Maria do Rosário apresenta mais duas ações contra Bolsonaro

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A deputada federal Maria do Rosário (PT) apresentou na tarde desta terça-feira (16) duas representações contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PP), em função da possível ameaça de estupro feita à petista em 2003, episódio repedito e reafirmado pelo ex-militar na semana passada. Na tribuna da Câmara, ele repetiu que só não estupra a petista “porque ela não merece.”

Maria do Rosário protocolou no Supremo Tribunal Superior (STF) uma queixa-crime por injúria e calúnia contra o deputado mais votado do Rio de Janeiro. Além disso, Rosário está denunciando Bolsonaro no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios por danos morais.

Na Câmara, os partidos PT, PCdoB, PSB e PSOL entraram com representação no Conselho de Ética pedindo a cassação de Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar. Ainda é incerto o futuro desse processo. Há a possibilidade de ser arquivado e ter de ser apresentado novamente a partir de fevereiro de 2015, após o recesso parlamentar.

O Ministério Público Federal, por sua vez, denunciou o deputado no STF por ele ter incitado a prática do crime de estupro. Foi o Conselho Nacional de Direitos Humanos quem enviou o pedido de ação contra o deputado à Procuradoria Geral da República.

“Eu não faço isso por mim, eu faço por todas as mulheres brasileiras, porque ninguém merece ser estuprada. Eu não aceito que dentro do Congresso Nacional e em nenhum outro lugar exista a incitação a violência, a calúnia, a difamação e a injúria, como muitas mulheres sofrem todos os dias no Brasil”, enfatizou Rosário.

Na denúncia protocalada no STF, consta que “em sua manifestação, Bolsonaro fez afirmações de teor ameaçador, incitador de violência contra a dignidade sexual, as quais ostentam, a um só tempo, configuração criminal de opinião caluniosa e injuriosa que, induvidosamente, destinam-se a ofender a dignidade sexual, a honra e a cidadania.” O texto foi assinado pelo ex-presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cézar Britto, que representa a deputada na ação.

Britto destacou que “o deputado federal Jair Bolsonaro utiliza-se do púlpito do Congresso Nacional, na frente de todos os parlamentares, transeuntes e da mídia nacional, para se reportar diretamente à pessoa da cidadã e Deputada Federal reafirmando que ‘eu falei que eu não estuprava você porque você não merece’, em consistente ofensa à honra, à dignidade e ao decoro da cidadã Maria do Rosário.”

A peça jurídica cita ainda que a atitude do deputado encorajou uma série de ataques ameaçadores que Maria do Rosário passou a receber, sobretudo nas redes sociais.

Com informações da assessoria de imprensa da deputada

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

18 Comentários

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  1. O blog não se toca……..

    Vejo….leio…….2 ou 3 postagens a respeito de Bolsonaro. Tudo o que esse FDP quer é publicidade. Escolheu um caminho tortuoso para aparecer. Tem gente que gosta. Mais de 400 mil lhe deram voto. É ídolo de militares aposentados que jogam dominó no Clube Militar. E o blog ajuda. Dá licença. Por que não explorar a possibilidade de cassação por falta de decoro e vergonha na cara?

  2. O Bolsonaro é um boçal… e

    O Bolsonaro é um boçal… e daí?

     

    As palavras grosseiras ditas pelo deputado federal Jair Bolsonaro não foram criminosas. Basta ouvir a gravação, ali não foi feita nenhuma ameaça de estupro como alega a Maria do Rosário. Toda a repercussão sobre o caso é manobra da esquerda para calar o parlamentar mais atuante contra o seu avanço.

    O deputado deve escolher melhor as palavras em seus pronunciamentos. A postura agressiva prescinde da virulência e ataques de natureza pessoal. Para suplantar politicamente as posições da deputada gaúcha ou de outros como Marta Suplicy, Randolfe Rodrigues, Jean Wyllys, etc. basta demonstrar a distância existente entre os seus discursos e os seus atos. Esse pessoal diz defender as mulheres contra aos estupradores, mas ao mesmo tempo impede o endurecimento das penas para os criminosos que cometem crimes sexuais.

