar.

    Ainda há quem insista em explicar o inexplicável.

    FH está pagando o preço de sua arrogância, quando cobrado à época da sobrevalorização do real, descaracterizando os críticos ao invés de analisar a crítica.

    Lula segue o mesmo caminho.

    O Brasil talvez tenha sido o país que mais chances desperdiçou de tomar para si a vocação de crescimento.

    “Time Stand Still….”

  17. Um dos grandes erros do Plano
    Um dos grandes erros do Plano Real foi não controlar a conversão de preços. Segurou salários e liberou preços. Quem arredondou preços para cima ganhou rios de dinheiro, quem não consegui quebrou.
    Depois de subir 400 a 1000% os preços estabilizaram. Depois veio a cantilena do governo que a inflação estava dominada. Chegou a publicar, no aniversario do Real que um quilo de feijão custava Cr$1860,00 e no Real custa R$2,00 (Cr$ 5.500,00). Converteu graus Fahrenheit tem em centígrados, achando que baixaria a temperatura.

  18. Até que enfim vejo um
    Até que enfim vejo um jornalista/economista, colocando no mesmo saco FHC e Lula donos da mesma visão tacanha e absoleta da economia brasileira, fazendo politica economica com o chapeu dos outros. A esquerda latina não sabe administrar, vamos para o brejo outra vez.

  19. Bom dia meu caro Nassif; Pois
    Bom dia meu caro Nassif; Pois vamos então ao cerne.
    Qual a tua proposta ?
    O que deve ser feito ainda hoje, para que as coisas se consertem ?
    Abraços e um bom dia !

    🙂

  20. Sr. Nassif, A sua convicção é
    Sr. Nassif, A sua convicção é tamanha e minhas dúvidas sobre o valor da nossa moeda tão grandes quanto, que passarei a comprar moeda estrangeira guardando-a debaixo do colchão. Espero não me dar mal…

  21. Carlos, o real se valoriza
    Carlos, o real se valoriza diariamente em relação à China, que é a grande competidora do Brasil em todas essas economias.

  22. Há cerca de um ano meu queixo
    Há cerca de um ano meu queixo caiu quando vi na televisão uma reportagem sobre brasileiros ex-empregados da indústria de calçados que imigraram para a China. São mais de 1000 pessoas de nível médio que dominam as técnicas de produção e controle de qualidade desta indústria. Elas estão na China trabalhando e, principalmente, ensinando os chineses a fazer sapatos que são exportados para todo o mundo incluindo o Brasil. Os salários não são altos e, certamente, não há férias, FGTS, seguro-saúde e aposentadoria.

    Enquanto isto no Vale dos Sinos, os desempregados estão vivendo da aposentadoria do avô ou como camelôs de contrabando, também sem férias, FGTS, seguro-saúde ou aposentadoria.

    Nos comentários fala-se muito de evolução do preço do real em relação ao preço do dólar ou do euro. Entretanto, o nosso problema, assim como o de qualquer país, é como prover o bem-estar da população. Ainda mais, nosso problema é pior devido à uma grande população com baixa instrução, gente somente capaz de executar trabalho de baixa qualificação. E esta população está ficando cada vez mais velha.

    Não me falem que a solução é a educação, pois uma boa política nesta área só terá efeito daqui a 10 ou 15 anos. Além disto, é difícil ou até impossível educar em larga escala pessoas de idade madura.

    Uma agricultura competitiva na exportação deve empregar cerca de 2% da população do país. Portanto, não é solução de geração de empregos.

    Quanto ao setor de serviços este depende da riqueza gerada na agricultura e nas indústrias. O povão até que tenta se socorrer neste setor. O limite de ocupação das calçadas nas grandes cidades já foi atingido com a invasão de bancas destes “empresários” (Quando pesquisas mostram que os brasileiros estão entre os mais empreendedores do mundo, tenho vontade de rir e chorar).

    Os poucos empregos no setor de serviços de alta tecnologia como software e engenharia são afetados profundamente pelo câmbio. Por incrível que pareça, o custo de um programador ou analista de sistemas no Brasil está muito caro para o que se espera de um país em desenvolvimento.

    A única solução que vejo para geração de empregos e, portanto, de desenvolvimento é o setor de tecnologia média com emprego intensivo de mão-de-obra. Este é o setor em que concorremos no mercado mundial e o nosso grande competidor, a China, vence com grande vantagem graças ao cãmbio.

    Certamente é mais simples atribuir o assalto à mão-armada ao caráter do bandido, à maldade intrinseca do ser humano, à ineficiência da polícia ou à falta de governo. Eu, que sou complicado, digo que a maior parte dos assaltos no Brasil é conseqüência da política cambial.

