Sinais de fim de ciclo

Confesso que apanho cada vez que tenho que encontrar o link do “Estadão” para as matérias do “The Wall Street Journal”.

A de hoje vale a pena ler. Mostra os sinais de esgotamento do ciclo econômico mundial. Não significa que se dará este ano ou no outro, mas que se avolumam os sinais de disfuncionalidade desse período.

O que caracterizou esses anos foi a emergência da China com seu câmbio e produtos baratos. Houve um processo mundial de deflação, que permitiu aos diversos Bancos Centrais reduzir as taxas de juros.

Seguiu-se um período de enorme expansão da economia mundial – do qual o Brasil ficou à parte, por conta da política econômica do período FHC-Lula. Foram anos, anos e anos com o Banco Central sendo “cauteloso” – como se fosse sinal de “cautela” manter juros extremamente elevados e perder as oportunidades abertas pelo período.

Agora, avolumam-se os sinais de que está chegando ao fim esse movimento deflacionário da economia mundial. Significa que poderá vir por aí uma rodada de elevação de taxas de juros pelos Bancos Centrais.

Como fica o país? Nesses anos todos, os cabeções sacrificaram crescimento, investimentos, atração de empresas, ajudaram a criar uma carga tributária estéril (em termos de retorno para a população), tudo em nome de uma previsibilidade… que dependia fundamentalmente de fatores externos, não controlados pelo BC.

Quando terminam esses ciclos de bonança mundial, o que sobra em cada país? As indústrias que conseguiu atrair, a cadeia produtiva que conseguiu montar ou consolidar, a tecnologia agregada a seus produtos. Foi assim com a Coréia. Veio uma baita crise, todo mundo vaticinando o seu fim. Mas a Coréia tinha firmemente plantadas em seu território tecnologia, inovação, empresas audaciosas, que representam a parte sólida da economia. O resto, desmancha no ar.

O BC, sob os governos FHC e Lula, aprisionou o país em uma miragem: subordinar toda a construção do futuro a uma promessa de encontrar o pote do arco íris num ponto qualquer do futuro. Aboliram a noção de ciclos econômicos e foram gastando por conta as possibilidades de plantar as sementes do futuro? Tudo para ter a tranqüilidade de governar sem as pressões do mercado.

Outro dia lia um Blog de uma desses cabeções-mor, onde eu era espinafrado. Diziam que podia acertar no atacado, mas sempre errava no varejo. Esse é o problema. A economia tem alguns princípios imutáveis que não foram abolidos pela sofisticação estatística das últimas décadas. As estatísticas servem apenas para medir melhor os efeitos dos eventos sobre as mesmíssimas correlações econômicas de antigamente.

No período pré-Primeira Guerra, o padrão ouro fazia com que qualquer problema do balanço de pagamentos da Inglaterra, o BC inglês, seguido de outros BCs europeus, aumentasse os juros e enxugasse toda a liquidez mundial. Voltamos à mesma armadilha de cem anos atrás.

Nosso BC errou? Depende do ponto de vista. Para o país, foi um desastre. Para os gestores de fortunas, para o capital brasileiro que se abrigou em paraísos off-shore, para os rentistas em geral, não.

Luis Nassif

34 Comentários

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  1. Cansei de ir contra a maré.
    Cansei de ir contra a maré. Tou juntando meus trocados pra participar da farra. Quem quiser, me acompanhe.

    Porque desisto de nadar contra, sendo otimista que um dia vamos pensar no todo e não no benefício de alguns.

    Alguma vez na história isso aconteceu? Aqui no Brasil, talvez? Nem quando Jesus veio à Terra, minha gente! Tá lá na Biblia, hahaha

    Eu tenho certeza que não.

