Após anúncio do MEC, governadores e prefeitos decidem bancar escolas cívico-militares

SP deve criar o próprio programa, RJ afirma ter vocação para o modelo e o Paraná já conta com 194 escolas militares na rede estadual.

Macapá – Escola Cívico Militar – Alunos da escola Estadual Professor Antônio Ferreira Lima Neto. Crédito: Escola Lima Neto/Reprodução Facebook

Após o anúncio do Ministério da Educação, que enviou um ofício aos secretários de Educação informando o encerramento do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), governadores e prefeitos indicaram que vão insistir no modelo.

É o caso do chefe do Executivo paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que manifestou a intenção de criar um programa próprio para a rede estadual de educação nas redes sociais, na noite da última quarta-feira (12).

“Fui aluno de colégio militar e sei da importância de um ensino de qualidade e como é preciso que a escola transmita valores corretos para os nossos jovens. O @governosp vai editar um decreto para regular o seu próprio programa de escolas cívico-militares e ampliar unidades de ensino com este formato em todo o estado”, afirmou o governador no Twitter.

Estados

Manter o modelo com recursos próprios, optar pela transição para o modelo tradicional do ensino, tomar a decisão apenas no fim do ano ou incorporar as escolas em programas militares próprios são as alternativas apresentadas pelas secretarias estaduais e municipais de educação.

Em Amazonas, Minas Gerais, Paraíba e Tocantins, as secretarias de educação estão estudando qual será o destino das escolas cívico-militares após o fim do Pecim.

O Ceará não aderiu ao Pecim, mas os municípios que o fizeram informaram que vão manter o modelo com recursos próprios. Pernambuco também aceitou o modelo educacional da gestão de Jair Bolsonaro (PL), mas os municípios que o fizeram estão analisando as alternativas.

Na Bahia, a única escola militar em funcionamento será mantida com os recursos da Prefeitura de Feira de Santana, onde está instalada. Já o Pará vai concluir a implementação de seis escolas militares na rede estadual, mas não informou com quais recursos vai mantê-las.

O Acre vai manter modelo, alegando que as unidades já são mantidas com recursos próprios, como fardamento, kits e outros valores empregados nessas unidades escolares.

O Distrito Federal informou que vai readequar quatro escolas ao modelo atual do MEC, outras 13 unidades já em funcionamento seguem o modelo bolsonarista.

Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Piauí vão manter o modelo do Pecim.

Vocação

Segundo o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), o estado tem uma vocação para o ensino militar e, portanto, vai manter as 16 unidades “que já trabalham com gestão compartilhada com as Forças Armadas e militares” e que atendem 10 mil alunos.

Já o Paraná vai incorporar as 12 instituições do Pecim ao modelo estadual de escola militar, cuja rede soma 194 colégios.

Pecim

Bandeira eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro, o Pecim era executado em parceria entre o MEC e o Ministério da Defesa. Por meio dele, militares atuam na gestão escolar e na gestão educacional. O programa conta com a participação de militares da reserva das Forças Armadas, policiais e bombeiros militares.

Segundo o MEC, 216 escolas aderiram ao modelo nas cinco regiões do País. O modelo era bastante criticado por ser excludente e caro: foram destinados R$ 64 milhões para o equivalente a 0,1% das escolas do País.

*Com informações do G1 e Agência Brasil

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Camila Bezerra

Jornalista

1 Comentário

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  1. Preocupa mais o curriculum que a escola militar propriamente. Essas sempre existiram. O que se ensina, quem e como se ensina é que deve ser observado. Se respeitado o programa de ensino regular aprovado pelo MEC e contido o afã de corrosão da mente dos alunos, a opção pelo disciplinamento comportamental fica por conta de quem paga a mensalidade.

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