Youssef diz que Argôlo recebeu, além da Petrobras, caixa 2 de empreiteiras

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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O depoimento ocorre paralelamente às investigações do Supremo Tribunal Federal de caixa 2 por empreiteiras a políticos
 
 
Jornal GGN – Em depoimento na última sexta-feira (04), o doleiro Alberto Youssef ampliou o rol de favorecidos por empreiteiras em forma de caixa 2, afora o que era praticado dentro da Petrobras. Youssef apontou o ex-deputado Luiz Argôlo (ex-PP e afastado do SD-BA) e seus aliados, que teriam recebido doação não oficial para as campanhas à eleição das empreiteiras UTC e OAS. 
 
Quem intermediava esse repasse o doleiro Youssef, que “pedia ajudas” de Ricardo Pessoa, dono da UTC, para o caixa 2 das campanhas. “Eu, através dos empreiteiros, em época de campanha, sempre pedia para que ajudassem Luiz Argôlo”, afirmou o doleiro. “Uma das ajudas veio da empreiteira UTC, mas que não foi descontada do caixa que eu recebia da Petrobras. Foi uma ajuda espontânea do Ricardo Pessoa”, completou.
 
Durante o depoimento concedido na Justiça Federal do Paraná, o juiz Sergio Moro questionou se o dinheiro tinha sido repassado por doação oficial. Youssef confirmou que se tratava de caixa 2, e acrescentou que recebeu também quantias para ajudar nas campanhas de prefeitos aliados de Argôlo na Bahia, em 2012, a pedido do ex-deputado. 
 
“Eu fiz esse pedido ao Ricardo Pessoa, e ai ele combinou com o Luiz Argôlo e fez o repasses através de mim”, confirmou Youssef sobre o trâmite do esquema. Assista ao depoimento de Youssef:
 
https://www.youtube.com/watch?v=rDNCsMahPAg width:700 height:394
 
As declarações do doleiro ocorreram para auxiliar nas investigações da ação penal em que Argôlo é réu acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e peculato. Mas a novidade dos depoimentos ocorre paralelamente às investigações nos inquéritos abertos a pedido Supremo Tribunal Federal (STF) sobre suspeitas de caixa 2 da UTC para o senador tucano Aloysio Nunes e para o ministro da Casa Civil Aloizio Mercadante. 
 
O empreiteiro Ricardo Pessoa é apontado pelos investigadores como o presidente do “clube vip” de empreiteiras que se envolveram no esquema de corrupção com contratos da Petrobras, entre 2004 e 2014. Também delator, Pessoa mencionou pelo menos 18 políticos com foro privilegiado, envolvendo pelo menos 15 partidos, para serem investigados no STF, que segundo ele, teriam recebido propinas. 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. Porque sumiu da pauta em
    Porque sumiu da pauta em relação ao Argolo aquela troca de msgs apaixonadas entre ele e o Youssef?
    Não se trata de intromissão na vida sexual dos envolvidos mas nesse caso o envolvimento emocional além das acusações de conluio para cometer crimes deve ser relevante. Presentes, encontros, confidências… Aquele ditado que diz “onde se ganha o pão não se come a carne” ou nesse caso: …não se esconde a linguiça, tem sua razão de ser pelo comprometimento do profissionalismo. Nesse caso como se trata de suposta associação criminosa, deve ter várias evidências do particular se misturando ao esquema.

  2. ENGRAÇADA ESSA CASA DO MORO

    ENGRAÇADO, na casa do MORO, quando aparece um FRANCISCO TUCANALHA, tem sempre um CHICO PETISTA, na prateleira,  para CONTRABALANÇAR.

    O CONTÁRIO NUNCA ACONTECE!!!

    Donde se conclui que:

    PAU QUE DÁ EM CHICO DÁ EM FRANCISCO SE AMBOS FOREM PETISTAS.

  3. Vou tocar numa questão muito

    Vou tocar numa questão muito importante nessa tal lavajato e que ninguém nunca questionou.

    Se houve superfaturamento=sobre preço nas obras da Petrobrás, o encarregado de elaboração da Planilha Orçamentária tinha que ser processado, e não foi. EXPLICO.Todo edital de obra pública é acompanhado de vários anexos, inclusive da Planilha Orçamentária, peça que é elaborada por um técnico, ou oor uma comissão, ligada à Comissao de Licitação. Nesta planilha são fixados os preços dos materiais e serviços envolvidos na obra.O licitante pode ou não concordar com os valores da planilha. Não concordando, pode o licitante oferecer outros valores, alterando-os para para baixo ou para cima, dentro de um percentual fixado pela Lei das Licitações. Se os preços modificados forem abaixo ou acima fos percentuais legais, o licitante é desclassificado e excluído do certame, prosseguindo o processo com os licitantes que mexeram nos preços dentro dos parâmetros legais, sendo proclamado vencedor aquele que ofereceu o menor preço global ou por item, conforme especificado no edital.Assim, não há falar em superfaturamento sem envolvimento dos responsáveis pela Planilha Orçamentária, que são os únicos responsáveis para fixação dos preços dentro ou fora da realidade do mercado.Então, há de se perguntar: de onde vem o lucro do licitante? Vem de um tal BDI que tem uma fórmula própria para ser calculado, que não é caso de discussão nesta oportunidade.

     

     

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