    Tchau, que vou ali nadar na praia da Bolsa enquanto tá rasinho. Quem sabe não consigo ter pé um dia pra nadar no off-shore? 😉

  2. Agora sim, estamos fritos.
    Agora sim, estamos fritos. Adeus queda mais acelerada dos juros. Bevilacqua, ou seu ectoplasma, deve ter dado um giro pela redação do WSJ. Continuo não acreditando. Nos últimos cinco anos, praticamente em todos os dias, algum analista anunciou a proximidade do fim desse período. Aconteceu o contrário, o que prova que ninguém ou, pelo menos, poucos entenderam a lógica do crescimento depois que a globalização se estabilizou. Talvez, uma nova forma de imperialismo mais generosa para com as franjas subdesenvolvidas. É que nem a China, há dez anos tentando (mesmo?) parar de crescer. E não pára. Lembra das décadas em que o Japão açodava os EUA com a maior efetividade de suas estratégias de gestão e produtos de inovação tecnológica mais criativos? Pois é, o WSJ, Business Week, Economist, tacavam um gorro do Flamengo na cabeça para disfarçar e saíam publicando balelas da vulnerabilidade do modelo japonês. A mesma coisa agora com a China.
    Com o etanol, logo chegará a vez do Brasil. Só não sei se viverei para ver acontecer.

  3. Nassif, de longe eu concordo
    Nassif, de longe eu concordo com vc…

    Mas se o pais crescer a uma média de 4% nos proximos 10 anos, esses caras vão se achar vitoriosos…

    Isso é uma vitória?? Depende do ponto de vista… Analisando-se uma tragetória mais longa pra Brasil é…

    Em comparação com o mundo, não…

  4. 1) Durante todo o governo FHC
    1) Durante todo o governo FHC o Brasil era muito VULNERÁVEL. Saldo do balanço comercial (só revertido com a quebra do país e adoção do câmbio flutuante) e em transações correntes negativos (o país era importador de poupanças). A QUALIDADE DOS GASTOS PÚBLICOS (custeio e investimentos) ERA (e ainda é) INCONTROLÁVEL (com gastos públicos de 42%, o crescimento fica muito dependente de sua qualidade). Claro que uma oposição com possobilidade de vitória e um discurso demagogo prejudicou todo o período (além de uma política cambial demagógica, câmbio fixo insustentável).
    2) O USA, detentor da moeda reserva mundial, com seus déficits (comercial, transações correntes e fiscal), absurdamentes grandes, inundou o mundo de liquidez. transformando a moeda reserva mundial em MOEDA PODRE (fez uma moratória legal, aceita com alegria por muitos). Como a situação começou a ficar insustentável, elevou sua taxa básica de juro (a conta gotas, 0,25%) para um nível acima da taxa de longo prazo (a de equilíbrio). BÁSICA = 5,25%, a de LP 4,7% (que está subindo e obrigará a novas altas na taxa básica). Esta festa facilitou a vida de muitos países (Brasil incluso).
    3) O Lula eleito poderia quebrar o país (se ouvisse os economistas luas pretas) ou continuar com a política monetária, cambial e fiscal que estava começando a mostrar ser a mais correta. Optou pela racionalidade, salvou o país da bancarrota e ganhou um novo governo (fugiu dos luas pretas). Está colocando o país em condições de governabilidade (já é possível planejar). Conseguiu tirar o país da zona de VULNERABILIDADE (a um custo muito alto, compra de dólares , swaps e da dívida dolarizada). Passamos de importador para exportador de poupanças. Saldos Comercial e em Transações Correntes positivos, e negativo na conta Capital (2004 e 2005). Em 2006 a conta Capital voltou a ser positiva (os saldos Comercial e em Transações Correntes continuaram positivos). O custo de manter Reservas Altas para garantir que o país saia da zona de VULNERABILIDADE é muito alto (é o mundo pagando parte da moratória americana).
    4) A CRISE: conseguirá os USA reduzir seus déficits com pouso suave? Ou o pouso forçado se imporá? Esta é a dúvida. Os precavidos estão se protegendo (mesmo que a um custo muito alto). Os economista notáveis estão divididos em suas opiniões (pouso forçado ou suave). Mesmo com pouso suave a economia mundial se ajustará a uma nova realidade mais pé no chão (racional).

