Feliciano apresenta PL que torna obrigatório o ensino do criacionismo nas escolas

Por Pedro Ribeiro Nogueira e Raiana Ribeiro, do Portal Aprendiz

O deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) apresentou à Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (13/11) um Projeto de Lei que torna obrigatório o ensino do criacionismo – doutrina religiosa que se opõe à teoria da Evolução de Darwin – nas escolas públicas e privadas do Brasil. Antes de ser discutido e votado, o PL será encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Clique aqui para acessar o PL

A proposta de lei afirma que as grades curriculares brasileiras deverão incluir “noções de que a vida tem sua origem em Deus, como criador supremo de todo universo e de todas as coisas que o compõe”. Segundo o texto, ele deverá ser ensinado “analogamente ao evolucionismo, alternância de conhecimento de fonte diversa a fim de que o estudante avalie cognitivamente ambas as disciplinas” (sic).

Os argumentos que sustentam o PL apontam que é necessário inserir o “conceito de origem divina”, pois “ensinar apenas a teoria do evolucionismo nas escolas é violar a liberdade de crença, uma vez que a maioria das religiões brasileiras acredita no criacionismo”.

Helena Nader, presidenta da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), associação que congrega mais de 130 sociedades científicas, afirmou que “negar Darwin é voltar ao obscurantismo”.

“A ciência nunca quis discutir a fé. Mas parece que algumas religiões estão interessadas em discutir a ciência”, alertou.

A pesquisadora lembrou que não é a primeira vez que esse tipo de proposta tramita no legislativo brasileiro e que a SBPC manterá seu posicionamento contrário.

“É preciso esclarecer que nada na ciência elimina, para quem acredita, a presença de um ser superior. Por isso, confundir criacionismo com ciência é inadmissível”, defendeu.

Confusão

O texto descreve as crianças que frequentam as escolas públicas como “confusas”, pois estariam aprendendo noções de evolucionismo na escola e criacionismo na igreja. Para o deputado, “o ensino darwinista limita a visão cosmológica de mundo existencialista levando os estudantes a desacreditarem da existência de um criador que está acima das frágeis conjecturas humanas forjadas em tubos de ensaio laboratorial”.

Mas o próprio PL também apresenta suas confusões, ao misturar a teoria do Big Bang – que explica o surgimento do universo – com a teoria da Evolução. “Como é sabido, hoje vigora nos currículos escolares o ensino do Evolucionismo, propagando que a vida originou-se de uma  “célula primitiva que se pôs em movimento pelo ‘Big Bang’”, diz o texto.

Até o fechamento desta reportagem, o Portal Aprendiz não conseguiu contato com o deputado Marco Feliciano.

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Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)  dispõe que o ensino religioso é parte integrante da formação básica do cidadão e é uma disciplina facultativa das escolas públicas de ensino fundamental, “assegurando o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo”. Em outras palavras, é possível que comunidades escolares se organizem para ensinar história e filosofia das religiões, mas sem qualquer forma de doutrinação.

Redação

30 Comentários

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  1. Não vejo nenhum problema

    Não vejo nenhum problema nisso. Se o ensino da evolução e permitido porque não permitir seu contraponto ideológico? E democrático e apresenta uma visão diferenciada da questão. Vem para acrescentar mais elementos ao debate do surgimento da vida. Cada pessoa que decida no que quer acreditar. 

    1. Religião já é impropriamente ensinada em escolas públicas.

      Caro Allan.

      Religião já é impropriamente ensinada em escolas públicas, agora ensinar criacionismo como Ciência é um absurdo. Criacionismo não é contraponto ideológico ao Evolucionismo, pois este é uma ciência estabelecida, enquanto o criacionismo é um dogma religioso e não uma ciência.

      Seria o mesmo que ensinar uma matemática onde 2+2 fosse igual a 5.

      Da mesma forma há pais que não gostrariam que seus filhos tivessem proselitismo religioso, como o de atribuir a Deus a criação de tudo, para seus filhos, ou seja, fere o princípio constitucional de independência do Estado a Religião.

