Em pesquisa BTG, Haddad dobra votos e Bolsonaro mantém liderança

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Pesquisa BTG Pactual desta segunda (17), que mantém a liderança de Jair Bolsonaro com 33% das intenções de voto, também traz dados positivos para Fernando Haddad. O candidato do PT dobrou as intenções de voto no intervalo de 1 semana, chegando a 16%, e está tecnicamente empatado na margem de erro com Ciro Gomes, com 14%. Haddad mostra potencial de crescimento no Nordeste e entre a população mais pobre. Além disso, aumentou, desde o início da série, o número de pessoas que votariam em Haddad “com certeza” por indicação de Lula. 
 
Na pesquisa feita pelo Instituo FSA, a pedido do banco BTG – que tem entre seus fundadores Paulo Guedes, guru econômico de Bolsonaro – o ex-capitão empata ou ganha de todos os candidatos no segundo turno. Em outras pesquisas, ele tem alto índice de rejeição, mas nesta a rejeição é superada pelo potencial de votos.
 
ESTIMULADA
 
Na pesquisa estimulada, Bolsonaro lidera com 33%, seguido por Fernando Haddad (16%), que está empatado com Ciro (14%) na margem de erro. Alckmin tem (6%) e Marina, 5%. 
 
Bolsonaro cresceu 3 pontos em relação à pesquisa da semana passada. Já Haddad dobrou seu desempenho, saltando de 8% para 16% num intervalo de 7 dias. 
 
Ciro oscilou de 12% para 14%. No início da série, ele tinha 8%. 
 
Marina caiu de 8% para 5%. No início da série, a senadora tinha 15% das intenções de voto.
 
Alckmin tinha 9% no início da série. Na pesquisa passada, tinha 8%. Agora tem 6%.
 
A pesquisa anterior foi feita entre 8 e 9 de setembro. A atual, entre 15 e 16 de setembro.
 
Não sabe, não respondeu, não escolheu ninguém ou vota branco e nulo somam 16%.
 
O APOIO DE LULA
 
Na tentativa de sondar a transferência de votos de Lula para Haddad, a pesquisa informou ao entrevistado que o TSE barrou o ex-presidente no início de setembro e alertiu que o PT escolheu Haddad como candidato a presidente. Com o apoio de Lula ao ex-prefeito e ex-ministro, 30% garantem que votam com certeza no ungido do ex-presidente. 11% poderiam votar e 57%, não votariam de jeito nenhum.
 
A resposta “votaria de jeito nenhum” vem caindo. No início da série (25 de agosto), 64% tinham respondido isso. Hoje, perdeu 7 pontos.
 
Já o “votaria com certeza” começou com 18%. Na pesquisa anterior tinha 20% e ganhou 10 pontos de uma semana para outra.
 
SEGUNDO TURNO
 
Na pesquisa do BTG, Jair Bolsonaro empata ou ganha de todo mundo.
 
Bolsonaro empata com Ciro (42% para cada um), ganha de Haddad (46% a 38%), de Alckmin (43% a 36%) e de Marina (48% a 33%).
 
REJEIÇÃO
 
Enquanto nas pesquisas de outros institutos, Bolsonaro não brilha isoladamente no segundo turno porque tem uma região maior do que a de seus adversários, na pesquisa do BTG, a rejeição ao ex-capitão é menor do que a dos concorrentes.
 
Bolsonaro é descartado por 45% dos eleitores. A curva de potencial de voto, inclusive, já superou a de rejeição, no caso de Bolsonaro, pois 48% dizem que poderiam votar no candidato do PSL.
 
Na liderança está Marina com 58% de rejeição, seguida por Alckmin (53%), Haddad (48%) e Ciro (46%). 
 
Haddad tem 36% de potencial de voto e Ciro, 45%.
 
DADO POR REGIÃO MOSTRA POTENCIAL DE HADDAD
 
A pesquisa estimulada mostra que Haddad ainda tem a percorrer algumas faixas que historicamente foram conquistadas pelo PT nas eleições.
 
Na região Nordeste, por exemplo, onde o PT conquista cerca de 60% dos votos, na média, Haddad tem hoje 25%. No Norte/Centro-Oeste, 15%. No Sudeste, 14% e no Sul, 10%.
 
Bolsonaro hoje tem 45% no Norte/Centro-Oeste, 22% no Nordeste, 32% no Sudeste e 43% no Sul.
 
 
DECISÃO DE VOTO
 
Outro dado que conta em favor de Haddad contra os demais adversários de olho numa vaga no segundo turno é o índice de pessoas que já definiram o voto.
 
Em Bolsonaro e Haddad, esse patamar é de 82% e 81%, respectivamente.
 
