Grupo de intelectuais com Bresser-Pereira lança manifesto por eleições

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Reprodução
 
Jornal GGN – Um grupo de intelectuais, liderados pelo economista Luiz Carlos Bresser-Pereira e pelo historiador e cientista social Luiz Felipe de Alencastro, lançam hoje (05) um manifesto do Projeto Brasil Nação por eleição direta e irrestrita em 2018.
 
O Projeto, que foi criado em março deste ano com mais de 11 mil assinaturas de apoio, propõe debater um projeto nacional com ênfase na economia, entre eles a defesa da redução dos juros e diminuição do superavit para estimular a economia. 
 
Entre os apoiadores do Projeto criado por Bresser-Pereira estão Raduan Nassar, Chico Buarque, Roberto Schwarz, Fábio Konder Comparato, Laerte, Wagner Moura, Frei Betto, Celso Amorim e André Singer. Agora, os intelectuais lançaram um novo manifesto, que será apresentado nesta quinta (05), às 17h, no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo. O ex-ministro Bresser-Pereira e Celso Amorim, além do historiador Luiz Felipe de Alencastro, irão anunciar o texto, em uma entrevista coletiva.
 
Eles sustentam que “a democracia brasileira está em perigo”. “Para completar o golpe parlamentar, os atuais detentores do poder discutem a ideia de costurar um remendo parlamentarista ou adiar a eleição presidencial de 2018. Há tentativas de impedir a plena representação das camadas populares. Tudo isso é inaceitável.”
 
O texto condena a destruição do país pelo atual governo ilegítimo, antipopular e antinacional e aponta para a necessidade de os brasileiros recuperarem a ideia de nação e formularem um projeto para definir rumos para um futuro com soberania, democracia, desenvolvimento e redução das desigualdades.
 
A proposta é de que, em um cenário de que “o atual governo impõe uma política radicalmente oposta à decisão soberanamente expressa pelos eleitores no escrutínio de 2014”, as eleições de 2018 devem ser “condição essencial para que o governo recupere legitimidade e possa liderar um projeto de desenvolvimento nacional”, sem mais riscos à democracia do país.
 
O manifesto poderá ser lido abaixo e assinado neste link.
 

Eleição presidencial direta e irrestrita em 2018!

Nós, que, em abril deste ano, assinamos o manifesto do Projeto Brasil Nação, voltamos aos brasileiros para defender a manutenção de eleição presidencial direta e irrestrita.

A democracia brasileira está em perigo. Para completar o golpe parlamentar, os atuais detentores do poder discutem a ideia de costurar um remendo parlamentarista ou adiar a eleição presidencial de 2018. Há tentativas de impedir a plena representação das camadas populares. Tudo isso é inaceitável.

A eleição presidencial direta representa o momento alto da nossa vida política brasileira. Ao longo das lutas republicanas, as eleições presidenciais, fortalecidas pelos dois turnos que garantem a maioria absoluta ao presidente eleito, se transformaram no momento político da afirmação na identidade nacional.

Na diversidade de suas regiões, de seus sotaques, de suas crenças, os eleitores arbitram o debate democrático sobre os destinos do país. No século 19, o Brasil foi o único agregado colonial da América que não se fragmentou na Independência. Na segunda metade do século 20, o Brasil se urbanizou, se expandiu para o Centro-Oeste e para o Norte. Desenvolveu sua indústria, criou a Petrobras e o BNDES, investiu em ciência e tecnologia. Padeceu a opressão ditatorial e reconquistou a liberdade.

Ampliada e consolidada na Constituição de 1988, a democracia republicana transformou a carcaça autoritária e oligárquica herdada do Império num vibrante Estado-nação. Nesse processo, a eleição presidencial permitiu que a maioria social se transformasse em maioria política.

Na contramão dessa conquista, o atual governo impõe uma política radicalmente oposta à decisão soberanamente expressa pelos eleitores no escrutínio de 2014. A eleição presidencial de 2018 é a condição essencial para que o governo recupere legitimidade e possa liderar um projeto de desenvolvimento nacional.  

A diversidade e a liberdade de nosso país, a esperança dos que participaram da transformação da maioria social em maioria política, formam uma poderosa barreira contra o autoritarismo. Mas, no curto prazo, a perplexidade dos brasileiros diante da ambição de políticos sem voto, do sentimento de impunidade e de um programa antipopular e antinacional proposto pela grande finança e seus aliados favorece as manobras contra a democracia, contra a eleição presidencial direta, contra o sufrágio verdadeiramente integrador da nacionalidade.

Eleição presidencial direta e irrestrita em 2018!

 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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