Agência federal dos EUA vê momento bom para refinarias

Sugerido por Francisco A. de Souza

Do Cafezinho

Agência federal americana vê mercado favorável a refinarias

por 

É incrível que, ao mesmo tempo em que projeta tantos holofotes sobre a refinaria de Pasadena, no Texas, a nossa imprensa dispense um desprezo solene por qualquer informação concreta sobre o mercado de refinarias nos Estados Unidos.

A repórter da Folha, Isabel Fleck, até tentou falar no assunto. A enviada especial da Folha à Pasadena publicou um artigo em que mencionava o bom momento econômico vivido pelas refinarias americanas, e as boas margens de lucro auferidas pela refinaria de Pasadena nos últimos dois anos. Mas a ingênua Fleck já foi devidamente bloqueada. Não interessa trazer qualquer notícia positiva sobre o mercado de refinaria e sim cavar escândalos que possam alimentar a oposição no Congresso e desgastar eleitoralmente presidente. O Datafolha já está na rua tentando detectar declínio na intenção de votos, o que, acho eu, acontecerá fatalmente caso o governo não reaja com transparência e proatividade (que é exatamente o que o governo não está fazendo).

Eu estou curioso para saber como andam as perspectivas do mercado de refinaria nos Estados Unidos, e descobri que há uma agência governamental que faz um monitoramento semanal do setor de petróleo e refinaria (EIA – US Energy Information Administration). Em seu último boletim, do final de março passado, a agência aponta uma queda nos estoques de refinados, o que é uma ótima notícia para as refinarias, pois sinaliza bons preços para seus produtos.

Os estoques de gasolina caíram 1,6 milhão de barris na última semana (terminada ao final de março), e estão muito abaixo da média histórica.  Estoques de outros derivados também caíram e estão abaixo da média histórica. Ou seja, as refinarias americanas estão ganhando dinheiro como há muito tempo não faziam.

relatório semestral da EIA é ainda mais otimista para o negócio com refinaria nos EUA. Um trecho da conclusão do relatório:

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O texto acima menciona o frio excepcional que varreu os EUA em janeiro deste ano, aumentando o consumo de óleos destinados ao aquecimento, além da interrupção na produção de várias refinarias.  Esses fatores reduziram os estoques em várias regiões do país. Em consequência, novas paradas que podem ocorrer neste primeiro semestre de 2014 podem reduzir a oferta e pressionar os preços dos refinados.

No Wall Street Journal, encontro um artigo, de março deste ano, falando da “farra” das refinarias, em especial do Texas (justamente onde fica Pasadena) por causa do aumento da produção própria no estado. A descoberta de novas jazidas de petróleo no Texas e no Golfo do México elevou a competitividade das refinarias texanas, em comparação com as estrangeiras, porque caiu o custo da matéria-prima.

A matéria informa que a Valero, uma das maiores empresas do ramo, está investindo US$ 730 milhões apenas para elevar a sua produção, em refinarias já instaladas, em 160 mil barris por dia. Esse valor nos ajuda a dar uma ideia no custo de implantação de uma refinaria, e logo, no valor de Pasadena, cuja produção está em torno de 100 mil barris por dia.

A maior parte dos novos investimentos em refinarias está acontecendo justamente ali nas vizinhanças de Pasadena, no canal de Houston. As refinarias estão voltando a exportar quantidades significativas de derivados, estimuladas pelo ganho de competitividade gerado pela descoberta de novas jazidas no Texas.

O momento é bom para as refinarias porque a oferta está aumentando, reduzindo os preços da matéria-prima, mas a demanda tem crescido ainda mais, elevando os preços dos derivados. Ou seja, a margem de lucro das refinarias tem estado bastante favorável a novos investimentos.

Um agência de notícias especializadas em energia (AAA) informou, há alguns dias, que os preços médios da gasolina vendida nos EUA alcançou US$ 3,55 por galão no último dia de março, o mais alto preço desde setembro. A média do preço em março ficou 17 centavos acima da média de fevereiro. A mesma fonte prevê que o preço da gasolina deve fechar o mês de abril numa média entre US$ 3,55 e US$ 3,75.

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Redação

14 Comentários

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  1. A ignomínia

    Fala-se tanto em mercado…

    tanto em bolsas….

    que elas sobem e descem…

    que o investidor deve aguardar em momentos de queda…

     e sobre Passadena…

    não se procurou explicar que a queda de valores pode ser momentânea.

    Aliás, a reporter da Folha Isabel Fleck,

    “até tentou falar no assunto. A enviada especial da Folha à Pasadena publicou um artigo em que mencionava o bom momento econômico vivido pelas refinarias americanas, e as boas margens de lucro auferidas pela refinaria de Pasadena nos últimos dois anos. Mas a ingênua Fleck já foi devidamente bloqueada.”

     

  2. O assunto é outro…

    É acusar integrantes do Governo Federal de recebimento de propina ou até mesmo roubo.

    Sobre a vantagem de ter uma refinaria nos EUA, todo mundo é a favor. Isto é bem claro. 

    1. Não, drigoeira.

      O assunto é envolver Dilma na compra de Pasadena.

      É fragilizar a campanha dela e e abrir espaço para ameaça de pedido de impeachment por “improbidade administrativa”.

