Como a Constituição de Ulisses salvou o Brasil do Tea Party

No próximo dia 10, às 19 horas, no Barão de Itararé, estarei debatendo o tema das novas mídias com o sociólogo espanhol Ignacio Ramonet, ao lado de seu conterrâneo Manuel Castells, um dos grandes pensadores atuais sobre o fenômeno das novas mídias.

O texto abaixo faz parte de um conjunto de reflexões que penso levar ao debate.

Periodicamente, o processo civilizatório sofre soluços de insensatez, tempos bicudos em que falham as ferramentas institucionais de mediação, os avanços são esquecidos, a radicalização campeia e o jogo político se torna selvagem.

O que ocorre hoje nos Estados Unidos é ilustrativo de como se formam essas ondas e os riscos que trazem quando não são moderadas pelo sistema político institucional. Antes de ontem, o presidente Barack Obama deu entrevista angustiada, acusando parlamentares republicanos de terem perdido o controle do Tea Party.

É pedagógico analisar o fenômeno norte-americano, sua reprodução no Brasil e entender como, em alguns momentos – como foi na Europa dos anos 20 e 30 – as circunstâncias podem levar a sistemas autoritários. E como, em um país de tradição golpista como o Brasil – como prova a história no século 20 – impediu-se que o vezo autoritário se impusesse sobre o sistema democrático.

Os grandes momentos de inclusão

O ponto inicial  desses terremotos são os grandes momentos de inclusão da história.

Especialmente nos regimes democráticos, a civilização se forma a partir de processos gradativos de inclusão social e política. Foi assim na abolição da escravatura, nas lutas feministas e nos grandes movimentos migratórios, do campo para as cidades ou entre países.

Cada luta é um parto. Depois dela, o renascimento do país em um nível superior. Durante, criam-se momentos propícios para o exercício da intolerância, influenciando especialmente a classe média estabelecida, o chamado cidadão-massa, alienado em relação à política e às próprias organizações do seu meio.

É ele que se sente ameaçado  no seu emprego ou no seu status, nas suas convicções, em um quadro em que o ritmo das mudanças torna a vida imprevisível.

Nas últimas décadas aceleraram-se os grandes fluxos migratórios mundiais, de latinos e orientais em direção aos países centrais, houve a ascensão das massas miseráveis nos países-baleia e uma crise sistêmica que corroeu as bases ideológicas do neoliberalismo.

Na Europa e Estados Unidos aumentou a intolerância em relação aos imigrantes, especialmente depois que a desindustrialização interna e a bolha imobiliária empobreceram a classe média. No Brasil, a resistência em relação à chamada nova classe C.

Esses movimentos são potencializados pelas novas formas de comunicação, pelas redes sociais, permitindo pela primeira vez, em muitos países, manifestações políticas que geraram inúmeras “primaveras”. Mas também a difusão de preconceitos e intolerância.

Mas, principalmente, pela exacerbação da velha mídia, do velho conceito de mass midia, vivendo seus estertores.

O mercado das ideias

O conceito de “opinião pública” é central nas modernas democracias. São os ventos da opinião pública que elegem políticos e consagram meios de comunicação de massa, movimentam o mercado de consumo e o show bizz, vendem eletroeletrônicos e sonhos. E esse jogo é exercitado no chamado “mercado das ideias”, com características comuns a outros mercados e algumas características próprias essenciais – como o fato de intervir nas relações psicossociais e políticas de um país.

É um mecanismo complexo. Na parte superior, há os grandes intelectuais, humanistas, políticos, lideranças sociais construtores da civilização, tentando consolidar princípios de justiça social, de mediação política, permitindo os avanços sem a perda de controle.

No meio, um conjunto de instituições fazendo a mediação: os três poderes, os partidos políticos, sindicatos, associações etc.

Na base, setores organizados, como grupos, ONGs, associações em geral. Mas também o homem-massa em estado bruto, movendo-se por instintos primários da generosidade ao ódio, da solidariedade à intolerância, sempre procurando cavalgar as ondas para não se abater pela solidão atávica das democracias e do mercado. As ondas podem levar tanto a uma campanha beneficente mas, muito mais, a linchamentos públicos.

O desafio surge nos grandes curtos circuitos históricos, nos momentos de crise que tornam o mercado de ideias tão instável que rompem-se os liames entre a massa e os organismos de mediação.  Cria-se o ambiente propício ao estouro da boiada, do qual se aproveitam os agentes oportunistas.

É o que vem ocorrendo nos últimos anos ao redor do mundo.

A crise de 2008 e o período que a precedeu transformaram em pó não apenas ativos financeiros mas bandeiras partidárias globais. Apresentou-se a desregulamentação total como panaceia para todos os problemas. Desde que o Estado saísse de todas as áreas, inclusive das redes de apoio social aos menos favorecidos e de garantias básicas aos cidadãos, haveria uma era de ouro de aumento generalizado do bem estar.

A crise de 2008 mostrou uma pesada conta paga e uma nova conta apresentada – nova dose de sacrifício para permitir aos países sair da crise.

É nesse quadro que aparecem os agentes oportunistas, dentre dois protagonistas relevantes do mercado de ideias: os políticos e a mídia de massa.

Agente oportunista 1 – o político

Nos Estados Unidos, a reação da massa foi o Tea Party e o discurso anti-árabes e anti-imigrantes. No Brasil, movimentos difusos de radicalização, fundados no anti-petismo, no anti-nordestinos, no anti-pobres em geral. Em ambos os casos, essa intolerância inicial não era organizada, mas disseminada por pequenos grupos que refletiam sentimentos comuns à classe média.

No início, a radicalização das ideias fica fora do arco de propostas dos partidos – mesmo dos mais conservadores. As propostas radicais ocupam espaço no vácuo das ideias dos partidos.

Nos Estados Unidos resultou no fenômeno Sarah Pallin – a ignorante governadora do Alaska que se tornou candidata a vice-presidente. No Brasil, na transmutação de José Serra, tido até então como um intelectual na política.

Serra nunca foi grande intelectual nem grande político. Mas era um dos melhores intelectuais dentre os políticos; e um dos melhores políticos dentre os intelectuais. E exemplo acabado de como as circunstâncias moldam as lideranças políticas.

Nos anos 90 apresentava-se como “desenvolvimentista” e liberal, embora não comprovasse com ações concretas. Nos anos 2000 mostrou-se como o gerente, embora nunca tenha sido grande gestor. No final da década, como o profeta dos velhos tempos, ameaçando com o fogo do inferno os ímpios e os imorais, embora nunca tenha sido probo nem conservador. Quando precisou, posou de intelectual; quando foi necessário, envergou o anti-intelectualismo mais atroz

Superou suas limitações políticas e intelectuais com duas características próprias: um feeling superior para captar os grandes movimentos de manada; a uma ambição ampla o suficiente para se adaptar a qualquer tempo, sem se balizar por coerência, princípios, ideias.

Em um país sem tradição de Tea Party ocupou o espaço vago a ponto de se tornar candidato a presidente em duas eleições.

Mas, para isso, foi essencial a aliança com outros agentes oportunistas no campo da velha mídia, especialmente com Roberto Civita, como se verá a seguir, que talvez tenha sido o verdadeiro criador do “novo-velho Serra”. Desse casamento emerge um exemplo extraordinário – e assustador – das estratégias midiáticas em tempos de instabilidade..

Agente oportunista 2 – a mídia de massa

Na mídia de massa, o processo é o mesmo dos políticos. Ela estará sempre ligada nas grandes ondas. Pode ser uma Copa do Mundo, um linchamento de suspeito, uma campanha pelo impeachment, uma guerra do Iraque, uma Escola Base. O veículo que consegue manobrar essas ondas, ganha um poder adicional.

Nos Estados Unidos, a onda conservadora foi cavalgada pela FoxNews, de Rupert Murdoch, empenhado em enfrentar as gigantes que surgiam no bojo das inovações tecnológicas, ameaçando o reinado dos grupos tradicionais de mídia.