      1. Concordo, mas faço uma correçao

        Na verdade mesmo pais religiosos, que querem atribuir a Deus a criaçao de tudo, nao têm motivos para repudiar a Teoria da Evoluçao e querer que seus filhos estudem crendices. A Teoria da Evoluçao é uma teoria científica, nao está interessada em questoes religiosas. Ela nao nega nem afirma a existência de Deus e que ele tenha criado o universo (nao nega, NEM AFIRMA…). Mas, para religiosos, ela é compatível com a visao de que Deus tenha criado as leis do Universo, e após isso essas leis tenham causado o surgimento da vida e após isso — e só a partir daí é assunto tratado pela Teoria da Evoluçao, antes nao  — a vida tenha evoluído e se diferenciado. Tanto que a Igreja Católica admite a verdade da Teoria da Evoluçao.

        Esse imbecil do Feliciano nem sabe o que é Teoria da Evoluçao, e nem mesmo o que é Criacionismo, que nao é apenas a afirmaçao de que Deus criou todas as coisas mas sim que fez isso de uma vez só, e que portanto a evoluçao nao existe. Recomendo a ele o uso de antibióticos antigos quando tiver uma infecçao. Ou ele se convencerá da existência da evoluçao, e mudará para antibióticos modernos, ou morrerá, e resolverá com isso vários problemas (rs, rs, nao chego a desejar a morte de ninguém, e se fosse escolher uma para desejar seria a do Gilmar Mendes). 

    2. Escola não é lugar para

      Escola não é lugar para ensinar como se fossem verdades, lendas e contos de fadas. Criacionismo não tem base científica e nem mesmo lógica, não é viável e nem mesmo é baseado em bom senso. Ensinar que o universo tem 6 mil anos, que todos os seres humanos descendem de Adão e Eva, que os humanos viviam entre os dinossauros, etc é, desculpe a palavra, uma estupidez sem tamanho diante de milhões de evidências, provas, fatos e estudos realizados por mais de 100 anos! Cada um pode acreditar na religião ou deus que quiser mas tem que ficar no  que realmente é, “fé/crença”. Para o bem de nossa espécie precisamos de pessoas que questionem, pesquisem, achem respostas, solucionem problemas, que avancem nossa civilização para que todos tenhamos uma vida melhor, menos doenças, menos fome, mais conforto.

    3. O amigo aí já ouviu falar no princípio…

      Da separação entre Estado e Igreja?

      Bah! Nem sei por que perco tempo com troll…

      Amigo: evolução é ciência, religião, ficção.

    4. “Se o ensino da evolução e

      “Se o ensino da evolução e permitido porque não permitir seu contraponto ideológico?”:

      Ou se tem provas ou nao se tem:  nao se faz “contraponto ideologico” com CIENCIA.

    1. E a teoria de Ptolomeu em Astronomia…

      Por que nao fazer o “contraponto ideológico” à idéia de que a Terra gira em torno do Sol? O sol girando em torno da Terra é muito mais poético…

      Sem falar do ensino do Gênesis nas aulas de História. E voltaremos alegremente para a Idade Média.  

  2. ““Como é sabido, hoje vigora

    ““Como é sabido, hoje vigora nos currículos escolares o ensino do Evolucionismo, propagando que a vida originou-se de uma  “célula primitiva que se pôs em movimento pelo ‘Big Bang’”, diz o texto”:

    Por qual cargas dagua analfabetos querem ditar curriculos?

    1. Mais ou menos Defende o ensino do “Creative Design” q dá no mesm

      É um truque. Diz que creacionismo nao, mas creative design sim, que este seria científico. O que é blefe, claro. 

  3. Poxa, Feliciano podia ir

    Poxa, Feliciano podia ir “pregar” na Serra da Capivara. Se as pinturas rupestres “balançarem as cabeças” aos seus ensinamentos…começarei a pensar, em comparar a CIÊNCIA de Darwin com a teoria RELIGIOSA de NÃOSEIQUEMNEMMEINTERESSA.

