As características da estrutura populacional em Gaza

Enviado por jns

Do New Scientist

As razões pelas quais a população de Gaza é tão jovem

Andy Coghlan | 01/08/14

A densidade populacional da Faixa de Gaza é questionada, mas, em comparação com outras cidades, a Cidade de Gaza, com uma população de cerca de 750.000 pessoas, é, sem dúvida, uma área urbana densamente povoada.

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A elevada densidade populacional vai, de alguma forma, explicar os elevados números de vítimas no conflito atual. Cerca de 63 israelenses e cerca de 1.460 palestinos morreram desde que o atual conflito começou, há um mês, com, no mínimo, 245 mortes de crianças. Mas, por que tantas crianças? Acontece que existem características incomuns sobre a estrutura da população em Gaza que a tornam um enigma no mundo moderno.

Em primeiro lugar, a população da Faixa de Gaza, cerca de 1,8 milhão de pessoas, apresenta uma proporção extraordinariamente grande de crianças. O Index Mundi, a fonte de dados do país na Internet, mostra que 43,5 por cento da população tem 14 anos ou menos, em comparação com 32 por cento no Egito e 27 por cento em Israel.

A idade média em Gaza é de 18 anos, em comparação com a média mundial de 28. Na maioria dos países europeus a idade média é de cerca de 40 anos, e é de 30 anos em Israel. Somente em uma dúzia de países africanos registra-se a média de idade mais baixa, chegando a 15 anos em Uganda.

Mais filhos

Então, por que há tantas crianças em Gaza? Os demógrafos dizem que é uma combinação de fatores incomuns. Uma delas é que uma, invulgarmente, baixa proporção de mulheres palestinas não têm empregos. “É o lugar no mundo onde menos mulheres trabalham fora de casa”, diz Jon Pedersen, do Instituto Fafo, um centro de pesquisa demográfica e social em Oslo, na Noruega. Os números mais recentes da Palestinian Central Bureau of Statistics mostram que apenas 14,7 por cento das mulheres estão no mercado de trabalho.

“Na maioria dos outros países, a taxa é muito maior do que isso, variando entre 70 a 80 por cento na Escandinávia, por exemplo”, diz Pedersen, que é coautor de um estudo abrangente, feito há uma década, sobre a demografia de Gaza. Mesmo em outros países do Oriente Médio, com culturas semelhantes à de Gaza, a proporção de mulheres que trabalham fora são significativamente maiores. Na Jordânia, por exemplo, 16 por cento das mulheres têm empregos.

Os dados do Index Mundi mostram que a taxa de fertilidade em Gaza atingiu o pico de 8,3 filhos por mulher em 1991. Atualmente, a média de 4,4 filhos por mulher está entre as mais altas do mundo, enquanto Israel possui uma taxa de 3 filhos. Embora a taxa global não seja elevada, verifica-setaxas acima de 6 filhos entre os judeus ortodoxos Haredi. Na maioria dos países europeus, a taxa é cerca de 2 filhos.

O segundo fator, que contribui para a alta taxa de fertilidade, é que os maridos ganham mais dinheiro quanto mais crescem as suas famílias. “Os empregadores estão dispostos a pagar por isso”, diz Pedersen. “Tradicionalmente, os homens recebem salários extras se têm mais filhos.”

Educação formal

O resultado, diz Pedersen, é que a maioria das famílias de Gaza aprendem a lidar com um único salário e proporcionar mais liberdade para o crescimento das famílias do que em regiões como a Escandinávia, onde os pais têm de trabalhar para sobreviver.

Um quebra-cabeça, no entanto, é por que tantas mulheres de Gaza – especialmente aquelas que são bem educadas – fazem a opção por construir grandes famílias, em vez de seguir carreiras profissionais. Enquanto, na maioria dos países, a taxa de natalidade cai paralelamente com a melhor educação e mais oportunidades na carreira para as mulheres, Gaza não segue esse padrão.

Um estudo publicado em 2006 demonstrou que, apesar do grau de escolaridade elevada entre as mulheres de Gaza – todas têm pelo menos nove anos de escolaridade – e das taxas de mortalidade infantis relativamente baixas e constantes, em torno de 25 por mil nascimentos, poucas optaram por seguir carreiras independentes. Durante o levante da Intifada, que começou em 1987, a pesquisa mostrou que houve aumento nas taxas de casamento, com muitas mulheres cultas dispostas a casar com homens que receberam menos educação.