    A postura de vítima assumida pela Maria do Rosário e toda a gritaria dos seus pares é mero jogo de cena. O objetivo é impedir a atuação mais incisiva dos opositores aos seus propósitos de destruição da nossa cultura e dos nossos princípios morais. Para isso contam com o apoio do nazifeminismo e do gayzismo dominante na imprensa. Além é claro dos ideologicamente interessados que controlam as organizações e movimentos ditos sociais.

    A boçalidade nas falas do deputado é recorrente, mas nunca delituosas. Esta foi irônica, infelizmente com a sutileza de uma manada de búfalos numa loja de cristais. O resto é a postura típica da esquerda. Horroriza-se com um ridículo discurso contrário, mas protagoniza sessões solenes do congresso em homenagem a um assassino como o Prestes.

    1. “Basta ouvir a gravação, ali

      “Basta ouvir a gravação, ali não foi feita nenhuma ameaça de estupro como alega a Maria do Rosário”:

      QUAL gravacao, Rebolla?  Com link de referencia, de preferencia.

      A primeira, de 2003, desmonta a tese diki Bolsonaro teria sido insultado pois “nao o mostra” e voce depende do que ele disse que ela disse e eu nao lido com fofoca por mais deputado que ele seja.  E a documentadissima segunda NAO me interessa a nao ser que voce tenha LINK DE REFERENCIA e alibi direitista mais solido diki isso que voce apresenta.  Porque ela “apresenta” postura de vitima se voce nao tem merda nenhuma pra mostrar de link, mas ele nao “apresenta” nenhuma irregularidade a nao ser “ter que escolher melhor” suas palavras?

      Voce acha normalissimo deputado chamar outro deputado de “estuprador”?  Acha que acontece todo dia no resto do mundo?  Pois nao aconteceu e era mentira dele desde o comeco.

      QUAL gravacao, Rebolla?  COM LINK.

    2. Só tem hipócrita, amigo.O

      Só tem hipócrita, amigo.

      O objetivo é calar o Bolsonaro por naõ concordar com o que ele fala, aproveitando o gancho da mentira de “apologia ao estupro”.

      Se a Maria do Rosário fosse estuprada de verdade amanhã por um zé qualquer, como milhares de mulheres são no Brasil, a maioria não estaria nem aí. 

      Se estivessem realmente preocupados com nosso índices de estupro, estariam cobrando suas polícias locais.

      1. Não concordo mesmo
        Não acho

        Não concordo mesmo

        Não acho que há mulheres que mereçam ser estupradas, também não concordo com valentão empurrando e chamando mulheres de vagabundas.

        O problema é que os simpatizantes do Bolsonaro apoiam essas agressões contra mulheres, mas, como são uns covardões sem nenhuma hombridade, não tem coragem de admitir, e ficam com conversinha esfarrapada.

        Enqaunto não aprender a ser civilizado, Bolsonaro tem mesmo que fechar essa latrina que ele chama da boca, por mais seguidores com ouvido de penico que ele tenha.

         

        1. Sei.
          E sobre o Lula dizer que

          Sei.

          E sobre o Lula dizer que Peloas é exportadora de viados e que na luta sindical não tem bicha, tá tudo certo, né ?

          1. Um comentário idiota, sem

            Um comentário idiota, sem dúvida, mas comparar isso às recorrentes afirmações racistas, xenófobas, homofóbicas do Bolsonaro não tem cabimento. Só mesmo um entusiasta envergonhado, que tem vergonha de admitir abertamente que apoia as idieas machistas de Bolsonaro, como essa ideia da meritocracia no estupro.

