Se não fossem penalizados, um terço de homens estupraria uma mulher

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Estudo foi realizado em universidade nos EUA, com 86 alunos que não reconheciam como o crime o ato de forçar mulheres
 
A agressão sexual e o estupro são questões que afetam um grande número de estudantes – mas um estudo recente descobriu que muitos estudantes do sexo masculino não têm conhecimento do que o estupro é realmente.
 
Jornal GGN – Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos com estudantes universitários traz o seguinte resultado: um terço dos homens (31,7%) diz que estupraria uma mulher se não houvesse consequências. O estudo foi liderado pelo professor Sarah Edwards, que aplicou questionários a 86 alunos.
 
Entre as perguntas, estavam a probalidade de se envolverem em certos tipos de condutas sexuais, desde forçar uma mulher a fazer algo que ela não queira até o estupro. E a segunda revelação do estudo foi que muitos estudantes do sexo masculino não tem conhecimento do que é, de fato, o estupro.
 
Isso porque esse um terço respondeu que forçaria uma mulher a ter relações sexuais em uma situação sem consequências. Entretanto, um número menor – ainda que bastante expressivo -, de 13,6% dos participantes, afirmou com o emprego da palavra que estupraria uma mulher. 
 
Boa parte dos entrevistados não rotulariam ou reconheceriam a ação de forçar uma mulher a praticar atos sexuais como “estupro”.
 
Os pesquisadores também avaliaram o nível de hostilidade dos estudantes com as mulheres, e como esse fator pode ter influenciado os resultados. Leram para os alunos afirmações como “Sinto que muitas mulheres flertam homens só para provocá-los ou prejudicá-los” e “Me irrito facilmente com mulheres”, analisando as respostas e reações, se concordavam ou não. 
 
Perguntas como se eles viam o perigo como algo “excitante” e se consideravam a violência algo “másculo” foram feitas para avaliar o nível de “hipermasculinidade” e determinar como atitudes sexuais insensíveis podem influenciar em agressões sexuais.
 
Concluíram que medidas preventivas contra a agressão sexual poderiam funcionar com homens que “endossam a força, mas negam o estupro”, mas não teriam efeito com homens hostis às mulheres. Também identificaram que é prejudicial a ideia estereotipada do estuprador, já que o grupo que “endossa a força, mas nega o estupro” não se identifica com o comportamento dos estupradores, apesar de poder praticar o crime.
 
Com informações do BuzzFeed.
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

23 Comentários

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  1. CRAP, lixo puro, 90% dos

    CRAP, lixo puro, 90% dos “”estudos”” e “”pesquisas”” realizados nos EUA é LIXO, não valem o papel.

    Qual o valor  dessa pergunta e dessa resposta, qual a base cientifica, qual a logica desse pseudo estudo?

    Tem mercado para qualquer cretinice.

  2. Pesquisa? Quase infantil. Só desmerece o tema.

    A pesquisa no máximo fala que 1/3 dos homens (não sei se só alunos ou todos da universidade) fariam o que eles querem dizer. Calma, não estou aqui defendendo os homens em geral, afinal tenho um linda filha de 8 aninhos e vejo alguns colegas de trabalho falarem os mesmo absurdos que a pesuisa revela, mas colocar 86 questionários numa universidade americana, é um locus muito limitado para uma pesquisa que se pretende universalizar o comportamento de uns 3,5 bilhões de homens no mundo. Muito limitado mesmo. A crítica fica à pseudo ciência, não ao combate ao machismo, que eu sempre ajudarei a combater.

     

  3. Isso é que é ciência da mais

    Isso é que é ciência da mais alta qualidade ! Estou estupefato.

    86 estudantes de UMA única universidade num único país que responderam a um questionário e representam a conduta de 31% dos homens.

    Ou seja 86 moleques universitários que responderam seus questionários, sabe-se lá como, representam a opinião e a vontade de cerca de 1,1 bilhão de homens.

    O pior [1] é que esse tipo de cientista recebe verbas para fazer esse tipo de pesquisa.

    O pior [2] é que esse tipo de cientista desmoraliza a ciência como um todo.

  4. Só isso ?Acho que não.Se

    Só isso ?

    Acho que não.

    Se não houvesse penalização, pelo menos 80% dos homens arrastaria uma mulher pelos cabelos para dentro da caverna.

    Os 20% restantante comeria a mulher literalmente, e sem levar ao brazeiro.

    Putz ! é cada uma.

  5. Ciência ?

    Estão de sacanagem, desculpem o termo chulos, mas pegar 86 alunos que podem ter respondido de forma gaiata, só para trollar a tal pesquisa “científica”, e depois generalizar para a humanidade toda ? E ainda recebem verba do CNPQ de lá ? Não dei minha procuração para ninguém descrever meu caráter ou falta dele. Não dá para engolir.