  5. Eu já sou mais otimista e
    Eu já sou mais otimista e penso diferente, o neoliberalismo perdeu força desde 2001-02, o estado está retornando aos poucos, o seu papel que foi reduzido nos anos 80 e 90. Durante os últimos 20 e 30 anos havia em média, uma crise há cada 4 anos (73-79, 81-83, 87-88, 94, 97-98 e 2001), agora estamos caminhando para o 5º ano sem grandes percalços, espero que dure no mínimo até 2020, assim caminharemos para uma nova era de ouro, como no pós-guerra (1945-73). Graças, pelo controle maior do estado nos meios de produção estratégicos e especulação

  6. O modelo FHC consistiu no
    O modelo FHC consistiu no fortalecimento desses grupos. Só que a preço de destruir as condições econômicas internas, com explosão de dívida, de gastos, crise na infra-estrutura. Esses grupos se internacionalizaram e passaram a exportar suas fábricas e seu capital. O Brasil é um plagiador de segunda classe até do neoliberalismo.

  7. Nassif,

    Você listou um
    Nassif,

    Você listou um pequeno grupo beneficiado pela asfixia econômica do período FHC-Lula; e esqueceu de dizer que ele é pequeno em todos os sentidos, inclusive (e o que é pior) como parcela beneficiada da sociedade.

  8. Ué, fui dos poucos a ver
    Ué, fui dos poucos a ver virtudes no PAC, um dos primeiros a apontar o potencial do etanol. Tem que se dar valor ao que tem valor. E criticar o que tem que ser criticado. Os economistas e jornalistas econômicos estão exultantes com o modelo, por enriquecer a uns e permitir a outros comprar vinhos baratos.

  9. Parabéns pelo comentário
    Parabéns pelo comentário assino em baixo cada palavra. Agora para fazer uma análise de esgotamento de ciclo, esqueça esses modelos dos cabeções, clássicos, necoclassicos e keynesianos. Se atenha ao modelo de Schumpeter de ciclos ligados às inovações radicais, esses são perigosos e devastadores, quando há um vácuo entre um ciclo e outro a coisa fica perigosa. E como prever? Impossível, não há como se prever um salto tecnológico, por definição são incertos pois dependem de muitos fatores, tanto tecnológicos como científicos.

  10. O grande crime deste governo
    O grande crime deste governo foi manter a mesma política econômica do anterior. O “melhor” dele na verdade é o pior.

  11. Todos,

    Algumas vezes o
    Todos,

    Algumas vezes o Nassif faz referencias a matérias de jornais ou revistas, que só estão disponíveis para assinantes. Mas para isso, há uma saída : Há um CLIPPING, do Ministério do Planejamento, que mostra as principais notícias do dia de alguns jornais e revistas :

    http://clipping.planejamento.gov.br/

    Pode não haver a transcrição do assunto que se quer ler, mas vale a pena consultar.

  12. Quando a farra acabar, os
    Quando a farra acabar, os rapazes do Copom certamente não terão que se preocupar com o futuro.

    Quanto aos demais brasileiros, que tal um pouco de Drummond pra consolar:

    E agora, José? / A festa acabou, /a luz apagou, / o povo sumiu, / a noite esfriou, / e agora, José? / e agora, você? / você que é sem nome, / que zomba dos outros, / você que faz versos, / que ama, protesta? / e agora, José?

    Está sem mulher, / está sem discurso, / está sem carinho, / já não pode beber, / já não pode fumar, / cuspir já não pode, / a noite esfriou, / o dia não veio, / o bonde não veio, / o riso não veio, / não veio a utopia / e tudo acabou / e tudo fugiu / e tudo mofou, / e agora, José?

    E agora, José? / Sua doce palavra, / seu instante de febre, / sua gula e jejum, / sua biblioteca, / sua lavra de ouro, / seu terno de vidro, / sua incoerência, / seu ódio – e agora?

    Com a chave na mão / quer abrir a porta, / não existe porta; / quer morrer no mar, / mas o mar secou; / quer ir para Minas, / Minas não há mais. / José, e agora?