  23. Nassif, qual a medida
    Nassif, qual a medida correta, indo contra a maré global de apreciação do dólar, sinceramente, beneficiar empresários que não têm visão de futuro será um desastre maior ainda. Nosso empresariado precisa se precaver nos mercados financeiros para não cair numa armação anunciada. O Brasil precisa urgentemente é de empresários capazes de produzir, alienar, vender com lucros e participantes de mercados hodiernos, tais como câmbio, juros, etc. Senão o pobre contribuinte aqui, coitado, não vai mais aguentar financiar ineficiência. Só para lembrar no ano passado, apesar da apreciação do real nossas empresas foram mais rentáveis que as norte americanas. Certo?

  24. Nassif, não posso concordar
    Nassif, não posso concordar com voce, senão, como explicar:
    a) o dolar americano nunca esteve tão desvalorizado como hoje, e os EUA têm o maior deficit comercial de sua história;
    b) o euro nunca esteve tão valorizado como hoje, mas a Alemanha tem um superavit comercial extraordinário e é o maior exportador do planeta, superando a China em muito;
    c) acaba da sair o superavit da balança comercial do mes de Abril/2007, de US$ 4,2 bilhões; nos quatro primeiros meses do ano o superavit comercial é superior em US$ 500 milhões, quando comparado ao mesmo período do ano passado; portanto, nos últimos doze meses, o superavit comercial já é maior do que o foi durante todo o ano de 2006, quando já foi record;
    d) o Brasil tem balança superavitaria em seu comércio com a China.
    Ao que me parece, a China não é problema apenas do Brasil, mas do mundo todo e suas vantagens vão muito além de sua taxa cambial (a classe trabalhadora recebe salário de fome e não tem nenhum benefício social, a industria é uma máquina de *xerox* e o regime ainda é de *ferro*). Mas eles também têm muitas desvantagens: existem duas Chinas, sendo uma que vive nas grandes cidades e outra que *sobrevive* no campo, igual ao tempo da idade média. O que vai acontecer quando os mais de OITOCENTOS MILHÕES de chineses, que vivem na idade média, resolverem *invadir* as grandes cidades? Com certeza, será muito, mas muito pior, que a anexação da antiga Alemanha Federal pela sua irmã Ocidental. Fora tudo isso, a China, sem dúvida alguma será a maior economia do mundo em pouco tempo, mas, para ter um padrão de vida semelhante ao americano ou europeu, ainda vai demorar muito. Aliás, pura ilusão, é a mera comparação do PIB de cada País. O que vale mesmo é o PIB *per capita* e, neste quesito, o Brasil ainda supera a China e ambos os países devem ocupar da 30a. posição para atras no ranquing mundial, muito atras, portanto, das Nações mais desenvolvidas. Resumindo, tanto Brasil, quanto China, ainda têm muito o que progredir para chegar ao nível de uma Noruega, Dinamarca, Suécia, Suiça, etc… Aliás, em termos de *satisfação de vida*, acho que o índice mais correto seria o IDH, onde o Brasil está próximo do 68 e a China lá na rabeira, próximo do 126.

  25. Nassif,
    concordo contigo
    Nassif,
    concordo contigo sobre meu comentário abaixo.
    Mas, outro ponto que me pergunto e foi levantado pelo Carlos Teixeira é sobre a desvalorização do dolar.
    Sei que a China mantém o cambio desvalorizado, não sei se forçadamente ou não, mas mantém. Ela é nosso principal competidor.
    Mas, no entanto, creio que não é tão simples assim manter o cambio desvalorizado qdo se tem um dolar tão fraco.
    Penso que a questão fiscal-tributária teria um papel muito importante na busca desse cambio ideal p/ a atividade produtiva no Brasil.
    O que acha?

  26. Caro Nassif: Creio que o
    Caro Nassif: Creio que o cargo do Gustavo Franco, à época, era Diretor de Assuntos Internacionais do BC.Abraço, Sérgio

  27. Eu achava que depois da
    Eu achava que depois da ditadura e do Collor, o FHC seria o mais viavel e depois dele o Lula! Acho que os dois deixaram muito a desejar! E ainda temos mais 3 anos de Lula . É uma pena, ficaremos na fila por mais alguns anos. Mas o ?Brasil é isso mesmo, ninguém vai mudar isso aqui nunca.

  28. É tão absurdo que nem
    É tão absurdo que nem acreditei no que o Francisco escreveu. Se non è vero …

    A COSIPA foi a pioneira na exportação de aço para a China no início dos anos 80.

    Naquele tempo o país ainda pensave em se desenvolver.

  29. Eduardo, o governo tem que
    Eduardo, o governo tem que recorrer ao arsenal de que dispõe: redução de juros, indução à manutenção de excedentes de exportaçao no exterior, tributação de fluxos de capitais etc. O diagnóstico é importante para se ter a estratégia correta. Mas o importante é impedir a valorização do real.

