“Posições antagônicas e que desmerecem a China causam inconformismo do lado chinês”, diz Covas sobre atraso nos insumos

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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"Obviamente que isso [ataques] se reflete nas dificuldades burocráticas. O que se resolvia em 15 dias, agora se resolve em 1 mês", afirmou o direitor do Butantan

Jornal GGN – O direitor do Instituto Butantan disse à CPI da Covid que os ataques à China feitos por Jair Bolsonaro e membros de seu governo e família causaram impacto nas relações com o País que fornece os insumos necessários ao envase de vacinas contra Covid-19 no Brasil.

“Cada declaração que ocorre aqui no Brasil repercute na imprensa da China. As pessoas da China têm grande orgulho da contribuição que a China dá ao mundo nesse momento. Obviamente que isso se reflete nas dificuldades burocráticas. O que se resolvia em 15 dias, agora se resolve em 1 mês. O Butantan sentiu isso e a Fiocruz também sentiu.”

Segundo Covas, a China já exportou mais de 300 milhões de doses de vacinas contra Covid-19 para mais de 100 países – 30% do que já produziu até agora – e está vacinando em massa a sua população de 1 bilhão de pessoas.

O Butantan firmou parceria em julho de 2020 com a empresa chinesa Sinovac para desenvolver e distribuir no Brasil a Coronavac. Ao governo brasileiro, 100 milhões de doses do imunizante, com previsão de entrega total até o final de maio de 2020, foram ofertadas. Mas sob a gestão do presidente Jair Bolsonaro, o Ministério da Saúde enrolou 6 meses para firmar o contrato que garantiu as doses, que serão entregues até o setembro de 2021, em tese.

O Butantan já entregou 46 milhões de doses, cumprindo integralmente o primeiro contrato com o Ministério da Saúde. Covas narrou que agora há dificuldade em concluir o segundo contrato, de 54 milhões de doses, porque há “percalços” na diplomacia com os chineses.

Ele informou à CPI que houve uma melhora nessa relação com a saída de Eduardo Pazuello e Ernesto Araújo dos ministério da Saúde e Relações Exteriores, respectivamente. Com a chegada de Marcelo Queiroga e Carlos Alberto França, uma reunião com o embaixador da China foi convocada, com participação de Dimas Covas, pelo Butantan, e Nísia Trindade, pela Fiocruz – a vacina da Astrazeneca também depende de IFA importado da China.

Naquele oportunidade, “o embaixador da China deixou isso claro, que posições que são antagônicas e desmerecem a China causam inconformismo do lado Chinês.”

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Acompanhe a CPI por aqui:

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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