No texto em que justifica sua escolha, a instituição americana afirma que, graças às lutas do MST, “mais de 350 mil famílias foram assentadas, em uma área superior a 17 milhões de hectares, e outras 90 mil estão organizadas em acampamentos e esperando títulos”. As ações do movimento, ainda segundo o texto, têm chamado a atenção, no Brasil e no exterior, para “a distribuição desigual das terras e a necessidade da reforma agrária”. Essa não foi a única demonstração recente do prestígio entre militantes de esquerda e defensores de políticas alternativas no exterior. Em outubro, ao visitar o Brasil, para participar de um evento literário, o escritor e ativista de esquerda Tariq Ali fez questão de ir a Guararema, no interior paulista, visitar a Escola Nacional Florestan Fernandes – principal centro de formação política e educacional dos quadros do MST. Durante palestra sobre conjuntura internacional para um grupo de 150 militantes, o paquistanês radicado na Inglaterra elogiou a combatividade da organização. “A principal referência de luta do Brasil é o MST”, disse ele, segundo relato publicado na página movimento na internet. A própria escola de Guararema, a 70 quilômetros da capital, já é uma prova da simpatia que os sem-terra despertam: seus cursos têm atraído militantes da América Latina e da África. Grupos europeus, compostos especialmente por jovens, também visitam o lutar. Na volta à terra de origem, parte desses jovens acaba engrossando os comitês de apoio ao movimento. Hoje eles se espalham por quase 30 países, segundo assessores do movimento. A lista inclui Itália, França, Suécia, Suíça, Holanda, Finlândia, Alemanha, Portugal. Nos Estados Unidos o MST conta com a simpatia de Noam Chomsky, um dos nomes mais conhecidos entre os pensadores de esquerda naquele país. Em Nova York os sem terra são representados pela estudante Janaina Stronzake, que faz parte de uma família de assentados no Paraná.
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