“A mulher palestina não está tendo muitos filhos, porque não sabe sobre a contracepção ou não tem acesso aos métodos anticoncepcionais”, diz Sara Randall, antropóloga da Universidade de Londres, que é coautora da pesquisa de 2006. “Então, podemos concluir que elas realmente querem muitos filhos.”

Senso de dever

O estudo de Randall, envolvendo entrevistas com 16.204 mulheres de Gaza e 4.900 mulheres jordanianas, para estabelecer uma comparação, concluiu que a Intifada foi o fator motriz para o aumento da fertilidade e do número de casamentos. Nos anos da Intifada, entre 1989 e 1990, por exemplo, as mulheres eram 1,4 vezes mais propensas a aceitar o casamento do que em 1980. Para as mulheres mais escolarizadas, a taxa de natalidade foi ainda maior durante a Intifada, representando o dobro de 1980.

Randall conclui que “os dados disponíveis não permitem inferir, mas parece ser uma hipótese plausível que os níveis fenomenalmente altos de fertilidade em Gaza são certamente uma resposta para a opressão política e são uma percepção da necessidade de aumentar a população da Palestina. Em uma situação onde a impotência, o subemprego e a marginalização deixaram poucas oportunidades para a expressão da própria identidade, a reprodução é uma das poucas liberdades que permanece e também contribui para o objetivo maior de aumentar o povo palestino”, afirma.

Pedersen diz que o senso de dever, para expandir a populaçã,o é um fator que não pode ser descartado. “Houve declarações do Hamas incitando as mulheres a terem mais filhos para criar um exército maior”, diz ele.

Redação

8 Comentários

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  1.  
    E assim o assunto muda de

     

    E assim o assunto muda de uma barbara agressão sanguinária por parte do governo de Israel para uma crítica a fertilidade da mulher palestina, o artigo é um monumento ao cinismo, então estão morrendo crianças aos borbotões porque as mulheres palestinas tem filhos demais, bombas sendo jogadas em um centro densamente povoado é um mero detalhe a culpa é na verdade das próprias crianças por existirem.

     

     

     

    1. Estuda-se tudo hoje em dia

      Sinceramente, teu comentário é daqueles dos que questionam a exixtência de um IMPA enquanto poderia se gastar dinheiro com creches para pessoas de baixa renda.

  2. A culpa é das mulheres de Gaza?

    A que ponto chega a insensibilidade humana. Agora a culpa de Israel matar muitas crianças é das mulheres de Gaza que tem muitos filhos? Ah, e ninguém para pra pensar que elas não tem trabalho porque Gaza é vítima de um bloqueio por terra, ar e mar que impede qualquer tipo de comércio ou indústria na cidade? E que durante a campanha militar o exército israelense mata vacas leiteira? E no dia-a-dia atira em agricultores que se aventurem nos campos próximos da fronteira? Nojo!

  3. Israel está em uma encruzilhada

    Acho que podemos concluir deste texto é o seguinte:

    Ou Israel acelera seu plano genocida e extermina de vez com todas mulheres de Gaza (está dando sinais disto) ou ele acaba perdendo esta guerra. 

     

  4. O Poderio Bélico de Israel

    O mundo ficou estarrecido com a queda do avião MH17, da Malaysia Airlines, que foi atingido por um míssil SAM supostamente disparado por militantes separatistas pró-Rússia.

    No mesmo dia o governo israelense ordenou a ofensiva terrestre na Faixa de Gaza para destruir os túneis utilizados para atividades terroristas em Israel. A iniciativa promete “atingir significativamente as infraestruturas terroristas do Hamas e dar segurança aos cidadãos de Israel”, de acordo com o comunicado d gabinete do primeiro ministro Benjamin Netanyahu.

    A região já foi palco de muitos conflitos, por isso o exército de Israel investe muito em tecnologia militar. O orçamento do exército é de US$ 57,7 bilhões, ou seja, cerca de 6,9% do PIB do país (dados de 2011). Ao todo, Israel conta com 176.500 militares na ativa e tem mais 445.000 na reserva.