Incorporou a linguagem do Tea Party e abriu mercado para o colunismo de esgoto, de uma agressividade quase pornográfica. Foi um estilo vitorioso, que chegou a ameaçar a eleição de Obama.

No Brasil, esse movimento foi importado pela Veja. E aí entra o fator Roberto Civita.

Desde a histórica revista Realidade, Civita tornou-se um grande especialista em entender os movimentos da mídia norte-americana e transportá-los para o Brasil. No final dos anos 60 percebeu o estilo do jornalismo-produto das revistas semanais, concebeu a revista Veja e a entregou ao grande nome que surgia na época, Mino Carta.

Mais tarde, esse padrão do “jornalismo produto” (em que as notícias são “roteirizadas” antes da própria apuração) serviu de inspiração para a revolução da Folha nos anos 80.

Nos anos 70, Octávio Frias foi buscar o diferencial na imprensa alternativa da época, especialmente no Pasquim. Dos anos 80 em diante,  a inspiração jornalística (não necessariamente política) veio da Veja.

Civita foi o primeiro a perceber a essência do movimento de radicalização de Murdoch e sua nova linguagem. E transportá-las para o Brasil.

O primeiro colunista a exprimir esse novo estilo, radical, agressivo, foi o finado Tales Alvarenga – que, na época, tinha coluna na Veja e o cargo de diretor responsável. Da noite para o dia nasceu um Tales de linguagem agressiva, que nunca havia se manifestado ao longo de sua carreira.

O primeiro grande teste foi a campanha contra o desarmamento, pesada, conservadora, mas que encontrou um eco extraordinário em segmentos da classe média.

Ali foi o ponto de partida. Pela primeira vez, desde a redemocratização, emergia das trevas o pensamento mais conservador e anacrônico e tinha uma enorme aceitação junto ao cidadão-massa.

Depois de Tales, a mão previsível do mercado criou uma legião de gladiadores. Em determinado momento, tornou-se um estilo tão eficiente que contaminou o próprio noticiário. Desde os anos 50 não se teve um noticiário tão editorializado como nesses últimos anos.

E foi nessa emulação do modelo norte-americano, que Civita imaginou-se Murdock e pensou em Serra como Sara Pallin, a mídia como partido político e, sendo bem sucedidos, Serra, presidente, preservando a sobrevivência dos grupos de mídia nacionais contra a invasão dos novos gigantes da mídia, o Facebook e o Google.

É esse o modelo esquemático que norteou a ação da mídia de 2005 para cá e explica a parceria Veja-Serra.

Os anticorpos institucionais

Caso essa parceria tivesse sido bem sucedida, teria mergulhado o país em uma noite de São Bartolomeu porque, do mesmo lado, os dois maiores poderes da República: a Presidência da República e mídia, em um pacto  de guerra de extermínio a toda forma de pensamento dissidente, de desarme do sistema de freios e contrapesos.

Em 2010 escrevi no fragor da batalha, e repito agora: as eleições de 2010 ainda serão tratadas pela historiografia como um marco, que impediu a invasão persa sobre a recém criada democracia brasileira. 

Aos poucos, o organismo institucional vai recobrando a racionalidade, seja no STF (Supremo Tribunal Federal), na Pocuradoria Geral da República, seja nos partidos políticos de ambos os lados, com a adesão cada vez maior de personalidades de princípios democráticos sabendo que a política – não os coliseus – é o campo para o debate de ideias e de divewrgências.

A estabilidade política, não só agora, como ao longo desses 25 anos, deve-se à Constituição Federal, que permitiu o feito extraordinário de um país historicamente sujeito a golpes de Estado consolidar os princípios democráticos, em meio a tormentas e terremotos ocasionais.

Não fosse a Constituição,no final do ano passado um grupo de alucinados do STF teria invadido o Congresso e empalmado o poder. Ao detalhar de modo claro a independência entre os poderes, a Constituição reduziu a margem de arbítrio na interpretação do texto constitucional, permitindo a reafirmação da legalidade.

O país deve gratidão eterna aos homens que, 25 anos, desenharam nossa Constituição. Especialmente ao grande comandante Ulisses Guimarães.

 

Luis Nassif

69 Comentários

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  1. Por isso, é que lancei você,

    Por isso, é que lancei você, meu caro Nassif, a ser comandante da TV Cultura, no caso de o Ministro Alexandre Padilha se eleger  redentor, digo, governador de São Paulo. Quem tiver acesso ao ministro, que o lembre de seu nome, pois você é ponderado e sabedor das nossas necessidades informativas e culturais, pontos fundamentais, para uma televisão voltada para “educatura”, ou seja, educação e cultura de verdade. Lançado, pois!

  2. Não sabia que a Veja era tão poderosa…

    “O primeiro grande teste foi a campanha contra o desarmamento, pesada, conservadora, mas que encontrou um eco extraordinário em segmentos da classe média.

    Ali foi o ponto de partida. Pela primeira vez, desde a redemocratização, emergia das trevas o pensamento mais conservador e anacrônico e tinha uma enorme aceitação junto ao cidadão-massa.”

    A Veja foi a única que se colocou contra o desarmamento. A Globo foi a ponta de lança pela proibição do acesso cidadão às armas. Será que a famiglia Civita é mais influente que a famiglia Marinho?

    No caso do plebiscito sobre as armas a Veja simplesmente esteve ao lado do sentimento majoritário da sociedade. Vontade expressa nas urnas e solenemente ignorada pelo presidente Lula, tendo em vista que mesmo após a acachapante derrota estabeleceu limitações absurdas que tornaram praticamente impossível a uma pessoa comum possuir legalmente uma arma, principalmente para os de baixa renda.

    Dois terços dos brasileiros se colocaram contra a intromissão do Estado e foram solenemente ignorados. Como são grandes estes segmentos da classe média…

    Nestes tempos de vale isto e vale aquilo, poderíamos criar o vale pistola e a bolsa munição…

    Caso fosse candidato:

    Todo cidadão sem antecedentes criminais e após laudo psiquiátrico teria assegurado o Direito à Autodefesa!

      1. Reduzir tudo a um efêmero sentimento

        LInha de argumentação e convencimento falha Nassif, o imperativo das armas em uma nação continental como o Brasil é uma necessidade histórica e apela a um dos pulsões básicos dos humanos.

        Só para esclarecer, eu sou a favor do  banimento, nunca precisei de uma arma, mas a minha situação de cidadão urbano é muito diferente de quem mora em áreas sem proteção alguma. Moro no Gonzaga e antes morava no Higienópolis, onde deve ter um policial para 20 habitantes, já nas periferias e no interior a situação é outra. Deixar a pessoa sem esperança de proteção, mesmo que pessoal, é no mínimo cruel.

        1. APOIADO

          Essa campanha de desarmamento só serve aos bandidos, porque quem entrega suas armas são só as pessoas de bem,  deixando os bandidos livres para agirem. 

          Pelo que me consta, assassinatos por armas de fogo, praticados por pessoas comuns,  só ocorrem em raríssimos casos, como nos crimes passionais e desavenças familiares, enquanto que assassinatos praticados por bandidos são infinitamente maiores, sem contar que eles usam as armas para intimidar pessoas em outros crimes, como roubos e estupros.

           

    1. Os norte-americanos pensam

      Os norte-americanos pensam assim também.

      Todos lá andam armados até os dentes, hiper-seguros, num país que tem uma quantidade de homicídios por armas de fogo sem precedentes no mundo desenvolvido. 

       

      1. Desafio…

        Brasil: 8 armas de fogo por 100 habitantes / 70% dos homicídios cometidos com armas de fogo / 18 assassinatos com armas por 100.000 habitantes.

        EUA: 88 armas de fogo por 100 habitantes / 60% dos homicídios cometidos com armas de fogo / 3 assassinatos com armas por 100.000 habitantes.

        Os brasileiros possuem proporcionalmente 11 vezes menos armas que os americanos e matam 6 vezes mais. Por quê? Não temos segurança pública e estamos nas mãos dos que possuem armas ilegais.