            Os apoiadores do Bolsonaro são, em sua maioria(os que não são meros oportunistas, mas imbecis que realmente se identificam com as ideias disseminadas por Bolsonaro)pessoas fracas de caráter e em outros sentidos, é o fracassado inconformado, cuja rejeição ao longo da vida o fez odiar as mulheres. Covarde em sua própria natureza, é grande entusiasta na perseguição de minorias, pois são mais fracos, e covardões adoram agredir os mais fracos. Bunda-mole e fracassado, defende soluções de força, mas não a própria(que não existe)mas de outrem, por isso vive lemabendo coturnos de militares e policiais. É como o garotinho covarde e assustado que sempre corre pra mamãe.

            Esse é o perfil dos simpatizantes de Bolsonaro.

             

  3. A campanha contra Bolsonaro

    A campanha contra Bolsonaro não é porque ele falou besteira, é porque ele é de direita, esse é o crime.

    O barulho e o circo armado por essa deputada que nunca teve qualquer destaque a não ser pelas confusões que protagonizou tem apenas fins carreiristas, ela quer ficar em Brasilia em algum cargo onde possa desfilar sua incapacidade em produzir qualquer coisa de util. Ele se expressou grosseiramente numa frase infeliz mas isso não é um delito, apologia ao crime é um outro tipo penal que precisa ser muito mais concreto do que uma simples frase pronunciada em um corredor. È impressionante uma Sub-Procuradora Geral que teoricamente deveria ter muito o que fazer, perder tempo com essa idiotice que não tem logica juridica. Não há mais nada a processar no Pais?

    1. Não é por o Bolsonaro ser de direita, Motta Araújo.

      É por ele ser um falastrão que dá oportunidades para tais ações serem tomadas contra ele. Da mesma maneira que muitos comentadores aqui.

    2. Apologia ao crime talvez não

      Apologia ao crime talvez não seja, mas injúria certamente é, e provavelmente injúria real, com aquele empurrãozinho. Além de quase certamente ameaça.

    3. Não é crime ser de direita e

      Não é crime ser de direita e não é por isso que ele está sendo execrado mas sim por se mostrar incapaz de respeitar regras mínimas de convivência social e civilidade. Cinicamente, ele tenta se arvorar em um eleitorado ideologicamente conservador para continuar a ser incivilizado e ainda tem gente que morde a isca.

    4. O autoritarismo brasileiro

      O autoritarismo brasileiro apresenta certas características evidentes. Regimes ditadoriais, como os defendidos por Bolsonaro, por sua própria natureza autoritária, tende a satisfazer os anseios dos elementos mais débeis – em força, inteligência e, principalmente, caráter – da sociedade.

      É o caso do sr. Motta Araújo, orgulhoso de ter recebido favores de ministros da ditadura.

      Incapazes de realizar qualquer feito que depende de seu próprio mérito, esses fracassados se movimentam tão somente por meio da bajulação, do puxa-saquismo, do servilismo a qualquer ditador de plantão. É por isso que Motta Araújo – autor de livros de finanças que é ignorante de termos dos mais elementares de finanças; historiador de botequim, com artigos de fazer corar um aluno de segundo grau – está sempre pronto a lamber solas de coturnos, se prostar servilmente aos americanos, puxar compulsivamente o saco de quem, de alguma forma, o favoreça em troca da bajulação, tendo em vista sua falta de mérito para vencer no mundo mcomo um homem.

  4. bolsanaro
    Só está lá por que a democracia permite que as escórias da ditadura se manifeste.
    Mas a mesma democracia não vai permitir que ele prossiga seu discurso desumano, vaidoso, canalha, mentiroso, preconceituoso, repressivo, etc, etc, etc, etc. ..

  5. Rebolla

    “…Para isso contam com o apoio do nazifeminismo e do gayzismo dominante na imprensa…”

     

    Caraca, o Rebolla taxou os irmãos Civitta e os irmãos Marinho de homosexuais…

  6. Não se amplia a voz dos idiotas

     

    Como ressalta a frase final do artigo abaixo, um bolsonaro  incomoda muita gente, mas para os indivíduos e grupos que pensam como ele, a nossa democracia incomoda muito mais.