    Se você gritasse, / se você gemesse,
    se você tocasse / a valsa vienense, / se você dormisse, / se você cansasse, / se você morresse… / Mas você não morre, / você é duro, José!

    Sozinho no escuro / qual bicho-do-mato, / sem teogonia, sem parede nua / para se encostar, / sem cavalo preto / que fuja a galope, / você marcha, José! / José, para onde?

  13. Nassif,

    Havia um ditado no
    Nassif,

    Havia um ditado no meu tempo, la pelos anos 70/80 que dizia : ” Quando os bancos vão bem a industria vai mal “…
    Pelo jeito, teremos mais uma geração perdida acreditando no milagre brasileiro.

  14. É sempre assim a elite
    É sempre assim a elite titulada nas universidades europeias e americanas governaram o BRASIL por um periodo de 502 anos nunca conseguiram nada a despeito de suas teses economicas emplumadas . São verdadeiros profetas do mal pois, so enxergaqm o que lhes mandam enxergar as suas doutrinas, nunca vi ninguem ser critico ao PROER que jogou pelo ralo cerca de 20 bilhoes de DOLARES para salvar o sistema Bancario Brasileiro, todos os economistas e Blogueiros da epoca falaram de uma crise que levaria o pais a quebradeira, apesar das pitonisas o BRASIL resistiu e o povo pagou a conta como sempre, sera que eu estou delirando mesmo pois havia uma pessoa que era casada com a filha de um famoso banqueiro nem com todo ovalor injetado seu banco foi salvo, perplexo estou quando lembro que o BRASIL não quebrou continua vivo e melhor que antes a despeito de toda esta ELITE PERVERSA QUE MANDOU DURANTE tempo fazendo BRASIL seu quintal senão vejamos quem são os caloteiros BNDES

  15. Creio que que o fim deste
    Creio que que o fim deste ciclo de crescimento mundial baseado na China depende de como será a tratada a maior contradição deste ciclo que é o crescimento da renda da população Chinesa e modelo de produção exportador.

    Agora colocando o Brasil neste cenário, creio que o Brasil chega neste ponto com seu problema das contas externas equilibrada e a conta de petrólleo e combustíveis com superávit e um mercado iinterno fortalecido e uma Distribuição de Renda igual ou melhor do inicio desta fase de Crescimento Econômico Internacional.

    É necessário aumentar a distribuição de Renda e aprofundar a integração com a América do Sul para dar um salto no crescimento econômico.

    Afinal nesta Região do mundo de poucos conflitos regionais, resolvido o problerma da criminalidade, onde a distribuição de Renda terá um papel fundamental, temos Recursos Naturais, Capital e Trabalho é só fazer a Roda Girar, ou melhor Girar com mais Velocidade.

  16. Errata planilheira:
    No texto
    Errata planilheira:
    No texto onde se lê “cauteloso”,
    leia-se “conservador”; e onde se lê
    “cautela”, leia-se “conservadorismo”.

  17. Nassif:
    Chama-se cautela e
    Nassif:
    Chama-se cautela e responsabilidade manter os juros estratosféricos praticados no Brasil. Os “sábios” dizem que não existe mágica para se baixar os juros e que o país precisa criar condições para que tal ocorra. E o número de condições aumenta cada vez mais. Ora se nós não conseguimos baixar os juros numa conjuntura econômica tão favorável como não se via há decadas não será quando o ciclo da bonança acabar que isto será feito. Abraços.

  18. Parabéns Nassif, uma nota de
    Parabéns Nassif, uma nota de lucidez invejável. Só adicionaria outro elemento à lista dos elementos perenes: a infra-estrutura que o país conseguiu montar… aqui, acima de tudo, pecamos e vai custar caro, por décadas… 5 anos de bonança: cadê nossas estradas? cadê nossas casas? cadê nossos portos? cadê nosso sistema de ensino? cadê a nossa estrutura de Estado?