        Mesmo que existisse parâmetro para comparações culturais, territoriais e demográficas entre os países do chamado mundo desenvolvido, visto que os EUA possuem quase o triplo da população do país seguinte, o Japão, e pelo menos 10 x mais que a média de habitantes desses países.

        (homicídio com armas de fogo por 100.000 habitantes / armas por 100 habitantes)

        Outro detalhe, não fale país desenvolvido x EUA (2,97/88,8) neste assunto. É melhor observar o padrão Europa de homicídios, onde mesmo os mais países mais atrasados e rústicos como a Albânia (1,76/8,6) ou a Sérvia (0,46/37,8) possuem níveis muito baixos de assassinatos. Aliás os melhores índices das américas são piores que de qualquer região da Europa. Quanto aos maiores… Jamaica (39,4/7,4), Venezuela (38,9/10,7) e Colômbia (27,09/5,9)…

        O nosso hemisfério culturalmente despreza no cotidiano a vida humana, aqui não falamos de situação de guerra. Pelos números acredito que dá para visualizar: mata-se por saber que não existirá reação.

        Data summary

        Gun murders and ownership

         Country% of homicides by firearmNumber of homicides by firearmHomicide by firearm rate per 100,000 popRank by rate of ownershipAverage firearms per 100 peopleAverage total all civilian firearms

        SOURCES: UNODC & Small arms survey

        Albania65.9561.76708.6270,000Algeria4.8200.06787.61,900,000Angola   3417.32,800,000Anguilla2417.14   Argentina521,1983.026210.23,950,000Armenia1390.295212.5380,000Australia11.5300.1442153,050,000Austria29.5180.221430.42,500,000Azerbaijan6.5110.121153.5290,000Bahamas61.25215.37985.317,000Bahrain0001824.8180,000Bangladesh43.61,4561.121690.5700,000Barbados4082.99767.821,000Belarus2.5120.12797.3710,000Belgium39.5700.683417.21,800,000Belize52.36821.82621029,000Benin   1371.4120,000Bermuda000   Bhutan   1153.522,000Bolivia   1192.8260,000Bosnia and Herzegovina24.7180.483417.3675,000Botswana   1024.987,000Brazil70.834,67818.175814,840,000Brunei0001371.45,400Bulgaria29.7510.67886.2480,000Burkina Faso   1491.1148,000Burundi   1451.2200,000Cambodia36.71871.441094.3600,000Cameroon   1192.8340,000Canada321730.511330.89,950,000Cape Verde   965.49,500Central African Republic   153140,000Chad   1491.1109,000Chile37.33532.165910.71,750,000China   1024.940,000,000Colombia81.112,53927.09915.92,700,000Comoros   1271.811,000Congo   1222.7100,000Congo, Dem Rep33.22481.561371.4800,000Costa Rica57.32014.59649.9430,000Côte d´Ivoire   1242.4400,000Croatia34.7170.392621.7950,000Cuba4.4270.241044.8545,000Cyprus26.350.46636.4275,000Czech Republic11200.193816.31,600,000Denmark31.9150.275412650,000Djibouti   1192.822,000Dominican Republic65.51,61816.3995.1450,000East Timor   1770.33,000Ecuador68.71,79012.731421.3370,000Egypt69.14530.571153.51,900,000El Salvador76.92,44639.9925.8400,000England and Wales6.6410.07886.23,400,000Equatorial Guinea   2919.9100,000Eritrea   1690.520,000Estonia3.930.24659.2123,000Ethiopia   1740.4320,000Fiji   1690.54,000Finland19.8240.45445.32,400,000France9.6350.061231.219,000,000Gabon   4614190,000Gambia   1570.8123,000Georgia13.3240.55797.3330,000Germany26.31580.191530.325,000,000Ghana   1740.480,000Greece34.9290.262322.52,500,000Grenada000   Guatemala845,00934.814913.11,650,000Guinea   1451.2110,000Guinea-Bissau   1291.625,000Guyana61.38511.464514.6110,000Haiti   1640.6190,000Honduras83.45,20168.43886.2500,000Hong Kong000   Hungary570.07935.5560,000Iceland0001530.390,000India7.63,0930.261104.246,000,000Indonesia   1690.51,000,000Iran   797.33,500,000Iraq   834.29,750,000Ireland42210.48708.6360,000Israel11.760.09797.3500,000Italy66.74170.715511.97,000,000Jamaica75.61,08039.4748.1215,000Japan1.8110.011640.6710,000Jordan38.8260.495811.5630,000Kazakhstan12.52101.341421.3200,000Kenya   866.4740,000Korea, North   1640.6130,000Korea, South1.7140.031491.1510,000Kosovo   3019.5415,000Kuwait   1824.8630,000Kyrgyzstan8.3280.541560.945,000Laos   1451.271,000Latvia4.650.223219280,000Lebanon36.5310.762821750,000Lesotho   1222.747,000Liberia13.2170.431291.651,000Libya   4015.5900,000Liechtenstein10012.82   Lithuania2.560.181600.7135,000Luxembourg42.930.624115.370,000Macedonia62.5251.212024.1490,000Madagascar   1570.8150,000Malawi   1600.792,000Malaysia13.4640.241331.5370,000Maldives62.551.63856.521,000Mali   1491.1143,000Malta0005511.948,000Mauritania   1291.650,000Mauritius210.14414.7180,000Mexico54.911,3099.97421515,500,000Moldova3.380.22837.1300,000Monaco000   Mongolia1.430.111261.950,000Montenegro   2123.1150,000Morocco   10151,500,000Mozambique   995.11,000,000Myanmar   11142,000,000Namibia   5112.6260,000Nepal13.3840.31590.8205,000Netherlands30.7550.331123.9510,000New Zealand13.570.162222.6925,000Nicaragua42.13385.92777.7395,000Niger   1600.793,000Nigeria   1331.52,000,000Northern Ireland4.550.282521.9380,000Norway8.120.051131.31,400,000Oman   1725.4650,000Pakistan   5711.618,000,000Panama7556916.182621.7700,000Papua New Guinea   1451.271,000Paraguay56.14667.3537171,000,000Peru50.87572.633318.8750,000Philippines49.97,3498.931054.73,900,000Poland7.1350.091421.3510,000Portugal33.8440.41728.5900,000Puerto Rico94.869218.3   Qatar16.710.143119.2520,100Romania1.350.021600.7160,000Russia   688.912,750,000Rwanda   1640.658,000Saint Kitts and Nevis851732.44   Saint Vincent and the Grenadines3065.49   Saudi Arabia   7356,000,000Scotland   935.5280,000Senegal   1252230,000Serbia33.1450.46537.83,050,000Seychelles   965.44,600Sierra Leone87.71282.281640.634,000Singapore5.910.021690.522,000Slovakia11.2100.18738.3450,000Slovenia15.420.14713.5270,000Solomon Islands0001740.41,800Somalia   669.1750,000South Africa458,31917.035012.75,950,000Spain21.8900.26110.44,500,000Sri Lanka21.12911.481331.5300,000Sudan   935.52,000,000Suriname   4813.460,000Swaziland   866.472,000Sweden33.9370.411031.62,800,000Switzerland72.2570.77345.73,400,000Syria   1123.9735,000Taiwan15.91280.561064.4725,000Tajikistan15.6150.22153165,000Tanzania   1371.4550,000Thailand   3915.610,000,000Togo   153160,000Trinidad and Tobago72.136527.311291.621,000Tunisia   1780.19,000Turkey16.95350.775212.59,000,000Turkmenistan2.450.11143.8180,000Uganda10.52800.871371.4400,000Ukraine4.51000.22846.63,100,000United Arab Emirates   2422.11,000,000United States609,1462.97188.8270,000,000Uruguay46.5932.8931.81,100,000Uzbekistan   1331.51,200,000Venezuela79.511,11538.975910.72,850,000Vietnam52.98340.991281.71,100,000West Bank & Gaza72.41052.951183.4125,000Yemen   254.811,500,000Zambia11.7280.35688.9230,000Zimbabwe65.65984.781064.4400,000

         

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  3. Matéria vencida

    Artigo antigo, datado de mais de 5 anos, matéria discutida à exaustão.