     

    Caterpillar D9

     

    A Caterpillar D9 é uma escavadeira blindada construída para atuar em terreno de batalha. Entre suas utilidades está a terraplanagem, demolição de construções e detonação de explosivos. Ela é responsável por abrir caminho para veículos de combate mais pesados.

    A Caterpillar não cria veículos militares; as alterações são obra do próprio exército israelense, que encontrou na D9 uma excelente “arma” para auxiliar durante as batalhas.

     

    Tanque M109 A5

     

    O M109 é um tanque de guerra desenvolvido nos Estados Unidos. Esse tanque é um veículo já bastante conhecido, sendo utilizado por muitos exércitos diferentes de todo o mundo, inclusive o Brasil. O M109 carrega seis tripulantes: 2 carregadores, atirador, assistente de atirador, comandante e motorista.

    O canhão principal do M109 é um Howitzer de 155 mm, e uma das armas secundárias é uma metralhadora M2 calibre 50 mm. Além disso ele também possui lançador de granadas e uma metralhadora M240.

     

    Blindados não tripulados Guardium

     

    O Guardium é um veículo terrestre blindado não tripulado utilizado para missões de reconhecimento, principalmente em regiões de fronteiras. O objetivo é garantir a segurança de soldados em áreas consideradas de risco.

    O Guardium possui uma série de câmeras e sensores de diversos tipos. Apesar de não ser um veículo de ataque, o Guardium pode utilizar um pequeno arsenal para combater ataques hostis.

     

    Tanque Merkava MK4

     

    O Tanque Merkava MK4 é um dos principais veículos de guerra do Exército de Israel. O modelo foi criado em Israel para se adaptar às condições locais. Entre as principais características do tanque está a garantia de máxima sobrevivência da guarnição, poder de fogo e mobilidade. A blindagem resiste contra explosivos incendiários.

    O armamento principal é um canhão de 120 mm, mas ele também pode lançar morteiros e possui três metralhadoras secundárias, sendo duas de 7,62 mm e uma de 12,7 mm. O Merkava pode atingir até 65 km/h na estrada e 55 km/h em terreno irregular. Isso graças a um motor a diesel de 1500 cavalos de potência.

     

    Sistema Múltiplo de Lançamento de Foguetes M270

     

    O M270 é um lançador de foguetes completo. Ele pode lançar mísseis em direção a alvos distantes até 300 km a uma altitude de 50 km. Após disparar os mísseis balísticos ele pode rapidamente mudar de posição para evitar contra-ataques.

    O M270 pode disparar até 12 mísseis em apenas 40 segundos ou até 2 mísseis em apenas 10 segundos. Apesar de sua produção ter sido encerrada em 2003, os veículos continuam em atividade em diversos locais do mundo, incluindo Israel.

     

    Corveta Sa’ar 5

     

    O Sa’ar 5 é uma classe de corvetas de combate israelenses. Foram construídas por uma das maiores construtoras de navios dos Estados Unidos, com base em projetos israelenses. Ao todo foram produzidos três corvetas que possuem sonar, torpedos, lançadores de mísseis e até mesmo um heliporto e um hangar para helicóptero.

    O navio possui 85 metros de comprimento e pesa 1.227 toneladas quando está completamente carregado. Possui um sistema de propulsão híbrido que funciona com diesel ou gás.

     

    Submarinos Dolphin

     

    Esses submarinos possuem propulsão híbrida diesel-elétrica e medem cerca de 57 metros de comprimento.

    Ao todo ele é capaz de carregar 6 torpedos de 533 mm e 4 torpedos de 650 mm. Quando está submerso, um submarino Dolphin pode pesar até 1.900 toneladas.

     

    Helicóptero AH-64 Apache

     

    O Apache é um dos helicópteros militares mais mortais do mundo. Desenvolvido nos Estados Unidos em 1975, ele já esteve presente em diversos ambientes hostis com elevadas taxas de sucesso. O Apache é excepcionalmente eficiente na destruição de veículos blindados e tanques.

    A aeronave possui sensores e sistemas de visão noturna para facilitar a identificação de alvos em praticamente qualquer situação. Os armamentos do Apache consistem em mísseis do tipo Hydra 70 e metralhadoras M230 de 30 mm.