    E, ainda hoje, sequer estamos correndo atrás… vai tudo a passo de tartaruga! Pelo amor de Deus!
    Ruben

  19. Discutir a política de juros
    Discutir a política de juros – ? – do BC com seriedade é difícil. Concordo que no início do governo Lula os juros deveriam ser mantidos altos para evitar a fuga de capitais. Mas já no segundo ano em diante tudo o que houve foi desmedida atenção ao humores do mercado querendo faturar os juros da dívida pública com o Tesouro Nacional enxugando gelo. E para se ter certeza da vulnerabilidade externa seria necessário saber o montante de dinheiro externo aplicado no mercado que podem sair a qualquer momento. Em relação a nossas reservas qual é seu percentual ? Alguem pode informar ?

  20. Marcos, acha que tenho tempo
    Marcos, acha que tenho tempo para quem entra anonimamente para provocar como um adolescente? Entre com seu nome completo e seja mais explícito nas provocações.

  21. Sempre que se fala nos
    Sempre que se fala nos “cabeções” lembro de um que eu conheço e que sempre diz que tudo isso que esta errado é culpa dos pobres.Simples,não?Estudar tanto ,e fora do Brasil,pra só falar besteiras?Nassif manda bala,estamos contigo.Voce é um sujeito homem,como se diz por aqui.

  22. pois é meu caro nassif!!

    pois é meu caro nassif!!
    só pegando esses imbecis em época de campanha no tapa !! enquanto o brasileiro não fizer isso , esses babacas vão continuar se locupletando e fazendo suas politiquices em prol de quem financia as campanhas( banqueiros , investidores externos) grande abraço!!
    obs : estou com a adrenalina la em cima!! vendo as empresas do varejo se acabando!!

  23. Nassif,

    Recentemente aqui em
    Nassif,

    Recentemente aqui em Salvador, ouvi uma entrevista de uma Professora Carioca ou Paulista (Não lembro) dizendo que não existe défict, mas sim superavit no sistema Previdenciário Brasileiro. Esse rombo que é propalado por setores do governo e impressa seria devido à manipulação de dados, especificamente com relação às fontes que alimentam o Sistema de Seguridade Social. Essas fontes seriam 05, mas quando o governo vai fazer o cálculo dos recursos, considera apenas 01, que é apenas a contribuição dos trabalhadores. Gostaria que voce postasse algum comentário sobre esse mecanismo, pois não ficou muito claro para mim. Segunda essa pesquisadora, essa manipulação tem influência direta sobre as metas de superavit primário, juros, enfim, todo o sistema econômico.

  24. É no mínimo esquisito o
    É no mínimo esquisito o artigo do economista Roberto Giannetti da Fonseca intitulado “O auto (e alto) engano cambial”, no Estadão do dia 6 último. Após tecer considerações sobre o sistema de câmbio flutuante e sobre a excessiva valorização atual do real, chega à conclusão de que existem, sim, medidas poderosas que o governo pode adotar para minorar o problemas. Quais seriam essas medidas? Alega não poder nos contar porque “câmbio não se anuncia, se pratica”. Ora, o Sr. Giannetti da Fonseca não pertence ao governo, não tendo portanto nenhum sentido o que ele afirma. Não compete a ele praticar nenhuma medida. Parece-nos, com o perdão da conclusão óbvia, que o economista pratica apenas um pedantismo danado.

  25. Não existem políticas
    Não existem políticas públicas, mas sim políticas destinadas à satisfação de interesse privado.

    Em regra, as “políticas públicas” são orientadas pelo grupo de poder dentro do estado.

    Nos EUA o grupo de poder mais forte é o armamentista, por isso que vivem inventando guerras por lá – Coréia, Vietnã, Iraque, Afeganistão, etc.

    No Brasil o grupo de poder mais forte é dos banqueiros, por isso os juros escorchantes.

    Todas as “ideologias” que animam as ditas “políticas públicas” não passam de invenções dos “pensadores” a soldo. Se antes o poder dependia de assassinos e soldados a soldo, hoje temos advogados e “pensadores” a soldo.