Ciro, que vem logo atrás de Haddad, tem entre seus eleitores uma fatia de 52% que podem mudar de voto de última hora. Entre os eleitores de Alckmin e Marina, 44% e 43%, respectivamente, dizem que definiram o voto.
 
ESPONTÂNEA
 
Na pesquisa espontânea, Bolsonaro lidera com 30%, seguido por Haddad (12%), Ciro (8%), Lula (6%), Amoêdo (3%), Alckmin e Marina com 2% cada. 34% não optaram por nenhum candidato (soma de brancos, nulos, não sabe e não respondeu).
 
Se somados os votos espontâneos de Lula com Haddad, o ex-prefeito vai a 18% e amplia a distância de Ciro.
 
A espontânea ainda mostra Bolsonaro com 40% dos votos no Sul, 29% no Sudeste, 22% no Nordeste e 36% no Norte e Centro Oeste.
 
Enquanto isso, Haddad tem 9% no Norte-Centr-Oeste, 18% no Nordeste (o PT costuma ter uma média de 60%), 9% no Sudeste e outros 9% no Sul.
 
 
METODOLOGIA
 
O BTG/FSB faz pesquisas por telefone, com 2 mil pessoas, e tem margem de erro de 2 pontos percentuais. 
 
A amostra é controlada por sexo, idade, região e tipo de telefone (fixo ou celular). Há a aplicação de “um fator de ponderação para corrigir eventuais distorções em relação ao plano amostral”, mas o instituto não oferece mais detalhes e tampouco explica como os fatores renda e escolaridade são trabalhados, por exemplo.
 

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

6 Comentários

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  1. BTG infla Bozo e esvazia Haddad

    Acho que o BTG se equivocou. O Haddad tem 33% enquanto o Bostonaro tem 16%.

    Na ânsia de ajudar o Bostonaro, o BTG acaba atrapalhando-o, ao lher crescimentos tão acentuados, ao mesmo tempo em que dificulta o trabalho de catapultação menos fidedigna promovidos pela Datafolha e pelo Ibope, que aumentam apenas dois pontinhos percentuais para o Bolsonaro a cada nova pesquisa.

    1. Sendo a pesquisa feita para

      Sendo a pesquisa feita para inflar ou não o boçal, temos que ficar atentos. Acho que temos subestimado a sua esperteza e superestimado a capacidade de reflexão de algumas peessoas.

  2. Nas últimas eleições, o

    Nas últimas eleições, o eleitorado anti PT ficou no entono dos 36 – 40 %, então eles não estão votando no bolsonaro, estão votando no candidato anti-PT!

    Quem vota em Ciro, dificilmente votará no Bolsonaro.

    Quem vota em Alckmim a grande maioria não votará no bolsonaro.

    O Haddad é bem articulado e acredito que seu modo de atuar pode resgatar o pais!

    Não teremos uma revolução francesa onde cabeças caiam pela guilhotina, mas certamente vamos esquecer essa piração na nossa atual condição que é o liberalismo – ainda temos muita pobreza para ser enfrentada que não pode ficar ao sabor do mercado.

    Com a redução da pobreza, com saúde e com educação de forma consolidada, o papel do estado fatalmente será reduzido num horizonte de 40 anos num pais sem crise de identidade.

    Com 20 a 40 anos de ações de educação forte, haverá a redução do estoque de violência num período razoável de 20 anos e assim o estado vai ser reduzido naturalmente – muitos serviços deixarão de ser demandados!

    Liberalismo hoje é impossível!

    Temos que investir pesado em educação e redução da miséria, isso o mercado nunca iria fazer!

    1. Concordo plenamente, mesmo

      Concordo plenamente, mesmo porque tendo boas escolas e professores bem remunerados, sempre diminuem a violência.

       

  3. Migração do anti-petismo pode dar a vitoria no 1º turno

    Vai depender da mídia . A manada ainda esta dispersa entre os do golpe e os do golpe ligth.

    Cochile e cai um capitão no seu colo!

  4. Criação midiática –

    Criação midiática – Bolsonaro, nem precisou de tempo na televisão para expor sua plataforma de governo e mostrar o que ele fará para funcionários públicos, saúde, educação para estar no segundo turno…

    Tomou mídia, e agora, o que fazer?

    O Bolsonaro terá no segundo turno a mesma maldição do Alckmin que tinha 5 minutos para explicar como continuar o governo Temer sem ser o Temer!

    E o pior, vai ser obrigado em debates a mostrar conhecimento – terá que discorrer sobre um tema por no mínimo 2 minutos, coisa difícil para ele, por que o que ele tem é um monte de opinião virulenta sobre tudo!

    Então ele certamente terá nova operação que o impedirá de falar muito – não deverá comparecer a debates, vai sobrar para o Mourão que acabará num segundo turno no embate entrre Democracia x Ditadura…

    Esse diálogo vai ser interessante…

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