    O artigo é cheio de falácias, como por exemplo, criticar e condenar o mercado livre e ai  aponta para a falência do mercado nas sociedades, onde NÃO EXISTE MERCADO LIVRE, mas agêntes econômicos que operam em um sistema dirigido, oligopolizado e permeado de fraudes, ou seja, compara laranja com abacaxi para falar que a laranja está estragada.

    Em todo caso esta discussão não prospera, outra falácia é contrapor os privilegiados 30 mil brasileiros da elite contra a classe C 14.898.731 brasileiros, considerá-los homongêneos e condená-los, o argumento têm de ser rebatido um a um, generalizações aqui escondem más intenções e levam necessariamente à guerra.

    No fim, quando vamos para os nove fora e o que sobra é o que os americanos chamam de jogo de confiança, chicken little, onde quem pisca primeiro perde. Nem preciso dizer que as estratégias montadas em cima do uso da Astrologia, Tarot e Geometria deitam e rolam, fazem barba, cabelo e bigode e não deixam nada para ninguém.

    É a estratégia dos donos do poder, só que não adimitem concorrência rsrsrsrsrsrsrsrsrs……

      1. Incompetência

        E no assunto, nada!?!?!?

        Pelo visto você sabe ler e … pensar? Não fique com medo de cometer pequenos deslizes em suas frases e orações, o importante é que a sua idéia fique clara e não atrapalhe a compreensão, sua contribuição será sempre bem vinda.

    1. duvido
      Se estas mandingas aí funcionassem não precisariam gastar bilhões com tudo aquilo que o Edward Snowden revelou nem correr o risco de pagar o mico de serem desmascarados, como acabaram sendo.

  4. “Nos Estados Unidos, a reação

    “Nos Estados Unidos, a reação da massa foi o Tea Party e o discurso anti-árabes e anti-imigrantes”:

    Perdao, Nassif, foi so o discurso anti-imigrantes que veio dos analfas.

    O discurso anti-arabes era e continua sendo politica de Estado.

  5. Nassif, olhando o quadro

    Nassif, olhando o quadro atual e regredindo até 2005 (Mensalão), penso que a grande batalha persa se deu na eleição de 2006. Ali fincou-se a primeira bandeira de conquista da nossa hegemonia democrática, ali, no calor das denúncias, da mídia contra e do Congresso Contra (vide Severino), com um Lula acuado, é que se decidiu o destino do país. Depois disto pode-se perceber um Governo Lula mais atuante (embora atrelado ao PMDB) e o Brasil ser alçado a uma condição melhor no mundo.

    Mal ou bem, a eleição de 2010 foi muito mais fácil para Lula do que a de 2006 apesar de todos os percalços: escolha de uma “novata” e, ainda por cima, mulher. A verdade é que a Dilma pegou uma herança bendita e agora consegue consolidar mais ainda a nossa democracia que, a meu ver, só caminhará a passos largos no dia em que se popularizar os nossos canais de comunicação/mídia para que o brutal homem-massa saiba dos seus direitos constitucionais tal qual Chavez disseminou na Venezuela e não fique discutindo se o Neymar deve ser titular no Barça ou se a Carminha deve ir presa no final da novela.

    Deixo uma pergunta para reflexão: Naquele pronunciamento que a Dilma fez pós-protestos, no qual ela falou do programa mais-médicos à nação, já imaginou se ela cita os artigos da Constituição que falam que a saúde de qualidade é direito do povo e um dever do Estado conforme a lei?

    Este foi o grande legado do Chavez à Venezuela, algo que nenhuma elite conseguirá tirar em pouco tempo: ampla disseminação cultural dos princípios da Constitucão até a camada mais brutal do povo.

  6. Belíssima análise.

    Segundo algumas das Sete Leis Herméticas de Hermes Trismegisto

    Lei da Vibração: “Nada está parado, tudo se move, tudo vibra”.Lei da Polaridade: “Tudo é duplo, tudo tem dois polos, tudo tem o seu oposto. O igual e o desigual são a mesma coisa. Os extremos se tocam. Todas as verdades são meias-verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliados”Lei do Ritmo: “Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés, tudo sobe e desce, o ritmo é a compensação”.Lei do Gênero: “O Gênero está em tudo: tudo tem seus princípios Masculino e Feminino, o gênero manifesta-se em todos os planos da criação”.Lei de Causa e Efeito: “Toda causa tem seu efeito, todo o efeito tem sua causa, existem muitos planos de causalidade mas nenhum escapa à Lei”

    http://assisprocura.blogspot.com.br/2011/04/sete-leis-hermeticas.html

  7. Ulisses Guimarães.

    Mais o tempo passa, e mais fica claro a importância do Ulisses Guimarães na historia brasileira.

    Os outros atores dos anos ’70, ’80, ’90 e mesmo do início do século 21 são de fato anões em relação ao Dr Ulisses.

  8. Que bom que existem barreiras

    Que bom que existem barreiras à instalação do autoritarismo no país! Mas …

    Não sei se as novas mídias ocasionaram as “primaveras”. Pra mim é um fenônemo que carece ainda de explicações e da mesma forma acredito que as manifestações de junho no Brasil não foram tão espontâneas assim. Pois se esses fenômenos fossem tão espontâneos  teríamos agora pessoas nas ruas protestando contra a resistência do congresso à reforma política. Com o passar do tempo descobriremos quem deteve esse gatilho até formar o efeito manada.

    Também não acredito em interesse apenas financeiro de Cívita. Pairando sobre este interesse está o autoritarismo que nós mesmos, populaçao brasileira, concedemos a imprensa e que culminou na cassação de Collor de forma ilegal.Certo que antes disso, nós que votamos em Lula, ficamos furiosos com a manipulação da Rede Globo na eleição e por vingança deixamos a legalidade de lado na cassação . Agora reclamamos da defesa da ilegalidade por parte da imprensa no processo do mensalão e até mesmo na legalização da Rede. Fomos nós que fornecemos a arrogância e o autoritarismo com que a imprensa se manifesta. E mais ainda que nós, foram os políticos do Poder Executivo e Legislativo que transferiram este poder ao condicionar a condução dos problemas brasileiros conforme exigência e interesses dos meios de comunicação. O Poder Judiciário, que parecia ter ficado de fora deste sistema de poder, pudemos ver agora é totalmente subjugado pela mídia.

    Em suma, o novo está aí, mas as mesmas forças que condicionaram o autoritarismo na nossa sociedade continuam existindo e vão ocupar este meio com a mesma forma de poder com que vem atuando na sociedade brasileira.. 

     

    1. Que bom quee xistem barreiras…

       

       Prezada, também acho, mas se dependesse do Dotô, estavamos lascados…. não tinahn anda de democrata, era um tremendo egoista, autoritário… lembro-me quando queria ser o candidato do PMDB a presiente da república…. em entrvista a TV local ( Brasília) decalrou que: ” QUALWUER UM PODE POSTURAR SER CANDIDATO, MAS O INDICADO SEREI EU….. ”   … em outra passagem, quando da lei da anistia,  NÃO QUERIA A VOLTA DO BRIZOLLA E MAIS ALGUNS, QUE PODERIAM SER SEUS CONCORRENTES NA POLÍTICA…..

      O Dotô é um daqueles que passou para a histróia sem ser o que diziam dele…..

      Concordo com você em relaçã à s manifestações… tenho minha teoria…. tudom não pasou de um PLANO, com várias frentes de ação, dentre as que se monstraram, posso citar:

      1) desestabilizar, desmoralizar, enfraquecer o governandor de São paulo – é público e notório om interesse do LULA em ter um petista no governo paulsita.  