      O Estadão, como exemplo, em editorial de ontem,”A presidente desmentida”, endossa a palavra de Nestor Cerveró e desqualifica a da presidente Dilma Rousseff: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,a-presidente-desmentida,1148

      Dia seguinte, hoje, o Estadão se desmente, em: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,documentos-contrariam-versao-de-ex-diretor-da-petrobras-sobre-pasadena,1149322,0.htm

  3. Tem gente grande por trás dos ataques à Petrobras

    Tem gente grande por trás dos ataques da velha mídia à Petrobras. Querem forçar a Petrobras vender a refinaria de Pasadena no Texas – EUA, para americanos. Basta olhar o mapa abaixo para entender o desespero dos EUA.  Os americanos controla o governo do Panamá que controla o Canal do Panamá que é a travessia do Atântico para o Pacífico e controlam também o governo do Egito que controla o Canal de Suez que é a travessia do Mar Vermelho para o Mediterrâneo, encurtando em 15 dias a duração da viagens dos navios petroleiros do Oriente Médio até os EUA. O Porto de Mariel em Cuba ajudará o país a se desenvolver apesar do embargo dos EUA. Os tanques da refinaria de Pasadena poderão ser usados como depósitos provisórios de oléo a ser comercializado. Do pré-sal, inclusive, o que reduzirá o custo da gasolina em alguns países do mundo. 

     

    1. Mais um motivo para o desespero dos EUA
      Para não depender do Canal do Panamá que é controlado pelos EUA. 40 MIL MILHÕES DE DÓLARES Construção do canal da Nicarágua [pela China] arranca em dezembro por Lusa, texto publicado por Sofia Fonseca – 11 janeiro 2014 O Governo da Nicarágua e a firma chinesa concessionária do projeto do novo canal interoceânico na América Central anunciaram hoje que as obras de construção terão início em dezembro deste ano. http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=3627238 /Dica @RodP13

  4. Oportunidades e negócios

    O mundo do petróleo é suceptível de mudanças muito mais rápidas que respostas de investimentos no setor. Pasadena é exemplo disto. Em 2006 a aquisição de parcela significativa da refinaria pela Petrobras coroava um grande esforço da Petrobras por estratégica inserção no mercado americano. As grandes descobertas de petróleo pesado (Marlin), nossas refinarias na época inadedquadas para processamento deste óleo e o mercado de combustíveis fosseis estagnado   eram favoráveis a refinar excedentes fora do Brasil. A crise dos sub primes mudou tudo isto. O desenvolvimento do mercado interno para sustentar nosso crescimento, a adequação de nossas refinarias para processar melhor petróleos pesados, acabaram com excedentes exportáveis comprimiram lucros potenciais de refino nos EUA.. Não sem motivo começaram conflitos entre a Astra e a Petrobras. Em 2012 Pasadena virou um mal negócio. Agora, com novos excedentes previsíveis a curto prazo, função dos grandes reservatórios do pré-sal e retomada da econimia americana novamente a propriedade de uma refinaria no Texas com capacidade de processar 100 000 bpd  volta ser excelente negócio. Logo pode-se perceber que quem desdenha quer comprar.

  5. Refinaria de Pasadena

    Só tenho duas perguntas: Quanto custaria para construir uma refinaria em Pasadena hoje ?

                                                     Quanto vale hoje a refinaria de Pasadena?

  6. Petrobras

    Será que na Petrobras e governo federal não tem um cabra macho para vir a público e dizer tudo isso e muito mais ao povo brasileiro ? Parece que esta turma está    a n e s t e s i a d a   ou não sabe de nada que lá ocorre. Eu fico puto da vida com esta inércia.

  7. Quando o Santo de Casa Faz Milagre

    Quousque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? / Quam diu etiam furor iste tuus eludet? / Quem ad finem sese effrenata iactabit audacia? — Cícero, “in” Catalina Oratio Prima.

    Nassif: o recado de Cícero, mandado ao infame Lucius Sergius Catalina, senador e militar romano, há exatos 2.077 anos atrás, bem poderia servir de tema para desancar toda esta oposição que ora vemos, excremento puro, especialmente no caso da refinaria de Pasadena – USA. Concordo com os que afirmam ser política a arte dos inescrupulosos. Até porque as lições de Machiavelli têm sido exercidas com maestria por toda classe política brasileira. Concordo, também, que investigue se nesse negócio da aquisição da refinaria algum funcionário espertalhão beliscou algum por fora, favorecendo os vendedores com cláusulas “mais benéficas” no contrato aquisitivo. Que a punição, por sua vez, seja exemplar, longamente comprovado o erro, não por culpa, mas por dolo. Concordo, ainda, que seja averiguado a participação de congressistas nacionais neste negócio, sabendo que alguns, até da base governamental, são lobistas de empresas estrangeiras junto à Casa e de repartições pertinentes. Que se aprofundem estudos para sentir se tudo isto não é manobra do próprio governo norteamericano, em conluio com os vendilhões daqui, despeitado por causa do Porto de Mariel, grande jogado brasileira, política e comercial, e em face da China estar iniciando a construção de uma nova via de ligação do Atlântico com o Pacífico, através na Nicarágua. Mas dai querer inviabilizar a administração das leis, trancando pautas de trabalho de todo Congresso, promovendo um verdadeiro “delenda est Dilma”, por ser ano eleitoras e não disporem de propostas concretas, sinceras, objetivas e, sobretudo, honestas, isto é, antes de tudo, impatriótico, canalha e baixo, mesmo para os padrões da política. Aliados ao Quarto Poder, um dos mais podres que nossa história registra, estes “oposicionistas” dizem a que vieram. E lamentamos, porque oposição é necessário, no jogo democrático, para evitar excessos e descaminhos num governo complexo, como o republicano brasileiro, em regime federativo. “O tempora, o mores!”, possivelmente repetiria Cícero, em face da nossa atual e senvergonha oposição legislativa…

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