  4. Criacionismo não é religião

    Existe um debate muito mediocre sobre esta questão , o criacionismo não é religião podemos muito bem acreditar que a vida foi criada e não surgiu por acaso e ser ateu , como alias muitos cientistas são .

    Tanto o evolucionismo como o criacionismo são teorias que não foram provadas cientificamete , pois quando forem provadas passarão a ser consideras leis como é a lei da gravidade , termodinamica , etc .

    Portanto é uma questão de fé acreditar no evolucionismo ou criacionismo ou seja são religiosos tanto os que acreditam no evolucionismo ou no criacionismo .

    Limitar o debate ou mesmo proibir o ensino de um ou outro , mostra que na verdade evoluimos muito pouco desde a idade media onde o ser humano era obrigado a acreditar que a terra era quadrada e estava no centro do universo , simplismente fomos para o outro extremo.

    1. Não eleve sua ignorância da

      Não eleve sua ignorância da terminologia ao nível de tribunal para julgar o que você desconhece. Seja mais humilde e aprenda um pouco!

      http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria#Teoria_cient.C3.ADfica

      “Equívocos sobre teorias científicas[editar | editar código-fonte]

      Muitas vezes as pessoas se confundem sobre a definição de uma teoria. Nossos dicionários trazem o significado que corresponde a uma visão popular de uma teoria, o que seria equivalente a uma hipótese, ou definindo de uma forma ainda melhor, uma especulação, algo duvidoso, incerto. No entanto, na Ciência, uma hipótese não é o mesmo que teoria, apesar de integrá-la quando satisfaz a condição de ser testável e falseável frente aos fatos, e tão pouco teoria é algo duvidoso, apesar de necessariamente falsificável.

      Há também uma confusão relativa à análise do que poderia se chamar de “grau de confiabilidade” que uma teoria apresenta. Muitas pessoas acreditam que uma leicientífica possuiria um grau maior de comprovação que uma “teoria” (aqui em acepção em “senso comum“), mas não é isso o que ocorre. Teorias e leis, segundo aciência, são definidas por conceitos bem distintos, de naturezas diferentes. Elas não se distinguem apenas por algum tipo grau de hierarquia. As leis nada mais são que hipóteses científicas com ampla área de validade e exaustivamente confrontadas frente a um número enorme de fatos, mas ainda e nada mais que hipóteses, com um “título honorífico”, apenas. Uma teoria é definida por um conceito muito mais abrangente, que necessita do conceito de hipótese científica e em consequência do conceito de lei para estabelecer-se, mas não se define frente os mesmos apenas.

      Outra confusão frequente é o equívoco entre fato e teoria. Teoria é composta por ideias que explicam o fato, mais especificamente o conjunto de fatos, e portanto uma teoria deve ser construída a partir de um conjunto de fatos; Uma teoria é a união do conjunto de ideias e do conjunto de fatos a que estas se relacionam.

      Qual seria então o papel do fato face à teoria? Ele geralmente mas não necessariamente inicia e posteriormente constitui o alicerce da teoria. O fato reformula e rejeita a ideia em uma teoria, na medida em que qualquer teoria é passível de modificação; ele redefine e justifica a teoria, levando a uma melhora constante dos conceitos por ela propostos.

      Não se pode jamais afirmar, como muitos fazem-no, que uma teoria é um fato, ou que se transforma, quando provada, em fato. Pode ocorrer que leis científicas possuam o mesmo “nome” que as teorias associadas. E há fatos que são também confundidos pelo mesmo nome da teoria a qual pertence. Deve-se ter entretanto cuidado com estas confusões de conceitos.

      Uma teoria jamais é uma expressão perfeita da realidade, mas um modelo, em definição estrita da palavra, pelo qual a realidade conhecida pode ser descrita, compreendida, e pelo qual a realidade ainda desconhecida pode ser estimulada a ser descoberta.”