      2)  desatabilizar, desmoraliozar, enfraquecer o governandor do RIO ( a luta lá continua contra o seu aliado o prefeito ), até então, aldiado do LuloPetismo/Dilmês, acontece que, o moço da cafra pintada e bunda suja, quer ser governandor do Rio…. talvez você não acompanhou, naa no iníco, quando o cara disse que seria candidato, o pt foi contra ( mais uam jogada – mudou de opinião rapinho, após as manifestações – dá para desconfiar, ou não??? ) 

      3) por em prática o programa mais médicos, que visa o aproveitamento dos PETISTAS enviados para estudar em Cuba, pelo MST e pelo PT, a´pi, a resitêncai em não aceitar o REVALIDA para eles…..  NÃO FAZ PARTE DO “PRANO”…..   o pialntra do “m,insitro” da saúde chegou a dizer que o governo ahvia desitido…..    TUDOE STAVA PLANEJADO E BEM PREAPRADO…. cabe an cabeçla de quem que um cidadão, méidco sai de Portugal, Espanha ( paises para a cobertar a princiapl intenção, objetivo ) , ou memso de Cuba, em emnso de 1 mês…. mudar de país,…. ariscafr tudo, a troco de que?????

       

  9. A caça às bruxas
    A caça às bruxas irresponsável pode tirar o Facebook do ar no Brasil (atualizado)
    Por: Daniel Junqueira
    3 de outubro de 2013 às 19:07 176

    O dentista Eudes Gondim Júnior sofreu uma série de ofensas e ameaças no começo do ano após agredir um pitbull da modelo Luize Altenhofen. Ele alega que o cachorro invadiu a sua casa, e ela diz que foi sem motivo. Esse caso pode tirar o Facebook do ar no Brasil a partir de amanhã.

    ATUALIZAÇÃO: o Facebook decidiu cumprir a ordem do juiz e excluir as 22 mensagens ofensivas que motivaram o processo na justiça. A rede social não sairá do ar.

    O que aconteceu? Bem, vamos ver os dois lados da história, que ganhou dimensões muito maiores do que deveria por causa de uma caça às bruxas míope proporcionada pela histeria coletiva nas redes sociais.

    Primeiro, vamos ver o que o dentista diz sobre o caso. No dia 24 de janeiro, ele postou a seguinte mensagem no Facebook:

    Amigos,
    lamentavelmente vejo o meu nome vinculado a uma notícia mentirosa e com afirmações torpes. Sábado passado, um cão da raça Pitbull pertencente a uma moradora da minha rua, escapou de casa pela enésima vez e adentrou no quintal de minha residência. Sem pensar duas vezes, agindo em legítima defesa e em defesa do meu filho de 5 anos, desferi alguns golpes no tal cão. Fomos a delegacia, fizemos o BO e, para minha surpresa, já tarde da noite a dona do cão invadiu minha residência derrubando muro e portão com a sua Amarok! Infelizmente, a cidadã dona do animal está utilizando-se de artimanhas e artifícios baixos a fim de reverter a situação e ainda, utilizando a mídia para veicular informações descabidas. Mas, a impressa séria procurou os envolvidos para apurar os dois lados da estória e neste final de semana, a matéria sairá na Veja São Paulo.

    Resumo: o cão de Altenhofen teria invadido a sua casa e, para proteger seu filho de cinco anos, ele agrediu o cachorro.

    Para Altenhofen, o que aconteceu foi o seguinte:

    Minha filha (Greta, de 3 anos) apertou o controle do portão sem querer e ele saiu para fazer xixi. Minha mãe viu quando ele foi agredido. Estou em choque até agora. Sempre soube do preconceito que as pessoas têm com a raça, mas nunca imaginei que pudesse chegar a isso.

    Revoltada com o que aconteceu com o seu cachorro, Altenhofen foi ao Facebook, Instagram e Twitter comentar o ocorrido. Ela postou uma foto do cão violentado com uma mensagem “ele não merecia isso”.

    Mas vamos com calma. Estamos no Gizmodo Brasil, um site de tecnologia, não em um site de celebridades nem de briga entre vizinhos. O que nos interessa é o que aconteceu depois disso. A internet facilita a disseminação de informação, mas isso também permite alguns casos no mínimo assustadores. E as proporções do caso envolvendo o pitbull são mais do que assustadoras.

    Fãs de Altenhofen e amigos da modelo se revoltaram com a história. Sites de celebridades publicaram matérias relatando o sofrimento dela e do cachorro. O ódio aumentava a cada dia. Patrícia Maldonado, jornalista da Band, postou o nome completo do agressor e um link para o seu Facebook pelo Twitter. O dentista diz que seu endereço foi colocado na web para todo mundo ver. Não era mais uma disputa entre vizinhos causada por uma agressão a um cachorro: tornou-se uma caça ao dentista. Uma sede de justiça por parte da população que alega que a lei brasileira não pune agressores de animais. Se a lei não pune, então vamos todos nós punir, certo? Não, não! Não vamos não. Vamos primeiro entender o que aconteceu.

    Gondin Júnior citou uma reportagem que seria veiculada pela revista Veja São Paulo. Ela foi e está aqui. Segundo a matéria, que conversou com vizinhos dos dois, o pitbull de Altenhofen só parecia um cão inocente: um vigilante da área foi mordido pelo cachorro certa vez, e outros moradores alegaram temer as vezes que o cachorro circulava livre pela rua, sem coleira nem nada. Some a isso a legislação estadual de São Paulo que define que pitbulls não podem circular em vias públicas sem coleira, enforcador e corrente de até dois metros. Ou seja, ao soltar o cachorro na rua, ela descumpriu uma lei paulista, e o cão, não tão dócil assim, teria invadido a casa de Gondin, o que motivou o seu ataque.

    Quem está certo, quem está errado? Sinceramente, pouco nos importa. Essa é uma questão a ser decidida em âmbito judicial – quando Altenhofen publicou os posts que geraram a revolta coletiva e a perseguição a Gondin, a questão deixou de ser entre os dois apenas. Tornou-se mais um caso da tentativa de usar a internet para fazer justiça de maneira torta.

    Lembra-se da investigação feita pelo Reddit em busca dos responsáveis por explodir as bombas na maratona de Boston? Ela foi completamente errada e chegou a pessoas sem relação nenhuma com o caso. Aqui a história não é lá muito diferente: em vez de usar os meios legais para resolver a questão, a força da internet tentou solucionar por conta própria. Não deu certo.

    E quem pode pagar por isso é a própria internet, se o Facebook realmente for bloqueado no Brasil a partir de amanhã. Se isso acontecer, devemos sentar no canto da sala e nos questionar se estamos usando a internet da maneira certa. Temos uma plataforma extremamente poderosa para disseminar informação e conhecimento e usamos para perseguir pessoas sem saber exatamente o que elas fizeram. Vendo por esse lado, talvez a punição seja justa para todos nós.

    1. a caça as bruxas

      Revista Sociologia nº2-editora Escala,um século antes:

      TV ALIENANTE:de acordo com a obra A Invasao Cultural Norte americana,de autoria da cientista social e historiadora Julia Falivene Alves,o telejpornalismo em toda america latina segue os seguintes preceitos alienadores,influenciado pela industria cultural norte-americana:

      #Silenciar ao máximo sobre questões da politíca nacional que possam causar polêmicas ou descontentamento.

      #Privilegiar,em contrapartida,esportes,cataclismas,crimes passionais,noticias sensacionalistas,entre outros.(exemplo:Datenas e simlares,pastores milagreiros,padres celebridades)

      #Aumentar o espaço às noticias internacionais(exemplo:cadê o norte coreano, aquele minusculo gigante,entrou agora o sirio)

      #Transmitir os conteúdos das informaçoes de forma a conduzir muito mais ao conformismo do que à Reflexao,divulgando dados soltos,em ritmo acelerado,sem dar tempo para a análise minuciosa do telesectador.

      #Minimizar a importancia dos movimentos  populares,reaçoes antiimperilalistas ou processos revolucionarios.

      #Etiquetar ou rotular as pessoas envolvidas na politica,conduzindo o publico a simpatizar ou antipatizar com elas confor,me interesse do AGENTE DE DIVULGAÇAO.

      #Utilizar o grande volume de imagem que dêem ao telespectador a convicçao de que o que se relata é verdadeiro.

