Sinistrose na Análise da Economia Americana

Lendo hoje, um artigo de Mortimer B. Zuckerman (de 29/11/10), a partir desta chamada de capa Zuckerman: Watching America’s Decline and Fall, (como o 3º mais lido do site) em http://tinyurl.com/267x9m5 , no US & World Report, fiquei impressionado com os números que o autor apresenta. Ele começa por referenciar seus argumentos ao livro do matemático e filósofo alemão, Oswald Spengler ‘The Decline of West’ (1918). “Seus argumentos são complexos, mas basicamente ele sugere que o futuro do Ocidente não é ilimitado, como seus contemporâneos imaginavam após a horrível 1ª Guerra Munidial. Sua tese era de que civilizações têm uma uma trajetória subjacente, um crescimento e queda orgânicos” (da sua própria natureza). Mais adiante, o autor diz “A maioria dos governos ocidentais convivem com um déficit fiscal de 10% ou mais do seu PIB e isso está se tornando cada vez mais claro que não haverá soluções de curto ou médio prazos e que grandes déficits não vão nos levar de volta ao status quo ante.’ E assevera a seguir: “Países desenvolvidos serão forçados a honrar suas dívidas, em todos os níveis. A possibilidade de emprestar deve ter feito as pessoas sentirem-se mais ricas, mas ao ter que pagá-las, certamente está fazendo-as sentirem-se mais pobres, particularmente a partir das responsabilidades crescentes e não providas, com relação ao envelhecimento das populações, que terão que ser pagos por coortes de trabalhadores ativos, que vem diminuindo.” E ainda profetiza: “Demografia é o destino. Como resultado, há um crescente consenso que estamos testemunhando uma ascensão irreversível, do Oriente sobre o Ocidente.” Até aqui, vamos assim dizer, eu pincei alguns aspectos filosóficos do texto. Mais adiante, vou destacar e enumerar, alguns trechos mais críticos desse processo, que o autor apresenta.
(1) “Hoje, convivemos com um déficit anual de US$ 1,4 trilhões, cerca de 10% da nossa economia. Com os déficits acumulados na última década, ele já chega a 61% do PIB. Em apenas uma vez, essa relação entre a dívida pública federal e PIB passou dos 60%. Foi depois da 2ª Guerra Mundial.”
(2) “E nesta relação mencionada não estão incluídas as despesas com ‘Social Security’ e ‘Medicare’. O total de responsabilidades consolidadas, mais as promessas sem receitas definidas para a ‘Medicare’ e ‘Social Security’ envolvem recursos da ordem de US$ 62,0 trilhões, ao final do último ano fiscal – triplicadas desde o ano de 2000, de acordo com os cálculos do ex-Contador Geral David Walker. Como afirmou Walker … Portanto, ele assevera, nos temos que contabilizá-los como responsabilidades, o que eleva a relação dívida federal com o PIB para 91%.”
(3) Pregando o enfrentameneto prioritário aos problemas econômicos, o autor afirma: “A China nos dá o melhor exemplo de prioridade na economia. É uma demonstração diária que aquele país pode tornar-se um gigante econômico, sem se tornar uma potência militar global. Sua resposta estratégica para o que está acontecendo é mudar as fontes de crescimento do seu PIB, dos mercados externos para os internos.”
(4) “A política monetária tem sido ineficaz, porque estamos dentro ou próximos de uma armadilha de liquidez. Nossa economia está tão fraca que juros baixos e outras ferramentas monetárias não estão funcionando. Numa armadilha de liquidez, não faz nenhuma diferença quanto dinheiro é lançado no sistema; as pessoas têm tão pouca confiança que tendem a entesourá-lo (guardá-lo).”
(5) “O que nós precisamos claramente é liderança, com vontade e autoridade moral para governar com base nos interesses do País, à longo prazo. Não será fácil, dado o fato que qualquer obstáculo a futuros benefícios terá a oposição daqueles que se aproximam da aposentadoria. Eles formam um grupo eleitoral forte, em contraste com seus filhos os quais, de algum modo, pagarão a conta.”
(6) “Responsabilidade fiscal e disciplina serão questões críticas na formulação de políticas públicas. Os debates nestas últimas eleições, descambaram para temas emocionais e marginais, e por isso foram deprimentes. Não podemos continuar empenhando nosso futuro, pela redução de investimentos neste mesmo futuro, seja para educação, infra-estrutura ou pesquisa básica. Nós ainda possuímos a mais atraente cultura popular e de valores públicos, da mesma forma que a mais inovativa e competente cultura de negócios. A excepcionalidade americana persiste. Mas nós devemos enfrentar nosso governo disfuncional e perdulário. Os USA foram fundados no princípio de criar uma vida melhor para os nossos filhos e netos.
Podemos fazê-lo. Não o estamos realizando.

Redação

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