    2. Tá falando bobagens a granel…

      Cracionismo até pode nao ser uma religiao, mas é uma narrativa nao científica DE BASE RELIGIOSA. Nao foi provado, claro, porque A SUA FALSIDADE FOI PROVADA. Já a teoria da Evoluçao é uma teoria científica, já mais do que provada. Nao se trata de jeito nenhum de questao de fé acreditar no evolucionismo, até porque acreditar nao é o verbo adequado para uma teoria científica. E nao tem o menor cabimento ensinar idéias que nao têm reconhecimento científico em aulas de Ciências. Que seja ensinado em aulas de religiao, mesmo assim se os pais forem muito fundamentalistas e atrasados. 

  5. Criacionismo não é religião


    Podemos muito bem acreditar que a vida foi criada e vez de ser fruto do acaso e ser ateu ou vice versa acreditar no evolucionismo e ser religioso  , alias como muitos cientistas fazem.  

    Existe um debate muito mediocre sobre esta questão , tanto o evolucionismo quanto o criacionismo são apenas teoria sem comprovação cientifica , pois do contrario não seriam teorias e sim leis como a lei da gravidade , termodinamica , etc.

    Acreditar no evolucionismo ou no criacionismo é uma questão de fé ou seja  uma questão de religião.  

    Limitar o debate ou mesmo o ensino de uma ou outra mostra que mudamos muito pouco desde a idade media onde o ser humano era obrigado a acreditar que a terra era o centro do universo e era quadrada.

     

     

    1. Você pode acreditar no que

      Você pode acreditar no que você quiser. Mas crença não é ciência. Portanto, não deve ser ensinada nas escolas de um Estado laico.

      Já a Teoria da Evolução apresenta um corpo coerente de evidências, embasadas em um sem número de fatos comprovados, que demonstram que a vida evoluiu de formas mais simples para formas mais complexas. De fato, como qualquer estudante de Medicina, de Veterinária ou de Biologia pode atestar, estas ciências seriam incompreensíveis sem a Teoria da Evolução. Se você desconhece, por preguiça de pesquisar e de se informar, estas informações elementares, abundantes na Internet, como filmes didáticos e explicativos, capazes de serem compreendidos por qualquer pessoa, é problema seu. Mas não venha defender que seus preconceitos e limitações obscurantistas sejam impostos como política pública.  

      http://www.brasilescola.com/biologia/evidencias-evolucao-biologica.htm

      http://pt.wikipedia.org/wiki/Evid%C3%AAncias_da_evolu%C3%A7%C3%A3o

      http://www.youtube.com/watch?v=oALxEug6ZYE

      Além disso, se fosse ser ensinado o “criacionismo”, qual criacionismo? Por que o deputado limita o ensino do “criacionismo” sem nenhum embasamento científico à crição por um deus único e todo-poderoso? Por que, então, não ensinar o “criacionismo” segundo os múltiplos deuses do Hinduísmo, dos orixás do Candomblé ou das entidades divinas do Xintoísmo, todas religiões representadas por fieis cidadãos brasileiros?

      http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_federa%C3%A7%C3%B5es_e_associa%C3%A7%C3%B5es_de_umbanda_e_candombl%C3%A9

      http://www.vedantacuritiba.org.br/site/induismo.html

      http://temploxintoista.org.br/2013/

       

  6. Alguem professou que a partir

    Alguem professou que a partir do ano 2000 a Besta,ou o Anticristo se materializaria entre os homens……………….acredito que ela (ele) já esteja entre nós, manifesto sob a forma de …….felicianos…….malafaias……bolsonaros…lobões……

  7. História das religiões

    Eu sou a favor do ensino de religão nas escolas, porém, da HISTÓRIA DAS RELIGIÕES. Para que os alunos conheçam as atrocidades cometidas pelo homem em nome de um suposto deus caridoso e bondoso.

  8. O medo deles

    “o ensino darwinista limita a visão cosmológica de mundo existencialista levando os estudantes a desacreditarem da existência de um criador que está acima das frágeis conjecturas humanas forjadas em tubos de ensaio laboratorial”.

     

    A parte em destaque é o verdadeiro medo deles.

    A ciência explicou muitas das coisas antes atribuídas aos deuses, e eles estão com medo de perderem fiéis (leia-se “pagantes de dízimo”).