      Para ilustrar,cole a imagem das quatro atrizes da globo,aquelas idiotas idiotizantes alienadas alienantes,e estamos conversados.

  10. Romantismo e desinformação

    Artigo muito bom, exceto quando credita à Constituição d República o relativo equilíbrio político brasileiro – a repulsa nacional a um Tea Party.

    É precisamente a Constituição da República a lei menos prestigiada no Brasil, desde os cursos de Direito, até a aplicação do Direito nos Tribunais.

    É sabido e sempre repetido que o Brasil não tem cultura constitucional. Por isso, não vale a pena discorrer mais sobre coisa tão banal. Há, sim, uma retórica vazia sobre a primazia das normas constitucionais. Entretanto, não se afirma a Constituição da República chamando-a de lex magna, lex legum, e coisas assim. Seria fácil enumerar um sem número de tópicos em que as normas constitucionais são desafiadas, são jogadas na perplexidade e na confusão. Cf. as medidas provisórias. Cf. o pretendido princípio da dupla jurisdição…….

  11. Nao acrescentou nada

    Totalmente desnecessário e desprovido de argumentos o texto. Falar de independencia dos 3 poderes hoje em dia é uma piada sem graça. Além do mais, dizer que a Veja tentou lutar contra a invasao das novas mídias (Facebook e Google) é um exercicio de imaginaçao sem precedentes. A internet é um fenomeno global, que democratizou o acesso ao conhecimento e que nao sofre nenhuma forma de censura. 

    Nao sou defensor de nenhuma empresa de mídia do Brasil, mas tenho claro que sao pouquissimas as empresas de comunicaçao hoje em dia que fazem um jornalismo independente e corajoso. E é por isso que o Brasil ficará 12 anos ou mais sem alternancia de poder, que é o princípio básico da democracia.

    1. O princípio básico da

      O princípio básico da Democracia é a possibilidade de um mesmo projeto político passar, pelo voto, dez, vinte, trinta anos no poder, se assim o povo, bem informado, o desejar, sempre tendo em cada eleição a possibilidade de rejeitar aquele projeto vigente e adotar um outro que se anuncia à sua disposição. Não é a alternancia do poder, uma visão minimalista da Democracia onde, como nos Estados Unidos, o que se vê são grupos de interesse que se revezam no poder dentro do mesmo conjunto, talvez com diferentes pontos de vista sobre como tocar o mesmo projeto, mas nunca uma possibilidade de alternancia de projetos estruturais. Exemplo disso é a tremenda dificuldade do Obama em fazer uma pequena mudança estrutural na área da saúde.

    2. Existe a possibilidade da alternância

      O artigo citou com propriedade os contrapesos (como o artigo 52 da CF) que mantém cada Poder no “seu quadrado” e impossibilitaram o enfraquecimento das instituições, apesar de figuras como Peluso, Ayres Brito e Gilmar Dantas.

      A alternância no Poder é importante, mas a possibilidade de que ela aconteça é o que diferencia a democracia da ditadura. No Brasil, a pressão de uma mídia extremamente reacionária e o respeito daqueles que estão nos cargos majoritários mais importantes pela existência da oposição faz do país um democracia.

      Já na Colômbia, qualquer político com viés oposicionista está automaticamente com a cabeça a prêmio pela elite corrupta, reacionária e delinqüente que lá governa. Não existe póssibilidade de alternância de Poder pela via democrática. Portanto, a Colômbia é uma ditadura.

       

    3. A Direita, cínica e corrupta,

      A Direita, cínica e corrupta, a qual você se mostra sequaz, mandou no Brasil de 22 de abril de 1.500 a 31 de dezembro de 2002, portanto, durante 502 anos.

      Você, tão somente, esbraveja de forma cínica e despeitada, contra os quase 12 anos em que um modelo diferente de governo, incomparavelmente, favorável a grande maioria da população, desassistida e até excluída socialmente, e que tenta firmar-se como paradigma para os que lhe vierem a suceder.

      Não se exaspere, porém, posto que, ainda temos 490 anos para que possamos reconstruir e melhorar, o que vocês arruinaram nos 502 anos em desmandaram na Nação Brasileira.

      Após a equiparação de tempo, para cada lado, aí sim, façamos, então, um encontro de contas. 

  12. Muito bom, seu Nassif.

    Muito bom, seu Nassif. Gostaria de estar nesse debate para ouvi-los todos. 

    Concordo com Fabian Bosch de que a Constituição não assegura que não tenhamos um desequilibrio em direção ao conservadorismo  larcedista que ainda existe no Brasil. O que me faz pensar assim, também, foi o exemplo recente de que no proprio STF, busca-se meios e formas de tangenciar ou se desvincilhar da Constituição Federal, quando interesses maiores estão em jogo.   

    A campanha pelo (des) armamento que tivemos foi deploravel. Lembro que vi jornalista, que em minha ingenuidade, acreditava avançado e que pensaria no melhor para toda a sociedade, defendendo com unhas e dentes o direito de portar uma arma. 

    O inacreditavel O Globo fez uma campanha absurda, em cima da falta de segurança publica, alarmando as pessoas e incitando a se armarem. Roberto Marinho poderia ter sido o garoto propaganda, se vivo estivesse, pois jamais escondeu que sempre andou armado. Como um jagunço. 

     

  13. Uma nova ordem

        Fico cada vez mais admirado com a sua lucidez  e posso voltar um pouco antes no tempo.

    Sempre admirei muito a pessoa de Dom Paulo Evaristo Arns, e bem que sou agnóstico, e acompanhei toda sua luta com o projeto Brasil Nunca Mais. Sempre perseguido e humilhado por esta mesma direita de sempre, à qual costumo chamar de RAIVOSA, antípoda da esquerda festeva. Depois mais irritação causou com sua Pastoral Carcerária, onde entre outras pérolas o acusavam de proteger bandidos. Foi calado somente por João Paulo II, agora “santo”, provvelmente padroeiro dos pedófilos, reacionário como todos sabemos juntou-se a Ronald Reaagan e Margareth Tathcher  e fundaram esta nova ordem: O Neoliberalismo, que foi muito mais que uma ordem econômica, mas sim uma forma de cinismo político onde a contestação foi proibida. Assim está a maioria alienada e querendo consumir.

  14. Poxa Nassif, você não esquece

    Poxa Nassif, você não esquece o Serra, como chegou a prometer em uma resposta a comentário meu…

    Que tal um post que analise a Blogosfera estatizada brasileira (by Panunzio), ou como o PT pautava a mídia e usava os procuradores para fustigar o governo, para depois acusa-los de golpistas após 2003 (coincidência?), o patrocínio de estatais a revistas chapa branca como Carta Capital, e ONGs estranhas como Mídia Ninja, há um vasto assunto diferente prá mudar o disco….

    1. Discordo em relação ao

      Discordo em relação ao Serra.

      Esse aí a gente tem que fazer igual mata BARATA: a gente bate, bate, bate… até  garantir que esteja bem “mortinha” e não saia andando de novo.

    2. Resistência

      Calvin, desculpe, mas atrás da trincheira tem a Resistência. É esta que coloca um certo freio nas orquestrações, fazendo o contraponto. Talvez vc nem saiba, mas acho que vc é membro da Resistência.

  15. Opinião pública, cara pálida?

    Se fosse um debate acadêmico, eu sugeriria enfaticamente ao Nassif a leitura de um artigo clássico e emblemático do Bourdieu: “A opinião pública não existe”.

    Como ele vai dialogar com sociólogos, nunca é demais partir de uma posição não-ingênua.

  16. Lula foi nosso Leonidas

    As eleições de 2010, foi sem dúvida um marco, o divisor de águas. Graças ao metalúrgico Lula, conseguiu impedir a vitória das trevas, à qual Jose Serra era e é seu representante.

  17. Em momentos de crise o radicalismo aumenta

    Em momentos de crise o radicalismo aumenta, é histórico.

    A crise americana é imensa não só na economia como a própria vida dos cidadãos.

