Ameaça nuclear: Putin anuncia mobilização de 300 mil reservistas e fala em “usar todos os meios”

Johnny Negreiros
Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.
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Desde o começo do conflito com a Ucrânia, o presidente trata da invasão como "operação militar"

Putin procura ampliar influência de outros blocos econômicos e políticos para a formatação de uma nova ordem global multilateral, mesmo arrastando contradições internas. Foto: kremlin.ru/Wikimedia Commons

qO presidente Vladimir Putin foi à TV russa para fazer pronunciamento e anunciar a “mobilização parcial” de 300 mil reservistas que serão deslocados para a Ucrânia. A medida marca mudança de postura do líder, que sempre tratou a guerra como “operação militar” de “ação preventiva”. Ainda assim, Putin fez questão de ressaltar que não se trata de uma mobilização geral.

No discurso, Putin fez ameaça nuclear velada, o que não havia acontecido de forma concreta até o momento.

Utilizaremos todos os meios à nossa disposição para proteger a Rússia e nosso povo. Isto não é um blefe.

declarou ele

Após vitórias ucranianas

A decisão acontece após contraofensivas das forças comandadas por Volodymyr Zelenski terem sucesso nas regiões de Kherson, no Sul, e de Kharkiv, no Nordeste.

Felipe Loureiro, coordenador do curso de Relações Internacionais da USP, considerou o movimento militar da Ucrânia como “vitória”.

Ataques ao Ocidente

No pronunciamento, Putin atacou os países ocidentais e os acusou de “chantagem nuclear”.

Chantagem nuclear tem sido usada, e não estamos falando apenas do bombardeio da usina de Zaporíjia. Mas também de pronunciamentos de altos representantes da Otan sobre a possibilidade de usarem armas de destruição em massa contra a Rússia.

alertou Putin

No último sábado (17), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falou em resposta “consequencial” caso Moscou venha a utilizar armas atômicas.

Para a embaixadora americana na Ucrânia, Bridget Brink, a escalada no conflito anunciada por Vladimir Putin representa “sinal de fraqueza” da Rússia.

Já para o ministro da defesa russo Serguei Shoigu, os 300 mil reservistas são apenas “1,1% dos recursos que podem ser mobilizados”.

Nesta terça-feira (20), países da OTAN voltaram a criticar Moscou pelo conflito contra a Kiev, em discursos na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

LEIA: A Turquia move suas peças no xadrez da guerra OTAN-Rússia, por Ruben Rosenthal

3 Comentários

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  1. A reação em cadeia será a mobilização da OTAN e de todos os países vizinhos da Rússia que pertencem àquela organização criminosa. Os EUA também será obrigado a se mobilizar em razão de ser membro da OTAN. A China, aliada da Rússia, não poderá deixar de s e mobilizar diante de um cenário de guerra mundial na Europa. A brincadeira dos gringos e.europeus na Ucrânia obviamente vai terminar mal para todo mundo. É impossível uma guerra convencional entre potências nucleares deixar de evoluir para uma catástrofe de proporções inimagináveis com o uso de milhares de bombas atômicas.

  2. A OTAN está raspando o fundo do tacho dos seus arsenais europeu para doar ou vender??? a Ucrânia. Também o numero de mercenários atuando na Ucrânia é desconhecido e provavelmente aumenta a cada dia. Só assim a Ucrânia pode executar estes contra-ataques. A Rússia só quer criar uma barreira neutra entre a OTAN e seus mísseis e a sua fronteira, além de proteger as províncias massacradas pelos neonazistas ucranianos e querem filiar-se ao governo russo. O caos se ocorrer vai ser por culpa exclusiva da OTAN, ou subtítulo EUA. Interessante a analogia hoje desta crise com o envolvimento dos EUA no Vietnã, que segundo o livro do Max Hasting, Vietnã. Nem a Rússia nem China queria se envolver, mas por causa dos EUA, foram obrigados a participar daquela guerra

  3. Sim, os ocidentais queriam uma escalada e agora a tem. Apertem os cintos. Quanto a notícia em si, me parece copia e cola de agências ocidentais, nenhum outro lado foi ouvido? Principalmente o lado dos russos? Os russos não são de blefe, quando falaram no final de 2021 que se não houvesse recuo das forças da OTAN em direção às suas fronteiras foi dito claramente que haveria resposta técnico militar (em suas próprias palavras). Quanto a Kherson e Karkhov melhor o GGN ler mais a respeito, parece amadorismo. Enquanto em Kherson as forças ucranianas foram esmagadas, com milhares de mortos para para poucos ganhos (alguns vilarejos), em Kharkov as forças russas recuaram para evitar o combate, e pela segunda vez (ainda não está claro se vai haver uma retomada dessa área, já que não faz parte do escopo inicial do Dombas). Quanto a ameaça nuclear, só os ocidentais e seus hipnotizados estão vendo uma declaração parcial de mobilização como ameaça nuclear. As forças nucleares russas estão de prontidão desde fevereiro deste ano, e pode ter certeza, não estão direcionadas a Ucrânia.

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