O termômetro para o Brasil é o emprego, salários e a renda

Comentário ao post “Deutsche Bank vê exagero no pessimismo com o Brasil

TROMBETAS DO APOCALIPSE – Há muito rumor e pouca atenção aos fatos concretos nesse tema da inflação e dos juros. Fazer uma discussão sobre juros e sobre inflação no Brasil, e em qualquer lugar do mundo, pressupõe que se avalie parâmetros anteriores e que se faça uma comparação entre os dados passados e atuais, projetando o futuro. 

Sobre os juros é imperioso afirmar, para que o debate não descambe para a desonestidade intelectual, que a situação atual é astronomicamente melhor (a melhor dos últimos 35 anos) do que a que existia em 2003. Luiz Inácio Lula da Silva assumiu em janeiro de 2003 com uma taxa SELIC de 25% ao ano. Nas primeiras reuniões do Banco Central na época, os juros subiram para 26,5% ao ano. A gritaria foi ensurdecedora!

Pois bem, passados 08 anos de governo Lula, a situação fática é que Lula, que recebeu uma taxa SELIC de 25% ao ano de FHC, entregou a Dilma Rousseff uma taxa SELIC de 10,75% ao ano! Ou seja, uma queda de 57% no patamar da SELIC em 08 anos de governo Lula.

E hoje? Hoje temos a taxa SELIC em 08% ao ano. Ou seja, um patamar menor que o herdado por Dilma de Lula e colossalmente menor que o herdado por Lula de FHC. O patamar é alto? Certamente que sim! Agora, dizer que o “baixo” crescimento econômico do Brasil se deve ao patamar atual da SELIC é uma grosseira mistificação… Os juros na Europa estão próximos de 0% há muito tempo e o velho continente não sai do buraco!

Mais do que isso, é absolutamente injusto estabelecer comparações, em qualquer área, do quadro atual (02 anos e 05 meses de governo Dilma) com os 08 anos de Lula e de FHC. Isso é uma aberração estatística! O quadro mais provável é que a taxa de juros da SELIC continue a cair, no médio e no longo prazos, em que pese as flutuações que SEMPRE existiram. Nos governos FHC e Lula a taxa SELIC subiu e caiu inúmeras vezes! E no governo Dilma esse fenômeno vai continuar, sem dúvida alguma, o que é absolutamente normal.

Por isso é que não adianta analisar apenas a fotografia do momento sem olhar o filme completo dos juros no país.

Mantida a tendência dos últimos dez anos (o que é perfeitamente possível e viável), Dilma Rousseff entregará o país ao sucessor, em janeiro de 2019, com uma taxa SELIC na casa de 4,5% ao ano! Para os padrões brasileiros, sem dúvida alguma um patamar ESPETACULAR.

Agora, a inflação. Ao contrário do que os trombeteiros do apocalipse apregoam, a inflação no Brasil está ampla, geral e irrestritamente sob controle! 

-Nos oito anos de FHC, a inflação oficial (IPCA) foi de 100,6%. Média de 9,1% ao ano.
-Nos oito anos de Lula, a inflação oficial (IPCA) foi de 56,6%. Média de 5,7% ao ano.

E hoje? Em 2011, tivemos uma inflação oficial (IPCA) de 6,50%. Em 2012, a inflação foi de 5,84%. Em 2013, a inflação será menor do que foi em 2012, da mesma forma que a inflação de 2012 foi menor que a inflação de 2011. E da mesma forma, possivelmente, que a inflação de 2014 seja menor do que a registrada agora em 2013!

A verdade real, concreta e objetiva dos fatos é que a tendência de inflação no governo Dilma é DECLINANTE! Ao contrário do que os trombeteiros do apocalipse apregoam, a inflação está CAINDO no governo Dilma Rousseff, não o contrário! E vai cair ainda mais. A tendência de longo prazo é que os governos de Dilma Rousseff registrem uma inflação acumulada MENOR do que a registrada nos governos de Lula e MUITISSÍSSIMO MENOR do que a registrada nos governos de FHC.

Trazidos os números oficiais à baila da discussão pública, o que temos são duas tendências inexoráveis e indesmentíveis. Quais sejam, tendências de QUEDA da inflação e da taxa de juros da SELIC no médio e no longo prazos.

Melhor ainda, tudo isso sendo feito com regime de pleno emprego, aumentos acima da inflação para o salário mínimo (que impacta diretamente nos benefícios previdenciários – 70% dos aposentados e pensionistas recebem 01 salário mínimo de benefício – auferidos pela população), aumento da renda dos trabalhadores como proporção do PIB, mais de 90% dos dissídios coletivos sendo reajustados acima da inflação, redução gigantesca da desigualdade social, distribuição de renda via programas sociais, etc.

O termômetro para a saúde do Brasil é o emprego, os salários e a renda do trabalho. A medição da saúde do país com base nesses indicadores (que são os mais importantes) demonstra um Brasil sadio, pujante e com desenvolvimento econômico e social nunca antes visto em nossa história. 

Por acaso os trombeteiros do apocalipse pensam mesmo que o povo brasileiro é composto por uma massa de milhões de gentes ignaras que não percebem o que está acontecendo no mundo?

A Europa se desmancha sob o tacão do arrocho salarial, da demissão em massa dos trabalhadores, dos cortes brutais nas aposentadorias e pensões, dos cortes drásticos da receita pública para saúde, educação, previdência e assistência social, demissões lineares de servidores públicos, aumento exponencial da concentração de renda, desigualdade social retornando a níveis que não se viam há décadas, desemprego juvenil atingindo em muitos casos o patamar de 50%, retirada de históricos direitos trabalhistas, etc.

Esse é o ajuste fiscal recessivo, cantado em prosa e verso no Brasil como receita mágica para estancar o “baixo” crescimento econômico! Há algo mais absurdo do que defender para o Brasil as medidas pró-cíclicas draconianas que se verificam na Europa e nos EUA?

O governo Dilma vai muito bem obrigado em matéria de política econômica. O mundo inteiro atravessa a pior crise econômico-financeira desde o Crash de outubro de 1929. Países estão se desintegrando como não se via desde os tenebrosos anos 30 do século passado!

E o Brasil? O Brasil atravessa o Crash de setembro de 2008 com ímpar competência. Mantém taxas excelentes de emprego, diminui desigualdades sociais, distribui renda e serve de case de sucesso para diferentes nações do globo terrestre em matéria de direitos econômicos, trabalhistas e sociais.

Esta é a verdade dos fatos, por mais que as trombetas do apocalipse soprem a plenos pulmões em Pindorama desde o dia 15 de setembro de 2008, a população faz ouvidos moucos, não porque é alienada, mas sim porque percebe que o Brasil não é essa desgraça que uns e outros teimam em pintar todo santo dia.

Emprego, renda e salário, esses são os principais motores e nomes do sucesso absoluto do Brasil nos governos Lula e Dilma, principalmente depois do desastre que irrompeu em setembro de 2008. E, com tendência DECLINANTE da inflação e da taxa de juros no médio e no longo prazos, fica melhor ainda!

Luis Nassif

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