    Alguns recentes episódios demonstraram que a sociedade americana parece viver em estado de esquizofrenia, por exemplo a perseguição de um carro que invadiu uma barreira e um verdadeiro “exército” foi mobilizado, ruas foram fechadas, isolou-se repartições públicas mantendo seus ocupantes internos. O automóvel era dirigido por uma mulher e tinha uma criança no carro.

    Isso não é provocado diretamente pela mídia de massa ou pelo Tea Party.

    Trata-se de uma cultura e por isso sua formação depende de longos anos.

    Se na chamada Guerra Fria a forma de controle da sociedade era dada através do divertimento na qual Hollywood e Disney eram as suas máximas expressões, após a queda do muro de Berlim a forma de controle passa a ser substituída pela era da repressão, onde o medo foi lentamente implementado para que as formas de repressão fossem aceitas.

    Dentro desta nova forma de controle…

    O inimigo está em toda parte

    O Tea Party adora, e a grande mídia que vive do oportunismo e sensacionalismo se delicia.

     

  18. A efervescência prevalecia

    A efervescência prevalecia naquele momento da Constituinte.

    De um lado a fortíssima direita obrigada a “abrir” o país, de outro uma imensidão de setores que clamava por mais democracia, mais direitos sociais e políticos.

    Nesta fortíssima divisão ideológica não sobrava condições para uma Constituição Federal mais enxuta. Sabiam os constituintes que as interpretações que seriam feitas dela estariam condicionadas aos parlamentares e judiciário formados em sua maioria por aqueles que já detiam um statuo quo mais conservador.

    O Brasil passava por um dos piores momentos da política, acabávamos de sair de uma ditadura onde os direitos individuais haviam sido rasgados, então a preocupação do constituinte era garantir o máximo de direitos, regular o máximo os poderes, estruturar ao máximo a organização do Estado.

    Se, passados 25 anos da sua promulgação ainda hoje se tenta qualquer brecha para a diminuição do amparo jurídico – social que ela trouxe, inclusive com algumas PECs que visam tirar o amparo que ela formulou,  imagine o que seria se ela fosse menos detalhista.

    A comparação que o texto de Nassif apresenta em relação a nossa constituição e a americana é perfeita. A própria história da formação do Estado americano e do brasileiro já delineia uma enorme diferença que justifica as suas formatações próprias.

    Constituição com formação de base em um sistema jurídico consuetudinário (permite interpretações baseadas nos costumes), portanto mais flexível, apenas a inglesa e a israelense, podendo de forma mais abrangente incluir neste rol a Constituição americana, quando no resto do mundo a Constituição é baseada no sistema mais rígido e detalhista.

    O Constituinte brasileiro entendeu acertadamente que detalhar seria a forma de uma proteção maior para o cidadão e mais ainda, estabeleceu critérios muito mais dificultoso para modificar a Constituição.

    A nossa Constituição segue a concepção clássica de Constituição, pois além de reestruturar o Estado, estabelece as garantias dos indivíduos e limitações ao poder.

    Nos  EUA  a garantia dos direitos individuais e formas de limitação do poder foram introduzidas por emendas, as  famosas 10 primeiras emendas, designadas por “Carta dos Direitos dos Estados Unidos” a  Bill of Rights.

  19. O texto simplifica muito uma

    O texto simplifica muito uma situação muito complexa.

    O conservadorismo é algo que existe. Mas não é uma coisa homogênea. Você vai ter desde o sujeito que vê como indevida qualquer ação do Estado que não seja a de garantir o direito à propriedade privada, mas que aceita perfeitamente os princípios da democracia – um liberal clássico -, até o sujeito que tem a fantasia de que o movimento comunista internacional está infiltrado nas instituições brasileiras e que estamos a beira do fim do mundo. No meio disso temos um largo expectro.

    Do outro lado (o que já se chamou esquerda) é a mesma coisa.

    Como então, tentar fazer um paralelo assim entre uma interpretação sobre o que acontece na sociedade americana e a brasileira?

    Simplificação por simplificação, sou mais que a sociedade brasileira alcançou um certo equilíbrio pragmático. Em resumo, não aceita aventuras (o que não deixa de ser um traço conservador). Se está melhor agora, se vivo melhor, porque mudar?

    Agora, existe preconceito na sociedade brasileira? Ah, isso existe e muito. Só na brasileira? Não.

    O Serra explorou um certo traço preconceituoso da sociedade na campanha de 2010? Sim, explorou. Mas, antes dele, Maluf criou, entre outros, o bordão “vou botar a rota na rua”.  Deu certo? Não. Por que? Acho que a minha hipótese responde esta pergunta, MAS, é uma simplificação…

     

    1. Eu, por exemplo, não estou

      Eu, por exemplo, não estou nem um pouco decepcionado com a falta de alternância do poder em São Paulo. Há paladares exclusivos que preferem o caviar Beluga. Mas há também aquele besouro africano cujo tesouro são as fezes dos ruminantes. Assim que as fezes são expelidas, esse besouro se apressa em transformar uma bola enorme, do tamanho de uma bola de gude e rola até sua toca. Lá, a fêmea pode depositar os ovos e dar sequência a uma nova geração de besouros. Os eleitores do PSDB de São Paulo são besouros rola-bosta. Mas a democracia é assim mesmo, uma eleitora da Marina aqui, um eleitor do Serra acolá, um comerciante que confessou, orgulhoso, a sonegação diante de inúmeros desconhecidos, disse que era eleitor do Geraldo Alckmin e aquele taxista, Deus do Céu, que quando soube que determinado candidato é viciado em cocaína, fez a seguinte afirmação: “Para derrotar esses petralhas, voto até em cheirador. Acho que ele vai consertar o Brasil.”. Sei que dá vontade de fugir do teatro, mas é melhor esperar as luzes se acenderem, senão, a gente pode tropeçar no pescoço de alguém.

  20. O eterno conflito entre os homens.

    A internet tem contribuido para exacerbar a história do conflito entre os homens. Não vamos achar nós que o jogo é jogado na onda dos sete anões que vão cantando: eu vou eu vou pro jogo agora eu vou. O jogo é rasteiro, seja lá ou por aqui. O conservadorismo escancarou até no STF, ajudado pela mídia. Não deve ser novidade a contestação do voto do Celso de Mello, mesmo que tenha sido baseado em cima da lei. Essa onde de conservadorismo fez estrago aqui nas nossas barbas, com o impeachmente do Fernando Lugo. Então temos que estar preparados para as batalhas que ainda virão. A construção de democracias é dada em cima de conflitos. E a construção da nossa, não está sendo diferente. Então penso que o artigo do Nassif, vai um pouco por ai.

     

  21. Concordo em parte. Realmente

    Concordo em parte. Realmente está Constituicao é muito boa, uma das melhores que o país já teve. Digo isto porque estudei profundamente todas as constituições brasileiras quando estava na Faculdade de Direito e participava da elaboração e coleta de assinaturas de propostas populares durante o processo constituinte. 

     

    Discordo num ponto. A CF/88 é tão boa que ainda não está totalmente em vigor. Abaixo exemplos de como a realidade sabotou a vigência da constituição cidadã:

     

    1- a proibição da pena de morte e da tortura nunca foi respeitada pelas autoridades policiais;

    2- a censura prévia é vedada, mesmo assim se torna realidade por causa de decisões judiciais;

    3- a igualdade perante a lei é uma fábula quando prestamos atenção nas diferenças de tratamento dispensadas às duas principais categorias de cidadãos (os que pagam impostos e os que gastam impostos geralmente em benefício próprio);

    4- vários princípios constitucionais (moralidade, publicidade, legalidade, responsabilidade, eficiência, respeito aos direitos e garantias individuais, etc…) nunca chegaram a arejar e limitar a ação dos três poderes (inclusive do Judiciário);

    5- o desequilíbrio entre os Estados membros continua existindo e a sobrecarga de serviços impostos aos municípios é uma realidade;

    6- precatórios não são pagos e não acarretam a intervenção contra prefeitos e governadores caloteiros mesmo depois que o Judiciário decreta a medida extrema;

    7- o povo desconhece a Constituição que tem e a mídia só a divulga de maneira distorcida para cuidar dos seus próprios interesses monopolisticos e comerciais;

    8- os conflitos entre princípios constitucionais não são resolvidos de maneira satisfatória pelo Judiciário, cuja balança quase sempre se inclina para o lado do poder político e do poder econômico;

    9-  o racismo é uma realidade e informa a ação dos agentes policiais;

    10- as garantias advindas dos “sobrenomes” continuam sendo maiores que os que derivam do princípio geral abstrato como se ainda vivêssemos no “antigo regime” imperial. 