     

    Hermes 900 [ aeronave não tripulada ]

     

    O Hermes 900 é uma aeronave israelense não tripulada desenvolvida para missões táticas de média altitude e de grande duração. Ele possui energia para voar por até 30 horas a uma altitude de cerca de 10 mil metros.

    O Hermes é pequeno: ele mede cerca de 8,3 metros de comprimento e pesa pouco mais de uma tonelada, podendo carregar até 300 kg. Ele também possui sistemas autônomos de pouso e decolagem. Essa aeronave não é exclusividade de Israel: o Brasil é um dos países que operam com o Hermes 900.

     

    Eitan [ aeronave não tripulada ]

     

    O Eitan é um avião não tripulado desenvolvido para missões de reconhecimento. Ele pode voar mais alto que aeronaves comerciais e possui sistemas de pouso e decolagem completamente automáticos. O Eitan também carrega um triplo sistema de redundância para garantir a segurança dos voos.

    O avião pesa cerca de 2 toneladas e mede 13 metros de comprimento. Ele possui energia para voar em uma altitude de quase 14 mil metros por até 70 horas a uma velocidade máxima de 370 km/h.

     

    Mísseis Arrow

     

    Os mísseis Arrow são um projeto de parceria de Israel com os Estados Unidos.

    Eles pertencem a uma família de mísseis antibalísticos, ou seja, um sistema de defesa desenvolvido para interceptar outros tipos de foguetes. Possui um alcance médio de 90 a 148 km e possui precisão de 4 metros.

    FONTE: TECMUNDO

  5. Skylark

    “Foi fenomenal… foi um ativo real”, disse o General Brigadeiro Roy Riftin, oficial chefe de artilharia das Forças de Defesa de Israel.

    O Skylark II é um veículo aéreo não tripulados (UAV) de curto alcance tático, concebidos principalmente para as forças de defesa israelenses, canadenses e coreanas,  para realizar operações de inteligência e vigilância para direcionar as ações de aquisição de dados e reconhecimento do terreno hostil.

     O UAV, projetado e fabricado pela Elbit Systems, foi revelado pela primeira vez em 2006 e é derivado do I. Skylark.

    O UAV é principalmente utilizado para condições pioradas de tempo para o reconhecimento, a coleta de dados e amarcação de alvos para missões militares.

    “Enquanto o mini-UAV Skylark está operacional aqui desde 2008, Protetor de Borda marcou a primeira vez que foi usado em quantidades para apoio a ritmo acelerado das forças de terra. Esta foi a primeira vez que implantado de forma genérica”, disse Riftin, sobre o sistema operado pelo Corpo de Artilharia, conhecido aqui como SkyRider.

    “Cada brigada – até mesmo as reservas – tem pelo menos dois veículos aéreos que voam sem parar; ao mesmo tempo “, disse ele.

    The IDF's Skylark mini-UAV is used broadly in support of ground forces in the latest Gaza operation.

    Em uma entrevista 12 de agosto, em uma base no sul de Israel, Riftin disse que cerca de 18 sistemas Riftin voaram centenas de horas, gerando dados de aquisição de alvo de inteligência e de fluxo contínuo para a miríade de atiradores no terreno.

    [video:http://youtu.be/KO0ivOqn1z0%5D

    http://www.defensenews.com/article/20140812/DEFREG04/308120026/Israeli-Forces-Praise-Elbit-UAVs-Gaza-Op

    http://www.army-technology.com/projects/skylark-ii/

  6. Então……………………..

    Fazendo ilações:

    “Vamos matar mulheres e crianças, pois assim impedimos que a chamada “Bomba Populacional” da Palestina venha um dia nos ameaçar”!!!.

    Não vejo outro raciocinio para o genocidio cometido por Israel contra a população da Faixa de Gaza!

     Com estes assassinatos, vejam que quase 500 crianças foram mortas, comprometendo o futuro do País, fora as que ficaram inutilizadas, com graves sequelas inclusive mutiladas pelos resto de suas vidas!!

    Dizer o quê, mais. O que tem que ser feito agora, e a comunidade das nações, sem fingimentos ou indiferença, tomar uma atitude drástica contra Israel, e levar este País ao Tribunal Penal Internacional, pois cometeu sim, Crime de Guerra!!

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