    Isto é democracia…

  26. Sobre o super real e o dólar
    Sobre o super real e o dólar anêmico, a nota que coloco abaixo (do site de economia do Uol), mostra claramente a estratégia de fazer os otários como nós engolirmos o real vitaminado.
    Como alguns leitores do blog já mostraram, é claramente uma estratégia dos chefões do globo (EUA) para ajustar o balanço de pagamentos e déficit fiscal.
    Estamos pagando a conta do ajuste deles, só isso.

    08/06/2007 – 10p5
    Déficit comercial dos EUA cai mais que o previsto em abril

    WASHINGTON (Reuters) – O déficit comercial dos Estados Unidos diminuiu bem mais que o esperado em abril, para 58,5 bilhões de dólares, à medida que o enfraquecimento do dólar reduziu demanda por importados e ajudou a colocar as exportações em nível recorde, informou o Departamento do Comércio na sexta-feira.

    O resultado fortalece expectativas de um crescimento econômico mais elevado no segundo trimestre do ano.

    O recuo no déficit comercial foi de 6,2 por cento frente a uma estimativa revisada para baixo em março. O resultado de abril ficou abaixo da faixa prevista por analistas, entre 60 bilhões e 66,9 bilhões de dólares.

    O Departamento de Comércio também revisou sua estimativa para o déficit comercial de 2006, para 758,5 bilhões de dólares, ante divulgação anterior de 765,3 bilhões de dólares.

    As exportações nos Estados Unidos subiram levemente para o recorde de 129,5 bilhões de dólares em abril. O aumento de 0,2 por cento reflete, parcialmente, uma revisão para cima de 3 bilhões de dólares nas exportações de março, para 129,2 bilhões de dólares.

    A queda de 1,9 por cento nas importações também ajudou a diminuir o déficit comercial, apesar do salto no preço médio do petróleo importado, para 57,28 dólares por barril.

    (Por Doug Palmer)

  27. Parece que esta ocorrendo uma
    Parece que esta ocorrendo uma guinada geral nas avaliações econômicas no Brasil.

    Estou surpreso com que ando lendo nestes últimos dias, parece que tem muito comentarista econômico totalmente perdido, sem o referencial de antes.

    Acho que o Sr. Luis Nassif esta se tornando uma referência, se tiver cobrando um cachê pode triplicar será muito requisitado, espero que não falte tempo para atender o seu blog.

  28. Paulo, essa mania de seguir o
    Paulo, essa mania de seguir o manual ao pé da letra torna pessoas como você dotadas da convicção férrea dos limitados. Não há tolice maior nesses manuais do que essa livre-interpretação de que, como cada instrumento visa um objetivo, o BC deveria focar apenas um objetivo. Se uso a política monetária de tal maneira que torno o valor do dólar inviável, e se o dólar voltando ao nível anterior compromete a política monetária, como analisar isoladamente um remédio sem atentar para as sequelas que ele produz? Você já se deu conta de que como é estúpida essa colocação? Nem estou te criticando. Você é apenas a parte menor da estupidez: é o eco.

  29. concordo: recrudecimento da
    concordo: recrudecimento da inflação de demanda, ameaça de aumento de preços de alimentícios e derivados da pecuária (expulsa pelo álcool), valor do dolar próximo do piso, ameaça de inflação externa, questões ambientais formando um teto para o crescimento de diversos players

    Enquanto isso seguimos no nossos humildes passos de 4%aa.

    Estamos prestes a perder mais uma oportunidade de nos tornamos um país de verdade

  30. Sugiro uma olhada no post do
    Sugiro uma olhada no post do global voices em português, que traduz um remix da música ‘Die And I’ll Still Love You'(‘Morra e eu ainda te amarei’), da banda de rock taiwanesa Shin, cantada em uma versão mercado de ações como ‘Won’t Sell Even If It Kills Me’ (‘Não Vendo Nem Que Me Mate’), legendada com a ferramenta de legendagem dotSUB (pt.globalvoicesonline.org)

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