Jornal GGN – O Tesouro Nacional só conseguiu comprar R$ 25,04 milhões dos títulos públicos leiloados nesta sexta-feira (21). O órgão vem promovendo uma série de leilões extraordinários de títulos públicos nos últimos dias para diminuir a instabilidade no mercado financeiro.
O Tesouro tentou recomprar 4 milhões de títulos públicos prefixados (com juros definidos antecipadamente) e 2 milhões de títulos corrigidos pela inflação, mas a entidade só conseguiu comprar apenas 10,5 mil de NTN-B (Nota do Tesouro Nacional, série B), papel vinculado à inflação.
Os leilões extraordinários de recompra buscam fornecer uma referência de preço para os investidores que querem se desfazer dos papéis por achar que estão perdendo dinheiro com a elevação dos juros no mercado financeiro. O fato de o Tesouro comprar um volume tão baixo pode sinalizar que os investidores preferiram ficar com os títulos como que o Tesouro não aceitou o preço pedido pelos donos dos papéis.
A recompra de NTN-B, título corrigido por índices de preços, de LTN (Letra do Tesouro Nacional) e de NTN-F (Nota do Tesouro Nacional, série F), que são papéis prefixados, havia sido anunciada na última quinta-feira (20).
De acordo com técnicos do órgão, os leilões extraordinários têm sido feitos porque, em momentos de turbulência financeira, as taxas dos títulos tendem a se descolar dos fundamentos da economia brasileira.
Segundo o Tesouro, a instabilidade faz o aplicador ter a sensação de que está perdendo dinheiro ao manter o título. No entanto, na hora de se desfazer do papel, o investidor não encontra compradores que ofereçam preço justo. Nessas horas, então, é necessário o Tesouro recomprar os títulos para fornecer um referencial de preços e taxas de juros.
No caso dos títulos prefixados, a tensão é maior porque os juros pagos aos investidores (taxa de retorno) são definidos com antecedência e não variam conforme as oscilações do mercado e da economia. Quem compra agora um papel desse tipo sabe exatamente quanto receberá daqui a vários anos. No momento em que os juros dos títulos aumentam por causa da turbulência financeira, os investidores com esses papéis temem ter ainda mais prejuízo porque a taxa de retorno não pode mudar.
O dinheiro para recompra dos títulos virá, na maior parte, do colchão da dívida pública. Este instrumento foi usado em 2005, 2006 e 2008, quando estourou a crise financeira internacional.
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