     

    1. O pacto, a lei e a sociedade.

      Titia concorda, em partes, como o Fábio.

      No entanto, há um pequeno erro conceitual no seu raciocínio constitucionalista.

      A Constituição, como um ente que celebra o pacto social e político de convivência de uma sociedade, e que define o papel do Estado e desta mesma sociedade, não vai conseguir encerrar o contingente de conflitos que movimenta esta sociedade, seus grupos e interesses, apenas pelo condão da positivação jurídica.

      Não é a Constituição que não funciona, é a sociedade que não impele os dispositivos para seu funcionamento…E isto é uma ESCOLHA desta sociedade, não um acaso ou um processo de idiotização social…

      A população, a seu jeito, vai construindo seus consensos, dentro dos limites, e ainda que assediada por fortes pressões de setores dominantes, que buscam tornar a sua ideologia a ideologia de todas as classes (ver Gramsci).

      Não esqueçamos que foi esta população que elegeu a Assembleia Constituinte, mesmo com toda a carga da manipulação pós planos cruzados, que desequilibrou fortemente a composição da Casa Constituinte…Ainda assim, um forte setor progressista estava lá, eleito…

      A decepção dos grupos conservadores chegou ao ponto de dizer que a CRFB tornaria o país ingovernável…

      A pena de morte praticada por policiais é de amplo consenso na sociedade, que tem até adágio para legitimar estas práticas: “bandido bom é bandido morto”, como também uma linguagem midiática: “morreu fulano de tal, tantos anos, na periferia tal, e de acordo com informações TINHA passagem por tráfico de drogas”.

      Mas ainda assim, esta contradição não é constitucional, esta é uma ação marginal, mas que detém forte apoio…Mas a positivação jurídica permite aos setores da sociedade insurgirem-se contra tais consensos, como vem sendo feito…

      Outro erro é a expectativa de “igualdade”, que todos sabem ser apenas um ingrediente “formal”…Nossa luta é por isonomia, não por igualdade.

       

      No mais, sem reparos…

      1. Estou concordando com os dois

        Estou concordando com os dois comentaristas. Apenas gostaria de contribuir trazendo outros  detalhes:

        A nossa norma fundamental pressuposta, foi pressuposta mesmo, caro Kelsen?   No fundo, no fundo, o “povo”  elegeu os seus representantes constituintes? Parece que não . Talvez ai possamos encontrar justificativas para que alguns ” programas”  nunca saissem do papel. ( é claro que devemos considerar as conquistas inacreditáveis do lula)

        Diz a lenda que  foi  um parecer, feito 2 ou 3 dias após  05/10/88  que “regulamentou” o artigo 192. Mas, com o tempo, as coisas se ajustam. É o devir.

         De representaçao nós sabemos como funciona:  Há um elo com o povo ( de onde dizem  derivar o poder que é “uno”)até  a data da eleiçao. Depois, como num passe de mágica, o representante não representa outra coisa a não ser os interesses que estão contidos na própria cabeça.(Bobbio) E essa “cabeça” no Brasil é conhecida. Já começa , tardiamente, com o “moderador”. Depois com uma “res pública de escravos e analfabetos, e por ai vai , e vem até hoje.

        Mas nao estou aqui criticando a cidadã. Ela é ótima, sobretudo, para  estabelecer e garantir alguns direitos para o seu “povo” ( que veio de uma colônia de exploração, patrimonialista)

        Eu fico me perguntando até quando a nossa cidadã vai aguentar. As forças estao atuando cada vez mais forte. O “gerenciamento” da coisa pública tem  atuado firme, como se fosse uma dama de ferro.  Ah! nao se esqueçam de para os credores). O credores eram externos, depois se tornaram internos, mas que, no fundo , no fundo, são externos mesmo.

        Nesse mundo de “globalização” cujas “mudanças” são constantes, é preciso “flexibilizar” muita coisa. Até direito fundamental – do tipo social e trabalhista – precisa -se ” flexibilizar” para colocar o país “no eixo moderno deo CRescimento econömico, afinal, deixem que a mão boba e invisível atue. Ela sabe o que faz, plenamente!

        Keynes viveu 30 anos após a sua morte. Depois morreu mesmo.

        Será que ressuscitará agora?

  22. Opinião publicada, a minha.

    A opinião pública não existe, é estéril, não passa de conversa de compradres e ou de buteco, o que existe é opinião PUBLICADA,  é onde ocorre o efeito manada.

  23. Ulysses foi o grande baluarte

    Ulysses foi o grande baluarte de nossa evolução democrática. Desde reitor, quando enfrentou os cães do exército a ameaçarem-lhe as canelas, impedindo a invasão da USP. Civita, a lâmpada skuromatic, não tinha ideias próprias. Imitava um intrépido australiano que pouco a pouco dominou a mídia inglesa e norte-americana, Murdoch, hoje presente em várias mídias da maioria dos países. Quanto à nossa democracia, havemos de criar instrumentos de salvaguarda para afastamento e extirpação de indivíduos que não cumprem as funções dos cargos para os quais foram eleitos ou indicados. Minha opinião é de que todos os cargos públicos, de todos os poderes, deveriam estar sujeitos a avaliação pública na amplitude do cargo, municipal, estadual ou federal.

  24. Não há como falar dos

    Não há como falar dos movimentos do “tea party” da Constituição de 1988 sem falar do papel do chamado “Centrão” na Constituinte de 1987. Obs.: “Centrão” era eufemismo p/ o que deveria chamar “Direitona”. 

  25. Uma das muitas críticas à

    Uma das muitas críticas à Constituição de 88, ao que me lembro dos meus bons tempos de sindicalista fervoroso e militante, foi um alegado excesso de regras sobre relações trabalhistas, que, segundo alguns, desciam a minúcias e não caracterizavam normas típicas de uma constituição, principalmente aquelas que asseguram direitos aos trabalhadores! A meu ver, a questão é simples – e isso debatíamos na época. Vivemos em um País que adota o sistema capitalista de produção, que, por sua vez, é sustentado sobre dois pilares únicos: capital e trabalho. Nada mais singelo, então, do que inserir na Constituição as condições em que se darão as relações jurídicas entre esses dois segmentos, uma espécie de “contrato social” de que falava Rousseau. 

  26. bela leitura

    Acho que o texto superestimou a constituição e substimou o “homem comum massa bruta” . A leitura do Nassif é aflorada e corrente em alguns seguimentos da internet, mas surge de forma latente e meio inconsciente no “homem massa bruta”. Na minha opinião foi este “homem massa bruta” e não a constituição que deteve o avanço conservador. Talvez o “homem massa bruta” não venha a verbalizar a correta leitura do Nassif, devido ao fato da mídia de massas estar sob o controle dos conservadores. Mas a capacidade de compreensão deste homem não deve ser substimada.    

  27. sugestões

    Lá, o Tea Party; aqui, o rodízio de pizza.

    Nassif e suas deliciosas metáforas…

    “noite de São Bartolomeu”(Sugestão para a SESSÃO DAS DEZ: RAINHA MARGOT)

    “no fragor da batalha”(Nassif no comando de um heroico TTPT13 – think tank, modelo petista número 13 )

    “a invasão persa sobre a recém criada democracia brasileira.” (Aqui servem duas sugestões filmográficas para a SESSÃO DAS DEZ : 300 e Os EsParTalhões.”)

    “o organismo institucional vai recobrando a racionalidade”(Sugiro a temporada completa de DOUTOR HOUSE.)

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