Fifa proíbe uso do nome “Mané Garrincha” na Copa

Prezado Nassif,

meu fora de pauta de hoje é sobre a notícia absurda da proibição da utilização do nome “Mané Garrincha” pelo estádio de Brasília durante a Copa. Aqui na Europa fubebolística, todo mundo pronuncia (do seu jeito) e sabe quem foi Garrincha! Que desculpa linguística absurda é essa? E o pessoal do PCdoB, que sempre se mostrou “defensor” da língua portuguesa (a língua, para eles, é imóvel como uma montanha) e contra os estrangeirismos, agora está orquestrando essa vergonha toda? Impressionante como tripudia-se sobre a memória desse que, talvez mais do que qualquer outro, ajudou a forjar uma identidade para futebol brasileiro.

um abraço, Marlon

XICO SÁ, Folha

Um lero com o Mané

Amigo torcedor, amigo secador, com a sua devida licença, vou levar um lero aqui com o Mané, sabe como é, tiraram o nome do homem de Pau Grande do estádio da Copa em Brasília, coisa do terrorismo cultural da Fifa, a mesma que proíbe a venda de acarajé nos jogos do Mundial na Bahia, tudo com a colonizada obediência brasuca, só para lembrar o batismo da bola, só para saber como nos fazem de tatus-pebas.

É, Mané, teu nome não é consistente, arrotaram os caras, teu nome é semanticamente complexo para os gringos, seja lá que diabo signifique tal dito. Não rias, Mané, fala sério, te ligas na fonética, a Fifa alega que, em matéria de pronúncia, tu darias um trabalho medonho para os estrangeiros, entortaria a boca dos galegos de fora.

Sei que esse negócio de semântica e fonética lá em Magé não vale uma pinga, mas “business is business”, sabe como é, Mané, rifaram teu nome na bacia das almas ludopédicas. Sabemos que nem ligas nada para essas ondas, mesmo tendo sido o maior artista que já atuou em Copas, mesmo com as estrelas de 1958 e 62 tatuadas no peito -sim, sabemos que davas mais importância à estrela solitária do Botafogo, deixa que faço aqui o adendo.

É, Mané, será que é uma vingança tardia pois sempre desprezaste os Mundiais? Lembremos o que disseste logo depois que o Brasil perdeu seu complexo de vira-lata: “Campeonatinho mixuruco, nem tem segundo turno.”

Será que é a tal inveja do pênis da qual tratava Sigmund Freud, meu caro filho de Pau Grande? Será tua vida de anjo torto que não combina com esse futebol-gourmet-coxinha de hoje? Ninguém chama mais a seleção inglesa de São Cristóvão, Mané, é um respeito medonho. Até os russos, desmembrados dos camaradas da CCCP, nos assombram. Foi-se o tempo em que passávamos por cima das barbas de Rasputin!

É, seu Manuel, como te chamava respeitosamente o tio Nelson, chega de mascar o chiclete ploc da nostalgia. Se tenho visto a Elza Soares? Fui a um showzaço dia desses. A mesma dura na queda de sempre. Deve xingar até a mãe do guarda quando souber que subtraíram o nome do homem dela da Copa.

É, Mané, não precisa ser nenhum Policarpo Quaresma, o malungo nacionalista do teu irmão de linhas tortas, Lima Barreto, para blasfemar contra a feira de negócios da Fifa. O pior são as desculpas fuleiras, as lorotas, os agás, os caôs, as bazófias, as gabolices, as mixórdias…

Sei que não estás nem ai para esta barafunda, mas o terrorismo cultural tem limites, meu 7. Não seria caso para a ONU? No mínimo para o STF, seu Barbosa! Ir à Bahia e não comer um acarajé na Fonte Nova é como ir a Roma e não ver o papa. E o tropeiro no Mineirão, cuja pronúncia gringa foi aprovada pela Fifa e é mais difícil que dizer Mané Garrincha?

Às favas, bando de encafifados!

Luis Nassif

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