    Se  vc entrar em sites criacionistas, vai ver alguns textos com aparência científica, com citações e tal. TODOS estes textos, se seguir os links, vão dar em algum site dos EUA.

    Aqui no Brasil eles perderam a vergonha de falar em “ciracionismo”, porque lá nos EUA eles inventaram o tal do Design Inteligente”, onde a palavra “deus” ou “criador” nunca aparece, apenar o tal “designer”…

    Essa tal “teoria científica” (que não é científica) foi criada por um jurista da Califórnia como uma tentativa de burlar as regras dos EUA, que impedem o ensino de religião nas escolas públicas de lá, também.

     

    O Feliciânus quer o ensino do criacionismo da religião dele, mas ele não vai gostar se o criacionismo ensinado for o criacionismo segundo a umbanda, por exemplo.

    Isso é puro proselitismo religioso, e portanto deve ser rejeitado.

    Deve serrejeitado na CCJ por ser inconstitucional, nã ose pode transformar escolas públicas em centros de catequese.

    Se a CCJ não rejeitar, é sinal de que eles nem sabe para que serve a CCJ.

  9. o furor conservador

    Não bastasse dominarem ideologicamente toda a mídia tradicional, o conservadorismo mais tacanha e obscurantista agora mostra as garras. Na av. paulista, os reaças saem do armário e pedem intervenção militar. Depois das manifestações por mudanças, a sociedade apinhou a câmara e senado federais de reacionários  retrogrados como Feliciano. Não me surpreenderia se esta PL do criacionismo fosse aprovada. O próximo passo será a queima de comunistas em praça pública. 

  10. Criacionismo nas escolas: a opinião dos criacionistas

     

      [Publicado no blog Tubo de Ensaio, do jornal Gazeta do Povo:] No post anterior, dei [Marcio Campos] minha própria opinião sobre o projeto que pretende implantar o ensino do criacionismo nas escolas da rede pública do Paraná. Enquanto escrevia, entrei em contato com alguns dos principais defensores e divulgadores do criacionismo no país para ouvir a opinião deles. O jornalista e mestre em Teologia Michelson Borges é um dos principais divulgadores do criacionismo no Brasil e mantém um site que é referência sobre o tema. Por e-mail, ele me explicou que é contrário ao projeto. Reproduzo na íntegra o que ele escreveu ao Tubo: Se a proposta for a de se ensinar criacionismo nas aulas de Ciências, não considero isso adequado, já que os criacionistas bíblicos não negam que sua cosmovisão, obviamente, tem fundamentos religiosos, embora também se valham do método científico para fazer suas pesquisas. E posso mencionar aqui, como exemplo desse esforço científico, o Geoscience Research Institute, localizado no campus da Universidade de Loma Linda, na Califórnia. Criacionistas (pelo menos os que eu conheço) defendem o Estado laico e a separação entre igreja e Estado, que deve se refletir também nas salas de aula de escolas públicas. Outro motivo para essa objeção é o fato de que dificilmente se poderão encontrar muitos professores conhecedores das propostas criacionistas e do modelo como um todo, o que poderá gerar distorções durante a exposição do assunto – algo que frequentemente já tem ocorrido nas matérias veiculadas na grande imprensa. O mais desejável, na verdade, seria o ensino crítico do evolucionismo, destacando seus aspectos científicos sem omitir suas insuficiências epistêmicas e seu conteúdo filosófico, especialmente quando se refere à origem da vida. De minha parte, não veria problemas no ensino do Design Inteligente, já que se trata de uma teoria sem fundamentação teológica. Ainda na quarta-feira, também fiz contato com a Sociedade Criacionista Brasileira, que até o momento não respondeu. Cinco anos atrás, o blog entrevistou um dos membros da SCB, o biólogo Tarcísio Vieira. Reproduzo aqui a pergunta final da longa entrevista, que ajuda a conhecer melhor o que pensam os criacionistas. Mas ressalto que ainda espero um retorno da SCB para saber se a posição atual deles ainda é a mesma expressa em 2009 por Vieira. Diante das inconsistências apontadas pelo senhor na teoria evolucionista, o criacionismo também deveria ter espaço nas escolas? Conhecedores da laicidade de nosso Estado, os simpatizantes do criacionismo bíblico que estejam realmente familiarizados com a questão não argumentam em favor da inserção do criacionismo nos currículos escolares e universitários nas escolas públicas, uma vez que, como discorrido acima, o criacionismo não é uma teoria científica e está associado ao conhecimento religioso. A SCB, por meio de seu presidente, também se manifesta totalmente contra o ensino do criacionismo nas escolas e universidades públicas. Além da questão da laicidade do Estado, temos a escassez de profissionais devidamente versados em criacionismo bíblico advindos de nossas universidades, pois todos os cursos universitários apresentam em sua grade curricular propostas para o ensino apenas das teses evolucionistas. Consequentemente, não há formação de profissionais devidamente conhecedores do modelo criacionista e muito menos aptos a defender suas teses. Não existe interesse, ao contrário do que é divulgado pela mídia, de que as teses defendidas pelo modelo criacionista substituam a teoria da evolução ensinada nas escolas e universidades; isto é absurdo! Obviamente, não há nenhuma oposição ao ensino do modelo criacionista em escolas que se denominam confessionais, uma vez que há abertura constitucional para isto. Mas as teorias de evolução também devem ser ensinadas.

