Decisões do mercado internacional vão afetar economia doméstica em novembro

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O andamento do processo de retomada econômica nos EUA (Estados Unidos) e as expectativas em torno da reunião do Partido Comunista Chinês devem ser alguns dos principais pontos de referência para o mercado de ações em novembro, assim como a decisão da Petrobras quanto à metodologia de cálculo de reajuste de combustíveis.

Para os analistas da BB Investimentos, os dados econômicos dos EUA serão ainda mais significativos, “destacadamente os ligados ao mercado de trabalho, que poderão ser o ‘fiel da balança’ para os agentes firmarem um posicionamento mais consistente em relação à postura do Federal Reserve (o Banco Central norte-americano) sobre um possível início de retirada dos estímulos em dezembro deste ano.

 “A princípio, esperamos que este mês seja mais tranquilo do que outubro, já que não há uma perspectiva de incerteza política como ocorreu em outubro”, explica o analista Marcelo Torto, da Ativa Corretora. “Os pregões estarão bastante atentos a indicativos sobre o futuro da política monetária do Federal Reserve, uma vez que, com números bons, começa-se a especular que talvez o corte dos incentivos já comece em setembro. Além disso, tivemos a revisão da taxa de juros por parte do Banco Central Europeu (BCE), que animou os investidores”.

Contudo, Torto ressalta que a questão fiscal brasileira ainda deve chamar a atenção dos analistas. “Com a retomada da economia americana, pode haver uma saída de investidores estrangeiros. Diante do aumento dos juros dos Estados Unidos mais para o fim do ano (ou no máximo começo do ano que vem), a questão fiscal doméstica começa a ameaçar a perspectiva, envolvendo inclusive a nota de grau de investimento”.

Em outubro, a bolsa de valores manteve o ritmo de recuperação visto já em setembro, fechando o período com um ganho de 3,2% em dólares (3,7% em reais). Segundo avaliação dos analistas da Votorantim Corretora, os números foram afetados pelos níveis elevados de liquidez, dados consistentes nas economias desenvolvidas e emergentes, indicando uma perspectiva mais resiliente para os fundamentos econômicos. “Nossa recomendação, encarando um momento de instabilidade, continuam sendo empresas grandes e sólidas do mercado brasileiro, menos suscetíveis a instabilidades causadas pela questão fiscal, que, justamente por isso, vão conseguir se manter”, pontua Torto. 

Confira as recomendações de algumas corretoras

A recente divulgação de dados mais fracos na economia brasileira, somados ao discurso de otimismo propagado pelo Federal Reserve em relação à economia dos Estados Unidos após a divulgação da última ata da reunião do colegiado – quando houve a sinalização de que a redução dos estímulos pode começar a acontecer mais cedo do que o mercado começou a precificar – levou uma série de corretoras a reavaliar suas posições, adotando um posicionamento mais cauteloso com relação ao índice oficial da bolsa brasileira no curto e médio prazos.

Diante desse cenário, a recomendação é que o posicionamento fique concentrado em empresas com foco de atuação mais concentrado no mercado doméstico, mas com fundamentos sólidos o suficiente para que as intempéries geradas pelas incertezas não afetem tanto seu desempenho. Confira abaixo as recomendações de algumas corretoras, sempre tendo em mente que a estratégia mais adequada deve ser traçada junto à sua corretora, de acordo com o seu perfil de risco.

Votorantim Corretora: JSL (JSLG3), Mills (MILS3), Mahle Metal Leve (LEVE3), Profarma (PRFM3), Gerdau (GGBR4), Vale (VALE3), PDG (PDGR3), Hypermarcas (HYPE3), JBS (JBSS3), Cetip (CTIP3), Santander (SANB11) e Petrobras (PETR4).

Socopa Corretora: Embraer (EMBR3), Grendene (GRND3), Vale (VALE5), Gerdau (GGBR4) e Petrobras (PETR4).

Itaú Corretora: Ambev (AMMBV4), Petrobras (PETR3 e PETR4), Ultrapar (UGPA3), Bradesco (BBDC4), BB Seguridade (BBSE3), TOTVS (TOTS3), Iochpe-Maxion (MYPK3), Suzano Papel (SUZB5), Vale (VALE5), Telefônica (VIVT4), Cosan (CSAN3), AES Tietê (GETI3).

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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