  30. Roberto, se tiver meu livro
    Roberto, se tiver meu livro “O Jornalismo dos anos 90” verá que minha briga começou em 1994 a foi até 1999. Entender as razões do desastre é condição para não repetí-lo.

  31. Mas o fosso administrativo
    Mas o fosso administrativo entre os dois governos é tal que não há termo de comparação. O câmbio da era FHC tinha um como cenário um país destroçado, endividado, conformado, sem um pingo de respeito internacional e sem uma gota de ambição (a não ser o poder). Ali, todos os indicadores econômicos eram temerosos e chochos. Claro que se esse governo atual hesitar com relação ao câmbio, os problemas serão previsíveis. Mas, há um movimento claro – hoje – para corrigir esse desequilíbrio (de condução cambial), movimento muitas vezes rastreado neste blog, com o otimismo investido em algumas nomeações, não é mesmo?

  32. Nassif
    E na epoca do Fernando
    Nassif
    E na epoca do Fernando Henrique a China ainda era um gatinho, agora se formos cedendo espaço o estrago sera ainda maior.

  33. Tropa do Collor? A tropa do
    Tropa do Collor? A tropa do Collor me tirou do ar da TV Nacional, Educativa e da Gazeta. Seu irmão me processou. O prõprio Collor declarou, no livro do Cláudio Humberto, que eu era o jornalista que ele mais detestava. Mesmo assim, em 1994 reconheci nele laivos de Estadista. A “Folha” foi repercutir meu artigo com o candidato FHC. E ele concordou. E vem o madamo aí querer me patrulhar? Seu Oscar o perdoa, Raimundo, mesmo que você goste de trocar de nome. Além disso, o problema do dólar não foi ter ficado em um real (ou uma URV), mas ter caído para 80 centavos.

  34. Sr. Nassif por que o sr.
    Sr. Nassif por que o sr. ignora as diferenças entre a volorização do real no período FHC e no período atual:
    1 – No período FHC havia déficit em trasações correntes, agora há superávit;
    2 – No período FHC o dólar se valorizava em relação as demais moedas do mundo, agora a desvalorização do dólar é generalizada;
    O efeito sobre a indústria nacional é o mesmo e concordo com o senhor, o câmbio e os juros tem tirado competitividade das empresas que focam o mercado interno.
    E o que tem tirado a competitividade é justamente as isenções tributárias exclusivas dos setores exportadores que aumentam as exportações artificialmente.
    Sei que o senhor ignora este argumento mas continuarei utilizando em todos seus artigos sobre a valorização do real por que sinto na pele como brasileiro e empresário os efeitos que combinam interesses dos “monetaristas” e dos “desenvolvimentistas” do setor exportador.
    Ou seja atende-se aos monetaristas com taxas de juros indecentes, e atende-se aos pseudo desenvolvimentistas exportadores com isenções as exportações.
    Com isso perdem todos as demais empresas que não exportam e no longo prazo até estas podem vir a perder.

  35. Nassif outro dia em um de
    Nassif outro dia em um de seus comentários, não me recordo qual, escrevi que achava muito comodo um presidente dizer que não sabia, que não tinha as informações, quando em última análise caberia a ele a decisão. Confesso que fui muito ingenuo e não li o seu livro, mas essa passagem relatada aqui por voce esclarece muito, no presidencialismo quem decide mesmo é o presidente, mesmo que para o consumo das pessoas muitas vezes ele se esquive de assumir publicamente. Estaria voce fazendo um silogismo com a situação do cambio da época de FHC com a atual de Lula? Em última instancia Lula é que está permitindo que o cambio se valorize tanto? Seria o cambio a mais nova representação do populismo no Brasil, nos últimos 13 anos?

  36. Nassif,meu caro,não seja tão
    Nassif,meu caro,não seja tão agourento! Com tantas coisas boas acontecendo,até você admite-as,não serão uns poucos maus economistas,que achando-se “donos do pedaço”como acontecia no governo anterior,fato contado pelo ex-presidente,que farão neste governo a mistura desandar.Talvez a diferença entre aqueles “sabe-tudo”que quase quebraram o país,e os atuais cabeções do B.C,é que qualquer hora,sem muita canetada nem sobressaltos na condução da política economica,como um todo,o Presidente atual,que ao contrário do anterior,não tem formação academica,nem mestrados na Europa,tem nas mãos o comando total deste processo,e se for necessário,fará os ajustes devidos,bem antes que o fim castastrófico previsto pelo Nassif aconteça.Às vese fico me perguntando se “no fundo,no fundo”o comentarista não estaria apenas “apimentando” o debate,seria?

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