     

  11. Evolucionismo x Criacionismo

    Se não fossem as aplicações práticas da teoria da evolução, ficaria mais difícil achar petróleo, por exemplo. Quem conhece Paleontologia e Evolucionismo sabe que existem características de seres vivos que surgem ao acaso e não têm função alguma. Se não atrapalharem, são transmitidas geneticamente. Que “Desenho Inteligente” as conceberia, para serem completamente inúteis? Criacionismo é uma lenda judaica perpetuada por um povo que historicamente simplificou a escrita hieroglífica egípcia e, assim, pode precocemente registrar sua cultura. Respeito a religião como o que ela é: a resposta para os anseios humanos que a ciência não pode dar. Se entrarmos no campo da ciência, o método científico é o instrumento, e não a fé. Portanto, Criacionismo e Evolucionismo são conceitos que devem ser tratados em contextos diferentes e com diferentes ferramentas, o primeiro pela religião (fé) e o segundo pela ciência (método científico).

  12.  
    O moço, provavelmente de

     

    O moço, provavelmente de olho no dízimo, está confundindo Carolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão.

    O gajo ainda não atinou que o Homo sapiens, evoluio da condição de Homo neanderthalensis, além de outras subespécies conhecidas e foram extintos há milhares de anos.

    Por mais que missionários, pastores, curas e vigaristas, digo, vigários religiosos. Profetizem, preguem e montem cruzadas e procissões. Torturem ou queimem os ímpios, atéus e comunistas sem fé, em seus torniquetes e nas fogueiras das santas inquisições. O Homem não voltará a se locomover de quatro. Muito menos, herdará o édem ou o reino dos céus.

    Portanto, esse deputado picareta e pastor, vá pastorear a pqp. A mim não!

    Escola não é local adequado para proselitismo religioso de ordem nenhuma. Superstições e crendices, não deveriam ser inoculadas nem ministradas às crianças. Elas ainda não tem nenhuma capacidade para se defender.

    Vejam a merda que cometeram em nome de deus, os cristãos da santa Inquisição. O que fazem com os palestinos, os escolhidos fanáticos judeus de Jeovah. O que fazem, europeus convertidos ao islã, cortando cabeça de sequidores de outras siglas religiosas. Depois, quem come criancinha ao molho pardo, são os comuna.

     

    Orlando

     

  13. Olhar cético

    http://revistagalileu.globo.com/blogs/olhar-cetico/noticia/2014/09/complexidade-irredutivel-e-design-inteligente-provas-do-criacionismo-ou-tentativa-de-levar-religiao-para-aulas-de-ciencia.html

     

    Complexidade irredutível e design inteligente: provas do criacionismo ou tentativa de levar religião para aulas de ciência?