    Com o beneplácito da imprensa corporativa, a mesma que apoiou a ditadura enquanto esta lhe foi conveniente e forneceu lucros, hoje querem fazer uma caça a toda esquerda, a todos que não concordam com o capitalismo excluidor baseado no “deus-mercado”.

    Não se amplia a voz dos idiotas

     

    Jandira Feghali *

     

    “Não se amplia a voz dos idiotas”. Mesmo tendo como referência esta citação de Millôr Fernandes, é impossível, diante da reincidência e pelo espaço que ocupa, evitar o mesmo com Bolsonaro. Suas ofensas inaceitáveis, ditas ao bel prazer para deleite de uma meia dúzia sanguinária, põem à mostra os monstros internos do parlamentar viúvo da Ditadura. O defensor de torturadores cultua o crime do estupro, ofende negros, homoafetivos e feministas a partir de uma linha de raciocínio frágil e débil, mas que levam ao delírio seus seguidores, igualmente intolerantes e saudosos do período de exceção.

    Seu campo reacionário, alinhado a grupos pró-ditadura militar, fascistas e imbuídos de um sadismo doentio, resolveu romper o silêncio, apesar de minoritário. Não é à toa que se pode dizer que a Direita saiu do armário no Brasil. Forças neoliberais e conservadoras deram os braços e casaram-se num momento importante para o país.

    E este enlace do atraso com o ódio tem sido abençoado pela Grande Mídia, que busca promover um sentimento anti-esquerda, contra tudo ligado às ideias progressistas. Bolsonaro se alimenta deste resultado para abocanhar eleitores. Uma relação simbiótica e oportunista, onde os ganhos que imaginam ter significam perdas para a democracia.

    Ao dizer que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT/RS) por ela “não merecer”, da tribuna da Câmara dos Deputados, o parlamentar atacou todas nós. Tenta acertar a atuação da Comissão Nacional da Verdade, mas acabou por atacar as protagonistas desta luta, mulheres, mães ou filhas, avós ou netas, chefes de família, estudantes e ativistas. Agrediu todas com sua virulenta expressão machista, misógina e criminosa. Arremessou o ódio incrustado em sua mente e em seu coração na direção de todas as mulheres, se autodeclarando um possível estuprador, naturalizando um crime hediondo da tribuna parlamentar. Absurdo!

    Até as Organizações das Nações Unidas (ONU) se manifestaram, repudiando as declarações do deputado. Disse o que viemos afirmando: “uma ofensa não apenas para a deputada, mas também para a dignidade das mulheres e de todas as vítimas de abusos graves como violência sexual e estupro”.

    Não, Bolsonaro. Nenhuma de nós merece ser estuprada. Seu “ato falho” diante da Nação só mostra o quanto o senhor é intolerante e preconceituoso com os mais variados grupos sociais do país. É lamentável que no debate de ideias, exigido para uma atuação séria no Parlamento, vossa senhoria se perca diariamente em ofensas.

    O Partido Comunista do Brasil, junto do PT, PSB e PSOL já mostrou o caminho junto ao Conselho de Ética da Câmara e à sociedade: a cassação do mandato de Bolsonaro através do Conselho de Ética e Conduta Parlamentar da Casa. O documento está em trâmite, ao mesmo tempo que uma petição pública coleta agilmente 500 mil pedidos por sua saída. Vale lembrar que não é a primeira vez que o deputado é alvo do colegiado ou de instâncias externas por conta de suas ações ou declarações.

    Bolsonaro não passará. A impunidade tornaria muito difícil a convivência e credibilidade do parlamento brasileiro. Seu ódio latente, sempre justificado como “oposição ao Governo”, pode ressoar para poucos, talvez até tomar forma como voto de protesto, mas jamais terá eco em nosso país. A caricata ironia com que prega a violência sexual será derrotada pelos órgãos de justiça e da corregedoria do Parlamento. Um Bolsonaro incomoda muita gente, mas para os indivíduos e grupos que pensam como ele, a nossa democracia incomoda muito mais.

    * Médica e líder da bancada do PCdoB na Câmara dos Deputados

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