Aluna vence prêmio por projeto de conversão de gasolina para biogás

Enviado por alfeu

Do CNPq

Projeto de conversão de gasolina para biogás rende prêmio a aluna de mestrado

A estudante do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola da UFC, Aline Castro Praciano, foi premiada na categoria “Pôster – Resumo Expandido”, no XLIV Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola (Conbea, 2015), com o trabalho “Conversão de motogerador estacionário quatro tempos ciclo Otto gasolina para biogás”.

Foi depois de receber um comunicado do Conselho nacional de Desenvolvimento Cientifíco e Tecnológico (CNPq), sobre o edital “Meninas e Jovens fazendo Ciências exatas”, que o professor Daniel Albiero, da Universidade Federal do Ceara (UFC) teve a ideia de coordenar um projeto de biodigestores de biogás e biofertilizante. 

Daniel explica que o projeto é uma adaptação do que já existe no mercado, mas que tem um valor muito elevado para o agricultor familiar, em torno de R$ 1.000,00.  Assim, o trabalho da estudante foi a conversão desta tecnologia em uma versão mais simplificada e acessível ao agricultor, o valor total ficou em torno de R$ 150,00. “Acreditamos que foi este o principal motivo pelo prêmio. A importância é intrínseca ao reconhecimento de um trabalho bem feito, com dedicação e estudo, característica suscitada pela possibilidade da aluna trabalhar como voluntária neste projeto”, relatou.

 Aline falou sobre a importância do projeto para a os agricultores de baixa renda. “A grande novidade é a utilização de materiais de baixo custo e fácil acesso, disponíveis em qualquer loja de materiais de construção”. Ela também falou da importância do prêmio para motivar os jovens pesquisadores. “Esse prêmio nos mantém motivados a continuar buscando soluções simples, mas que proporcionem desenvolvimento à agricultura do Ceará e do Brasil”.

Questionado sobre como foi trabalhar com meninas, em um projeto de grande interesse masculino, Daniel foi enfático. “As meninas cearenses são excepcionais, muito inteligentes e esforçadas”. E ressaltou o grande interesse das meninas pelo curso de Agronomia na UFC.”Elas hoje perfazem 50% dos ingressantes do curso”.

O próximo passo do projeto é disponibilizar gratuitamente todo o material de pesquisa e estudo para download, no segundo semestre deste ano, de forma gratuita, na página do Grupo de Pesquisa em Energia e Máquinas para a Agricultura do Semiárido (Gemasa) no Facebook. “Vamos fazer uma apostila didática e divulgar isso em nosso grupo de pesquisa, gratuitamente, para o mundo inteiro. Para quem quiser temos até o orçamento. Estamos deixando de uma forma bem bonita, bem didática e acessível para os agricultores familiares”, afirma o Prof. Albiero.

O coordenador do projeto falou sobre a importância de editais e projetos que motivam jovens a adentrarem o mundo da pesquisa.“Este projeto específico possibilitou a geração de grande interesse por parte de meninas (do ensino médio e de graduação) nesta realidade premente de tecnologias e saberes sustentáveis no mundo atual”. Para ele esta visão possibilitou que as meninas do ensino médio vislumbrassem as possibilidades da agronomia e as de graduação a se dedicarem muito mais ao estudo. “Um dos grandes exemplos é a Aline que gostou tanto que adentrou no curso de mestrado em engenharia agrícola, com bolsa do CNPq”.Finalizou.

A entrega do prêmio à Aline Praciano será feita em setembro, na cidade de São Pedro (SP), durante a comemoração do Jubileu de Ouro da Sociedade Brasileira em Engenharia Agrícola (SBEA), entidade promotora do Conbea 2015. Mais informações sobre a premiação podem ser obtidas no site da SBEA.

Meninas na Ciência

O estudo surgiu dentro do projeto Meninas e Jovens Fazendo Ciências, ação que une Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Secretaria de Política para as Mulheres e Petrobras, e coordenada, na Engenharia Agrícola, também pelo Prof. Albiero.

A iniciativa, além da pesquisa científica, fomentou um trabalho de extensão da UFC, durante um ano, com alunos de escolas públicas da Capital. Consistiu no estímulo, através de visitas e palestras, a alunas de ensino médio para a escolha do Curso de Agronomia, no Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

“Trabalhamos com uma escola pública aqui detrás do Campus do Pici e formamos um grupo de meninas que vinha, acompanhava as atividades do curso, conhecia nosso espaço, participava de palestras e depois replicava esses conhecimentos na escola. Curiosamente, nenhuma das quatro alunas do grupo inicial escolheu cursar Agronomia, mas nessa mesma escola tivemos 20 inscritos no curso. Então verificamos que o trabalho surtiu efeito, pois no ano anterior não foi verificada nenhuma inscrição em Agronomia dentre os alunos daquela escola”, comenta.

Mulheres na Ciência

O Programa Mulher e Ciência foi criado em 2005 em parceria com Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM/PR); Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)/Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico(CNPq) ; Ministério da Educação (MEC); Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e ONU Mulheres. E tem como objetivo estimular a produção científica e a reflexão acerca das relações de gênero, mulheres e feminismos no País e promover a participação das mulheres no campo das ciências e carreiras acadêmicas.

Desde a sua criação vem desenvolvendo várias ações como: editais de pesquisas na temática, prêmios para estudantes de ensino médio, pós-graduação e escolas de educação básica, além de encontros nacionais e internacionais com a comunidade cientifica para discussão do tema.

Em 2013, com a abertura de chamada pública para inserção de meninas e jovens em projetos de pesquisa nas áreas de Ciências Exatas, Engenharias e Computação. Fora investidos mais de 18 milhões de reais e 325 propostas foram apoiadas.

Coordenação de Comunicação Social do CNPq

Redação

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