     

    22/09/2014 – 09H09 – por Carlos Orsi

     

    O Tiktaalik, fóssil com nadadeiras que também são pernas  rudimentares (Foto: Ted Daeschler/Divulgação)

    O Tiktaalik, fóssil com nadadeiras que também são pernas rudimentares (Foto: Ted Daeschler/Divulgação)

     

    “Nunca consegui entender”, disse Mr. Pond, “como uma mudança que deveria ter ajudado um animal, se acontecesse depressa, pode ajudá- lo se acontece devagar. E se acontece em seu tataraneto, muito depois de passada a hora de o animal ter morrido sem sequer deixar netos. Poderia ser uma vantagem se eu tivesse três pernas, digamos, para me apoiar em duas enquanto chuto um burocrata com a terceira. Poderia ser melhor se eu tivesse três pernas; mas não seria melhor se eu tivesse apenas uma perna rudimentar (…) até que seja longa o bastante para correr ou escalar, a perna seria apenas um peso extra”.

    O Mr. Pond do parágrafo acima é um detetive de ficção, criado pelo escritor britânico G.K. Chesterton (1874-1936). Chesterton tem um dos textos mais charmosos da língua inglesa, e seus contos de mistério são, geralmente, muito bons. O trecho destacado, no entanto, está aí não pelo valor literário, mas filosófico: representa a mais clara e elegante articulação do argumento criacionista da “complexidade irredutível”.

    Popularizada no início dos anos 90 pelo bioquímico americano Michael Behe, a expressão “complexidade irredutível” refere-se a estruturas onde as partes são tão bem encaixadas e adaptadas umas às outras que, na ausência de uma só delas, o todo torna-se tão inútil quanto prejudicial: como a tal “perna rudimentar” que só serviria de peso morto.

    Do ponto de vista biológico, diz Behe, a existência de fenômenos “irredutivelmente complexos”, se comprovada, refutaria a evolução por seleção natural. Formas irredutíveis marcariam a assinatura de um “designer inteligente”, que é a expressão-chave de mais uma tentativa hipócrita de contrabandear religião para dentro das aulas de ciências.

    Há vários problemas com a ideia de “complexidade irredutível” aplicada à biologia. O primeiro e mais fundamental é ignorar a versatilidade da vida: a “perna rudimentar” de Mr. Pond não serve para correr ou escalar, mas pode funcionar como nadadeira, ou facilitar os primeiros passos de um animal aquático sobre a terra firme, como mostra o fóssil Tiktaalik, descrito na revista Nature em 2006. Está bem longe, portanto de ser “apenas um peso extra”.

    A versão do argumento popularizada por Behe se vale de exemplos da bioquímica – ele gosta de citar cadeias de interações entre moléculas que produzem resultados específicos, como a coagulação do sangue, e dizer que cada elo da cadeia é, ao mesmo tempo, essencial para o todo e inútil em si. O jargão bioquímico tende a impressionar mais o público leigo que a “perna rudimentar” de Mr. Pond, mas o raciocínio é, em essência, o mesmo – e sofre das mesmas falhas.

    Outro ponto, bem concreto, é que existem explicações plausíveis para a evolução gradual de várias características dos seres vivos, às vezes apontadas como “irredutivelmente complexas”. O livro “Creationism Trojan Horse”, de Barbara Forest e Paul Gross, por exemplo, indica listas e mais listas de artigos científicos que explicam e evolução das cadeias bioquímicas que Behe e seus colegas insistem em chamar de inexplicáveis. Ou, como escrevem os autores, “mostrando que o que Behe diz que não existe, existe”.

    Agora, só como hipótese, vamos supor que haja, escondidos por aí, casos em que nenhuma explicação razoável para a evolução das partes variadas do todo complexo esteja disponível. E então? Poderíamos concluir que houve “design inteligente”? De jeito nenhum: “inexplicado” não implica “inexplicável”. Na verdadeira ciência, a ignorância é ponto de partida, não de chegada.

     

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