  6. que generalização mais

    que generalização mais imbecil. Artigo inútil. afinal, estudantes americanos não são o protótipo do comportamento dos homens do nosso planeta. Ou são, e ninguém avisou?

  7.  
    Não saberia dizer, se

     

    Não saberia dizer, se apenas os tais “professores” são uns merdas. Ou, o melhor seria incluí-los todos, inclusive, seus estudos e pesquisas idiotas, no mesmo vaso sanitário e aplicar a descarga.

    Orlando

  8. Pois é, mais ou menos

    Pois é, mais ou menos 3.500.000.000 (três bilhões e meio) de homens no mundo.

    Aí fazem uma pesquisa mequetrefe com 86 (!!!) alunos de UMA ÚNICA universidade, de UM UNICO PAIS, provavelmente com a MESMA FAIXA ETÁRIA e NIVEL SOCIO-ECONOMICO.

    E pronto, um bilhão e duzentos milhões de homens se tornam automaticamente potenciais estupradores

    P.S. – ainda bem que não fizeram a pesquisa na Medicina-USP, senão os “jenios” dos pesquisadores concluiriam que uns 80% dos homens são estupradores em potencial…

    P.S.2 – Manchete sob medida para o deleite das feminazis

  9. A ideia de que 31,7% dos

    A ideia de que 31,7% dos homens do planeta são representados por 31,7% dos estudantes universitários do sexo masculino de uma dada universidade americana é obviamente falsa. Mas aposto como ela é uma ideia de jornalista, não uma ideia de pesquisador universitário. Para me convencer do contrário, só lendo o paper da pesquisa (que não vejo lincado no texto, aliás).

    Jornalismo cientifico é uma coisa complicada, por que na maioria das vezes envolve alguém escrevendo para tentar explicar para o público em geral uma coisa que ele mesmo não entende direito.

    De qualquer forma, ainda que restrito aos homens de uma dada universidade americana (jovens, na sua maioria solteiros, sem responsabilidade com família ou emprego, vivendo num ambiente segregado do restante da sociedade), é um dado grave e preocupante. Até por que reflete um ambiente mais amplo; afinal mesmo estudantes universitários americanos não existem num vácuo; essas ideias refletem – provavelmente amplificando – ideias de professores, colegas, familiares, imprensa, cinema, polícia, redes sociais, etc., etc., etc.

  10. Ou seja, 31,7% dos homens são

    Ou seja, 31,7% dos homens são misógenos. 

    É preciso desgostar muito do sexo feminino para praticar estupros. Não creio que um homem, com H maiúsculo, sinta prazer em ferir de morte uma mulher. 

  11. Achei, mas não li! (P.S: Já li algo)

    Se alguém quiser ler a “pesquisa” ela se encontra em http://online.liebertpub.com/doi/pdf/10.1089/vio.2014.0022 e se chama:

    Denying Rape but Endorsing Forceful Intercourse: Exploring Differences Among Responders

    P.S:

    Li por alto o estudo e me detive mais nos comentários que aparecem em http://www.buzzfeed.com/rossalynwarren/a-third-of-male-students-in-a-new-study-say-theyd-rape-a-wom , e dá para tirar algumas conclusões:

    1) O estudo foi realizado numa só universidade norte-americana (Dakota do Norte) com um grupo pequeno de estudantes, na realidade 74 estudantes em que 95% são caucasianos (brancos bem branquinhos, na definição norte-americana, não latinos), segundo um comentarista para que o grupo fosse representativo da universidade deveria ter no mínimo 384 entrevistados.

    2) O estudo não apresenta os formulários que foram preenchidos pelos alunos, e não fica claro que é uma análise de “FANTASIAS SEXUAIS” ou de intensão ao estupro (esta talvez a pior parte deste tal estudo).

    3) As definições de “estupro”, “coerção utilizando a força” e outras respostas não são definidas claramente, por exemplo, no estudo há uma confusão entre estupro da forma usual que conhecemos e utilizamos (um homem pega uma mulher aleatoriamente ou mesmo com quem estava conversando e obriaga-la a força a relações sexuais) ou mesmo durante um intercurso sexual o parceiro masculino mediante força realiza atos que não são desejados ou manifestados claramente o deseja das parceiras.

    Em resumo, para uma pesquisa deste tipo ser realizada e utilizada como parâmetro é necessário uma seriedade muito maior da que foi feita, principalmente distinguindo o que é fantasia sexual e o que é intensão.

    O importante na diferenciação da fantasia com a intensão pois desta forma algumas artistas de rara beleza e pouca roupa, ficariam ricas processando os 42 milhões de jovens que mantiveram relações imaginárias durante suas fantasia eróticas.

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